Pub Date : 2024-04-01DOI: 10.1590/1982-3533.2024v33n1art08
R. Martini, D. Grimaldi, Maria Eduarda Campello Gallo
Resumo O objetivo deste artigo é realizar uma avaliação da efetividade do Programa Redes para o Desenvolvimento Sustentável (Programa ReDes), o qual surgiu de um Plano de Atuação Conjunta entre o BNDES e o Instituto Votorantim com o objetivo de apoiar projetos de estruturação de atividades produtivas e qualificação profissional visando à inclusão produtiva de populações de baixa renda. A base de dados utilizada para a avaliação provém do Cadastro Único (CadÚnico), obtido junto ao Ministério da Cidadania. Foi utilizado o método do pareamento por escore de propensão e a estimação de regressões em painel e em primeiras diferenças. Para os indicadores relacionados ao mercado de trabalho, observaram-se resultados robustos e expressivos, tais como o crescimento da renda bruta e da renda do trabalho. Além disso, houve crescimento da probabilidade de participação na população economicamente ativa, assim como do acesso ao trabalho. Com base nos cálculos realizados, pôde-se estimar que o Programa ReDes é custo-efetivo em relação à geração de renda para o beneficiário, ainda que o seu custo-efetividade seja dependente da hipótese de que os projetos sejam capazes de sobreviver ao longo do tempo.
{"title":"Avaliação da efetividade de uma política de inclusão produtiva: uma análise do Programa ReDes para o Desenvolvimento Sustentável*","authors":"R. Martini, D. Grimaldi, Maria Eduarda Campello Gallo","doi":"10.1590/1982-3533.2024v33n1art08","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/1982-3533.2024v33n1art08","url":null,"abstract":"Resumo O objetivo deste artigo é realizar uma avaliação da efetividade do Programa Redes para o Desenvolvimento Sustentável (Programa ReDes), o qual surgiu de um Plano de Atuação Conjunta entre o BNDES e o Instituto Votorantim com o objetivo de apoiar projetos de estruturação de atividades produtivas e qualificação profissional visando à inclusão produtiva de populações de baixa renda. A base de dados utilizada para a avaliação provém do Cadastro Único (CadÚnico), obtido junto ao Ministério da Cidadania. Foi utilizado o método do pareamento por escore de propensão e a estimação de regressões em painel e em primeiras diferenças. Para os indicadores relacionados ao mercado de trabalho, observaram-se resultados robustos e expressivos, tais como o crescimento da renda bruta e da renda do trabalho. Além disso, houve crescimento da probabilidade de participação na população economicamente ativa, assim como do acesso ao trabalho. Com base nos cálculos realizados, pôde-se estimar que o Programa ReDes é custo-efetivo em relação à geração de renda para o beneficiário, ainda que o seu custo-efetividade seja dependente da hipótese de que os projetos sejam capazes de sobreviver ao longo do tempo.","PeriodicalId":503965,"journal":{"name":"Economia e Sociedade","volume":"33 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2024-04-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"140356610","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2024-04-01DOI: 10.1590/1982-3533.2024v33n1art05
J. Varaschin
Resumo Apresentado como modelo de estabilização monetária, o Plano Real lançou as bases sobre as quais se revela a dinâmica econômica brasileira contemporânea. Seus efeitos vão além do combate às pressões inflacionárias, com reflexos na economia nacional em sua totalidade. Sua macroeconomia transformou a economia política brasileira, normatizando seu processo de financeirização: desde 1994, sob seus contornos, reestruturou-se e, posteriormente, consolidou-se o papel dominante das finanças nacionais no bloco no poder construído ao longo da década de 1990. A hipótese da inflação inercial serviu como subsídio às suas regras, cujo cerne apresenta a operacionalização da Selic visando a demanda agregada interna e a valorização cambial. Desse modo, pela maneira como alterou o panorama econômico brasileiro, compreende-se o Plano Real como conceito em nossa história econômica, símbolo de seu tempo e espírito de sua época.
