Pub Date : 2022-12-22DOI: 10.23925/2594-3871.2022v31i2p475-498
Esther Almeida da Silva-Xavier, Esther Camila Silva Santos, Elen de Fátima Brandão Pereira, Larissa Polejack Brambatti
O trabalho teve como objetivo apresentar estratégias e dificuldades que influenciam o processo de Comunicação de Notícias Difíceis por médicos em um hospital universitário. Trata-se de um estudo descritivo-exploratório, de orientação qualitativa, sobre as estratégias e dificuldades encontradas por residentes (R1, R2 ou R3) e staffs, dos quatro programas da área médica: Ginecologia e Obstetrícia (GO), Pediatria, Cirurgia Geral (CG) e Clínica Médica (CM). A partir de uma entrevista semiestruturada para a análise dos dados foi utilizado o método do Discurso do Sujeito Coletivo (DSC), que mostrou como é importante utilizar protocolos para subsidiar a melhor abordagem com o paciente. Além da formação profissional, para realizar a comunicação de notícias difíceis, foi citado o protocolo SPIKES, seus pontos estratégicos e como ele pode auxiliar o profissional a realizar a melhor conduta. No que tange às dificuldades, a falta de preparo foi um dos destaques, bem como a ausência de um local adequado para a comunicação e os aspectos emocionais envolvidos, tanto por parte dos pacientes quanto dos profissionais de saúde.
{"title":"Estratégias e dificuldades encontradas na comunicação de notícias difíceis em um hospital universitário","authors":"Esther Almeida da Silva-Xavier, Esther Camila Silva Santos, Elen de Fátima Brandão Pereira, Larissa Polejack Brambatti","doi":"10.23925/2594-3871.2022v31i2p475-498","DOIUrl":"https://doi.org/10.23925/2594-3871.2022v31i2p475-498","url":null,"abstract":"O trabalho teve como objetivo apresentar estratégias e dificuldades que influenciam o processo de Comunicação de Notícias Difíceis por médicos em um hospital universitário. Trata-se de um estudo descritivo-exploratório, de orientação qualitativa, sobre as estratégias e dificuldades encontradas por residentes (R1, R2 ou R3) e staffs, dos quatro programas da área médica: Ginecologia e Obstetrícia (GO), Pediatria, Cirurgia Geral (CG) e Clínica Médica (CM). A partir de uma entrevista semiestruturada para a análise dos dados foi utilizado o método do Discurso do Sujeito Coletivo (DSC), que mostrou como é importante utilizar protocolos para subsidiar a melhor abordagem com o paciente. Além da formação profissional, para realizar a comunicação de notícias difíceis, foi citado o protocolo SPIKES, seus pontos estratégicos e como ele pode auxiliar o profissional a realizar a melhor conduta. No que tange às dificuldades, a falta de preparo foi um dos destaques, bem como a ausência de um local adequado para a comunicação e os aspectos emocionais envolvidos, tanto por parte dos pacientes quanto dos profissionais de saúde.","PeriodicalId":30262,"journal":{"name":"Psicologia em Revista","volume":"5 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-12-22","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"80081199","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-12-22DOI: 10.23925/2594-3871.2022v31i2p432-454
P. D. L. Moreira, Júlio Rique, L. Maia, Cleonice Camino
As representações sociais consistem em princípios organizadores do pensamento social e, portanto, compreendem o conhecimento construído e compartilhado nas interações sociais. Este conhecimento possibilita a construção de posicionamentos e julgamentos direcionados a fatos sociais. A partir desta perspectiva, o objetivo da presente pesquisa foi conhecer as representações sociais de brasileiros sobre a sociedade ideal e sobre as ações a nível individual e governamental que esse grupo acreditam ser necessárias para a construção dessa sociedade. Os resultados indicaram que o posicionamento ideológico dos participantes se caracterizou, sobretudo, a partir da presença de valores igualitários, e que estes valores foram o ponto de ancoragem das representações sociais sobre a sociedade ideal e sobre as ações necessárias para obtê-la.
