Margalida Mulet Pascual, Diana Borràs Rhodes, M. Calvo
El presente artículo tiene por objeto determinar los cambios y tendencias en los hábitos alimentarios durante los 99 días de confinamiento estricto en la isla de Mallorca (España) debido a la pandemia del Covid 19. La investigación se concibe como un estudio exploratorio dentro un trabajo más amplio sobre patrimonio inmaterial, antropología alimentaria y cultura marítima pesquera. La obtención de datos cuantitativos se ha realizado a partir de un cuestionario en línea (google) a una muestra no representativa formada por 330 personas contactadas por WhatsApp y por correo electrónico con el método de bola de nieve. El artículo contiene 3 apartados de análisis sobre los hábitos de compra, los hábitos de consumo y el pescado como producto diferenciado de la encuesta. Los resultados indican que algunas pautas de aprovisionamiento y de consumo no han variado de manera significativa, si bien algunas prácticas se han visto alteradas, en especial las relacionadas con la frecuencia de la compra. Además, se observa la aparición de nuevos criterios a la hora de priorizar los productos de la cesta de la compra que se relacionan con las representaciones de la salud, con la situación de incertidumbre colectiva y con las condiciones de accesibilidad y restricción de la movilidad acentuadas durante el periodo de confinamiento. Otros aspectos interesantes del estudio revelan la incidencia de una mayor concienciación en lo que respecta al consumo de producto local y ecológico. En este momento de crisis el consumidor prima el producto del territorio al confiar más en su calidad.
{"title":"Crisis sanitaria y alimentación: impactos del confinamiento en los hábitos alimentarios de la isla de Mallorca","authors":"Margalida Mulet Pascual, Diana Borràs Rhodes, M. Calvo","doi":"10.35953/RACA.V2I2.83","DOIUrl":"https://doi.org/10.35953/RACA.V2I2.83","url":null,"abstract":"El presente artículo tiene por objeto determinar los cambios y tendencias en los hábitos alimentarios durante los 99 días de confinamiento estricto en la isla de Mallorca (España) debido a la pandemia del Covid 19. La investigación se concibe como un estudio exploratorio dentro un trabajo más amplio sobre patrimonio inmaterial, antropología alimentaria y cultura marítima pesquera. La obtención de datos cuantitativos se ha realizado a partir de un cuestionario en línea (google) a una muestra no representativa formada por 330 personas contactadas por WhatsApp y por correo electrónico con el método de bola de nieve. El artículo contiene 3 apartados de análisis sobre los hábitos de compra, los hábitos de consumo y el pescado como producto diferenciado de la encuesta. Los resultados indican que algunas pautas de aprovisionamiento y de consumo no han variado de manera significativa, si bien algunas prácticas se han visto alteradas, en especial las relacionadas con la frecuencia de la compra. Además, se observa la aparición de nuevos criterios a la hora de priorizar los productos de la cesta de la compra que se relacionan con las representaciones de la salud, con la situación de incertidumbre colectiva y con las condiciones de accesibilidad y restricción de la movilidad acentuadas durante el periodo de confinamiento. Otros aspectos interesantes del estudio revelan la incidencia de una mayor concienciación en lo que respecta al consumo de producto local y ecológico. En este momento de crisis el consumidor prima el producto del territorio al confiar más en su calidad.","PeriodicalId":276580,"journal":{"name":"The Journal of the Food and Culture of the Americas","volume":"53 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2020-12-31","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"127765316","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"Food in times pandemic","authors":"Denise Oliveira, R. Menasche","doi":"10.35953/RACA.V2I2.100","DOIUrl":"https://doi.org/10.35953/RACA.V2I2.100","url":null,"abstract":"","PeriodicalId":276580,"journal":{"name":"The Journal of the Food and Culture of the Americas","volume":"22 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2020-12-31","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"125217176","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
