Pub Date : 2022-01-01DOI: 10.1590/0103-6564e190139
Leandro Amorim Rosa, S. Sandoval
Resumo Os anos de 2015 e 2016 foram marcados politicamente por movimentos de ocupações estudantis pelo Brasil, os quais pautavam a defesa da educação pública e tiveram a autogestão como grande marca organizativa. Este artigo objetiva abordar os processos de produção de potência de agir e saúde ético-política ocorridos durante ocupações estudantis paulistas nos anos de 2015 e 2016. O corpus de pesquisa foi construído por meio de entrevistas, grupos focais e observações participantes com estudantes de quatro cidades: São Paulo, Ribeirão Preto, Catanduva e Barretos. A partir da análise do material, evidencia-se que apesar de os participantes terem sido submetidos a processos de diminuição de potência de agir e a sofrimento ético-político durante os movimentos, lutaram em prol de ideais coletivos, partilha de identidades sociais, humor, espaços lúdicos etc.
{"title":"Participação política e potência de agir: a produção de saúde ético-política em ocupações estudantis paulistas","authors":"Leandro Amorim Rosa, S. Sandoval","doi":"10.1590/0103-6564e190139","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/0103-6564e190139","url":null,"abstract":"Resumo Os anos de 2015 e 2016 foram marcados politicamente por movimentos de ocupações estudantis pelo Brasil, os quais pautavam a defesa da educação pública e tiveram a autogestão como grande marca organizativa. Este artigo objetiva abordar os processos de produção de potência de agir e saúde ético-política ocorridos durante ocupações estudantis paulistas nos anos de 2015 e 2016. O corpus de pesquisa foi construído por meio de entrevistas, grupos focais e observações participantes com estudantes de quatro cidades: São Paulo, Ribeirão Preto, Catanduva e Barretos. A partir da análise do material, evidencia-se que apesar de os participantes terem sido submetidos a processos de diminuição de potência de agir e a sofrimento ético-político durante os movimentos, lutaram em prol de ideais coletivos, partilha de identidades sociais, humor, espaços lúdicos etc.","PeriodicalId":20714,"journal":{"name":"Psicologia Usp","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"67596546","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-01-01DOI: 10.1590/0103-6564e210159
M. D. A. Bahiano, A. Faro
Resumo Esta revisão integrativa objetivou reunir estudos sobre a depressão em pessoas sob aprisionamento no sistema carcerário. As bases de dados pesquisadas foram PePSIC, PsycINFO, SciELO e Web of Science. As ferramentas de suporte para a extração dos artigos selecionados foram o programa computacional StArt e as recomendações Prisma. Os termos usados na busca eletrônica foram “inmate”, “prison”, “prisoner”, “penitentiary” e “depression”. A amostra final foi composta por 10 estudos primários, os quais atenderam aos critérios de inclusão e à questão norteadora da revisão. Dentre os achados, a ocorrência de depressão foi evidente em todos os artigos selecionados, e o Inventário de Depressão de Beck foi o instrumento mais utilizado. Por fim, percebeu-se que a identificação precoce de sintomatologia depressiva pode minimizar prejuízos físicos e mentais na população em encarceramento.
摘要本综合综述旨在收集监狱系统中囚犯抑郁症的研究。搜索的数据库有PePSIC、PsycINFO、SciELO和Web of Science。提取所选文章的支持工具是计算机程序StArt和Prisma建议。电子搜索中使用的术语有“囚犯”、“监狱”、“囚犯”、“监狱”和“抑郁”。最终样本由10项初级研究组成,这些研究符合纳入标准和审查的指导问题。在这些发现中,抑郁的发生在所有选定的文章中都很明显,贝克抑郁量表是最常用的工具。最后,人们认识到,早期识别抑郁症状可以最大限度地减少被监禁人群的身心伤害。
{"title":"Depressão em pessoas sob aprisionamento no sistema carcerário: revisão integrativa","authors":"M. D. A. Bahiano, A. Faro","doi":"10.1590/0103-6564e210159","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/0103-6564e210159","url":null,"abstract":"Resumo Esta revisão integrativa objetivou reunir estudos sobre a depressão em pessoas sob aprisionamento no sistema carcerário. As bases de dados pesquisadas foram PePSIC, PsycINFO, SciELO e Web of Science. As ferramentas de suporte para a extração dos artigos selecionados foram o programa computacional StArt e as recomendações Prisma. Os termos usados na busca eletrônica foram “inmate”, “prison”, “prisoner”, “penitentiary” e “depression”. A amostra