Pub Date : 2023-12-20DOI: 10.21680/2446-5674.2023v10n19id32180
Beatriz Salgado Cardoso de Oliveira, Ana Lúcia De Castro
Em face de inquietações teórico-metodológicas vivenciadas em uma pesquisa conduzida durante a pandemia de COVID-19, este artigo problematiza as atividades que legitimaram o trabalho antropológico ao longo do que Mariza Peirano chamou de história-e-teoria da Antropologia, a fim de abordar a seguinte questão: é possível produzir conhecimento antropológico sem etnografia? Partindo da antropologia moderna e de sua ênfase no “trabalho de campo”, passamos também pelo interpretativismo de Clifford Geertz, pela preocupação dos pós-modernos com a autoridade etnográfica e pela ideia de “momento etnográfico” de Marilyn Strathern. Finalmente, a fim de evidenciar uma nova proposta antropológica, a qual desassocia a disciplina da prática da etnografia, abordamos a ideia de “correspondência” de Tim Ingold.
{"title":"No Gabinete","authors":"Beatriz Salgado Cardoso de Oliveira, Ana Lúcia De Castro","doi":"10.21680/2446-5674.2023v10n19id32180","DOIUrl":"https://doi.org/10.21680/2446-5674.2023v10n19id32180","url":null,"abstract":"Em face de inquietações teórico-metodológicas vivenciadas em uma pesquisa conduzida durante a pandemia de COVID-19, este artigo problematiza as atividades que legitimaram o trabalho antropológico ao longo do que Mariza Peirano chamou de história-e-teoria da Antropologia, a fim de abordar a seguinte questão: é possível produzir conhecimento antropológico sem etnografia? Partindo da antropologia moderna e de sua ênfase no “trabalho de campo”, passamos também pelo interpretativismo de Clifford Geertz, pela preocupação dos pós-modernos com a autoridade etnográfica e pela ideia de “momento etnográfico” de Marilyn Strathern. Finalmente, a fim de evidenciar uma nova proposta antropológica, a qual desassocia a disciplina da prática da etnografia, abordamos a ideia de “correspondência” de Tim Ingold.","PeriodicalId":506488,"journal":{"name":"Equatorial – Revista do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social","volume":"15 2","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-12-20","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"139168022","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-12-14DOI: 10.21680/2446-5674.2023v10n19id33567
C. Cavalcanti
A retirada do útero é um procedimento que pode ser indicado por diversos motivos e que atravessa as pessoas de diferentes maneiras. Usualmente, o processo de adoecimento uterino pode ser causado por miomas benignos que resultam na histerectomia, e aqui é analisado através do relato de mulheres de camadas médias urbanas que passaram pelo procedimento. Neste artigo, além de apresentar a histerectomia e os principais itinerários terapêuticos até a cirurgia, busco refletir sobre a potencialidade do tema para a Antropologia da Saúde e do Gênero, visto que a decisão de retirar o útero perpassa as vivências com a maternidade e as reflexões sobre o significado deste órgão na vida das pessoas. Entendo que a pesquisa realizada teve seus limites metodológicos, baseando-se em 15 entrevistas semi-estruturadas com mulheres de camadas médias urbanas de Brasília. Nesse sentido, sugiro que o seguimento de investigações sobre adoecimentos uterinos, sobretudo a histerectomia, têm potencial para análises sob diversas perspectivas, especialmente por meio de novas metodologias e na diversificação dos atores envolvidos.
