Pub Date : 2022-01-01DOI: 10.1590/1981-7746-ojs295
Carla Daiane Silva Rodrigues, Regina Rigatto Witt
Resumo A relevância e a complexidade do trabalho desenvolvido pelos preceptores nos cenários de formação do Sistema Único de Saúde vêm crescendo nos últimos anos. Ser preceptor é uma construção cotidiana que exige a mobilização de competências específicas, porém o processo de sua estruturação e as condições para que sejam apropriadas pelos preceptores precisam ser melhor estudados. Foi realizada uma investigação que objetivou compreender como são estruturadas competências para a prática da preceptoria na residência multiprofissional em saúde. A pesquisa é qualitativa, do tipo estudo de caso, com observações das atividades e entrevistas com preceptores de um Programa de Residência Multiprofissional em Saúde da Família e Comunidade no sul do Brasil. Para análise, foi realizada a triangulação dos dados e definição de categorias temáticas após verificação das observações, pela técnica de combinação de padrão, e das entrevistas, pela análise temática. Foram identificados três grupos de recursos: características pessoais, institucionais e programáticas; a trajetória acadêmica e profissional; as interações na residência e a colaboração da equipe multiprofissional. A elucidação desses elementos constitutivos da estruturação de competências contribui para que sejam explorados pelos preceptores na sua prática profissional, para as instituições de saúde, ao proporcionarem condições para o seu desenvolvimento, e para que sejam incorporados às políticas de formação em saúde.
{"title":"Mobilização e estruturação de competências para a preceptoria na residência multiprofissional em saúde","authors":"Carla Daiane Silva Rodrigues, Regina Rigatto Witt","doi":"10.1590/1981-7746-ojs295","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/1981-7746-ojs295","url":null,"abstract":"Resumo A relevância e a complexidade do trabalho desenvolvido pelos preceptores nos cenários de formação do Sistema Único de Saúde vêm crescendo nos últimos anos. Ser preceptor é uma construção cotidiana que exige a mobilização de competências específicas, porém o processo de sua estruturação e as condições para que sejam apropriadas pelos preceptores precisam ser melhor estudados. Foi realizada uma investigação que objetivou compreender como são estruturadas competências para a prática da preceptoria na residência multiprofissional em saúde. A pesquisa é qualitativa, do tipo estudo de caso, com observações das atividades e entrevistas com preceptores de um Programa de Residência Multiprofissional em Saúde da Família e Comunidade no sul do Brasil. Para análise, foi realizada a triangulação dos dados e definição de categorias temáticas após verificação das observações, pela técnica de combinação de padrão, e das entrevistas, pela análise temática. Foram identificados três grupos de recursos: características pessoais, institucionais e programáticas; a trajetória acadêmica e profissional; as interações na residência e a colaboração da equipe multiprofissional. A elucidação desses elementos constitutivos da estruturação de competências contribui para que sejam explorados pelos preceptores na sua prática profissional, para as instituições de saúde, ao proporcionarem condições para o seu desenvolvimento, e para que sejam incorporados às políticas de formação em saúde.","PeriodicalId":30350,"journal":{"name":"Trabalho Educacao e Saude","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"67151120","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-01-01DOI: 10.1590/1981-7746-sol00336
Magda Duarte dos Anjos Scherer, Denise Elvira Pires de Pires, Nília Maria de Brito Lima Prado, Erica Lima Costa de Menezes
{"title":"Entrevista: Yves Schwartz.","authors":"Magda Duarte dos Anjos Scherer, Denise Elvira Pires de Pires, Nília Maria de Brito Lima Prado, Erica Lima Costa de Menezes","doi":"10.1590/1981-7746-sol00336","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/1981-7746-sol00336","url":null,"abstract":"","PeriodicalId":30350,"journal":{"name":"Trabalho Educacao e Saude","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"67160903","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-01-01DOI: 10.1590/1981-7746-ojs00216
Francini Lube Guizardi, Felipe Rangel de Souza Machado, Ana Sílvia Pavani Lemos
Resumo A pesquisa que originou este artigo teve como objetivo identificar experiências de apoio institucional no âmbito da Atenção Primária à Saúde, para apreender como ocorrem a difusão da proposta, os limites, dificuldades e resultados que ela alcançou em distintos contextos e realidades. O mapeamento foi realizado por meio de pesquisa documental na Comunidade de Práticas da Atenção Básica, resultando na inclusão de 38 relatos de experiência. Os dados corroboram o potencial do apoio institucional para fomentar práticas e arranjos de gestão compartilhada na implementação de políticas e programas de saúde, na promoção de mudanças no processo de trabalho de equipes e na integração intra e interinstitucional. Ele é empregado como recurso para transformar indicativos normativos em relações sociais e dispositivos organizacionais no cotidiano da atenção e da gestão do Sistema Único de Saúde. Os principais desafios identificados referem-se às resistências oriundas de dinâmicas culturais e comunicacionais atinentes a concepções e práticas de gestão influenciadas pelo modelo da administração clássica, além de um conjunto de questões operacionais que incidem negativamente nos resultados alcançados. A sistematização das experiências possibilitou-nos compreender que o apoio institucional demanda habilidades de mediação complexas, que precisam ser melhor compreendidas e instrumentalizadas, principalmente no tocante à participação da comunidade.