{"title":"Plano Real: normatização de uma economia financeirizada*","authors":"J. Varaschin","doi":"10.1590/1982-3533.2024v33n1art05","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/1982-3533.2024v33n1art05","url":null,"abstract":"Resumo Apresentado como modelo de estabilização monetária, o Plano Real lançou as bases sobre as quais se revela a dinâmica econômica brasileira contemporânea. Seus efeitos vão além do combate às pressões inflacionárias, com reflexos na economia nacional em sua totalidade. Sua macroeconomia transformou a economia política brasileira, normatizando seu processo de financeirização: desde 1994, sob seus contornos, reestruturou-se e, posteriormente, consolidou-se o papel dominante das finanças nacionais no bloco no poder construído ao longo da década de 1990. A hipótese da inflação inercial serviu como subsídio às suas regras, cujo cerne apresenta a operacionalização da Selic visando a demanda agregada interna e a valorização cambial. Desse modo, pela maneira como alterou o panorama econômico brasileiro, compreende-se o Plano Real como conceito em nossa história econômica, símbolo de seu tempo e espírito de sua época.","PeriodicalId":503965,"journal":{"name":"Economia e Sociedade","volume":"7 3","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2024-04-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"140353880","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2024-04-01DOI: 10.1590/1982-3533.2024v33n1art04
Ricardo Ismael
Resumo O centenário do nascimento de Celso Furtado (1920-2020), um dos mais importantes intérpretes do processo de modernização brasileiro no século XX, tem suscitado diversos debates. O artigo aborda suas ideias políticas, no período de 1945 a 1964, especialmente as reflexões sobre o problema da cooperação entre a União e os estados, voltadas para a redução das desigualdades regionais em contextos democráticos. Suas contribuições favoreceram o avanço do federalismo cooperativo e tiveram maior prestígio no Governo Juscelino Kubitscheck, quando coordenou o GTDN e assumiu a Sudene - instância intermediária entre a União e os estados nordestinos. Numa perspectiva inovadora, diferente do modelo federalista norte-americano, a intervenção do governo federal e de suas instituições regionais ganham relevância na construção da nacionalidade e de uma ordem democrática mais igualitária. Além disso, a Sudene promoveria um outro padrão de gestão pública no Nordeste, direcionando recursos públicos federais segundo critérios técnicos e fortalecendo a coesão regional. JEL: B3, H77, P48.
{"title":"Celso Furtado e a construção de um Federalismo Cooperativo no Brasil*","authors":"Ricardo Ismael","doi":"10.1590/1982-3533.2024v33n1art04","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/1982-3533.2024v33n1art04","url":null,"abstract":"Resumo O centenário do nascimento de Celso Furtado (1920-2020), um dos mais importantes intérpretes do processo de modernização brasileiro no século XX, tem suscitado diversos debates. O artigo aborda suas ideias políticas, no período de 1945 a 1964, especialmente as reflexões sobre o problema da cooperação entre a União e os estados, voltadas para a redução das desigualdades regionais em contextos democráticos. Suas contribuições favoreceram o avanço do federalismo cooperativo e tiveram maior prestígio no Governo Juscelino Kubitscheck, quando coordenou o GTDN e assumiu a Sudene - instância intermediária entre a União e os estados nordestinos. Numa perspectiva inovadora, diferente do modelo federalista norte-americano, a intervenção do governo federal e de suas instituições regionais ganham relevância na construção da nacionalidade e de uma ordem democrática mais igualitária. Além disso, a Sudene promoveria um outro padrão de gestão pública no Nordeste, direcionando recursos públicos federais segundo critérios técnicos e fortalecendo a coesão regional. JEL: B3, H77, P48.","PeriodicalId":503965,"journal":{"name":"Economia e Sociedade","volume":"2 8","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2024-04-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"140354075","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2024-04-01DOI: 10.1590/1982-3533.2024v33n1art09
Robson Rocha de Souza Júnior
Resumo Este estudo visa a analisar as implicações da relação entre Estado e empresas nas dinâmicas inovativas internas das empresas beneficiadas por políticas públicas de inovação. Seu contexto empírico é a resposta de três empresas do setor de Software e Serviços de Tecnologia da Informação (SSTI) ao fomento do Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES) no Programa para o Desenvolvimento da Indústria Nacional de Software e Serviços de Tecnologia da Informação (Prosoft): TOTVS, Linx e Sinqia. Supôs-se que as diferentes respostas das empresas decorrem dos diferentes graus de inovação de seu planejamento estratégico, o que foi avaliado com base na teoria evolucionária da firma e na teoria neo-weberiana da firma. Os resultados confirmam essa hipótese, já que, embora as três empresas tenham apresentado uma variação positiva de suas dinâmicas inovativas internas após o fomento do BNDES, quanto mais inovativo foi o planejamento estratégico da empresa tanto maior foi essa variação positiva.
