Em face da considerável quantidade de biografias publicadas no espaço sul-americano durante o oitocentos, é possível distinguir diferentes modos de elaboração biográfica. Destarte, o objetivo do artigo é descrever as variáveis de elaboração da escrita biográfica no século XIX no espaço sul americano. Examinaremos composições biográficas no intuito de propor categorias heurísticas para apreender o movimento biográfico durante o século XIX e ressaltar suas especificações discursivas e suas estratégias de composição. De forma específica, será analisada a dupla versão da biografia de José de San Martin escrita por Domingo Faustino Sarmiento e publicada no Chile e na Argentina em meados do século XIX. Nossa hipótese é que as biografias funcionam como um modo de elaboração do discurso histórico que estrutura e temporaliza uma experiência nacional da história. Desta forma, sustentamos que a biografia, dentre os diversos modos de articulação do discurso histórico, pode ser considerada como um modo fundamental para a elaboração da experiência da história, tendo em vista seu direcionamento específico aos valores identitários e excepcionalidades nacionais.
鉴于19世纪在南美地区出版的大量传记,有可能区分不同的传记发展模式。因此,本文的目的是描述19世纪南美洲地区传记写作的发展变量。我们将考察传记作文,以提出启发式的范畴来理解19世纪的传记运动,并强调其话语规范和作文策略。具体来说,我们将分析19世纪中期多明戈·福斯蒂诺·萨米恩托(Domingo Faustino Sarmiento)在智利和阿根廷出版的jose De San Martin传记的双重版本。我们的假设是,传记作为一种发展历史话语的方式,结构和时间的国家历史经验。因此,我们认为,传记,在各种表达历史话语的方式中,可以被认为是发展历史经验的一种基本方式,考虑到它对身份价值和民族例外的具体指导。
{"title":"Fragmentos biográficos, significados nacionais","authors":"Augusto Martins Ramires","doi":"10.15848/hh.v16i41.2030","DOIUrl":"https://doi.org/10.15848/hh.v16i41.2030","url":null,"abstract":"Em face da considerável quantidade de biografias publicadas no espaço sul-americano durante o oitocentos, é possível distinguir diferentes modos de elaboração biográfica. Destarte, o objetivo do artigo é descrever as variáveis de elaboração da escrita biográfica no século XIX no espaço sul americano. Examinaremos composições biográficas no intuito de propor categorias heurísticas para apreender o movimento biográfico durante o século XIX e ressaltar suas especificações discursivas e suas estratégias de composição. De forma específica, será analisada a dupla versão da biografia de José de San Martin escrita por Domingo Faustino Sarmiento e publicada no Chile e na Argentina em meados do século XIX. Nossa hipótese é que as biografias funcionam como um modo de elaboração do discurso histórico que estrutura e temporaliza uma experiência nacional da história. Desta forma, sustentamos que a biografia, dentre os diversos modos de articulação do discurso histórico, pode ser considerada como um modo fundamental para a elaboração da experiência da história, tendo em vista seu direcionamento específico aos valores identitários e excepcionalidades nacionais.","PeriodicalId":55926,"journal":{"name":"Historia da Historiografia","volume":"103 6","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-11-05","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135724698","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
En este trabajo, se intenta dar cuenta de la frondosa metafórica cultivada por la Ecología Política en torno a la crisis global que atraviesa a todas las dimensiones de la trama de la vida. Los conceptos de vida y medio ambiente, al ser historizados, revelan las estructuras por las cuales el ser humano se ha vinculado con el mundo. A partir de una historia intelectual, específicamente vinculada a la metaforología del filósofo alemán Hans Blumenberg, se examinará pues el trasfondo alegórico que subyace detrás de las ontologías ecologistas más radicales. En efecto, estas coinciden con un intento de metarrelato o Biodicea basado en la escenificación de un despliegue temporal escatológico signado por la catástrofe ambiental como destino irremediable y, al mismo tiempo, una “ecoutopía” en caso de reconfigurarse el ser-en-el-mundo. La Salvación se deposita, entonces, en la comunidad redimida del phatos capitalista funcionando retóricamente tanto como advertencia y esperanza respecto del porvenir.