No dia 11 de março de 2020, após o número de casos de Covid-19, doença causada pelo novo Coronavírus, aumentar expressivamente em territórios fora da China, a OMS declarava oficialmente a doença como uma Pandemia. A partir da necessidade do isolamento social para o controle da disseminação viral, esta narrativa se constrói a partir da experiência de duas brasileiras e três franceses que residiram, durante um período, na mesma casa, localizada no município de Niterói, Rio de Janeiro. Na primeira semana de isolamento social, o abastecimento de gêneros alimentícios e a necessidade da construção de um ambiente alimentar eram as questões que atingiam ambas nacionalidades. Ademais, há a reprodução do “Jantar quase perfeito”, show de entretenimento da televisão francesa, como resposta à monotonia alimentar que surge à certa altura do confinamento. Através das preparações culinárias realizadas por cada um dos cinco moradores da casa, percebeu-se como certas comidas remetiam à territórios, à determinados grupos sociais, a momentos em família, à contextos culturais específicos relacionados a experiência de vida individual, sem que a estas concepções estivessem desassociados reflexões sobre a desigualdade de acesso à uma alimentação adequada que atinge grande parte da população brasileira. Por fim, com as barreiras físicas do isolamento social impostas pela Pandemia do novo Coronavírus, a comida expressava naquele espaço suas mais profundas dimensões de sociabilidade, entre aqueles que podiam partilhá-la presencialmente. Trazendo à luz a reflexão de que indivíduos se alimentam também através de símbolos, preenchidos com a história e identidade de cada um.
{"title":"Um jantar quase perfeito: cultura alimentar e socialização em um momento de crise","authors":"I. A. Ribeiro","doi":"10.35953/RACA.V2I2.81","DOIUrl":"https://doi.org/10.35953/RACA.V2I2.81","url":null,"abstract":"No dia 11 de março de 2020, após o número de casos de Covid-19, doença causada pelo novo Coronavírus, aumentar expressivamente em territórios fora da China, a OMS declarava oficialmente a doença como uma Pandemia. A partir da necessidade do isolamento social para o controle da disseminação viral, esta narrativa se constrói a partir da experiência de duas brasileiras e três franceses que residiram, durante um período, na mesma casa, localizada no município de Niterói, Rio de Janeiro. Na primeira semana de isolamento social, o abastecimento de gêneros alimentícios e a necessidade da construção de um ambiente alimentar eram as questões que atingiam ambas nacionalidades. Ademais, há a reprodução do “Jantar quase perfeito”, show de entretenimento da televisão francesa, como resposta à monotonia alimentar que surge à certa altura do confinamento. Através das preparações culinárias realizadas por cada um dos cinco moradores da casa, percebeu-se como certas comidas remetiam à territórios, à determinados grupos sociais, a momentos em família, à contextos culturais específicos relacionados a experiência de vida individual, sem que a estas concepções estivessem desassociados reflexões sobre a desigualdade de acesso à uma alimentação adequada que atinge grande parte da população brasileira. Por fim, com as barreiras físicas do isolamento social impostas pela Pandemia do novo Coronavírus, a comida expressava naquele espaço suas mais profundas dimensões de sociabilidade, entre aqueles que podiam partilhá-la presencialmente. Trazendo à luz a reflexão de que indivíduos se alimentam também através de símbolos, preenchidos com a história e identidade de cada um.","PeriodicalId":276580,"journal":{"name":"The Journal of the Food and Culture of the Americas","volume":"75 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2020-12-31","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"132586308","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
N. Nunes, Kamilla Bianca Amaral e Silva, Fabiana Bom Kraemer
Com o avanço da COVID-19 é possível observar também o avanço da insegurança alimentar e nutricional no Brasil. Assim, vemos uma crescente reconfiguração da sociedade civil para atender a demanda urgente de falta de alimentos com ações de mobilização para assistência alimentar. Portanto, imbuídas pelo questionamento de como se dão os modos de comer nas comunidades durante a pandemia, o objetivo deste ensaio analítico é refletir sobre os significados das ações para assistência alimentar do movimento social Fazendinhando da comunidade Jardim Colombo no contexto atual da pandemia de COVID-19 a partir do conceito de comensalidade. Ações de doação de alimentos como vistas no Movimento Fazendinhando colocam em evidência a capacidade de organização da sociedade civil o que nos faz pensar na comensalidade se ampliando no espaço e em situações que podem ser diferenciadores de sociabilidades. Assim destacamos, o significado da comida como elemento que reúne pessoas e ganha formas de colaboração mais firmes e densas durante a pandemia de COVID-19, fortalecendo o espaço da comunidade como uma unidade social, mesmo que não se coma junto.