{"title":"Estimulando o esforço: a dinâmica inovativa interna de três empresas fomentadas pelo BNDES no Prosoft*","authors":"Robson Rocha de Souza Júnior","doi":"10.1590/1982-3533.2024v33n1art09","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/1982-3533.2024v33n1art09","url":null,"abstract":"Resumo Este estudo visa a analisar as implicações da relação entre Estado e empresas nas dinâmicas inovativas internas das empresas beneficiadas por políticas públicas de inovação. Seu contexto empírico é a resposta de três empresas do setor de Software e Serviços de Tecnologia da Informação (SSTI) ao fomento do Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES) no Programa para o Desenvolvimento da Indústria Nacional de Software e Serviços de Tecnologia da Informação (Prosoft): TOTVS, Linx e Sinqia. Supôs-se que as diferentes respostas das empresas decorrem dos diferentes graus de inovação de seu planejamento estratégico, o que foi avaliado com base na teoria evolucionária da firma e na teoria neo-weberiana da firma. Os resultados confirmam essa hipótese, já que, embora as três empresas tenham apresentado uma variação positiva de suas dinâmicas inovativas internas após o fomento do BNDES, quanto mais inovativo foi o planejamento estratégico da empresa tanto maior foi essa variação positiva.","PeriodicalId":503965,"journal":{"name":"Economia e Sociedade","volume":"3 2","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2024-04-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"140355589","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2024-04-01DOI: 10.1590/1982-3533.2024v33n1art10
M. Pontes, S. N. Leite, A. A. Ribeiro
Resumo A regulação econômica realizada pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) com início em 2003, tem como finalidade promover a assistência farmacêutica por meio de mecanismos que estimulem a oferta de medicamentos e a competitividade do setor. Desde 2007 estudos brasileiros demonstram que o modelo atual de regulação econômica tem sido incapaz de controlar a variação dos preços dos medicamentos comercializados no Brasil. O presente estudo observa elevado descolamento entre o preço praticado nos pontos de venda e o preço máximo de venda ao consumidor, e um monitoramento do mercado pouco ativo, ao identificar registros de preços que não se adequam às regras atuais. Portanto, verifica-se a necessidade de tornar a regulação econômica mais efetiva e dinâmica à realidade do mercado e do consumidor a fim de auxiliar o Brasil na garantia do acesso da população à medicamentos essenciais à preços justos. JEL: I18, I19, L65, H51.
