Pub Date : 2022-01-12DOI: 10.20947/s0102-3098a0184
Tiago De Oliveira Furlam, Claudia Cristina De Aguiar Pereira, Gustavo Saraiva Frio, C. J. Machado
A sífilis, uma infecção vertical e sexualmente transmissível, curável e prevenível, é um problema de saúde pública no Brasil. Métodos diagnósticos e tratamentos são importantes no controle da doença. A pandemia de Covid-19 causou atrasos em diagnósticos e no tratamento na atenção primária em várias doenças e em diversos países, pois interrompeu padrões usuais de atendimento à saúde. O objetivo do estudo é identificar se houve menor número de procedimentos diagnósticos e de tratamento realizados para sífilis nos primeiros sete meses de 2020, comparativamente à média dos mesmos meses entre 2016 e 2019, no Brasil e nas unidades federativas. A redução no número de procedimentos seria um indicativo de atraso no diagnóstico, na detecção e no tratamento da sífilis em 2020. Foram utilizadas informações disponibilizadas no Sistema de Informações Ambulatoriais (SIA/SUS). Os achados para o Brasil indicaram queda de 1/3 nos procedimentos de diagnóstico e de tratamento referentes à sífilis nos sete primeiros meses do ano da pandemia, comparados com a média dos sete primeiros meses nos quatro anos anteriores (2016-2019). Indicadores mostram diferenças importantes por unidades da federação, apontando para maiores quedas proporcionais nos volumes de procedimentos no Norte e Nordeste, com ênfase nos estados do Maranhão, Roraima, Pará, Bahia, Rio Grande do Norte, Amazonas, Pernambuco e Amapá.
梅毒是一种可治愈和可预防的垂直性传播感染,是巴西的一个公共卫生问题。诊断方法和治疗对疾病控制很重要。Covid-19大流行中断了通常的卫生保健模式,导致许多国家几种疾病的初级保健诊断和治疗延误。这项研究的目的是确定与2016年至2019年同期巴西和联邦单位的平均水平相比,2020年前7个月对梅毒进行的诊断和治疗程序是否较少。手术数量的减少将标志着2020年梅毒诊断、检测和治疗的延迟。使用了门诊信息系统(SIA/SUS)提供的信息。巴西的调查结果表明,与前四年(2016-2019年)前7个月的平均水平相比,在大流行年的前7个月,与梅毒相关的诊断和治疗程序减少了1/3。指标显示了联邦各单位之间的显著差异,表明北部和东北部的程序数量比例下降更大,重点是maranhao、罗赖马、para、巴伊亚、里约热内卢Grande do Norte、亚马逊、伯南布哥和amapa。
{"title":"Efeito colateral da pandemia de Covid-19 no Brasil sobre o número de procedimentos diagnósticos e de tratamento da sífilis","authors":"Tiago De Oliveira Furlam, Claudia Cristina De Aguiar Pereira, Gustavo Saraiva Frio, C. J. Machado","doi":"10.20947/s0102-3098a0184","DOIUrl":"https://doi.org/10.20947/s0102-3098a0184","url":null,"abstract":"A sífilis, uma infecção vertical e sexualmente transmissível, curável e prevenível, é um problema de saúde pública no Brasil. Métodos diagnósticos e tratamentos são importantes no controle da doença. A pandemia de Covid-19 causou atrasos em diagnósticos e no tratamento na atenção primária em várias doenças e em diversos países, pois interrompeu padrões usuais de atendimento à saúde. O objetivo do estudo é identificar se houve menor número de procedimentos diagnósticos e de tratamento realizados para sífilis nos primeiros sete meses de 2020, comparativamente à média dos mesmos meses entre 2016 e 2019, no Brasil e nas unidades federativas. A redução no número de procedimentos seria um indicativo de atraso no diagnóstico, na detecção e no tratamento da sífilis em 2020. Foram utilizadas informações disponibilizadas no Sistema de Informações Ambulatoriais (SIA/SUS). Os achados para o Brasil indicaram queda de 1/3 nos procedimentos de diagnóstico e de tratamento referentes à sífilis nos sete primeiros meses do ano da pandemia, comparados com a média dos sete primeiros meses nos quatro anos anteriores (2016-2019). Indicadores mostram diferenças importantes por unidades da federação, apontando para maiores quedas proporcionais nos volumes de procedimentos no Norte e Nordeste, com ênfase nos estados do Maranhão, Roraima, Pará, Bahia, Rio Grande do Norte, Amazonas, Pernambuco e Amapá.","PeriodicalId":34910,"journal":{"name":"Revista Brasileira de Estudos de Populacao","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-01-12","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"67679418","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-12-13DOI: 10.20947/s0102-3098a0181