{"title":"Concepções e práticas sobre uma sociedade ideal","authors":"P. D. L. Moreira, Júlio Rique, L. Maia, Cleonice Camino","doi":"10.23925/2594-3871.2022v31i2p432-454","DOIUrl":"https://doi.org/10.23925/2594-3871.2022v31i2p432-454","url":null,"abstract":"As representações sociais consistem em princípios organizadores do pensamento social e, portanto, compreendem o conhecimento construído e compartilhado nas interações sociais. Este conhecimento possibilita a construção de posicionamentos e julgamentos direcionados a fatos sociais. A partir desta perspectiva, o objetivo da presente pesquisa foi conhecer as representações sociais de brasileiros sobre a sociedade ideal e sobre as ações a nível individual e governamental que esse grupo acreditam ser necessárias para a construção dessa sociedade. Os resultados indicaram que o posicionamento ideológico dos participantes se caracterizou, sobretudo, a partir da presença de valores igualitários, e que estes valores foram o ponto de ancoragem das representações sociais sobre a sociedade ideal e sobre as ações necessárias para obtê-la.","PeriodicalId":30262,"journal":{"name":"Psicologia em Revista","volume":"37 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-12-22","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"90118453","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-12-22DOI: 10.23925/2594-3871.2022v31i2p287-309
Daniela Cecilia Grisoski
Este artigo é uma pesquisa teórica que visa a identificar aspectos da divisão sexual do trabalho na inserção de mulheres à Polícia Militar brasileira, articulando-os ao campo teórico da Psicodinâmica do Trabalho. Para isso, nos pautamos em produções acerca da inserção e do cotidiano de mulheres na Polícia Militar. Compreendemos que a forma com que as mulheres policiais dão sentido as suas experiências laborais podem estar atravessadas por uma ideia de exaltação da virilidade, além de outros atributos que são tidos socialmente como masculinos, visto que as instituições militares brasileiras, historicamente, são compostas por um grande valor social, atrelado a uma concepção de bravura, virilidade, força física, heroísmo, entre outras; características que foram associadas à masculinidade e, contemporaneamente, ainda perpassam nosso meio social. Ressaltamos que as experiências no trabalho estão intimamente relacionadas à produção de subjetividade, consequentemente, às formas com que os trabalhadores e trabalhadoras se reconhecem enquanto sujeitos em determinado contexto socio-histórico.
{"title":"Divisão sexual do trabalho no contexto da Polícia Militar","authors":"Daniela Cecilia Grisoski","doi":"10.23925/2594-3871.2022v31i2p287-309","DOIUrl":"https://doi.org/10.23925/2594-3871.2022v31i2p287-309","url":null,"abstract":"Este artigo é uma pesquisa teórica que visa a identificar aspectos da divisão sexual do trabalho na inserção de mulheres à Polícia Militar brasileira, articulando-os ao campo teórico da Psicodinâmica do Trabalho. Para isso, nos pautamos em produções acerca da inserção e do cotidiano de mulheres na Polícia Militar. Compreendemos que a forma com que as mulheres policiais dão sentido as suas experiências laborais podem estar atravessadas por uma ideia de exaltação da virilidade, além de outros atributos que são tidos socialmente como masculinos, visto que as instituições militares brasileiras, historicamente, são compostas por um grande valor social, atrelado a uma concepção de bravura, virilidade, força física, heroísmo, entre outras; características que foram associadas à masculinidade e, contemporaneamente, ainda perpassam nosso meio social. Ressaltamos que as experiências no trabalho estão intimamente relacionadas à produção de subjetividade, consequentemente, às formas com que os trabalhadores e trabalhadoras se reconhecem enquanto sujeitos em determinado contexto socio-histórico.","PeriodicalId":30262,"journal":{"name":"Psicologia em Revista","volume":"48 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-12-22","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"90366154","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-10-24DOI: 10.23925/2594-3871.2022v31i1p231-250
Juliana Gomes Fiorott, Helena Cristina Almeida Pasin Pasin, Bruna Hensel Puente Hensel, Andréia Isabel Giacomozzi, Andréa Barbará S. Bousfield