final foi composta por 10 estudos primários, os quais atenderam aos critérios de inclusão e à questão norteadora da revisão. Dentre os achados, a ocorrência de depressão foi evidente em todos os artigos selecionados, e o Inventário de Depressão de Beck foi o instrumento mais utilizado. Por fim, percebeu-se que a identificação precoce de sintomatologia depressiva pode minimizar prejuízos físicos e mentais na população em encarceramento.","PeriodicalId":20714,"journal":{"name":"Psicologia Usp","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"67599789","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-01-01DOI: 10.1590/0103-6564e220039
Emily Faverin, Rafael Domingues Corrêa, Renata Caroza, Francisco Matheus Fontes de Lima, Isabela Marcomini, L. Sobreira, Ana Clara Umbelino do Nascimento Cortizo Vidal
Resumo No mundo contemporâneo, o patriarcado se estabeleceu de forma hegemônica, por isso, este estudo tem como propósito investigar hipóteses sobre a origem evolutiva desse sistema, explorar os motivos para tal construção social e discutir a filopatria masculina como possível causa da manutenção da estrutura patriarcal. Por meio de pesquisa bibliográfica e estudos etológicos foi possível analisar os comportamentos, conceitos, origens, padrões e conformações em nível filogenético desse sistema social. Além disso, verifica-se a existência de sociedades contemporâneas que se contrapõem ao patriarcalismo por possuírem organizações matrilineares, matrilocais e matriarcais. Dessa maneira, apesar da hegemonia do sistema patriarcal, essa estrutura não é única e estática, sendo seu dinamismo evidenciado por conformações sociais existentes na contemporaneidade.
{"title":"Hegemonia do patriarcado numa perspectiva etológica e outros sistemas sociais contemporâneos","authors":"Emily Faverin, Rafael Domingues Corrêa, Renata Caroza, Francisco Matheus Fontes de Lima, Isabela Marcomini, L. Sobreira, Ana Clara Umbelino do Nascimento Cortizo Vidal","doi":"10.1590/0103-6564e220039","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/0103-6564e220039","url":null,"abstract":"Resumo No mundo contemporâneo, o patriarcado se estabeleceu de forma hegemônica, por isso, este estudo tem como propósito investigar hipóteses sobre a origem evolutiva desse sistema, explorar os motivos para tal construção social e discutir a filopatria masculina como possível causa da manutenção da estrutura patriarcal. Por meio de pesquisa bibliográfica e estudos etológicos foi possível analisar os comportamentos, conceitos, origens, padrões e conformações em nível filogenético desse sistema social. Além disso, verifica-se a existência de sociedades contemporâneas que se contrapõem ao patriarcalismo por possuírem organizações matrilineares, matrilocais e matriarcais. Dessa maneira, apesar da hegemonia do sistema patriarcal, essa estrutura não é única e estática, sendo seu dinamismo evidenciado por conformações sociais existentes na contemporaneidade.","PeriodicalId":20714,"journal":{"name":"Psicologia Usp","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"67600481","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-01-01DOI: 10.1590/0103-6564e210139
R. Darwich, Yasmin Santos Klautau Costa
Resumo Este estudo de caso mediado pela internet objetivou avaliar possíveis relações entre contação de histórias associada a exercícios de yoga e autorregulação de crianças com transtorno do espectro autista. Para tanto, pais e cuidadores foram instruídos a utilizar vídeos de contação de histórias, vídeos com demonstração de rotinas de exercícios de yoga e formulários de avaliação, totalizando três encontros. Relações entre controle por contingências e governo por regras foram investigadas. Verificamos resultados positivos nos dois casos estudados, um deles mediado pelos pais da criança e outro pela acompanhante terapêutica. Em conclusão, o envolvimento de pessoas de referência no treino de autorregulação demonstrou gerar efeitos positivos no comportamento das crianças e nas relações interpessoais estabelecidas. Estudos futuros poderão se valer do delineamento testado e do material interventivo para alcançar um maior número de crianças com desenvolvimento atípico e típico.