{"title":"La Ecología Política como comunidad de salvación","authors":"Agustín Rojas","doi":"10.15848/hh.v16i41.1918","DOIUrl":"https://doi.org/10.15848/hh.v16i41.1918","url":null,"abstract":"En este trabajo, se intenta dar cuenta de la frondosa metafórica cultivada por la Ecología Política en torno a la crisis global que atraviesa a todas las dimensiones de la trama de la vida. Los conceptos de vida y medio ambiente, al ser historizados, revelan las estructuras por las cuales el ser humano se ha vinculado con el mundo. A partir de una historia intelectual, específicamente vinculada a la metaforología del filósofo alemán Hans Blumenberg, se examinará pues el trasfondo alegórico que subyace detrás de las ontologías ecologistas más radicales. En efecto, estas coinciden con un intento de metarrelato o Biodicea basado en la escenificación de un despliegue temporal escatológico signado por la catástrofe ambiental como destino irremediable y, al mismo tiempo, una “ecoutopía” en caso de reconfigurarse el ser-en-el-mundo. La Salvación se deposita, entonces, en la comunidad redimida del phatos capitalista funcionando retóricamente tanto como advertencia y esperanza respecto del porvenir.","PeriodicalId":55926,"journal":{"name":"Historia da Historiografia","volume":"104 6","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-11-05","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135724839","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
No interior da formatação da experiência moderna criou-se uma violenta ideologia civilizatória eurocêntrica com propósitos universalizantes, ainda que, segundo Elias Palti e Julio Ramos, ela seja resultado da interação e circulação de ideias entre diversas culturas. Das muitas categorias e conceitos importantes nestes processos, o progresso se tornou uma das mais centrais. Abordaremos algumas possibilidades desta categoria através da obra de Koselleck e, em seguida, como ela foi mobilizada por Paulo Prado no início do século XX. Nossa hipótese é a de que Prado entende que a realização de progressos depende de articulações adequadas com o passado colonial brasileiro.
{"title":"Paulo Prado e o conceito de progresso","authors":"Clayton José Ferreira","doi":"10.15848/hh.v16i41.2038","DOIUrl":"https://doi.org/10.15848/hh.v16i41.2038","url":null,"abstract":"No interior da formatação da experiência moderna criou-se uma violenta ideologia civilizatória eurocêntrica com propósitos universalizantes, ainda que, segundo Elias Palti e Julio Ramos, ela seja resultado da interação e circulação de ideias entre diversas culturas. Das muitas categorias e conceitos importantes nestes processos, o progresso se tornou uma das mais centrais. Abordaremos algumas possibilidades desta categoria através da obra de Koselleck e, em seguida, como ela foi mobilizada por Paulo Prado no início do século XX. Nossa hipótese é a de que Prado entende que a realização de progressos depende de articulações adequadas com o passado colonial brasileiro.","PeriodicalId":55926,"journal":{"name":"Historia da Historiografia","volume":"116 3","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-11-05","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135725072","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Este artigo busca compreender de que modo Os Embaixadores, romance de Henry James publicado em 1903, reconfigura a temporalidade da Bildung e alguns topoi fundamentais do romance de formação. O romance moderno apresenta-se como uma das formas históricas de temporalização do tempo e, entre as suas modalidades, o romance de formação destaca-se por aquilo que Mikhail Bakhtin chama de caráter “cronotópico”, ou seja, a capacidade de articular à temporalidade da formação do protagonista a noção de “tempo histórico”, que, segundo Reinhart Koselleck, emerge entre os séculos XVIII e XIX, como um tempo heterogêneo, acelerado, irreversível, não redutível ao tempo natural ou cronológico. Ao analisar o modo pelo qual Henry James apropria-se do e subverte o ideal alemão da Bildung, introduzido nos círculos letrados norte-americanos, em especial pela influência da obra ensaística de Ralph Waldo Emerson, pretendo argumentar que, ao narrar a Bildung tardia de um norte-americano de cinquenta e cinco anos em sua aventura europeia, Os Embaixadores figura literariamente a crise do tempo histórico e do cronótopo da Bildung na virada do século XIX para o XX. Conclui-se que o romance põe em cena uma Bildung “reversa”, constitui a forma pela qual James converte o “futuro passado”, característico da moderna temporalização do tempo, em “passado futuro”.
