Educação em Moçambique: a política do assimilado trilhando o caminho de privilegio da língua portuguesa no ensino (Education in Mozambique: policies of assimilation and the privileging of Portuguese in teaching)
{"title":"Educação em Moçambique: a política do assimilado trilhando o caminho de privilegio da língua portuguesa no ensino (Education in Mozambique: policies of assimilation and the privileging of Portuguese in teaching)","authors":"Sheila Perina de Souza","doi":"10.22476/REVCTED.V5I1.409","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Este artigo reflete sobre o sistema de ensino Mocambicano, focalizando o periodo colonial. Mocambique e um pais multilingue com mais de 20 linguas de origem bantu, apesar disso so recentemente essas linguas tem sido implementados no ensino. A lingua portuguesa desde o periodo colonial goza de um status privilegiado no ensino, sendo a principal para o ensino. A partir de uma revisao bibliografica e da contextualizacao educacional linguistica temos como objetivo principal evidenciar pontos na historia educacional que culminaram no atual status da lingua portuguesa como a principal lingua para o ensino. Inicialmente discutimos a incoerencia da classificacao de Mocambique como um pais lusofono, sendo esse um instrumento da lusitanizacao (SEVERO e MARKONI, 2015) presente tambem na educacao. Posteriormente refletimos sobre o estabelecimento tardio do sistema de ensino oficial em Mocambique, a luz de Mazula (1995), Mondlane (1969) e Gasperini (1989). Tambem discutimos o lugar da lingua portuguesa e das linguas bantu mocambicanas no sistema de ensino colonial que pretendia levar a desafricanizacao das criancas. Nossa hipotese e que a politica de assimilacao construida por meio do Estatuto do Indigenato (1929-1961) moldou o sistema escolar no periodo colonial. Consideramos que a politica de assimilacao disponibilizou um modelo cultural e linguistico, um modelo de civilizacao fundado na utilizacao do portugues e na minorizacao das linguas bantu que contribui para o privilegio da lingua portuguesa no ensino em Mocambique ainda na atualidade.","PeriodicalId":246505,"journal":{"name":"Critica Educativa","volume":"8 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2019-11-06","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Critica Educativa","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.22476/REVCTED.V5I1.409","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
引用次数: 0
Abstract
Este artigo reflete sobre o sistema de ensino Mocambicano, focalizando o periodo colonial. Mocambique e um pais multilingue com mais de 20 linguas de origem bantu, apesar disso so recentemente essas linguas tem sido implementados no ensino. A lingua portuguesa desde o periodo colonial goza de um status privilegiado no ensino, sendo a principal para o ensino. A partir de uma revisao bibliografica e da contextualizacao educacional linguistica temos como objetivo principal evidenciar pontos na historia educacional que culminaram no atual status da lingua portuguesa como a principal lingua para o ensino. Inicialmente discutimos a incoerencia da classificacao de Mocambique como um pais lusofono, sendo esse um instrumento da lusitanizacao (SEVERO e MARKONI, 2015) presente tambem na educacao. Posteriormente refletimos sobre o estabelecimento tardio do sistema de ensino oficial em Mocambique, a luz de Mazula (1995), Mondlane (1969) e Gasperini (1989). Tambem discutimos o lugar da lingua portuguesa e das linguas bantu mocambicanas no sistema de ensino colonial que pretendia levar a desafricanizacao das criancas. Nossa hipotese e que a politica de assimilacao construida por meio do Estatuto do Indigenato (1929-1961) moldou o sistema escolar no periodo colonial. Consideramos que a politica de assimilacao disponibilizou um modelo cultural e linguistico, um modelo de civilizacao fundado na utilizacao do portugues e na minorizacao das linguas bantu que contribui para o privilegio da lingua portuguesa no ensino em Mocambique ainda na atualidade.