{"title":"Análise dos preços regulados e praticados para os medicamentos mais consumidos no Brasil*","authors":"M. Pontes, S. N. Leite, A. A. Ribeiro","doi":"10.1590/1982-3533.2024v33n1art10","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/1982-3533.2024v33n1art10","url":null,"abstract":"Resumo A regulação econômica realizada pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) com início em 2003, tem como finalidade promover a assistência farmacêutica por meio de mecanismos que estimulem a oferta de medicamentos e a competitividade do setor. Desde 2007 estudos brasileiros demonstram que o modelo atual de regulação econômica tem sido incapaz de controlar a variação dos preços dos medicamentos comercializados no Brasil. O presente estudo observa elevado descolamento entre o preço praticado nos pontos de venda e o preço máximo de venda ao consumidor, e um monitoramento do mercado pouco ativo, ao identificar registros de preços que não se adequam às regras atuais. Portanto, verifica-se a necessidade de tornar a regulação econômica mais efetiva e dinâmica à realidade do mercado e do consumidor a fim de auxiliar o Brasil na garantia do acesso da população à medicamentos essenciais à preços justos. JEL: I18, I19, L65, H51.","PeriodicalId":503965,"journal":{"name":"Economia e Sociedade","volume":"7 3","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2024-04-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"140353405","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2024-04-01DOI: 10.1590/1982-3533.2024v33n1art06
Clarissa Black
Resumo O objetivo deste artigo é entender os determinantes para o processo de fragmentação produtiva em Cadeias Globais de Valor (CGV) e quais são as contribuições da economia política para a compreensão do fenômeno. A economia neoclássica e o marco teórico das CGV enfatizam as razões técnicas ou tecnológicas para explicar o surgimento das CGV. Alternativamente, este artigo propõe uma interpretação da economia política das CGV. Desse modo, a interpretação sugerida é a de que três palcos de disputa pelo poder e pelo capital estimulam o desenvolvimento das CGV, a qual é fruto da competição interestatal (pela hegemonia e pelo domínio de regiões periféricas), intercapitalista (entre empresas dentro e fora das cadeias) e entre as classes, de modo a reduzir a barganha do trabalho e aumentar o poder do capital. JEL: F12, F60, L23, O34.
{"title":"Economia política das Cadeias Globais de Valor*","authors":"Clarissa Black","doi":"10.1590/1982-3533.2024v33n1art06","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/1982-3533.2024v33n1art06","url":null,"abstract":"Resumo O objetivo deste artigo é entender os determinantes para o processo de fragmentação produtiva em Cadeias Globais de Valor (CGV) e quais são as contribuições da economia política para a compreensão do fenômeno. A economia neoclássica e o marco teórico das CGV enfatizam as razões técnicas ou tecnológicas para explicar o surgimento das CGV. Alternativamente, este artigo propõe uma interpretação da economia política das CGV. Desse modo, a interpretação sugerida é a de que três palcos de disputa pelo poder e pelo capital estimulam o desenvolvimento das CGV, a qual é fruto da competição interestatal (pela hegemonia e pelo domínio de regiões periféricas), intercapitalista (entre empresas dentro e fora das cadeias) e entre as classes, de modo a reduzir a barganha do trabalho e aumentar o poder do capital. JEL: F12, F60, L23, O34.","PeriodicalId":503965,"journal":{"name":"Economia e Sociedade","volume":"41 14","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2024-04-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"140356573","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2024-04-01DOI: 10.1590/1982-3533.2024v33n1art02
P. Barbosa
Resumo Este artigo oferece uma análise sobre as transformações qualitativas nos Estados de bem-estar do Leste Asiático a partir dos anos 2000. Primeiro, distingo os legados institucionais à luz das tipologias formuladas na literatura: “desenvolvimentistasinclusivos” (Japão e Coreia do Sul)”; os “individualistas” (China, Hong Kong, Malásia e Singapura) e os “incipientes” (Filipinas, Indonésia, Tailândia e Vietnã). Argumento que o primeiro grupo aprofundou o processo de expansão de suas políticas sociais, sob uma abordagem universalista, mas reconfigurou a articulação entre política industrial e política social, bem como desenvolveu substantivamente as políticas de desfamiliarização. A China desloca-se do grupo “individualista” em direção a um tipo “híbrido”, ao ampliar consideravelmente a provisão pública, reproduzindo, contudo, um sistema dual e estratificado. Finalmente, os “individualistas” e os “incipientes” promoveram mudanças residuais, ampliando o papel do Estado sobre os riscos sociais por meio de políticas focalizadas em famílias de baixa renda. JEL: H51, H52, H53, H75, P16.