Roberto Do Nascimento Rodrigues, Igor Cavallini Johansen Coeditor 2021-2022
Desde 2020, com a pandemia causada pelo novo coronavírus, o modo de vida de populações inteiras, no mundo todo, mudou como nunca. Fomos todos forçados a novos hábitos, com modificações que vão desde a forma de cumprimentar até o jeito de trabalhar. Manter distância, não aglomerar, usar máscaras, não abraçar, evitar aperto de mão... O quarto, a sala e outros cômodos da casa se transformaram em locais de trabalho de milhões de pessoas. Tudo parece semelhante ao descrito nos versos de Parabolicamará, canção de Gilberto Gil:
{"title":"Nota dos Editores","authors":"Roberto Do Nascimento Rodrigues, Igor Cavallini Johansen Coeditor 2021-2022","doi":"10.20947/s0102-3098a0181","DOIUrl":"https://doi.org/10.20947/s0102-3098a0181","url":null,"abstract":"Desde 2020, com a pandemia causada pelo novo coronavírus, o modo de vida de populações inteiras, no mundo todo, mudou como nunca. Fomos todos forçados a novos hábitos, com modificações que vão desde a forma de cumprimentar até o jeito de trabalhar. Manter distância, não aglomerar, usar máscaras, não abraçar, evitar aperto de mão... O quarto, a sala e outros cômodos da casa se transformaram em locais de trabalho de milhões de pessoas. Tudo parece semelhante ao descrito nos versos de Parabolicamará, canção de Gilberto Gil:","PeriodicalId":34910,"journal":{"name":"Revista Brasileira de Estudos de Populacao","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-12-13","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"67678946","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-12-13DOI: 10.20947/s0102-3098a0179
Filipe Costa de Souza
Ideally, life expectancy should be a decreasing function of age. When this fact is not observed, this situation is known as the life table paradox. This paper investigated the timing (and health metrics at the time) in which Brazil and its Federation Units (FU) overcame (or are expected to overcome) this paradox. The data were gathered from the Brazilian Institute of Geography and Statistics and contained 3,416 sex-specific abridged life tables, from 2000 to 2060. At national level, females and males overcame the paradox in 2016 and 2018, respectively. However, when the FU were examined separately, much heterogeneity was observed. Through the decomposition analysis of the change over time in the difference between life expectancy at birth and at age one, we found that Brazil and most of its FU are expected to have both changes declining over time and the total change is expected to be decreasing and greater than zero. Nevertheless, for some Northeastern states the total change is expected to pass from a positive to a negative value; and for two Northern states the total change is expected to be neither decreasing nor increasing. In a public planning perspective, we understand that achieving balancing in the life tables is a goal to be pursued, especially because having an imbalanced table means that life expectancy at birth is still strongly influenced by high levels of infant mortality. Therefore, this knowledge could help planners to properly define strategies to accelerate the balancing process and revert unequal scenarios.