{"title":"Yoga com histórias para crianças com transtorno do espectro autista: regulação emocional mediada pela internet","authors":"R. Darwich, Yasmin Santos Klautau Costa","doi":"10.1590/0103-6564e210139","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/0103-6564e210139","url":null,"abstract":"Resumo Este estudo de caso mediado pela internet objetivou avaliar possíveis relações entre contação de histórias associada a exercícios de yoga e autorregulação de crianças com transtorno do espectro autista. Para tanto, pais e cuidadores foram instruídos a utilizar vídeos de contação de histórias, vídeos com demonstração de rotinas de exercícios de yoga e formulários de avaliação, totalizando três encontros. Relações entre controle por contingências e governo por regras foram investigadas. Verificamos resultados positivos nos dois casos estudados, um deles mediado pelos pais da criança e outro pela acompanhante terapêutica. Em conclusão, o envolvimento de pessoas de referência no treino de autorregulação demonstrou gerar efeitos positivos no comportamento das crianças e nas relações interpessoais estabelecidas. Estudos futuros poderão se valer do delineamento testado e do material interventivo para alcançar um maior número de crianças com desenvolvimento atípico e típico.","PeriodicalId":20714,"journal":{"name":"Psicologia Usp","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"67599815","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-01-01DOI: 10.1590/0103-6564e180040
Danna De Luccia, Léia Priszkulnik
Resumo O intuito deste artigo é retomar a discussão sobre a prática clínica com grupos a partir da psicanálise de Freud e de Lacan, tendo como horizonte ressaltar a ética do psicanalista, seus impasses e suas possibilidades de inserção em espaços coletivos, públicos ou institucionais. O recurso ao coletivo é uma característica privilegiada na atenção psicossocial e na “clínica ampliada” preconizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Contudo, vê-se com frequência a diluição da perspectiva inovadora proposta no surgimento dos grupos no campo clínico e o predomínio do atendimento massificado, o que justifica esta retomada clínica. Para isto, apresentamos contrapontos entre os grupalistas no interior da psicanálise e a perspectiva lacaniana acerca da lógica coletiva e do laço social. Em seguida, retomamos alguns trabalhos de extração lacaniana em diferentes contextos coletivos e, por último, enfatizamos algumas considerações sobre a prática clínica, tendo como norte atravessar os efeitos imaginários do grupo e privilegiar o sujeito e sua singularidade.
{"title":"O que faz do grupo um dispositivo analítico? Considerações de Freud e Lacan","authors":"Danna De Luccia, Léia Priszkulnik","doi":"10.1590/0103-6564e180040","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/0103-6564e180040","url":null,"abstract":"Resumo O intuito deste artigo é retomar a discussão sobre a prática clínica com grupos a partir da psicanálise de Freud e de Lacan, tendo como horizonte ressaltar a ética do psicanalista, seus impasses e suas possibilidades de inserção em espaços coletivos, públicos ou institucionais. O recurso ao coletivo é uma característica privilegiada na atenção psicossocial e na “clínica ampliada” preconizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Contudo, vê-se com frequência a diluição da perspectiva inovadora proposta no surgimento dos grupos no campo clínico e o predomínio do atendimento massificado, o que justifica esta retomada clínica. Para isto, apresentamos contrapontos entre os grupalistas no interior da psicanálise e a perspectiva lacaniana acerca da lógica coletiva e do laço social. Em seguida, retomamos alguns trabalhos de extração lacaniana em diferentes contextos coletivos e, por último, enfatizamos algumas considerações sobre a prática clínica, tendo como norte atravessar os efeitos imaginários do grupo e privilegiar o sujeito e sua singularidade.","PeriodicalId":20714,"journal":{"name":"Psicologia Usp","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"67594197","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-01-01DOI: 10.1590/0103-6564e190067
R. Michels, Wagner de Lara Machado, Adolfo Pizzinato
Resumo Este artigo discute as práticas da psicanálise em equipes de saúde mental pública, investigando o modo como psicanalistas atuam fora do modelo ambulatorial individualizado. A pesquisa foi realizada a partir de uma perspectiva etnográfica, por meio do acompanhamento da rotina de trabalho de dois psicanalistas em uma equipe de saúde mental. O registro detalhado das rotinas em diário de campo foi utilizado como material de análise. Em decorrência disso, propõe-se o modelo do tear psicanalítico para ilustrar o modo como a psicanálise opera em interlocução com os demais saberes que compõem a saúde mental pública.