{"title":"Reflexões sobre a comensalidade nas ações de assistência alimentar em tempos de Covid-19: uma vivência no Movimento Fazendinhando","authors":"N. Nunes, Kamilla Bianca Amaral e Silva, Fabiana Bom Kraemer","doi":"10.35953/RACA.V2I2.82","DOIUrl":"https://doi.org/10.35953/RACA.V2I2.82","url":null,"abstract":"Com o avanço da COVID-19 é possível observar também o avanço da insegurança alimentar e nutricional no Brasil. Assim, vemos uma crescente reconfiguração da sociedade civil para atender a demanda urgente de falta de alimentos com ações de mobilização para assistência alimentar. Portanto, imbuídas pelo questionamento de como se dão os modos de comer nas comunidades durante a pandemia, o objetivo deste ensaio analítico é refletir sobre os significados das ações para assistência alimentar do movimento social Fazendinhando da comunidade Jardim Colombo no contexto atual da pandemia de COVID-19 a partir do conceito de comensalidade. Ações de doação de alimentos como vistas no Movimento Fazendinhando colocam em evidência a capacidade de organização da sociedade civil o que nos faz pensar na comensalidade se ampliando no espaço e em situações que podem ser diferenciadores de sociabilidades. Assim destacamos, o significado da comida como elemento que reúne pessoas e ganha formas de colaboração mais firmes e densas durante a pandemia de COVID-19, fortalecendo o espaço da comunidade como uma unidade social, mesmo que não se coma junto.","PeriodicalId":276580,"journal":{"name":"The Journal of the Food and Culture of the Americas","volume":"1 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2020-12-31","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"129810833","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Camila Carla da Silva Caetano, L. Oliveira, Ana Nogueira, Lindomar José Pena, C. M. D. Lucia
The COVID-19 pandemic has resulted in the most severe global public health crisis in the last century. SARS-CoV-2 emerged in China in December 2019, and since then, it has been quickly spreading around the world. After Europe and North America, the virus has arrived in Latin America. Among the developing countries, Brazil has been the most affected by the pandemic causalities, which is a concern, since social and economic disparities may favor its severity. In an attempt to reduce virus transmission, public health measures have been implemented by the states, despite the lack of assistance from the Brazilian federal government. Implementing social distancing and hygiene measures have not been possible, mainly due to the unfavorable social conditions of economically vulnerable people. Thus, the pandemic is exposing the evidence of social inequalities in the country, which in turn deepens the public health crisis. Here, we discuss evidence from relevant topics that are influencing the course of the pandemic in Brazil, including food insecurity, social aspects and public health political issues. The pandemic has exposed the need for maintaining and improving the social care and food security of vulnerable groups as well as the harm of ignoring them. Thus, more effective mitigation measures must be thought and applied in Brazil to improve the handling of this pandemic and the next ones.