{"title":"The life table paradox: has Brazil already overcome it?","authors":"Filipe Costa de Souza","doi":"10.20947/s0102-3098a0179","DOIUrl":"https://doi.org/10.20947/s0102-3098a0179","url":null,"abstract":"Ideally, life expectancy should be a decreasing function of age. When this fact is not observed, this situation is known as the life table paradox. This paper investigated the timing (and health metrics at the time) in which Brazil and its Federation Units (FU) overcame (or are expected to overcome) this paradox. The data were gathered from the Brazilian Institute of Geography and Statistics and contained 3,416 sex-specific abridged life tables, from 2000 to 2060. At national level, females and males overcame the paradox in 2016 and 2018, respectively. However, when the FU were examined separately, much heterogeneity was observed. Through the decomposition analysis of the change over time in the difference between life expectancy at birth and at age one, we found that Brazil and most of its FU are expected to have both changes declining over time and the total change is expected to be decreasing and greater than zero. Nevertheless, for some Northeastern states the total change is expected to pass from a positive to a negative value; and for two Northern states the total change is expected to be neither decreasing nor increasing. In a public planning perspective, we understand that achieving balancing in the life tables is a goal to be pursued, especially because having an imbalanced table means that life expectancy at birth is still strongly influenced by high levels of infant mortality. Therefore, this knowledge could help planners to properly define strategies to accelerate the balancing process and revert unequal scenarios.","PeriodicalId":34910,"journal":{"name":"Revista Brasileira de Estudos de Populacao","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-12-13","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"48757515","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-12-13DOI: 10.20947/s0102-3098a0176
Jéssica Alves de Lima Germine, Roberta Guimarães Peres
Os programas de transferência de renda condicionada têm como público-alvo famílias em situação de vulnerabilidade e são pagos preferivelmente às mulheres. A crítica feminista em relação a tais programas argumenta que, ao direcionar os benefícios às mulheres, papéis sociais baseados na Divisão Sexual do Trabalho são reforçados, o que gera uma sobrecarga feminina com o trabalho doméstico e do cuidado. Este artigo investiga a relação entre a titularidade feminina e o uso do tempo com o trabalho do cuidado, comparando mulheres e homens que recebem e que não recebem o benefício do Programa Bolsa Família. Para isso, foram analisados os dados disponíveis na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua de 2019. Os resultados mostram que as mulheres beneficiárias que cuidam de crianças até 5 anos dispendem mais horas do que todos os outros grupos. Contudo, os homens beneficiários que cuidam de crianças nessa faixa etária despendem menos horas do que os beneficiários que não cuidam.
{"title":"Transferência de renda condicionada e o trabalho do cuidado: Uma análise do Programa Bolsa Família em 2019","authors":"Jéssica Alves de Lima Germine, Roberta Guimarães Peres","doi":"10.20947/s0102-3098a0176","DOIUrl":"https://doi.org/10.20947/s0102-3098a0176","url":null,"abstract":"Os programas de transferência de renda condicionada têm como público-alvo famílias em situação de vulnerabilidade e são pagos preferivelmente às mulheres. A crítica feminista em relação a tais programas argumenta que, ao direcionar os benefícios às mulheres, papéis sociais baseados na Divisão Sexual do Trabalho são reforçados, o que gera uma sobrecarga feminina com o trabalho doméstico e do cuidado. Este artigo investiga a relação entre a titularidade feminina e o uso do tempo com o trabalho do cuidado, comparando mulheres e homens que recebem e que não recebem o benefício do Programa Bolsa Família. Para isso, foram analisados os dados disponíveis na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua de 2019. Os resultados mostram que as mulheres beneficiárias que cuidam de crianças até 5 anos dispendem mais horas do que todos os outros grupos. Contudo, os homens beneficiários que cuidam de crianças nessa faixa etária despendem menos horas do que os beneficiários que não cuidam.","PeriodicalId":34910,"journal":{"name":"Revista Brasileira de Estudos de Populacao","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-12-13","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"67678547","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-12-13DOI: 10.20947/s0102-3098a0180
Cláudia Aparecida Avelar Ferreira, Camila Álvares dos Reis
The COVID-19 pandemic had an impact on the personal, professional, and academic routines of female Brazilian teleworkers. This study aims to analyze the impact of teleworking on the lives of Brazilian women amid the pandemic. The method was a quantitative and exploratory approach, and an online cross-sectional survey conducted with 478 women. The results showed a positive correlation between academic routines and teleworking (p < 0.05; r > 0.00) and a significant association between emotional health and academic routines (p < 0.001). Black women were shown to expend more effort toward academic activities than White women (p < 0.044). The study results contribute to the social sciences by demonstrating the impact of COVID-19 on Brazilian women in teleworking and indicate potential implications for policy formulation and public management in Brazil.