{"title":"O tear psicanalítico: uma pesquisa sobre as práticas da psicanálise na saúde mental","authors":"R. Michels, Wagner de Lara Machado, Adolfo Pizzinato","doi":"10.1590/0103-6564e190067","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/0103-6564e190067","url":null,"abstract":"Resumo Este artigo discute as práticas da psicanálise em equipes de saúde mental pública, investigando o modo como psicanalistas atuam fora do modelo ambulatorial individualizado. A pesquisa foi realizada a partir de uma perspectiva etnográfica, por meio do acompanhamento da rotina de trabalho de dois psicanalistas em uma equipe de saúde mental. O registro detalhado das rotinas em diário de campo foi utilizado como material de análise. Em decorrência disso, propõe-se o modelo do tear psicanalítico para ilustrar o modo como a psicanálise opera em interlocução com os demais saberes que compõem a saúde mental pública.","PeriodicalId":20714,"journal":{"name":"Psicologia Usp","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"67595937","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-01-01DOI: 10.1590/0103-6564e190118
M. Pinho
Resumo Lacan (1958-59) definiu a tragédia de Hamlet como a tragédia do desejo, vendo na trama da peça uma espécie de armadilha de pássaro, em que o desejo do homem estaria essencialmente enredado. Como disse, Hamlet não lhe veio por acaso, havia se imposto graças aos ecos do “ser e não ser o falo”, recolhidos do paciente da analista inglesa Ella Sharpe, que acabaram por conduzi-lo a um dos temas germinais do pensamento de Freud sobre a forma como se organiza a posição do desejo, ou seja, às coordenadas articuladas por Freud, na Interpretação dos Sonhos, entre Hamlet, Édipo e castração. O objetivo deste estudo é apresentar os pontos e contrapontos da interpretação de Hamlet empreendida por Freud e Lacan.
{"title":"O que se passa em Hamlet? Pontos e contrapontos entre Freud e Lacan","authors":"M. Pinho","doi":"10.1590/0103-6564e190118","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/0103-6564e190118","url":null,"abstract":"Resumo Lacan (1958-59) definiu a tragédia de Hamlet como a tragédia do desejo, vendo na trama da peça uma espécie de armadilha de pássaro, em que o desejo do homem estaria essencialmente enredado. Como disse, Hamlet não lhe veio por acaso, havia se imposto graças aos ecos do “ser e não ser o falo”, recolhidos do paciente da analista inglesa Ella Sharpe, que acabaram por conduzi-lo a um dos temas germinais do pensamento de Freud sobre a forma como se organiza a posição do desejo, ou seja, às coordenadas articuladas por Freud, na Interpretação dos Sonhos, entre Hamlet, Édipo e castração. O objetivo deste estudo é apresentar os pontos e contrapontos da interpretação de Hamlet empreendida por Freud e Lacan.","PeriodicalId":20714,"journal":{"name":"Psicologia Usp","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"67596440","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-01-01DOI: 10.1590/0103-6564e210142
J. S. Rodrigues, J. P. Barros, L. F. S. Benício, Carla Jéssica de Araújo Gomes
Resumo Este artigo pretende analisar, a partir de um prisma interseccional, o sofrimento psicossocial de mães de jovens assassinados nas dinâmicas da violência em territórios periféricos de Fortaleza, no Ceará. As reflexões são oriundas de uma pesquisa-intervenção, que, ao tomar a interseccionalidade como conceito-chave, permite-nos acompanhar realidades vividas de mulheres sem incorrer em uma despolitização e individualização de seus sofrimentos. O trabalho buscou articulações de estudos da Psicologia Social com autoras dos feminismos e de áreas afins que tratam sobre violências, mulheres negras e interseccionalidades. Os dados foram produzidos por entrevistas e observações de mobilizações sociais. A seção de resultados e discussão chama a atenção para: (1) processos de culpabilização e sua relação com classe, raça e gênero, em que as mortes dos filhos são indutoras de maior precarização nas vidas dessas mulheres; e (2) medo, isolamento, solidão e silenciamento atuantes no sofrimento psicossocial, produzindo novas formas de sociabilidade.