Os grupos reflexivos voltados à temática da adoção surgem como forma de proporcionar espaços grupais comprometidos com a elaboração das motivações e angústias que permeiam o processo adotivo. Com a chegada da pandemia da COVID-19, muitas atividades foram adaptadas para o contexto on-line e fizeram uso de tecnologias da informação, incluindo os grupos no âmbito da adoção. Assim, o presente relato de experiência se propõe a refletir sobre a potência e especificidades das intervenções grupais, considerando os desafios e possibilidades da atuação on-line, bem como delinear estratégias de condução e modos de coordenação de grupos on-line no contexto da parentalidade adotiva. Observou-se que a vivência de grupos online com pretendentes à adoção pode ser uma forma de intervenção profícua e possibilita reflexões grupais com participantes de diferentes etapas da pré-adoção, bem como integrantes de diferentes localidades. Além disso, observou-se que a modalidade on-line facilitou a participação, otimizando o tempo. Como desafios, foi relatada a dificuldade na conexão de internet e a falta de contato físico e conversa frente a frente. A partir de algumas temáticas, buscou-se proporcionar a reflexão sobre todo o projeto adotivo, desde as motivações para a adoção ao momento pós-adoção.
{"title":"Prática psicológica mediada por tecnologia","authors":"Juliana Gomes Fiorott, Helena Cristina Almeida Pasin Pasin, Bruna Hensel Puente Hensel, Andréia Isabel Giacomozzi, Andréa Barbará S. Bousfield","doi":"10.23925/2594-3871.2022v31i1p231-250","DOIUrl":"https://doi.org/10.23925/2594-3871.2022v31i1p231-250","url":null,"abstract":"Os grupos reflexivos voltados à temática da adoção surgem como forma de proporcionar espaços grupais comprometidos com a elaboração das motivações e angústias que permeiam o processo adotivo. Com a chegada da pandemia da COVID-19, muitas atividades foram adaptadas para o contexto on-line e fizeram uso de tecnologias da informação, incluindo os grupos no âmbito da adoção. Assim, o presente relato de experiência se propõe a refletir sobre a potência e especificidades das intervenções grupais, considerando os desafios e possibilidades da atuação on-line, bem como delinear estratégias de condução e modos de coordenação de grupos on-line no contexto da parentalidade adotiva. Observou-se que a vivência de grupos online com pretendentes à adoção pode ser uma forma de intervenção profícua e possibilita reflexões grupais com participantes de diferentes etapas da pré-adoção, bem como integrantes de diferentes localidades. Além disso, observou-se que a modalidade on-line facilitou a participação, otimizando o tempo. Como desafios, foi relatada a dificuldade na conexão de internet e a falta de contato físico e conversa frente a frente. A partir de algumas temáticas, buscou-se proporcionar a reflexão sobre todo o projeto adotivo, desde as motivações para a adoção ao momento pós-adoção.","PeriodicalId":30262,"journal":{"name":"Psicologia em Revista","volume":"26 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-10-24","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"75449713","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-10-24DOI: 10.23925/2594-3871.2022v31i1p67-89
Valéria Maria Azevedo Guimarães, Joilson Pereira da Silva
O presente estudo teve como objetivo realizar uma revisão integrativa da literatura referente aos estudos científicos que envolvessem a representação social e a surdez. Para isso, realizou-se uma busca nas bases de dados SciELO.org, PePSIC, LILACS, PsycINFO (APA) e Scopus (Elsevier), por meio da plataforma Periódicos CAPES no mês de setembro do ano 2020. Os descritores foram: representação social, surdez, surdo e deficiente auditivo, na língua portuguesa, inglesa e espanhola. Foram analisados 11 artigos e com resultados acerca das populações surda e ouvinte. Nos artigos com pessoas surdas observam-se temáticas sobre identidade, cultura e direitos enquanto cidadãos para dirimirem e modificarem os estereótipos acerca da surdez. As pesquisas com os ouvintes foram realizadas com os familiares e a sociedade de modo geral, tendo como destaque representações baseadas em estereótipos negativos e aspectos limitantes. Ademais, sugerem-se novas produções cientificas que deem continuidade à teoria das representações sociais associadas com outros aspectos que envolvam a surdez e tenham como amostra, a comunidade surda.