{"title":"Comunidade de Práticas da Atenção Básica à Saúde: memória do horizonte de uma gestão coletiva da saúde","authors":"Francini Lube Guizardi, Felipe Rangel de Souza Machado, Ana Sílvia Pavani Lemos","doi":"10.1590/1981-7746-ojs00216","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/1981-7746-ojs00216","url":null,"abstract":"Resumo A pesquisa que originou este artigo teve como objetivo identificar experiências de apoio institucional no âmbito da Atenção Primária à Saúde, para apreender como ocorrem a difusão da proposta, os limites, dificuldades e resultados que ela alcançou em distintos contextos e realidades. O mapeamento foi realizado por meio de pesquisa documental na Comunidade de Práticas da Atenção Básica, resultando na inclusão de 38 relatos de experiência. Os dados corroboram o potencial do apoio institucional para fomentar práticas e arranjos de gestão compartilhada na implementação de políticas e programas de saúde, na promoção de mudanças no processo de trabalho de equipes e na integração intra e interinstitucional. Ele é empregado como recurso para transformar indicativos normativos em relações sociais e dispositivos organizacionais no cotidiano da atenção e da gestão do Sistema Único de Saúde. Os principais desafios identificados referem-se às resistências oriundas de dinâmicas culturais e comunicacionais atinentes a concepções e práticas de gestão influenciadas pelo modelo da administração clássica, além de um conjunto de questões operacionais que incidem negativamente nos resultados alcançados. A sistematização das experiências possibilitou-nos compreender que o apoio institucional demanda habilidades de mediação complexas, que precisam ser melhor compreendidas e instrumentalizadas, principalmente no tocante à participação da comunidade.","PeriodicalId":30350,"journal":{"name":"Trabalho Educacao e Saude","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"67150277","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-01-01DOI: 10.1590/1981-7746-ojs620
Bruna Ariella Aguiar Muniz, A. L. Dantas, Mauricéa Maria de Santana
Resumo Diante da magnitude do fenômeno da violência infantojuvenil no Brasil, que representa mais de um terço dos casos notificados por esse agravo no país, o objetivo deste estudo foi analisar a percepção dos profissionais de saúde acerca da identificação e da notificação compulsória dos casos de violência infantojuvenil na Atenção Primária à Saúde. Trata-se de um estudo exploratório, de abordagem qualitativa, realizado com 14 profissionais de duas unidades de Saúde da Família do Recife, Pernambuco, em 2021. Os dados foram coletados em entrevistas guiadas por um roteiro semiestruturado e analisados por meio da análise de Bardin. Os resultados apontam que os profissionais reconhecem a sua responsabilidade ética no processo de notificação de violência infantojuvenil, principalmente pelo contexto familiar e territorial no qual estão inseridos. Entretanto, ainda há muitos desafios que interferem na implicação prática da notificação na Atenção Primária, como o medo da violência e de represálias no território e a falta de capacitação. Investir em estratégias de estímulo à notificação, de modo a garantir respaldo técnico-científico, é imprescindível para a consolidação da prática.