{"title":"Passado futuro: o cronótopo da formação e sua crise em Os embaixadores, de Henry James","authors":"Luiza Larangeira da Silva Mello","doi":"10.15848/hh.v16i41.2050","DOIUrl":"https://doi.org/10.15848/hh.v16i41.2050","url":null,"abstract":"Este artigo busca compreender de que modo Os Embaixadores, romance de Henry James publicado em 1903, reconfigura a temporalidade da Bildung e alguns topoi fundamentais do romance de formação. O romance moderno apresenta-se como uma das formas históricas de temporalização do tempo e, entre as suas modalidades, o romance de formação destaca-se por aquilo que Mikhail Bakhtin chama de caráter “cronotópico”, ou seja, a capacidade de articular à temporalidade da formação do protagonista a noção de “tempo histórico”, que, segundo Reinhart Koselleck, emerge entre os séculos XVIII e XIX, como um tempo heterogêneo, acelerado, irreversível, não redutível ao tempo natural ou cronológico. Ao analisar o modo pelo qual Henry James apropria-se do e subverte o ideal alemão da Bildung, introduzido nos círculos letrados norte-americanos, em especial pela influência da obra ensaística de Ralph Waldo Emerson, pretendo argumentar que, ao narrar a Bildung tardia de um norte-americano de cinquenta e cinco anos em sua aventura europeia, Os Embaixadores figura literariamente a crise do tempo histórico e do cronótopo da Bildung na virada do século XIX para o XX. Conclui-se que o romance põe em cena uma Bildung “reversa”, constitui a forma pela qual James converte o “futuro passado”, característico da moderna temporalização do tempo, em “passado futuro”.","PeriodicalId":55926,"journal":{"name":"Historia da Historiografia","volume":"116 11","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-11-05","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135725066","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Mariana Joffily, Daniel Barbosa de Andrade Faria, Paula Franco Franco
A chegada de Jair Bolsonaro à presidência da república deu ensejo a muitas análises empenhadas em compreender a relação do político com o passado da ditadura militar – tema fortemente reivindicado em seus discursos e falas públicas. Neste artigo problematizamos as noções de temporalidade envolvidas nesse retorno ao passado, discutindo as noções de historicismo e de atualismo e situando as falas bolsonaristas sobre a ditadura e, mais precisamente, sobre a repressão política, dentro do leque mais amplo dos discursos públicos dos militares brasileiros sobre a violência do Estado. Nossa tese é a de que Bolsonaro, embora se apresente como herdeiro dos militares que participaram da repressão política, representa uma ruptura radical em relação às estratégias discursivas desse setor. Concluímos que ele rompe um enquadramento discursivo que nega o emprego sistemático da tortura e, ao fazer a defesa explícita da violência como instrumento de poder, retoma a ditadura não como um passado, mas como um projeto inacabado, a ser atualizado no presente.
{"title":"A tortura reivindicada","authors":"Mariana Joffily, Daniel Barbosa de Andrade Faria, Paula Franco Franco","doi":"10.15848/hh.v16i41.2031","DOIUrl":"https://doi.org/10.15848/hh.v16i41.2031","url":null,"abstract":"A chegada de Jair Bolsonaro à presidência da república deu ensejo a muitas análises empenhadas em compreender a relação do político com o passado da ditadura militar – tema fortemente reivindicado em seus discursos e falas públicas. Neste artigo problematizamos as noções de temporalidade envolvidas nesse retorno ao passado, discutindo as noções de historicismo e de atualismo e situando as falas bolsonaristas sobre a ditadura e, mais precisamente, sobre a repressão política, dentro do leque mais amplo dos discursos públicos dos militares brasileiros sobre a violência do Estado. Nossa tese é a de que Bolsonaro, embora se apresente como herdeiro dos militares que participaram da repressão política, representa uma ruptura radical em relação às estratégias discursivas desse setor. Concluímos que ele rompe um enquadramento discursivo que nega o emprego sistemático da tortura e, ao fazer a defesa explícita da violência como instrumento de poder, retoma a ditadura não como um passado, mas como um projeto inacabado, a ser atualizado no presente.","PeriodicalId":55926,"journal":{"name":"Historia da Historiografia","volume":"104 5","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-11-05","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135724840","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
This paper joins the debate of a still-expanding literature on queer temporalities that, among other things, raises the question of a queer-specific construction of time. This specific temporality is what I call queerchronotopia. By setting the description of the historical worldview (as described by Reinhart Koselleck, Sepp Gumbrecht, and François Hartog) against queer methodologies developed by scholars like Paul B. Preciado and Jack J. Halberstam, this article claims that, since the last decades of the nineteenth century, definitions and embodiments of queerness and a queer-specific temporality are constantly revised in light of the temporal shift between two paradigmatic social constructions of time—the historical worldview and “our broad present”. First, we summarize how homosexuality goes from an ahistorical aberration at the end of the 19th century to the emergence of the historical homos at the beginning of the gay liberation movement in the 1970s. Second, we try to demonstrate how the appearance of identity temporalities as an aftereffect of identity politics in the 1970s unveils some of the fractures in the temporal experience anchored in the historical worldview. Lastly, we discuss how the latent “broad present” that had already shown some of its aspects in the aftermath of the gay liberation movement and civil rights era in the United States became more evident in the 1980s when the AIDS epidemic becomes increasingly intertwined with a concern with the health of the planet. Without dismissing the pessimist tone that has permeated the academic and intellectual discussions about the future of the planet and the catastrophic threats to human and nonhuman entities living in the Anthropocene, this article concludes by suggesting that the queer community and its activism, particularly in response to the AIDS epidemic, could teach us some lessons about how to live “with the trouble” in our present.