{"title":"Representação social sobre a surdez","authors":"Valéria Maria Azevedo Guimarães, Joilson Pereira da Silva","doi":"10.23925/2594-3871.2022v31i1p67-89","DOIUrl":"https://doi.org/10.23925/2594-3871.2022v31i1p67-89","url":null,"abstract":"O presente estudo teve como objetivo realizar uma revisão integrativa da literatura referente aos estudos científicos que envolvessem a representação social e a surdez. Para isso, realizou-se uma busca nas bases de dados SciELO.org, PePSIC, LILACS, PsycINFO (APA) e Scopus (Elsevier), por meio da plataforma Periódicos CAPES no mês de setembro do ano 2020. Os descritores foram: representação social, surdez, surdo e deficiente auditivo, na língua portuguesa, inglesa e espanhola. Foram analisados 11 artigos e com resultados acerca das populações surda e ouvinte. Nos artigos com pessoas surdas observam-se temáticas sobre identidade, cultura e direitos enquanto cidadãos para dirimirem e modificarem os estereótipos acerca da surdez. As pesquisas com os ouvintes foram realizadas com os familiares e a sociedade de modo geral, tendo como destaque representações baseadas em estereótipos negativos e aspectos limitantes. Ademais, sugerem-se novas produções cientificas que deem continuidade à teoria das representações sociais associadas com outros aspectos que envolvam a surdez e tenham como amostra, a comunidade surda.","PeriodicalId":30262,"journal":{"name":"Psicologia em Revista","volume":"20 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-10-24","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"75017779","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-10-24DOI: 10.23925/2594-3871.2022v31i1p158-179
Amanda Borba Ramos Silva, J. Wachelke
A meritocracia pode ser considerada uma ideologia que coopera na justificação das desigualdades entre as classes existentes no sistema econômico. Isso se dá com a valorização de características como a competitividade, a habilidade e o esforço individual, desconsiderando fatores históricos, culturais e socioeconômicos. O objetivo da pesquisa foi caracterizar a adesão a crenças meritocráticas, vinculando as respostas obtidas à condição social do participante. Uma amostra de 1.233 adultos respondeu uma entrevista estruturada, indicando o grau de concordância com três sentenças a respeito do papel do esforço individual para o sucesso, a relação entre habilidade e remuneração e a desigualdade social. Os resultados indicaram que a renda dos indivíduos está associada à percepção da lógica meritocrática, posto que sujeitos com maiores rendas tenderam a questionar as generalizações, mas não deixam de aderir a sua lógica com veemência, valorizando esforço e manutenção das diferenças salariais pautadas no valor social agregado a determinadas habilidades. Já sujeitos com menor acesso a recursos demonstraram crer na meritocracia com menores questionamentos, emergindo assim as características ideológicas da meritocracia e as concepções dominantes de classes sociais mais abastadas.