{"title":"Estados de bem-estar do Leste Asiático: uma análise das transformações após os anos 2000*","authors":"P. Barbosa","doi":"10.1590/1982-3533.2024v33n1art02","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/1982-3533.2024v33n1art02","url":null,"abstract":"Resumo Este artigo oferece uma análise sobre as transformações qualitativas nos Estados de bem-estar do Leste Asiático a partir dos anos 2000. Primeiro, distingo os legados institucionais à luz das tipologias formuladas na literatura: “desenvolvimentistasinclusivos” (Japão e Coreia do Sul)”; os “individualistas” (China, Hong Kong, Malásia e Singapura) e os “incipientes” (Filipinas, Indonésia, Tailândia e Vietnã). Argumento que o primeiro grupo aprofundou o processo de expansão de suas políticas sociais, sob uma abordagem universalista, mas reconfigurou a articulação entre política industrial e política social, bem como desenvolveu substantivamente as políticas de desfamiliarização. A China desloca-se do grupo “individualista” em direção a um tipo “híbrido”, ao ampliar consideravelmente a provisão pública, reproduzindo, contudo, um sistema dual e estratificado. Finalmente, os “individualistas” e os “incipientes” promoveram mudanças residuais, ampliando o papel do Estado sobre os riscos sociais por meio de políticas focalizadas em famílias de baixa renda. JEL: H51, H52, H53, H75, P16.","PeriodicalId":503965,"journal":{"name":"Economia e Sociedade","volume":"1 3","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2024-04-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"140354367","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2024-04-01DOI: 10.1590/1982-3533.2024v33n1art07
C. Trovão, C. Dedecca
Resumo A estrutura do mercado de trabalho brasileiro passou por modificações substantivas ao longo dos anos 2010. O cenário de baixo desemprego, com dominância da participação do emprego formal, observado nos anos 2000, deteriorou-se progressivamente em função: da desaceleração do ritmo de crescimento do início da década; da recessão de 2015 e 2016; da lenta e inexpressiva recuperação do período pós 2017; e da crise sanitária, econômica e social, provocada pela pandemia da Covid-19 de 2020. Tais fatores contribuíram para o processo de desestruturação do mercado de trabalho, em um contexto de reafirmação de características estruturais e de recorrência de fenômenos como: alta informalidade, desemprego aberto elevado e expressiva subutilização da força de trabalho. Como resultado, observou-se mais uma década perdida na história econômica nacional em todas as dimensões: produção, produtividade e trabalho. JEL: E24, J24.
{"title":"Os anos 2010 no Brasil: uma década perdida nas dimensões produção, produtividade e trabalho*","authors":"C. Trovão, C. Dedecca","doi":"10.1590/1982-3533.2024v33n1art07","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/1982-3533.2024v33n1art07","url":null,"abstract":"Resumo A estrutura do mercado de trabalho brasileiro passou por modificações substantivas ao longo dos anos 2010. O cenário de baixo desemprego, com dominância da participação do emprego formal, observado nos anos 2000, deteriorou-se progressivamente em função: da desaceleração do ritmo de crescimento do início da década; da recessão de 2015 e 2016; da lenta e inexpressiva recuperação do período pós 2017; e da crise sanitária, econômica e social, provocada pela pandemia da Covid-19 de 2020. Tais fatores contribuíram para o processo de desestruturação do mercado de trabalho, em um contexto de reafirmação de características estruturais e de recorrência de fenômenos como: alta informalidade, desemprego aberto elevado e expressiva subutilização da força de trabalho. Como resultado, observou-se mais uma década perdida na história econômica nacional em todas as dimensões: produção, produtividade e trabalho. JEL: E24, J24.","PeriodicalId":503965,"journal":{"name":"Economia e Sociedade","volume":"5 2","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2024-04-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"140354268","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2024-04-01DOI: 10.1590/1982-3533.2024v33n1art01
Leandro Ramos Pereira
Resumo Este artigo tem por objetivo avaliar os limites do debate acerca da crise de hegemonia dos Estados Unidos na década de 1970. Nossa hipótese é que a crise daquele período não correspondeu à crise de hegemonia - à revelia dos questionamentos a ela. Argumentaremos que, ao longo do pós-guerra, os EUA construíram as bases de um poder global que se consolidaram no decorrer daquela quadra e da seguinte, mediante o alicerçamento dos parâmetros formatadores do sistema interestatal - segurança, moeda/finanças, produção/tecnologia. A crise da década corresponde, por conseguinte, não à crise de hegemonia, mas ao antagonismo entre os limites da autonomia dos Estados Nacionais e a ascensão de uma ordem econômica transnacional, em cujo vértice se situa o poder global estadunidense. JEL: F40, F62, P16, N12.