{"title":"“Tortura que não acaba”: análise do sofrimento de mães de jovens assassinados em Fortaleza","authors":"J. S. Rodrigues, J. P. Barros, L. F. S. Benício, Carla Jéssica de Araújo Gomes","doi":"10.1590/0103-6564e210142","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/0103-6564e210142","url":null,"abstract":"Resumo Este artigo pretende analisar, a partir de um prisma interseccional, o sofrimento psicossocial de mães de jovens assassinados nas dinâmicas da violência em territórios periféricos de Fortaleza, no Ceará. As reflexões são oriundas de uma pesquisa-intervenção, que, ao tomar a interseccionalidade como conceito-chave, permite-nos acompanhar realidades vividas de mulheres sem incorrer em uma despolitização e individualização de seus sofrimentos. O trabalho buscou articulações de estudos da Psicologia Social com autoras dos feminismos e de áreas afins que tratam sobre violências, mulheres negras e interseccionalidades. Os dados foram produzidos por entrevistas e observações de mobilizações sociais. A seção de resultados e discussão chama a atenção para: (1) processos de culpabilização e sua relação com classe, raça e gênero, em que as mortes dos filhos são indutoras de maior precarização nas vidas dessas mulheres; e (2) medo, isolamento, solidão e silenciamento atuantes no sofrimento psicossocial, produzindo novas formas de sociabilidade.","PeriodicalId":20714,"journal":{"name":"Psicologia Usp","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"67600184","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-01-01DOI: 10.1590/0103-6564e220108
M. G. Ferretti
Resumo Neste artigo, apresentam-se algumas contribuições para a investigação do medo como motor da colaboração - transformada em colaboracionismo - no neoliberalismo. Para isso, inicialmente, são recuperadas algumas ideias de Christophe Dejours, salientando o papel do trabalho e do medo no funcionamento da máquina neoliberal. Visto que essa visão não contempla algumas questões a respeito da natureza do engajamento produzido na coletividade, retoma-se, em seguida, a análise freudiana da psicologia das massas em busca de respostas. Por fim, após detectar os limites de tal análise, excessivamente centrada na figura do Pai (ou no líder), este estudo recorre a Jacques Lacan com vistas à elaboração de uma nova psicologia das massas mais adequada ao que se parece assistir na atualidade.
{"title":"O medo e o colaboracionismo neoliberal: “psicologia das massas” do consentimento em tempos sombrios","authors":"M. G. Ferretti","doi":"10.1590/0103-6564e220108","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/0103-6564e220108","url":null,"abstract":"Resumo Neste artigo, apresentam-se algumas contribuições para a investigação do medo como motor da colaboração - transformada em colaboracionismo - no neoliberalismo. Para isso, inicialmente, são recuperadas algumas ideias de Christophe Dejours, salientando o papel do trabalho e do medo no funcionamento da máquina neoliberal. Visto que essa visão não contempla algumas questões a respeito da natureza do engajamento produzido na coletividade, retoma-se, em seguida, a análise freudiana da psicologia das massas em busca de respostas. Por fim, após detectar os limites de tal análise, excessivamente centrada na figura do Pai (ou no líder), este estudo recorre a Jacques Lacan com vistas à elaboração de uma nova psicologia das massas mais adequada ao que se parece assistir na atualidade.","PeriodicalId":20714,"journal":{"name":"Psicologia Usp","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"67600667","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-01-01DOI: 10.1590/0103-6564e200096
Monalisa Pontes Xavier, A. Martins
Resumo Este artigo compreende oito cartas trocadas entre as autoras ao longo do mês de abril de 2020, tendo por eixo norteador o tema das análises online. Em uma retomada metodológica da produção teórica pela via das correspondências, amplamente utilizada entre Freud e seus interlocutores, propõe uma tessitura em ato de conceitos-acontecimentos em torno do atendimento mediado pelas tecnologias da informação e da comunicação, bem como dos deslocamentos no estatuto da escuta clínica, que reverberam especialmente sobre o inconsciente, a presença do analista e a questão do registro. A escrita epistolar possibilitou uma elaboração afetuosa e desinstitucionalizada, rompendo com a lógica academicista, sem perder o rigor conceitual do campo freudo-lacaniano na interlocução com outros autores. As discussões apresentadas refletem sobre quais vidas são passíveis de escuta nas análises, online ou não, em variados desdobramentos que circunscrevem uma clínica do contemporâneo.
{"title":"Respondências: análises (online) em confinamento","authors":"Monalisa Pontes Xavier, A. Martins","doi":"10.1590/0103-6564e200096","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/0103-6564e200096","url":null,"abstract":"Resumo Este artigo compreende oito cartas trocadas entre as autoras ao longo do mês de abril de 2020, tendo por eixo norteador o tema das análises online. Em uma retomada metodológica da produção teórica pela via das correspondências, amplamente utilizada entre Freud e seus interlocutores, propõe uma tessitura em ato de conceitos-acontecimentos em torno do atendimento mediado pelas tecnologias da informação e da comunicação, bem como dos deslocamentos no estatuto da escuta clínica, que reverberam especialmente sobre o inconsciente, a presença do analista e a questão do registro. A escrita epistolar possibilitou uma elaboração afetuosa e desinstitucionalizada, rompendo com a lógica academicista, sem perder o rigor conceitual do campo freudo-lacaniano na interlocução com outros autores. As discussões apresentadas refletem sobre quais vidas são passíveis de escuta nas análises, online ou não, em variados desdobramentos que circunscrevem uma clínica do contemporâneo.","PeriodicalId":20714,"journal":{"name":"Psicologia Usp","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"67597889","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}