{"title":"Relação entre adesão a crenças meritocráticas e a renda familiar","authors":"Amanda Borba Ramos Silva, J. Wachelke","doi":"10.23925/2594-3871.2022v31i1p158-179","DOIUrl":"https://doi.org/10.23925/2594-3871.2022v31i1p158-179","url":null,"abstract":"A meritocracia pode ser considerada uma ideologia que coopera na justificação das desigualdades entre as classes existentes no sistema econômico. Isso se dá com a valorização de características como a competitividade, a habilidade e o esforço individual, desconsiderando fatores históricos, culturais e socioeconômicos. O objetivo da pesquisa foi caracterizar a adesão a crenças meritocráticas, vinculando as respostas obtidas à condição social do participante. Uma amostra de 1.233 adultos respondeu uma entrevista estruturada, indicando o grau de concordância com três sentenças a respeito do papel do esforço individual para o sucesso, a relação entre habilidade e remuneração e a desigualdade social. Os resultados indicaram que a renda dos indivíduos está associada à percepção da lógica meritocrática, posto que sujeitos com maiores rendas tenderam a questionar as generalizações, mas não deixam de aderir a sua lógica com veemência, valorizando esforço e manutenção das diferenças salariais pautadas no valor social agregado a determinadas habilidades. Já sujeitos com menor acesso a recursos demonstraram crer na meritocracia com menores questionamentos, emergindo assim as características ideológicas da meritocracia e as concepções dominantes de classes sociais mais abastadas.","PeriodicalId":30262,"journal":{"name":"Psicologia em Revista","volume":"68 7","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-10-24","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"72402240","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-10-24DOI: 10.23925/2594-3871.2022v31i1p11-26
Marcelo V. Roehe, Daniele Rosa dos Prazeres
A Clínica Ampliada é uma das diretrizes que a Política Nacional de Humanização propõe, a fim de qualificar o modo de se fazer saúde pública. Está fundamentada em ideias que remetem à revisão do entendimento tradicional da saúde, o qual privilegia doença, sintoma e cura, objetivismo positivista e intervenção prioritariamente orgânica. Como alternativa, a Clínica Ampliada propõe a valorização do humano em seu contexto e em sua história de vida. O artigo desenvolve o pensamento de que a essa ampliação da clínica subjaz uma concepção de ser humano, uma vez que a caracterização de qualquer fenômeno humano implica um entendimento a respeito de como é o humano. Argumenta-se que a concepção analítico-existencial de ser humano, elaborada pelo filósofo Martin Heidegger, é compatível com a visão de ser humano implícita na abordagem da Clínica Ampliada à saúde, uma vez que também amplia a visão tradicional de ser humano, ao descrevê-lo como ser-no-mundo.
{"title":"Concepção de ser humano na Clínica Ampliada","authors":"Marcelo V. Roehe, Daniele Rosa dos Prazeres","doi":"10.23925/2594-3871.2022v31i1p11-26","DOIUrl":"https://doi.org/10.23925/2594-3871.2022v31i1p11-26","url":null,"abstract":"A Clínica Ampliada é uma das diretrizes que a Política Nacional de Humanização propõe, a fim de qualificar o modo de se fazer saúde pública. Está fundamentada em ideias que remetem à revisão do entendimento tradicional da saúde, o qual privilegia doença, sintoma e cura, objetivismo positivista e intervenção prioritariamente orgânica. Como alternativa, a Clínica Ampliada propõe a valorização do humano em seu contexto e em sua história de vida. O artigo desenvolve o pensamento de que a essa ampliação da clínica subjaz uma concepção de ser humano, uma vez que a caracterização de qualquer fenômeno humano implica um entendimento a respeito de como é o humano. Argumenta-se que a concepção analítico-existencial de ser humano, elaborada pelo filósofo Martin Heidegger, é compatível com a visão de ser humano implícita na abordagem da Clínica Ampliada à saúde, uma vez que também amplia a visão tradicional de ser humano, ao descrevê-lo como ser-no-mundo.","PeriodicalId":30262,"journal":{"name":"Psicologia em Revista","volume":"41 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-10-24","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"85116033","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-10-24DOI: 10.23925/2594-3871.2022v31i1p138-157
D. V. Oliveira, Gabriel Lucas Morais Freire, Davi Leonardo de Souza, Paulo Vitor Suto Aizava, Lenamar Fiorese, José Roberto Andrade Nascimento Júnior