{"title":"Entre sangue e úteros","authors":"C. Cavalcanti","doi":"10.21680/2446-5674.2023v10n19id33567","DOIUrl":"https://doi.org/10.21680/2446-5674.2023v10n19id33567","url":null,"abstract":"A retirada do útero é um procedimento que pode ser indicado por diversos motivos e que atravessa as pessoas de diferentes maneiras. Usualmente, o processo de adoecimento uterino pode ser causado por miomas benignos que resultam na histerectomia, e aqui é analisado através do relato de mulheres de camadas médias urbanas que passaram pelo procedimento. Neste artigo, além de apresentar a histerectomia e os principais itinerários terapêuticos até a cirurgia, busco refletir sobre a potencialidade do tema para a Antropologia da Saúde e do Gênero, visto que a decisão de retirar o útero perpassa as vivências com a maternidade e as reflexões sobre o significado deste órgão na vida das pessoas. Entendo que a pesquisa realizada teve seus limites metodológicos, baseando-se em 15 entrevistas semi-estruturadas com mulheres de camadas médias urbanas de Brasília. Nesse sentido, sugiro que o seguimento de investigações sobre adoecimentos uterinos, sobretudo a histerectomia, têm potencial para análises sob diversas perspectivas, especialmente por meio de novas metodologias e na diversificação dos atores envolvidos.","PeriodicalId":506488,"journal":{"name":"Equatorial – Revista do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social","volume":"209 ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-12-14","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"139179785","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-12-14DOI: 10.21680/2446-5674.2023v10n19id32107
Alef De Oliveira Lima
Essa resenha visa apresentar aos leitores a obra etnográfica de Arthur Leonardo da Costa Novo, jovem doutor em Antropologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Sua tese versa sobre as relações intrafamiliares, as formas de parentesco e os processos de transição de gênero que atravessam e recompõem lógicas morais e de afeto de famílias de jovens trans. Nesse aspecto, a obra se debruça por uma etnografia consolidada que mescla análise social e subjetiva do tema da transgeneridade e costura um argumento particular da reconstituição das dádivas, laços e transformações das relações de familiaridade. Para o autor, a transição realinha-se como categoria êmica, transpassando, passados compartilhados, novos arranjos de interação e politizando afetos.
这篇评论旨在向读者介绍北里奥格兰德联邦大学人类学年轻博士生亚瑟-莱昂纳多-达科斯塔-诺沃（Arthur Leonardo da Costa Novo）的人种学研究成果。他的论文涉及家庭内部关系、亲属关系的形式，以及年轻变性人家庭中跨越和重组道德逻辑和情感的性别转换过程。在这方面，该著作以综合人种学研究为基础，将对变性问题的社会分析和主观分析结合起来，为重新构建家庭关系中的礼物、纽带和转变提出了一个特别的论点。对作者而言，变性作为一种情感类别，跨越了共同的过去、新的互动安排和政治化的情感。
{"title":"Sobre os laços de família na transição de gênero","authors":"Alef De Oliveira Lima","doi":"10.21680/2446-5674.2023v10n19id32107","DOIUrl":"https://doi.org/10.21680/2446-5674.2023v10n19id32107","url":null,"abstract":"Essa resenha visa apresentar aos leitores a obra etnográfica de Arthur Leonardo da Costa Novo, jovem doutor em Antropologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Sua tese versa sobre as relações intrafamiliares, as formas de parentesco e os processos de transição de gênero que atravessam e recompõem lógicas morais e de afeto de famílias de jovens trans. Nesse aspecto, a obra se debruça por uma etnografia consolidada que mescla análise social e subjetiva do tema da transgeneridade e costura um argumento particular da reconstituição das dádivas, laços e transformações das relações de familiaridade. Para o autor, a transição realinha-se como categoria êmica, transpassando, passados compartilhados, novos arranjos de interação e politizando afetos.","PeriodicalId":506488,"journal":{"name":"Equatorial – Revista do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social","volume":"59 23","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-12-14","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"139180355","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-11-27DOI: 10.21680/2446-5674.2023v10n19id31938
Taisa Lewitzki
A resenha busca apresentar a dissertação de autoria de Tayse Campos, intitulada “Mulheres indígenas Mendonça: cotidiano, resistência e luta por direitos no Rio Grande do Norte” que aborda os processos de organização e luta política das mulheres Mendonça que ocupam a posição de liderança. A partir da biografia da autora, o texto advoga acerca da autoetnografia como forma de visibilizar a diversidade da atuação e protagonismo das mulheres indígenas na organização Mendonça, e respectivamente no movimento indígena do RN.