{"title":"SARS-COV-2 pandemic: the food insecurity and social inequalities in Brazil","authors":"Camila Carla da Silva Caetano, L. Oliveira, Ana Nogueira, Lindomar José Pena, C. M. D. Lucia","doi":"10.35953/RACA.V2I2.79","DOIUrl":"https://doi.org/10.35953/RACA.V2I2.79","url":null,"abstract":"The COVID-19 pandemic has resulted in the most severe global public health crisis in the last century. SARS-CoV-2 emerged in China in December 2019, and since then, it has been quickly spreading around the world. After Europe and North America, the virus has arrived in Latin America. Among the developing countries, Brazil has been the most affected by the pandemic causalities, which is a concern, since social and economic disparities may favor its severity. In an attempt to reduce virus transmission, public health measures have been implemented by the states, despite the lack of assistance from the Brazilian federal government. Implementing social distancing and hygiene measures have not been possible, mainly due to the unfavorable social conditions of economically vulnerable people. Thus, the pandemic is exposing the evidence of social inequalities in the country, which in turn deepens the public health crisis. Here, we discuss evidence from relevant topics that are influencing the course of the pandemic in Brazil, including food insecurity, social aspects and public health political issues. The pandemic has exposed the need for maintaining and improving the social care and food security of vulnerable groups as well as the harm of ignoring them. Thus, more effective mitigation measures must be thought and applied in Brazil to improve the handling of this pandemic and the next ones.","PeriodicalId":276580,"journal":{"name":"The Journal of the Food and Culture of the Americas","volume":"4 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2020-12-31","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"126482800","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Este ensaio trata do cotidiano de pessoas que vivem nas metrópoles brasileiras e a respeito de aspectos do seu comportamento durante a pandemia de Covid-19. A reflexão resulta da experiência vivida pelo autor durante o confinamento imposto pelas políticas sanitárias de prevenção ao contágio pelo vírus, e da observação sistemática do comportamento das pessoas no que se refere às adaptações em torno da aquisição, preparação e do consumo dos alimentos durante a pandemia. Em diálogo com estudos concernentes à alimentação, cotidiano e consumo, o artigo demonstra que o comportamento da classe média na pandemia questiona a ideia de que as condutas de consumo se desenvolvem de forma progressiva e linear, num movimento do caçador ao gourmet. Ao se ver privada de comodidades como restaurantes e cozinheiras, a classe média retrocedeu à posição de caçadora do seu próprio alimento, num movimento distópico que subverte importantes narrativas da história da Gastronomia.
{"title":"De gourmet a caçador: alimentação e medo na pandemia","authors":"P. C. Araújo","doi":"10.35953/RACA.V2I2.72","DOIUrl":"https://doi.org/10.35953/RACA.V2I2.72","url":null,"abstract":"Este ensaio trata do cotidiano de pessoas que vivem nas metrópoles brasileiras e a respeito de aspectos do seu comportamento durante a pandemia de Covid-19. A reflexão resulta da experiência vivida pelo autor durante o confinamento imposto pelas políticas sanitárias de prevenção ao contágio pelo vírus, e da observação sistemática do comportamento das pessoas no que se refere às adaptações em torno da aquisição, preparação e do consumo dos alimentos durante a pandemia. Em diálogo com estudos concernentes à alimentação, cotidiano e consumo, o artigo demonstra que o comportamento da classe média na pandemia questiona a ideia de que as condutas de consumo se desenvolvem de forma progressiva e linear, num movimento do caçador ao gourmet. Ao se ver privada de comodidades como restaurantes e cozinheiras, a classe média retrocedeu à posição de caçadora do seu próprio alimento, num movimento distópico que subverte importantes narrativas da história da Gastronomia.","PeriodicalId":276580,"journal":{"name":"The Journal of the Food and Culture of the Americas","volume":"47 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2020-12-31","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"127463855","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Elisa Paraguaçu Feitosa Dutra, Raquel Ferreira Miranda, D. A. Batista, Tatiana Coura Oliveira, Monise Viana Abranches
Este trabalho analisou a música "Liforme Instravagante" coletada da tradição oral, adaptada do ritmo coco para o baião e, regravada em 1963 por Luiz Gonzaga do Nascimento. A canção revela as representações e a construção do imaginário social atribuídas à comida. A metodologia utilizada está ancorada nos dispositivos teórico-metodológicos da análise do discurso, segundo Bakthin. A canção popular manteve vínculo com a modalidade oral do português brasileiro e não passou pelo processo de “higienização” que consiste em apagar os traços de oralidade e substituí-los por construções mais próximas da modalidade escrita. "Liforme Instravagante" exibe as práticas alimentares e o modo de organização da sociedade sertaneja nordestina, revelando o poder do coronel, evidenciado durante a festa de São João, por meio da oferta de um banquete composto por comidas típicas daquela região. À medida que a música descreve a fartura, revela a pobreza e a escassez de um povo. Por essa razão, o ato de comer deve considerar não somente o aspecto biológico, mas também o entrelaçamento das perspectivas sócio-política, simbólica, identitária e cultural.
