P. Fernandes, Jorge Antonio Filho, Aline LohanaSilva da Silva, Fernanda Werneck DE Mattos Moura, R. C. Souza
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Resultados: Paciente, J.S.S, masculino, 38 anos, trabalha como gari há 13 anos, dá entrada relatando que há 03 dias iniciou quadro de febre aferida (38,5 oC), mialgia, lombalgia e cefaleia de início súbito, há 1 dia vem apresentando tosse seca e dispneia aos médios esforços, evoluindo com um quadro de tosse com expectoração hemoptoicas e piora progressiva da dispneia. Ao exame: acordado, confuso, obedecendo aos comandos, taquidispneico com cianose de extremidades (FR 40 irpm e SatO2 85%), taquicárdico (FC 130 bpm), hipotenso (PA 80 x 50 mmhg), desidratado +/+4, hipocorado (++/4+), anictérico, febril (39 oC). Apresenta murmúrio vesicular universalmente audível com presença de crepitação na base esquerda. Impressões diagnósticas: IRA / H1N1, Dengue hemorrágica e Leptospirose. Foi encaminhado imediatamente para sala vermelha, para cuidados intensivos. Exame laboratorial demostrou hematócrito: 28% com hemoglobina de 10 g/l, leucocitose com neutrofilia e desvio à esquerda, plaquetas 80.000. Bilirrubina total: 2,1 mg/dL; bilirrubina direta: 0,4 mg/dL; Gasometria arterial: alcalose respiratória; Radiografia de tórax apresenta condensação à esquerda. Após 3 horas de internação o paciente apresentou piora do quadro respiratório, evoluindo com síndrome da angústia respiratória aguda, sendo realizado intubação orotraqueal com presença de hemorragia pulmonar maciça, logo em seguida evolui para parada cardiorrespiratória sem reversão e óbito. Após 48 horas foi confirmado sorologia para leptospirose. Conclusão: É importante observar que manifestações graves da leptospirose, como hemorragia pulmonar, podem ocorrer em pacientes anictéricos, portanto, não se deve basear apenas na presença de icterícia para identificar pacientes com leptospirose ou com risco de complicações graves da doença, aumentando as chances de letalidade, pois os casos com comprometimento pulmonar podem evoluir para insuficiência respiratória aguda, hemorragia maciça ou síndrome de angústia respiratória e muitas vezes, esse quadro precede o quadro de icterícia.","PeriodicalId":128123,"journal":{"name":"Anais do II Congresso Nacional de Microbiologia Clínica On-line","volume":"16 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-04-23","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"RELATO DE CASO: LEPTOSPIROSE GRAVE SEM ICTERÍCIA\",\"authors\":\"P. 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Introdução: A leptospirose é uma doença infecciosa febril de início abrupto, cujo espectro clínico pode variar desde um processo inaparente, até as formas graves. Objetivo: Enfatizar sobre importância do médico em suspeitar de leptospirose, mesmo sem a presença de icterícia. Material e métodos: Foi realizado a coleta de dados de um paciente atendido na Unidade de Pronto Atendimento de Sepetiba, em maio de 2017. Resultados: Paciente, J.S.S, masculino, 38 anos, trabalha como gari há 13 anos, dá entrada relatando que há 03 dias iniciou quadro de febre aferida (38,5 oC), mialgia, lombalgia e cefaleia de início súbito, há 1 dia vem apresentando tosse seca e dispneia aos médios esforços, evoluindo com um quadro de tosse com expectoração hemoptoicas e piora progressiva da dispneia. Ao exame: acordado, confuso, obedecendo aos comandos, taquidispneico com cianose de extremidades (FR 40 irpm e SatO2 85%), taquicárdico (FC 130 bpm), hipotenso (PA 80 x 50 mmhg), desidratado +/+4, hipocorado (++/4+), anictérico, febril (39 oC). Apresenta murmúrio vesicular universalmente audível com presença de crepitação na base esquerda. Impressões diagnósticas: IRA / H1N1, Dengue hemorrágica e Leptospirose. Foi encaminhado imediatamente para sala vermelha, para cuidados intensivos. Exame laboratorial demostrou hematócrito: 28% com hemoglobina de 10 g/l, leucocitose com neutrofilia e desvio à esquerda, plaquetas 80.000. Bilirrubina total: 2,1 mg/dL; bilirrubina direta: 0,4 mg/dL; Gasometria arterial: alcalose respiratória; Radiografia de tórax apresenta condensação à esquerda. Após 3 horas de internação o paciente apresentou piora do quadro respiratório, evoluindo com síndrome da angústia respiratória aguda, sendo realizado intubação orotraqueal com presença de hemorragia pulmonar maciça, logo em seguida evolui para parada cardiorrespiratória sem reversão e óbito. Após 48 horas foi confirmado sorologia para leptospirose. Conclusão: É importante observar que manifestações graves da leptospirose, como hemorragia pulmonar, podem ocorrer em pacientes anictéricos, portanto, não se deve basear apenas na presença de icterícia para identificar pacientes com leptospirose ou com risco de complicações graves da doença, aumentando as chances de letalidade, pois os casos com comprometimento pulmonar podem evoluir para insuficiência respiratória aguda, hemorragia maciça ou síndrome de angústia respiratória e muitas vezes, esse quadro precede o quadro de icterícia.