O objetivo do estufo foi analisar as estratégias de coping e a motivação de praticantes de corrida de rua do município de Maringá – PR. Trata-se de um estudo transversal, cuja mostra foi composta por 55 praticantes de corrida de rua, de ambos os sexos, com idade mínima de 20 anos de idade. Como instrumentos foram utilizados uma ficha de identificação, o Exercise Motivation Inventory (EMI-2) e o Inventário de Estratégias de Coping (IEC). A análise dos dados foi feita através de estatística descritiva e inferencial (p<0,05). Os resultados evidenciaram que os homens apresentaram um perfil mais competidor em relação às mulheres (p=0,019), além de utilizarem as estratégias rendimento máximo sob pressão (p=0,017), concentração (p=0,030) e confiança e motivação (p=0,021). Os indivíduos com maior tempo de prática utilizam mais da estratégia concentração (p=0,020). Os que treinavam até três vezes na semana se motivavam mais pela reabilitação da saúde. A estratégia de formulação de objetivos foi o domínio que mais obteve correlações com a motivação (p<0,05). Conclui-se que existem inúmeros motivos para a prática dos corredores de rua, assim como as estratégias de enfrentamento utilizadas.
{"title":"Estratégias de coping e motivação de praticantes de corrida de rua","authors":"D. V. Oliveira, Gabriel Lucas Morais Freire, Davi Leonardo de Souza, Paulo Vitor Suto Aizava, Lenamar Fiorese, José Roberto Andrade Nascimento Júnior","doi":"10.23925/2594-3871.2022v31i1p138-157","DOIUrl":"https://doi.org/10.23925/2594-3871.2022v31i1p138-157","url":null,"abstract":"O objetivo do estufo foi analisar as estratégias de coping e a motivação de praticantes de corrida de rua do município de Maringá – PR. Trata-se de um estudo transversal, cuja mostra foi composta por 55 praticantes de corrida de rua, de ambos os sexos, com idade mínima de 20 anos de idade. Como instrumentos foram utilizados uma ficha de identificação, o Exercise Motivation Inventory (EMI-2) e o Inventário de Estratégias de Coping (IEC). A análise dos dados foi feita através de estatística descritiva e inferencial (p<0,05). Os resultados evidenciaram que os homens apresentaram um perfil mais competidor em relação às mulheres (p=0,019), além de utilizarem as estratégias rendimento máximo sob pressão (p=0,017), concentração (p=0,030) e confiança e motivação (p=0,021). Os indivíduos com maior tempo de prática utilizam mais da estratégia concentração (p=0,020). Os que treinavam até três vezes na semana se motivavam mais pela reabilitação da saúde. A estratégia de formulação de objetivos foi o domínio que mais obteve correlações com a motivação (p<0,05). Conclui-se que existem inúmeros motivos para a prática dos corredores de rua, assim como as estratégias de enfrentamento utilizadas.","PeriodicalId":30262,"journal":{"name":"Psicologia em Revista","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-10-24","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"83517313","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-10-24DOI: 10.23925/2594-3871.2022v31i1p251-270
Dioni Mateus Kammer Lapa, Maria Teresa Duarte Nogueira
O objetivo desta pesquisa foi o de investigar a existência de impactos psicológicos resultantes do não reconhecimento do luto pela perda de um animal de estimação. Trata-se de um estudo de caso com uma abordagem qualitativa. A pesquisa foi desenvolvida na cidade de Canguçu, na região sul do estado do Rio Grande do Sul. Fizeram parte do estudo 5 pessoas do sexo feminino, com idades entre 30 e 60 anos, que tiveram a perda de um animal de estimação nos últimos 12 meses. Essa amostra foi escolhida de forma aleatória, oriunda dos cadastros de duas clínicas veterinárias do município. Todas as participantes foram convidadas ao estudo, autorizando através do termo de Consentimento Livre Esclarecido sua participação. Foi utilizada uma entrevista semiestruturada, a qual foi gravada e os áudios das mesmas foram transcritos, os dados obtidos foram analisados e divididos em categorias. Este estudo foi aprovado por comitê de ética em pesquisa. Os resultados obtidos evidenciam que, em relação ao reconhecimento social, ficou evidente a falta de empatia por parte da sociedade, não legitimando esse pesar. Notam-se alguns impactos significativos pelo não reconhecimento do luto, como isolamento, receio, tristeza, culpa, dor por esconder seu sofrimento e sentimento de incompreensão.