本研究分析了1963年由路易斯·贡扎加·多·纳托(Luiz Gonzaga do Nascimento)重新录制的歌曲《Liforme Instravagante》，该歌曲摘自口述传统，改编自coco节奏baiao。这首歌揭示了归因于食物的社会想象的表征和构建。根据Bakthin的说法，所使用的方法是基于话语分析的理论和方法手段。流行歌曲与巴西葡萄牙语的口语形式保持着联系，并没有经历“卫生”的过程，即抹去口语特征，用更接近书面形式的结构取而代之。《Liforme Instravagante》展示了东北sertaneja社会的饮食习惯和组织方式，揭示了上校的力量，在圣约翰节期间，通过提供由该地区典型食物组成的宴会证明了这一点。当这首歌描述富足时，它揭示了一个民族的贫穷和匮乏。因此，饮食行为不仅要考虑生物方面，还要考虑社会政治、象征、身份和文化视角的交织。
{"title":"Liforme Instravagante: a comida como representação do poder no sertão nordestino brasileiro","authors":"Elisa Paraguaçu Feitosa Dutra, Raquel Ferreira Miranda, D. A. Batista, Tatiana Coura Oliveira, Monise Viana Abranches","doi":"10.35953/RACA.V2I2.35","DOIUrl":"https://doi.org/10.35953/RACA.V2I2.35","url":null,"abstract":"Este trabalho analisou a música \"Liforme Instravagante\" coletada da tradição oral, adaptada do ritmo coco para o baião e, regravada em 1963 por Luiz Gonzaga do Nascimento. A canção revela as representações e a construção do imaginário social atribuídas à comida. A metodologia utilizada está ancorada nos dispositivos teórico-metodológicos da análise do discurso, segundo Bakthin. A canção popular manteve vínculo com a modalidade oral do português brasileiro e não passou pelo processo de “higienização” que consiste em apagar os traços de oralidade e substituí-los por construções mais próximas da modalidade escrita. \"Liforme Instravagante\" exibe as práticas alimentares e o modo de organização da sociedade sertaneja nordestina, revelando o poder do coronel, evidenciado durante a festa de São João, por meio da oferta de um banquete composto por comidas típicas daquela região. À medida que a música descreve a fartura, revela a pobreza e a escassez de um povo. Por essa razão, o ato de comer deve considerar não somente o aspecto biológico, mas também o entrelaçamento das perspectivas sócio-política, simbólica, identitária e cultural.","PeriodicalId":276580,"journal":{"name":"The Journal of the Food and Culture of the Americas","volume":"10 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2020-12-31","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"121144145","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
O objetivo deste ensaio é refletir sobre os significados da comida e suas funções em um contexto de distanciamento social. Nosso referencial empírico são as classes médias das grandes cidades brasileiras, em especial do Rio de Janeiro, que com o distanciamento social e a quarentena, passaram a cozinhar muito mais que habitualmente, estabelecendo um novo padrão para as suas refeições. Por outro lado, principalmente por razões econômicas, muitas pessoas começam a encontrar dificuldades em manter sua dieta diária, resultando em insegurança alimentar. A metodologia utilizada foi a pesquisa documental nos meios de comunicação social, subsidiada por uma revisão bibliográfica e complementada por uma pesquisa no aplicativo WhatsApp. O ensaio divide-se em três partes: na primeira contextualizamos o problema, na segunda apresentamos o referencial teórico e na terceira apresentamos exemplos e depoimentos que nos permitem traçar um panorama desse novo contexto de alimentação em tempos de pandemia de COVID-19. Concluímos que, nesse novo contexto, as pessoas estão mais voltadas para o comfort food, e que o preparo da comida continua sendo uma tarefa majoritariamente feminina, mesmo nos casos em que os homens estão em casa.