{"title":"Mulheres Indígenas Mendonça","authors":"Taisa Lewitzki","doi":"10.21680/2446-5674.2023v10n19id31938","DOIUrl":"https://doi.org/10.21680/2446-5674.2023v10n19id31938","url":null,"abstract":"A resenha busca apresentar a dissertação de autoria de Tayse Campos, intitulada “Mulheres indígenas Mendonça: cotidiano, resistência e luta por direitos no Rio Grande do Norte” que aborda os processos de organização e luta política das mulheres Mendonça que ocupam a posição de liderança. A partir da biografia da autora, o texto advoga acerca da autoetnografia como forma de visibilizar a diversidade da atuação e protagonismo das mulheres indígenas na organização Mendonça, e respectivamente no movimento indígena do RN.","PeriodicalId":506488,"journal":{"name":"Equatorial – Revista do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social","volume":"21 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-11-27","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"139230792","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-11-10DOI: 10.21680/2446-5674.2023v10n19id30989
Alysson Camargo
O fotógrafo Luiz Braga realizou, durante a sua trajetória, diversas experiências estéticas, desde os seus registros em preto e branco, passando pelas suas séries em Night Vision, até as suas fotografias coloridas. Entretanto, a cor não aparece solitária em seu trabalho, ela está em íntimo diálogo com a Caboquice. Nesse sentido, esta pesquisa fará um diálogo entre a produção fotográfica em preto e branco do artista e a categoria Caboquice, na Ilha do Marajó, Pará, a partir de uma perspectiva socioantropológica do antropólogo como curador (SANSI, 2019).
{"title":"Luiz Braga","authors":"Alysson Camargo","doi":"10.21680/2446-5674.2023v10n19id30989","DOIUrl":"https://doi.org/10.21680/2446-5674.2023v10n19id30989","url":null,"abstract":"O fotógrafo Luiz Braga realizou, durante a sua trajetória, diversas experiências estéticas, desde os seus registros em preto e branco, passando pelas suas séries em Night Vision, até as suas fotografias coloridas. Entretanto, a cor não aparece solitária em seu trabalho, ela está em íntimo diálogo com a Caboquice. Nesse sentido, esta pesquisa fará um diálogo entre a produção fotográfica em preto e branco do artista e a categoria Caboquice, na Ilha do Marajó, Pará, a partir de uma perspectiva socioantropológica do antropólogo como curador (SANSI, 2019).","PeriodicalId":506488,"journal":{"name":"Equatorial – Revista do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social","volume":"39 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-11-10","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"139281382","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-11-10DOI: 10.21680/2446-5674.2023v10n19id31167
Maysa Carvalho de Souza, Gabriel Farias Pereira
A biografia de qualquer ator social é perpassada por múltiplos espaços de socialização, resultado das múltiplas forças sociais. Desta forma, estudar uma biografia e levantar essas experiências vividas, do passado ao presente, implica todo um trabalho de rememoração, de penetração na memória social singularizada que cada ator social pode oferecer de si mesmo quando questionado.Nesta pesquisa, o ator social participante foi o artista e capoeirista Alberto Antônio, morador do bairro de Cruz das Armas em João Pessoa - PB, conhecido pelos familiares como “Betinho” e no universo da capoeira paraibana como “Contramestre Escurinho”. Através de uma entrevista semi-estruturada combinada a entrevista informal de cunho biográfico houve o objetivo de aproximar-nos das suas experiências familiares, laborais, culturais e afetivas. O presente ensaio visual revela fragmentos de narrativas imagéticas que se entrelaçam no tempo entre a arte, a capoeira e o reconhecimento de si. Numa cronologia não linear que compreende os anos 1998 à 2018, agrupa-se questões entre arte e reconhecimento artístico, ritos de iniciação e passagem, e por fim, a capoeira e figuras de autoridade.