{"title":"Notificação de violência infantojuvenil: percepção dos profissionais da Atenção Primária à Saúde","authors":"Bruna Ariella Aguiar Muniz, A. L. Dantas, Mauricéa Maria de Santana","doi":"10.1590/1981-7746-ojs620","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/1981-7746-ojs620","url":null,"abstract":"Resumo Diante da magnitude do fenômeno da violência infantojuvenil no Brasil, que representa mais de um terço dos casos notificados por esse agravo no país, o objetivo deste estudo foi analisar a percepção dos profissionais de saúde acerca da identificação e da notificação compulsória dos casos de violência infantojuvenil na Atenção Primária à Saúde. Trata-se de um estudo exploratório, de abordagem qualitativa, realizado com 14 profissionais de duas unidades de Saúde da Família do Recife, Pernambuco, em 2021. Os dados foram coletados em entrevistas guiadas por um roteiro semiestruturado e analisados por meio da análise de Bardin. Os resultados apontam que os profissionais reconhecem a sua responsabilidade ética no processo de notificação de violência infantojuvenil, principalmente pelo contexto familiar e territorial no qual estão inseridos. Entretanto, ainda há muitos desafios que interferem na implicação prática da notificação na Atenção Primária, como o medo da violência e de represálias no território e a falta de capacitação. Investir em estratégias de estímulo à notificação, de modo a garantir respaldo técnico-científico, é imprescindível para a consolidação da prática.","PeriodicalId":30350,"journal":{"name":"Trabalho Educacao e Saude","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"67150977","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-01-01DOI: 10.1590/1981-7746-ojs375
Maristela Rodrigues Marinho, Priscila Kelly da Silva Neto, Luciana Mata, Inara Pereira da Cunha, Juliana Dias Reis Pessalacia
Resumo Este artigo teve como objetivo caracterizar o perfil dos trabalhadores da Atenção Primária à Saúde e analisar as medidas de proteção de riscos ocupacionais em dois estados brasileiros durante a pandemia da Covid-19. Trata-se de estudo quantitativo do tipo survey, com amostra aleatória de 259 profissionais de saúde da Atenção Primária dos estados de Mato Grosso do Sul e São Paulo no período inicial da pandemia. A maioria dos participantes era do sexo feminino (85,3%), profissionais de enfermagem (40,6%) com idade média de 39,1 anos (dp ± 9,5) e do estado de São Paulo (73%). Utilizaram-se análise descritiva e teste exato de Fisher. Quanto às medidas de proteção de risco ocupacional no trabalho, verificou-se que a imunização antecipada contra influenza teve maior frequência no Mato Grosso do Sul (93,8%), porém 47,7% não tiveram acesso aos testes de Covid-19 neste estado e 24,3% em São Paulo. Os profissionais de nível superior tiveram mais acesso à máscara N95/PFF2 (10,2%) em comparação aos auxiliares e técnicos, com 6,5% e 7,8%, respectivamente. Observaram-se possíveis diferenças nas gestões municipais dos respectivos estados, que parecem não ofertar o acesso equânime de profissionais da Atenção Primária à Saúde a proteção, imunizantes e testes para detecção de SARS-CoV-2.