{"title":"luto não reconhecido pela morte do animal de estimação","authors":"Dioni Mateus Kammer Lapa, Maria Teresa Duarte Nogueira","doi":"10.23925/2594-3871.2022v31i1p251-270","DOIUrl":"https://doi.org/10.23925/2594-3871.2022v31i1p251-270","url":null,"abstract":"O objetivo desta pesquisa foi o de investigar a existência de impactos psicológicos resultantes do não reconhecimento do luto pela perda de um animal de estimação. Trata-se de um estudo de caso com uma abordagem qualitativa. A pesquisa foi desenvolvida na cidade de Canguçu, na região sul do estado do Rio Grande do Sul. Fizeram parte do estudo 5 pessoas do sexo feminino, com idades entre 30 e 60 anos, que tiveram a perda de um animal de estimação nos últimos 12 meses. Essa amostra foi escolhida de forma aleatória, oriunda dos cadastros de duas clínicas veterinárias do município. Todas as participantes foram convidadas ao estudo, autorizando através do termo de Consentimento Livre Esclarecido sua participação. Foi utilizada uma entrevista semiestruturada, a qual foi gravada e os áudios das mesmas foram transcritos, os dados obtidos foram analisados e divididos em categorias. Este estudo foi aprovado por comitê de ética em pesquisa. Os resultados obtidos evidenciam que, em relação ao reconhecimento social, ficou evidente a falta de empatia por parte da sociedade, não legitimando esse pesar. Notam-se alguns impactos significativos pelo não reconhecimento do luto, como isolamento, receio, tristeza, culpa, dor por esconder seu sofrimento e sentimento de incompreensão.","PeriodicalId":30262,"journal":{"name":"Psicologia em Revista","volume":"16 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-10-24","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"79501850","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-10-24DOI: 10.23925/2594-3871.2022v31i1p207-230
A. Oliveira, Ronan da Silva Parreira Gaia, Fábio Scorsolini-Comin
A partir da necessidade de explorar mais profundamente o modo como a religiosidade/espiritualidade (R/E) tem atravessado a formação em Psicologia, o presente estudo apresenta uma reflexão crítica acerca da literatura científica produzida sobre a R/E, tomando por base um relato de experiência profissional que narra a inserção de uma profissional da Psicologia em uma comunidade periférica durante o trabalho com famílias em uma cidade de médio porte do Estado de São Paulo. Este relato tem por objetivo refletir sobre como emerge a dimensão da R/E no contexto familiar e comunitário tendo como norte a Psicologia Social e Comunitária. O profissional que atua com a comunidade tem o compromisso com a promoção de direitos (humanos e sociais), com o protagonismo dos sujeitos e com a qualidade de vida para todos. Esse profissional deve acolher as diversas denominações e compreender os sentidos e significados que são atribuídos a elas pelas coletividades com as quais atua. A laicidade da prática psicológica não pode ser confundida com a negligência em torno dessa dimensão, mas sim de seu acolhimento ético, crítico e perenemente humanizador das populações atendidas.
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