{"title":"Capoeira na roda, capoeira na vida","authors":"Maysa Carvalho de Souza, Gabriel Farias Pereira","doi":"10.21680/2446-5674.2023v10n19id31167","DOIUrl":"https://doi.org/10.21680/2446-5674.2023v10n19id31167","url":null,"abstract":"A biografia de qualquer ator social é perpassada por múltiplos espaços de socialização, resultado das múltiplas forças sociais. Desta forma, estudar uma biografia e levantar essas experiências vividas, do passado ao presente, implica todo um trabalho de rememoração, de penetração na memória social singularizada que cada ator social pode oferecer de si mesmo quando questionado.Nesta pesquisa, o ator social participante foi o artista e capoeirista Alberto Antônio, morador do bairro de Cruz das Armas em João Pessoa - PB, conhecido pelos familiares como “Betinho” e no universo da capoeira paraibana como “Contramestre Escurinho”. Através de uma entrevista semi-estruturada combinada a entrevista informal de cunho biográfico houve o objetivo de aproximar-nos das suas experiências familiares, laborais, culturais e afetivas. O presente ensaio visual revela fragmentos de narrativas imagéticas que se entrelaçam no tempo entre a arte, a capoeira e o reconhecimento de si. Numa cronologia não linear que compreende os anos 1998 à 2018, agrupa-se questões entre arte e reconhecimento artístico, ritos de iniciação e passagem, e por fim, a capoeira e figuras de autoridade.","PeriodicalId":506488,"journal":{"name":"Equatorial – Revista do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social","volume":"80 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-11-10","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"139281053","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-11-10DOI: 10.21680/2446-5674.2023v10n19id31140
Fabio Junior da Luz Barros
O presente ensaio visual se trata de uma pesquisa etnográfica feita no II Encontro Estadual Quilombolas, ocorrido em 2020, na comunidade quilombola do Pratigi, localizado no município de Camamu-BA. O presente ensaio visa analisar, através das fotografias, as atuais problemáticas da comunidade quilombola do Pratigi. Metodologicamente falando, eu coletei dados em campo, tirei fotos e em seguida tratei adobe photoshop, além disso, consultei algumas referências bibliográfica, como: SANTOS (2020); FILHO et al. (2018) e EVARISTO (2018), para amarrar a prática com a teoria. Ficou evidente, que está havendo uma destruição do território quilombola do Pratigi, mas, a impressão, pós-encontro, é que estes povos estão se organizando para contrapor-se a estes tipos de invasões a seus territórios.
{"title":"Olhares nativos","authors":"Fabio Junior da Luz Barros","doi":"10.21680/2446-5674.2023v10n19id31140","DOIUrl":"https://doi.org/10.21680/2446-5674.2023v10n19id31140","url":null,"abstract":"O presente ensaio visual se trata de uma pesquisa etnográfica feita no II Encontro Estadual Quilombolas, ocorrido em 2020, na comunidade quilombola do Pratigi, localizado no município de Camamu-BA. O presente ensaio visa analisar, através das fotografias, as atuais problemáticas da comunidade quilombola do Pratigi. Metodologicamente falando, eu coletei dados em campo, tirei fotos e em seguida tratei adobe photoshop, além disso, consultei algumas referências bibliográfica, como: SANTOS (2020); FILHO et al. (2018) e EVARISTO (2018), para amarrar a prática com a teoria. Ficou evidente, que está havendo uma destruição do território quilombola do Pratigi, mas, a impressão, pós-encontro, é que estes povos estão se organizando para contrapor-se a estes tipos de invasões a seus territórios.","PeriodicalId":506488,"journal":{"name":"Equatorial – Revista do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social","volume":"47 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-11-10","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"139280736","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-11-10DOI: 10.21680/2446-5674.2023v10n19id30833
Roberto Carlos Leonardo Mendonça
O toré é uma prática cultural que vem sendo mobilizada pelos povos indígenas do Nordeste como forma de resistência e de reorganização social e política. Na comunidade indígena da Lagoa de Tapará – pertencente ao povo Tapuias Tarairiús e localizada geograficamente no estado do Rio Grande do Norte – o toré faz parte de seu repertório cultural, sendo utilizado em momentos de celebração de conquistas, como também nos momentos de enfrentamento político. Diante da relevância do toré como instrumento de luta dos povos indígenas, este ensaio visual traz fotografias dos Tapuias Tarairiús dançando o toré durante as feiras de cultura da Lagoa de Tapará, cuja realização é feita anualmente, no último domingo do mês de maio. Para isso, revisito meu acervo de imagens das incursões que eu fiz as feiras de cultura, e que foi produzido ao longo dos anos de 2015 à 2018. Com este ensaio visual, pretendo construir uma narrativa etnográfica sobre as transformações do toré de Tapará, ao longo das edições das feiras de cultura.