{"title":"O mito da crise de hegemonia e a formação do poder global estadunidense","authors":"Leandro Ramos Pereira","doi":"10.1590/1982-3533.2024v33n1art01","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/1982-3533.2024v33n1art01","url":null,"abstract":"Resumo Este artigo tem por objetivo avaliar os limites do debate acerca da crise de hegemonia dos Estados Unidos na década de 1970. Nossa hipótese é que a crise daquele período não correspondeu à crise de hegemonia - à revelia dos questionamentos a ela. Argumentaremos que, ao longo do pós-guerra, os EUA construíram as bases de um poder global que se consolidaram no decorrer daquela quadra e da seguinte, mediante o alicerçamento dos parâmetros formatadores do sistema interestatal - segurança, moeda/finanças, produção/tecnologia. A crise da década corresponde, por conseguinte, não à crise de hegemonia, mas ao antagonismo entre os limites da autonomia dos Estados Nacionais e a ascensão de uma ordem econômica transnacional, em cujo vértice se situa o poder global estadunidense. JEL: F40, F62, P16, N12.","PeriodicalId":503965,"journal":{"name":"Economia e Sociedade","volume":"2 10","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2024-04-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"140354387","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2024-04-01DOI: 10.1590/1982-3533.2024v33n1art03
Alcides Bazza, Eduardo Crespo
Resumen Este artículo indaga los fundamentos económicos que facilitaron el liderazgo de Buenos Aires en su disputa con la Confederación Argentina, durante el período 1852-1862. A diferencia de una parte de la literatura que enfatiza la relevancia de las reformas fiscales y monetarias impulsadas por las autoridades porteñas como causa de la estabilización económica e institucional de esa provincia, el trabajo plantea que el aspecto decisivo para dirimir la disputa fue el histórico poder financiero que le confirió su moneda fiduciaria. Dicho poder le permitió un financiamiento militar prácticamente ilimitado, que no tuvo alteraciones con posterioridad a la batalla de Caseros. A estos fines se consideran trabajos distinguidos de la historiografía argentina que respaldan la hipótesis sostenida. JEL: E42, H77, N46.
{"title":"Guerra, moneda y formación estatal. Buenos Aires y la Confederación Argentina (1852-1862)*","authors":"Alcides Bazza, Eduardo Crespo","doi":"10.1590/1982-3533.2024v33n1art03","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/1982-3533.2024v33n1art03","url":null,"abstract":"Resumen Este artículo indaga los fundamentos económicos que facilitaron el liderazgo de Buenos Aires en su disputa con la Confederación Argentina, durante el período 1852-1862. A diferencia de una parte de la literatura que enfatiza la relevancia de las reformas fiscales y monetarias impulsadas por las autoridades porteñas como causa de la estabilización económica e institucional de esa provincia, el trabajo plantea que el aspecto decisivo para dirimir la disputa fue el histórico poder financiero que le confirió su moneda fiduciaria. Dicho poder le permitió un financiamiento militar prácticamente ilimitado, que no tuvo alteraciones con posterioridad a la batalla de Caseros. A estos fines se consideran trabajos distinguidos de la historiografía argentina que respaldan la hipótesis sostenida. JEL: E42, H77, N46.","PeriodicalId":503965,"journal":{"name":"Economia e Sociedade","volume":"91 8","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2024-04-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"140355229","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}