{"title":"Queerchronotopia","authors":"Bruno Medeiros","doi":"10.15848/hh.v16i41.2037","DOIUrl":"https://doi.org/10.15848/hh.v16i41.2037","url":null,"abstract":"This paper joins the debate of a still-expanding literature on queer temporalities that, among other things, raises the question of a queer-specific construction of time. This specific temporality is what I call queerchronotopia. By setting the description of the historical worldview (as described by Reinhart Koselleck, Sepp Gumbrecht, and François Hartog) against queer methodologies developed by scholars like Paul B. Preciado and Jack J. Halberstam, this article claims that, since the last decades of the nineteenth century, definitions and embodiments of queerness and a queer-specific temporality are constantly revised in light of the temporal shift between two paradigmatic social constructions of time—the historical worldview and “our broad present”. First, we summarize how homosexuality goes from an ahistorical aberration at the end of the 19th century to the emergence of the historical homos at the beginning of the gay liberation movement in the 1970s. Second, we try to demonstrate how the appearance of identity temporalities as an aftereffect of identity politics in the 1970s unveils some of the fractures in the temporal experience anchored in the historical worldview. Lastly, we discuss how the latent “broad present” that had already shown some of its aspects in the aftermath of the gay liberation movement and civil rights era in the United States became more evident in the 1980s when the AIDS epidemic becomes increasingly intertwined with a concern with the health of the planet. Without dismissing the pessimist tone that has permeated the academic and intellectual discussions about the future of the planet and the catastrophic threats to human and nonhuman entities living in the Anthropocene, this article concludes by suggesting that the queer community and its activism, particularly in response to the AIDS epidemic, could teach us some lessons about how to live “with the trouble” in our present.","PeriodicalId":55926,"journal":{"name":"Historia da Historiografia","volume":"116 13","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-11-05","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135725064","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
O presente artigo aborda o arqueofuturismo, do intelectual francês Guillaume Faye (1949-2019), um dos expoentes da Nouvelle Droite, corrente de pensamento que busca atualizar os referenciais da extrema direita na Europa desde os anos 1960. O arqueofuturismo é uma das mais radicais propostas desta corrente, e que faz um constante uso do passado e de uma concepção cíclica da história para enfatizar o identitarismo branco e a formação de um Império Europeu (Eurosibéria); o combate à imigração, sobretudo islâmica; e a defesa de sociedades hierárquicas, divididas entre núcleos hiper tecnológicos e núcleos arcaicos. Analisa-se o arqueofuturismo como uma nova forma de utilização da perspectiva da “luta entre raças” e do racismo na história europeia e uma resposta propositiva ao contexto de independência das ex-colônias europeias e da crise do socialismo e da hegemonia liberal-democrática no sentido de uma agenda revolucionária, conservadora e transumanista para uma sociedade neofascista.
{"title":"O arqueofuturismo de Guillaume Faye e a Nouvelle Droite (1970-2019)","authors":"Francisco Thiago Rocha Vasconcelos","doi":"10.15848/hh.v16i41.2026","DOIUrl":"https://doi.org/10.15848/hh.v16i41.2026","url":null,"abstract":"O presente artigo aborda o arqueofuturismo, do intelectual francês Guillaume Faye (1949-2019), um dos expoentes da Nouvelle Droite, corrente de pensamento que busca atualizar os referenciais da extrema direita na Europa desde os anos 1960. O arqueofuturismo é uma das mais radicais propostas desta corrente, e que faz um constante uso do passado e de uma concepção cíclica da história para enfatizar o identitarismo branco e a formação de um Império Europeu (Eurosibéria); o combate à imigração, sobretudo islâmica; e a defesa de sociedades hierárquicas, divididas entre núcleos hiper tecnológicos e núcleos arcaicos. Analisa-se o arqueofuturismo como uma nova forma de utilização da perspectiva da “luta entre raças” e do racismo na história europeia e uma resposta propositiva ao contexto de independência das ex-colônias europeias e da crise do socialismo e da hegemonia liberal-democrática no sentido de uma agenda revolucionária, conservadora e transumanista para uma sociedade neofascista.","PeriodicalId":55926,"journal":{"name":"Historia da Historiografia","volume":"114 15","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-11-05","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135724815","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
A primeira parte do artigo faz uma introdução conceitual e historiográfica à noção de “gênero epistêmico” na obra de Gianna Pomata. Essa noção ganhou considerável atenção e interesse nos últimos anos, não apenas em relação à história da ciência e da medicina, mas também entre os historiadores no campo da teoria da história e história da historiografia. Em linhas gerais, podemos dizer que a noção de gênero epistêmico é uma ferramenta para a história cultural do conhecimento. Para Pomata, o desaparecimento, a emergência e a transformação de um gênero epistêmico revelam profundas mudanças nos modos coletivos de pensamento. Atenção específica no artigo é dada ao manifesto, agora um gênero socialmente reconhecido nos debates contemporâneos em teoria da história, e ao que ele revela sobre a economia moral dos historiadores. Defendo que a transformação do manifesto – cuja história podemos retraçar às lutas revolucionárias modernas e às vanguardas artísticas contemporâneas – em um gênero epistêmico pode ser lida como um sinal da introdução da sua dinâmica político-temporal na produção do conhecimento histórico.