Toré 是一种文化习俗，被东北部的土著人民作为一种反抗和社会政治重组的形式而动员起来。在 Lagoa de Tapará 的原住民社区--属于 Tapuias Tarairiús 人，地理位置位于北里奥格兰德州--托雷是其文化剧目的一部分，在庆祝成就和政治对抗时都会使用。鉴于托雷舞作为原住民斗争工具的重要性，这篇视觉文章展示了 Tapuias Tarairiús 人在每年五月最后一个星期日举行的 Lagoa de Tapará 文化节上跳托雷舞的照片。为此，我重温了我在 2015 年至 2018 年期间参与文化集市的图片集。通过这篇视觉随笔，我打算构建一个关于塔帕拉托雷在文化节期间的变化的人种学叙事。
{"title":"Fotografias “despretensiosas”","authors":"Roberto Carlos Leonardo Mendonça","doi":"10.21680/2446-5674.2023v10n19id30833","DOIUrl":"https://doi.org/10.21680/2446-5674.2023v10n19id30833","url":null,"abstract":"O toré é uma prática cultural que vem sendo mobilizada pelos povos indígenas do Nordeste como forma de resistência e de reorganização social e política. Na comunidade indígena da Lagoa de Tapará – pertencente ao povo Tapuias Tarairiús e localizada geograficamente no estado do Rio Grande do Norte – o toré faz parte de seu repertório cultural, sendo utilizado em momentos de celebração de conquistas, como também nos momentos de enfrentamento político. Diante da relevância do toré como instrumento de luta dos povos indígenas, este ensaio visual traz fotografias dos Tapuias Tarairiús dançando o toré durante as feiras de cultura da Lagoa de Tapará, cuja realização é feita anualmente, no último domingo do mês de maio. Para isso, revisito meu acervo de imagens das incursões que eu fiz as feiras de cultura, e que foi produzido ao longo dos anos de 2015 à 2018. Com este ensaio visual, pretendo construir uma narrativa etnográfica sobre as transformações do toré de Tapará, ao longo das edições das feiras de cultura.","PeriodicalId":506488,"journal":{"name":"Equatorial – Revista do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social","volume":"15 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-11-10","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"139281094","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-11-06DOI: 10.21680/2446-5674.2023v10n19id31170
João Martinho Braga de Mendonça
Este artigo procura pensar o uso da fotografia no campo da antropologia com base nos trabalhos desenvolvidos por Margaret Mead em parceria com o fotógrafo Ken Heyman. Uma antropologia visual fotográfica se faz presente historicamente na medida em que, desde o século XIX, a disciplina antropológica experimentou o uso da imagem fotográfica nos mais diversos projetos. Margaret Mead teve um papel importante no século XX, especialmente por seu trabalho em parceria com Gregory Bateson em Bali (1936 - 1942), tanto quanto por seu curto artigo publicado na abertura de uma coletânea dedicada a pensar os princípios da antropologia visual (1975). Entretanto, como dimensionar as contribuições de Mead para além das posições expressas nas obras suprareferidas? Nesse sentido, um exame da colaboração de Mead com Ken Heyman poderá lançar luz nas concepções de antropologia visual que podem ser evocadas quando se considera a relação e o trabalho colaborativo entre fotógrafas e antropólogas.