{"title":"Comida como afeto, conforto e refúgio: entendendo o ato de comer em tempos de pandemia","authors":"M. Santos, Juliana Borges de Souza","doi":"10.35953/RACA.V2I2.42","DOIUrl":"https://doi.org/10.35953/RACA.V2I2.42","url":null,"abstract":"O objetivo deste ensaio é refletir sobre os significados da comida e suas funções em um contexto de distanciamento social. Nosso referencial empírico são as classes médias das grandes cidades brasileiras, em especial do Rio de Janeiro, que com o distanciamento social e a quarentena, passaram a cozinhar muito mais que habitualmente, estabelecendo um novo padrão para as suas refeições. Por outro lado, principalmente por razões econômicas, muitas pessoas começam a encontrar dificuldades em manter sua dieta diária, resultando em insegurança alimentar. A metodologia utilizada foi a pesquisa documental nos meios de comunicação social, subsidiada por uma revisão bibliográfica e complementada por uma pesquisa no aplicativo WhatsApp. O ensaio divide-se em três partes: na primeira contextualizamos o problema, na segunda apresentamos o referencial teórico e na terceira apresentamos exemplos e depoimentos que nos permitem traçar um panorama desse novo contexto de alimentação em tempos de pandemia de COVID-19. Concluímos que, nesse novo contexto, as pessoas estão mais voltadas para o comfort food, e que o preparo da comida continua sendo uma tarefa majoritariamente feminina, mesmo nos casos em que os homens estão em casa.","PeriodicalId":276580,"journal":{"name":"The Journal of the Food and Culture of the Americas","volume":"142 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2020-12-31","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"116582511","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Em março de 2020 a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou o estado de pandemia do novo coronavírus, chamado de Sars-Cov-2. A disseminação do vírus teve início na China e foi se espalhando ao redor do mundo, acometendo diversos países e contaminando uma grande quantidade de pessoas. Com a chegada da pandemia, o isolamento social passou a ser parte da rotina da população e a alimentação tomou um significado diverso a depender da disponibilidade, acesso e garantia do direito à alimentação. Compartilhamento de receitas e comemorações através das plataformas de redes sociais, higienização dos alimentos comprados nos supermercados, fortalecimento da comensalidade e outros diversos aspectos do comer foram observados durante esse período. Em contrapartida, uma grande parcela da população que já vivia em insegurança alimentar e nutricional passou para a fome extrema, não tendo o seu direito à alimentação adequada e saudável garantido. A proposta desse trabalho é apresentar as experiências do comer e da comida durante a pandemia através das percepções de uma Nutricionista em isolamento social.
{"title":"Experiências do comer e da comida durante a pandemia: percepções de uma Nutricionista","authors":"C. Azevedo","doi":"10.35953/RACA.V2I2.93","DOIUrl":"https://doi.org/10.35953/RACA.V2I2.93","url":null,"abstract":"Em março de 2020 a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou o estado de pandemia do novo coronavírus, chamado de Sars-Cov-2. A disseminação do vírus teve início na China e foi se espalhando ao redor do mundo, acometendo diversos países e contaminando uma grande quantidade de pessoas. Com a chegada da pandemia, o isolamento social passou a ser parte da rotina da população e a alimentação tomou um significado diverso a depender da disponibilidade, acesso e garantia do direito à alimentação. Compartilhamento de receitas e comemorações através das plataformas de redes sociais, higienização dos alimentos comprados nos supermercados, fortalecimento da comensalidade e outros diversos aspectos do comer foram observados durante esse período. Em contrapartida, uma grande parcela da população que já vivia em insegurança alimentar e nutricional passou para a fome extrema, não tendo o seu direito à alimentação adequada e saudável garantido. A proposta desse trabalho é apresentar as experiências do comer e da comida durante a pandemia através das percepções de uma Nutricionista em isolamento social.","PeriodicalId":276580,"journal":{"name":"The Journal of the Food and Culture of the Americas","volume":"70 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2020-12-31","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"126184257","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"A comida nos desnuda na pandemia","authors":"S. Lemos","doi":"10.35953/RACA.V2I2.75","DOIUrl":"https://doi.org/10.35953/RACA.V2I2.75","url":null,"abstract":"Narrativa sobre a comida em tempos de pandemia.","PeriodicalId":276580,"journal":{"name":"The Journal of the Food and Culture of the Americas","volume":"124 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2020-12-31","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"131930073","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
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