{"title":"Perfil dos trabalhadores da Atenção Primária à Saúde e proteção de riscos ocupacionais na pandemia da Covid-19 no Brasil","authors":"Maristela Rodrigues Marinho, Priscila Kelly da Silva Neto, Luciana Mata, Inara Pereira da Cunha, Juliana Dias Reis Pessalacia","doi":"10.1590/1981-7746-ojs375","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/1981-7746-ojs375","url":null,"abstract":"Resumo Este artigo teve como objetivo caracterizar o perfil dos trabalhadores da Atenção Primária à Saúde e analisar as medidas de proteção de riscos ocupacionais em dois estados brasileiros durante a pandemia da Covid-19. Trata-se de estudo quantitativo do tipo survey, com amostra aleatória de 259 profissionais de saúde da Atenção Primária dos estados de Mato Grosso do Sul e São Paulo no período inicial da pandemia. A maioria dos participantes era do sexo feminino (85,3%), profissionais de enfermagem (40,6%) com idade média de 39,1 anos (dp ± 9,5) e do estado de São Paulo (73%). Utilizaram-se análise descritiva e teste exato de Fisher. Quanto às medidas de proteção de risco ocupacional no trabalho, verificou-se que a imunização antecipada contra influenza teve maior frequência no Mato Grosso do Sul (93,8%), porém 47,7% não tiveram acesso aos testes de Covid-19 neste estado e 24,3% em São Paulo. Os profissionais de nível superior tiveram mais acesso à máscara N95/PFF2 (10,2%) em comparação aos auxiliares e técnicos, com 6,5% e 7,8%, respectivamente. Observaram-se possíveis diferenças nas gestões municipais dos respectivos estados, que parecem não ofertar o acesso equânime de profissionais da Atenção Primária à Saúde a proteção, imunizantes e testes para detecção de SARS-CoV-2.","PeriodicalId":30350,"journal":{"name":"Trabalho Educacao e Saude","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"67151134","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-01-01DOI: 10.1590/1981-7746-ojs504
Á. M. D. Silva, Lílian Miranda
Resumo Este artigo analisa as possibilidades e os limites da colaboração interprofissional no âmbito do cuidado em saúde mental, considerando-se as articulações entre as equipes do Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica e da Estratégia de Saúde da Família em um município do estado do Rio de Janeiro. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, baseada na abordagem hermenêutica filosófica, que se pautou em um estudo de caso, utilizando como estratégias metodológicas a observação participante, grupos focais narrativos e entrevistas semiestruturadas. Os resultados indicam a indissociabilidade dos elementos estruturais, organizacionais e intersubjetivos na colaboração interprofissional, com fortes tensionamentos no que diz respeito à organização dos processos de trabalho tanto em sua dimensão formal quanto intersubjetiva. Identificou-se que o compartilhamento de alguns objetivos do cuidado, como a desmedicalização, fomentava a construção de parcerias entre as equipes. Por outro lado, a partir do diálogo com os referenciais utilizados, compreendeu-se que regras construídas com o intuito de induzir a cooperação tiveram efeito paradoxal, gerando participação desimplicada em parte dos trabalhadores. Conclui-se que as relações de confiança no trabalho mostraram-se um elemento fundamental para a colaboração, o que exige a configuração de um ambiente organizacional capaz de aglutinar interesses e lidar com conflitos.
{"title":"Paradoxos e limites da colaboração interprofissional: análise de um Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica","authors":"Á. M. D. Silva, Lílian Miranda","doi":"10.1590/1981-7746-ojs504","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/1981-7746-ojs504","url":null,"abstract":"Resumo Este artigo analisa as possibilidades e os limites da colaboração interprofissional no âmbito do cuidado em saúde mental, considerando-se as articulações entre as equipes do Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica e da Estratégia de Saúde da Família em um município do estado do Rio de Janeiro. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, baseada na abordagem hermenêutica filosófica, que se pautou em um estudo de caso, utilizando como estratégias metodológicas a observação participante, grupos focais narrativos e entrevistas semiestruturadas. Os resultados indicam a indissociabilidade dos elementos estruturais, organizacionais e intersubjetivos na colaboração interprofissional, com fortes tensionamentos no que diz respeito à organização dos processos de trabalho tanto em sua dimensão formal quanto intersubjetiva. Identificou-se que o compartilhamento de alguns objetivos do cuidado, como a desmedicalização, fomentava a construção de parcerias entre as equipes. Por outro lado, a partir do diálogo com os referenciais utilizados, compreendeu-se que regras construídas com o intuito de induzir a cooperação tiveram efeito paradoxal, gerando participação desimplicada em parte dos trabalhadores. Conclui-se que as relações de confiança no trabalho mostraram-se um elemento fundamental para a colaboração, o que exige a configuração de um ambiente organizacional capaz de aglutinar interesses e lidar com conflitos.","PeriodicalId":30350,"journal":{"name":"Trabalho Educacao e Saude","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"67151220","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-01-01DOI: 10.1590/1981-7746-ojs00210
Shirlei Garcia, A. D. Silva
Resumo Este artigo apresenta uma análise sobre o trabalho dos/as assistentes sociais no Instituto Federal de Educação de Santa Catarina, em sua relação com o processo de construção da identidade profissional. A partir do final dos anos 2000, observa-se uma expansão no número de assistentes sociais atuando na política educacional, com a constituição do Programa Nacional de Assistência Estudantil e da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, requisitado, principalmente, para a execução das ações de assistência estudantil. As demandas, requisições e condições de trabalho são elementos que corroboram a construção do projeto ético-político da profissão, e refletir sobre tais aspectos possibilita compreender a realidade para além da sua aparência imediata. Este estudo, fundamentado no materialismo histórico-dialético, desenvolveu-se com base na pesquisa bibliográfica e documental e na pesquisa de campo, utilizando-se do questionário para o levantamento de dados. Os resultados apontam limites e possibilidades ao trabalho dos/as assistentes sociais no Instituto, demonstrando que a construção da identidade profissional ocorre em meio à contradição posta entre as determinações do trabalho assalariado, ao qual os/as assistentes sociais estão sujeitos, e o direcionamento social que se busca imprimir ao exercício profissional, tendo em vista a materialização do projeto profissional.