{"title":"“Gênero epistêmico”, de Gianna Pomata","authors":"Tiago Almeida","doi":"10.15848/hh.v16i41.1972","DOIUrl":"https://doi.org/10.15848/hh.v16i41.1972","url":null,"abstract":"A primeira parte do artigo faz uma introdução conceitual e historiográfica à noção de “gênero epistêmico” na obra de Gianna Pomata. Essa noção ganhou considerável atenção e interesse nos últimos anos, não apenas em relação à história da ciência e da medicina, mas também entre os historiadores no campo da teoria da história e história da historiografia. Em linhas gerais, podemos dizer que a noção de gênero epistêmico é uma ferramenta para a história cultural do conhecimento. Para Pomata, o desaparecimento, a emergência e a transformação de um gênero epistêmico revelam profundas mudanças nos modos coletivos de pensamento. Atenção específica no artigo é dada ao manifesto, agora um gênero socialmente reconhecido nos debates contemporâneos em teoria da história, e ao que ele revela sobre a economia moral dos historiadores. Defendo que a transformação do manifesto – cuja história podemos retraçar às lutas revolucionárias modernas e às vanguardas artísticas contemporâneas – em um gênero epistêmico pode ser lida como um sinal da introdução da sua dinâmica político-temporal na produção do conhecimento histórico.","PeriodicalId":55926,"journal":{"name":"Historia da Historiografia","volume":"104 2","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-11-05","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135724696","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Este artigo visa abordar a relação entre história e justiça a partir do debate recente sobre a Lei da Anistia de 1979 na ocasião da Arguição de Preceito Fundamental 153 ajuizada pelo Supremo Tribunal Federal em 2010. Levando em consideração o contexto da justiça de transição e das mudanças na disciplina histórica na segunda metade do século XX, particularmente o fortalecimento das discussões sobre o tempo na história, o trabalho faz uma análise das práticas de temporalização utilizadas pelos ministros da corte. Ao observar as diversas construções temporais que surgem a partir da utilização da história e das ferramentas de historicização, se observa que os ministros situam a anistia encerrada no passado e viva no presente, ao mesmo tempo, para justificar a impossibilidade de reinterpretar a lei. Ao fim, o trabalho traz reflexões sobre os desafios do fazer histórico em contextos onde a argumentação histórica e a temporalização são ferramentas operacionalizadas por outros atores políticos.
{"title":"Temporalização no Supremo Tribunal Federal","authors":"Carolina Castelo Branco Cooper","doi":"10.15848/hh.v16i41.2035","DOIUrl":"https://doi.org/10.15848/hh.v16i41.2035","url":null,"abstract":"Este artigo visa abordar a relação entre história e justiça a partir do debate recente sobre a Lei da Anistia de 1979 na ocasião da Arguição de Preceito Fundamental 153 ajuizada pelo Supremo Tribunal Federal em 2010. Levando em consideração o contexto da justiça de transição e das mudanças na disciplina histórica na segunda metade do século XX, particularmente o fortalecimento das discussões sobre o tempo na história, o trabalho faz uma análise das práticas de temporalização utilizadas pelos ministros da corte. Ao observar as diversas construções temporais que surgem a partir da utilização da história e das ferramentas de historicização, se observa que os ministros situam a anistia encerrada no passado e viva no presente, ao mesmo tempo, para justificar a impossibilidade de reinterpretar a lei. Ao fim, o trabalho traz reflexões sobre os desafios do fazer histórico em contextos onde a argumentação histórica e a temporalização são ferramentas operacionalizadas por outros atores políticos.","PeriodicalId":55926,"journal":{"name":"Historia da Historiografia","volume":"116 12","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-11-05","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135725065","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}