{"title":"Margaret Mead e Ken Heyman","authors":"João Martinho Braga de Mendonça","doi":"10.21680/2446-5674.2023v10n19id31170","DOIUrl":"https://doi.org/10.21680/2446-5674.2023v10n19id31170","url":null,"abstract":"Este artigo procura pensar o uso da fotografia no campo da antropologia com base nos trabalhos desenvolvidos por Margaret Mead em parceria com o fotógrafo Ken Heyman. Uma antropologia visual fotográfica se faz presente historicamente na medida em que, desde o século XIX, a disciplina antropológica experimentou o uso da imagem fotográfica nos mais diversos projetos. Margaret Mead teve um papel importante no século XX, especialmente por seu trabalho em parceria com Gregory Bateson em Bali (1936 - 1942), tanto quanto por seu curto artigo publicado na abertura de uma coletânea dedicada a pensar os princípios da antropologia visual (1975). Entretanto, como dimensionar as contribuições de Mead para além das posições expressas nas obras suprareferidas? Nesse sentido, um exame da colaboração de Mead com Ken Heyman poderá lançar luz nas concepções de antropologia visual que podem ser evocadas quando se considera a relação e o trabalho colaborativo entre fotógrafas e antropólogas.","PeriodicalId":506488,"journal":{"name":"Equatorial – Revista do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social","volume":"5 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-11-06","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"139287789","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-09-21DOI: 10.21680/2446-5674.2023v10n19id30985
Aline de Jesus Maffi
Este artigo busca propor alguns apontamentos sobre a fotrica. Nesse sentido, o texto apresenta perspectivas teóricas que fundamentam o que se tem chamado de fotrica, terminologia fundamentada no tensionamento da ideia de futrica, em um contexto de pesquisa no qual as imagens são associadas a relatos orais. Assim, a fotrica é concebida como uma malha relacional e um movimento de composição e articulação de memórias e trajetórias de mulheres que compartilham o mesmo contexto comunitário. Inserida em uma pesquisa fotobiográfica, a fotrica é pensada como um movimento relacional e conceitual que subsidiará o cruzamento de trajetórias de mulheres na pesquisa em andamento na Zona Rural de Londrina, Paraná, no Distrito de Maravilha. A partir disso, proponho que ela pode se caracterizar como uma composição contra-hegemônica que fundamenta o cruzamento e a articulação de fotobiografias e que se configura como um instrumento conceitual que pode visibilizar a reemergência de uma memória coletiva sobre uma territorialidade compartilhada.
{"title":"“fotrica” como malha e possibilidade de entrelaçamento de memórias e trajetórias","authors":"Aline de Jesus Maffi","doi":"10.21680/2446-5674.2023v10n19id30985","DOIUrl":"https://doi.org/10.21680/2446-5674.2023v10n19id30985","url":null,"abstract":"Este artigo busca propor alguns apontamentos sobre a fotrica. Nesse sentido, o texto apresenta perspectivas teóricas que fundamentam o que se tem chamado de fotrica, terminologia fundamentada no tensionamento da ideia de futrica, em um contexto de pesquisa no qual as imagens são associadas a relatos orais. Assim, a fotrica é concebida como uma malha relacional e um movimento de composição e articulação de memórias e trajetórias de mulheres que compartilham o mesmo contexto comunitário. Inserida em uma pesquisa fotobiográfica, a fotrica é pensada como um movimento relacional e conceitual que subsidiará o cruzamento de trajetórias de mulheres na pesquisa em andamento na Zona Rural de Londrina, Paraná, no Distrito de Maravilha. A partir disso, proponho que ela pode se caracterizar como uma composição contra-hegemônica que fundamenta o cruzamento e a articulação de fotobiografias e que se configura como um instrumento conceitual que pode visibilizar a reemergência de uma memória coletiva sobre uma territorialidade compartilhada.","PeriodicalId":506488,"journal":{"name":"Equatorial – Revista do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social","volume":"15 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-09-21","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"139338189","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
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