{"title":"Identidade profissional de assistentes sociais no IFSC: entre o assalariamento e o direcionamento social","authors":"Shirlei Garcia, A. D. Silva","doi":"10.1590/1981-7746-ojs00210","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/1981-7746-ojs00210","url":null,"abstract":"Resumo Este artigo apresenta uma análise sobre o trabalho dos/as assistentes sociais no Instituto Federal de Educação de Santa Catarina, em sua relação com o processo de construção da identidade profissional. A partir do final dos anos 2000, observa-se uma expansão no número de assistentes sociais atuando na política educacional, com a constituição do Programa Nacional de Assistência Estudantil e da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, requisitado, principalmente, para a execução das ações de assistência estudantil. As demandas, requisições e condições de trabalho são elementos que corroboram a construção do projeto ético-político da profissão, e refletir sobre tais aspectos possibilita compreender a realidade para além da sua aparência imediata. Este estudo, fundamentado no materialismo histórico-dialético, desenvolveu-se com base na pesquisa bibliográfica e documental e na pesquisa de campo, utilizando-se do questionário para o levantamento de dados. Os resultados apontam limites e possibilidades ao trabalho dos/as assistentes sociais no Instituto, demonstrando que a construção da identidade profissional ocorre em meio à contradição posta entre as determinações do trabalho assalariado, ao qual os/as assistentes sociais estão sujeitos, e o direcionamento social que se busca imprimir ao exercício profissional, tendo em vista a materialização do projeto profissional.","PeriodicalId":30350,"journal":{"name":"Trabalho Educacao e Saude","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"67150259","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-01-01DOI: 10.1590/1981-7746-ojs1772
J. Palm
{"title":"Ecologias, Epistemologias e Promoção Emancipatória da Saúde: contribuições para renovação teórico-metodológica da saúde coletiva","authors":"J. Palm","doi":"10.1590/1981-7746-ojs1772","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/1981-7746-ojs1772","url":null,"abstract":"","PeriodicalId":30350,"journal":{"name":"Trabalho Educacao e Saude","volume":"6 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"67150414","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-01-01DOI: 10.1590/1981-7746-ojs628
C. Guimarães
Resumo O texto debate o negacionismo científico com base em duas referências principais. A primeira é de ordem epistemológica e remete ao discurso pós-moderno sobre a ciência, com sua relativização dos critérios de busca e definição da verdade. Compreende, no entanto, que, contemporaneamente, esse fenômeno ultrapassa os espaços de discussão científica, atingindo o conjunto da sociedade. Para dar conta dessa particularidade, tem, como segunda referência, discussões sobre o processo de formação de opiniões, concepções de mundo e convicções do que o filósofo italiano Antonio Gramsci chamou de ‘homem do povo’. São usados, para esse fim, o conceito de senso comum, do mesmo pensador e militante sardo, e a teorização de Agner Heller sobre como a adesão aos diferentes conhecimentos que atravessam o cotidiano das pessoas depende de sentimentos de identidade como a fé (não religiosa) e a confiança que, segundo a autora, têm motivações e efeitos distintos. Defende, por fim, que é preciso reafirmar a objetividade como um critério da ciência no debate epistemológico, mas que é igualmente necessário enfrentar esse problema no terreno da luta de classes, fortalecendo relações orgânicas de identidade e confiança como parte da disputa de hegemonia.
