{"title":"A Economia Compartilhada e a Uberização do Trabalho: utopias do nosso tempo?","authors":"Josiane Caldas, Liana Carleial","doi":"10.22350/9786587340654","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Contextualização: As mudanças ocorridas no mundo trabalho, agravadas após a crise financeira de 2008, demonstram que o capitalismo cada vez mais reforça suas contradições e, no intento de superar suas crises, reorganiza-se, sob o aspecto da financeirização do capital, fazendo uso de ferramentas como a tecnologia digital e a internet, para aprofundar a precarização nas relações de trabalho.\nObjetivos: Diante das transformações tecnológicas em curso, este estudo tem por objetivo investigar em que medida alternativas, como a economia compartilhada, podem ser vistas como uma utopia transformadora no sentido de dar aos trabalhadores uma condição de vida e trabalho dignos. Busca-se algumas concepções de utopia, com o fim de refletir acerca do papel da Economia Compartilhada, analisando como esta poderá influenciar nas relações de trabalho. Investiga-se um dos casos mais conhecidos, o da empresa Uber, pois esse modelo tem potencial de se replicar rapidamente para todo o mercado de novos serviços.\nMetodologia: A metodologia utilizada foi de caráter qualitativo, com o aprofundamento da compreensão de um grupo social, os motoristas de apps e de uma organização, a empresa Uber, bem como a pesquisa bibliográfica de caráter exploratório.\nResultados: O artigo mostra que está ocorrendo uma apropriação da essência da economia compartilhada, camuflando uma relação trabalhista, afetando cada vez mais o trabalhador. O crescente número de pessoas sem emprego ou subempregados e o forte aumento da informalidade contribuem sobremaneira para a manutenção e expansão do fenômeno da uberização, pois sem colocação no mercado de trabalho, os trabalhadores se submetem a condições cada vez mais precárias de renda e de trabalho.","PeriodicalId":249052,"journal":{"name":"Novos Estudos Jurídicos","volume":"196 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2020-11-02","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"7","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Novos Estudos Jurídicos","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.22350/9786587340654","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Contextualização: As mudanças ocorridas no mundo trabalho, agravadas após a crise financeira de 2008, demonstram que o capitalismo cada vez mais reforça suas contradições e, no intento de superar suas crises, reorganiza-se, sob o aspecto da financeirização do capital, fazendo uso de ferramentas como a tecnologia digital e a internet, para aprofundar a precarização nas relações de trabalho.
Objetivos: Diante das transformações tecnológicas em curso, este estudo tem por objetivo investigar em que medida alternativas, como a economia compartilhada, podem ser vistas como uma utopia transformadora no sentido de dar aos trabalhadores uma condição de vida e trabalho dignos. Busca-se algumas concepções de utopia, com o fim de refletir acerca do papel da Economia Compartilhada, analisando como esta poderá influenciar nas relações de trabalho. Investiga-se um dos casos mais conhecidos, o da empresa Uber, pois esse modelo tem potencial de se replicar rapidamente para todo o mercado de novos serviços.
Metodologia: A metodologia utilizada foi de caráter qualitativo, com o aprofundamento da compreensão de um grupo social, os motoristas de apps e de uma organização, a empresa Uber, bem como a pesquisa bibliográfica de caráter exploratório.
Resultados: O artigo mostra que está ocorrendo uma apropriação da essência da economia compartilhada, camuflando uma relação trabalhista, afetando cada vez mais o trabalhador. O crescente número de pessoas sem emprego ou subempregados e o forte aumento da informalidade contribuem sobremaneira para a manutenção e expansão do fenômeno da uberização, pois sem colocação no mercado de trabalho, os trabalhadores se submetem a condições cada vez mais precárias de renda e de trabalho.