{"title":"Negacionismo científico: do debate epistemológico à luta de classes","authors":"C. Guimarães","doi":"10.1590/1981-7746-ojs628","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/1981-7746-ojs628","url":null,"abstract":"Resumo O texto debate o negacionismo científico com base em duas referências principais. A primeira é de ordem epistemológica e remete ao discurso pós-moderno sobre a ciência, com sua relativização dos critérios de busca e definição da verdade. Compreende, no entanto, que, contemporaneamente, esse fenômeno ultrapassa os espaços de discussão científica, atingindo o conjunto da sociedade. Para dar conta dessa particularidade, tem, como segunda referência, discussões sobre o processo de formação de opiniões, concepções de mundo e convicções do que o filósofo italiano Antonio Gramsci chamou de ‘homem do povo’. São usados, para esse fim, o conceito de senso comum, do mesmo pensador e militante sardo, e a teorização de Agner Heller sobre como a adesão aos diferentes conhecimentos que atravessam o cotidiano das pessoas depende de sentimentos de identidade como a fé (não religiosa) e a confiança que, segundo a autora, têm motivações e efeitos distintos. Defende, por fim, que é preciso reafirmar a objetividade como um critério da ciência no debate epistemológico, mas que é igualmente necessário enfrentar esse problema no terreno da luta de classes, fortalecendo relações orgânicas de identidade e confiança como parte da disputa de hegemonia.","PeriodicalId":30350,"journal":{"name":"Trabalho Educacao e Saude","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"67150997","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-01-01DOI: 10.1590/1981-7746-ojs746
Dyana Helena de Souza, D. Rocha
Resumo Este artigo objetiva analisar a inserção do tema Saúde da População Negra na formação dos profissionais de saúde nos cursos de Saúde Coletiva, Enfermagem e Medicina de uma universidade pública brasileira. A pesquisa é resultado de uma dissertação de mestrado de natureza qualitativa do tipo pesquisa-intervenção, adotando como fundamentação teórica a epistemologia feminista negra e a perspectiva negra da decolonialidade. Foram realizadas oficinas, entre os anos de 2019 e 2020, com membros dos Núcleos Docentes Estruturantes de Saúde Coletiva, Enfermagem e Medicina. A despeito das diretrizes do marco legal sobre o ensino das relações étnico-raciais, constatou-se a incipiência sobre o tema Saúde da População Negra na formação dos cursos analisados, a ausência de docentes negros nesses espaços e a presença de uma branquitude docente guardiã de privilégios. Os resultados e a discussão apresentados possibilitaram depreender que é por meio dos movimentos e pensamentos emancipatórios nos campos político, cultural, pedagógico e epistemológico que se faz possível tensionar rupturas nas relações de poder e nas estruturas do Estado.
{"title":"Saúde da população negra: ações afirmativas e branquitude docente nos cursos de graduação da saúde","authors":"Dyana Helena de Souza, D. Rocha","doi":"10.1590/1981-7746-ojs746","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/1981-7746-ojs746","url":null,"abstract":"Resumo Este artigo objetiva analisar a inserção do tema Saúde da População Negra na formação dos profissionais de saúde nos cursos de Saúde Coletiva, Enfermagem e Medicina de uma universidade pública brasileira. A pesquisa é resultado de uma dissertação de mestrado de natureza qualitativa do tipo pesquisa-intervenção, adotando como fundamentação teórica a epistemologia feminista negra e a perspectiva negra da decolonialidade. Foram realizadas oficinas, entre os anos de 2019 e 2020, com membros dos Núcleos Docentes Estruturantes de Saúde Coletiva, Enfermagem e Medicina. A despeito das diretrizes do marco legal sobre o ensino das relações étnico-raciais, constatou-se a incipiência sobre o tema Saúde da População Negra na formação dos cursos analisados, a ausência de docentes negros nesses espaços e a presença de uma branquitude docente guardiã de privilégios. Os resultados e a discussão apresentados possibilitaram depreender que é por meio dos movimentos e pensamentos emancipatórios nos campos político, cultural, pedagógico e epistemológico que se faz possível tensionar rupturas nas relações de poder e nas estruturas do Estado.","PeriodicalId":30350,"journal":{"name":"Trabalho Educacao e Saude","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"67151058","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}