{"title":"Impact of COVID-19 on Brazilian women in teleworking","authors":"Cláudia Aparecida Avelar Ferreira, Camila Álvares dos Reis","doi":"10.20947/s0102-3098a0180","DOIUrl":"https://doi.org/10.20947/s0102-3098a0180","url":null,"abstract":"The COVID-19 pandemic had an impact on the personal, professional, and academic routines of female Brazilian teleworkers. This study aims to analyze the impact of teleworking on the lives of Brazilian women amid the pandemic. The method was a quantitative and exploratory approach, and an online cross-sectional survey conducted with 478 women. The results showed a positive correlation between academic routines and teleworking (p < 0.05; r > 0.00) and a significant association between emotional health and academic routines (p < 0.001). Black women were shown to expend more effort toward academic activities than White women (p < 0.044). The study results contribute to the social sciences by demonstrating the impact of COVID-19 on Brazilian women in teleworking and indicate potential implications for policy formulation and public management in Brazil.","PeriodicalId":34910,"journal":{"name":"Revista Brasileira de Estudos de Populacao","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-12-13","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"67678853","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-11-05DOI: 10.20947/s0102-3098a0169
Isalia Nava Bolaños, G. Amaya, Abraham Granados Martínez
En este artículo se analiza el perfil de ahorro de los hogares rurales y urbanos en México. A partir de la Encuesta Nacional de Ingresos y Gastos de los Hogares de 1994 a 2014 se construye un panel sintético y se estima un modelo semiparamétrico que permite identificar los perfiles por edades. Los resultados contrastan con la hipótesis del ciclo de vida, el perfil por edades no muestra una forma de U invertida, hay evidencia de mayor ahorro en las edades avanzadas. Los perfiles de ahorro son mayores en los hogares urbanos, en particular en aquellos con personas mayores y acceso a la salud.
{"title":"Ahorro en los hogares de México: ¿importa el lugar de residencia?","authors":"Isalia Nava Bolaños, G. Amaya, Abraham Granados Martínez","doi":"10.20947/s0102-3098a0169","DOIUrl":"https://doi.org/10.20947/s0102-3098a0169","url":null,"abstract":"En este artículo se analiza el perfil de ahorro de los hogares rurales y urbanos en México. A partir de la Encuesta Nacional de Ingresos y Gastos de los Hogares de 1994 a 2014 se construye un panel sintético y se estima un modelo semiparamétrico que permite identificar los perfiles por edades. Los resultados contrastan con la hipótesis del ciclo de vida, el perfil por edades no muestra una forma de U invertida, hay evidencia de mayor ahorro en las edades avanzadas. Los perfiles de ahorro son mayores en los hogares urbanos, en particular en aquellos con personas mayores y acceso a la salud.","PeriodicalId":34910,"journal":{"name":"Revista Brasileira de Estudos de Populacao","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-11-05","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"47171265","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-11-05DOI: 10.20947/s0102-3098a0175
Juliana Vasconcelos de Souza Barros, Laura Lídia Rodríguez Wong, Alisson Flávio Barbieri
Analisam-se as estratégias reprodutivas de duas coortes de mulheres que viveram seu período reprodutivo em diferentes estágios de evolução de uma região de fronteira agrícola na Amazônia brasileira. Entende-se por estratégia reprodutiva a adoção de determinado comportamento reprodutivo e contraceptivo segundo as possibilidades e adversidades oferecidas no contexto da fronteira. O objetivo é avaliar as mudanças nessa estratégia ao longo do processo de desenvolvimento desse tipo de fronteira. As distintas condições socioeconômicas que os estágios de desenvolvimento da fronteira oferecem tornariam as estratégias reprodutivas diferenciadas, influenciando as decisões das mulheres que viveram seu período reprodutivo nas fases iniciais ou nas mais avançadas da fronteira. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas em Machadinho d’Oeste, Rondônia, com 60 mulheres. Os resultados apontam que, contrariamente ao referido na literatura, não haveria uma relação direta entre uso da terra e o número de filhos. O comportamento reprodutivo de cada coorte se relaciona mais à infraestrutura de serviços de saúde sexual e reprodutiva e às condições socioeconômicas individuais e da fronteira. Para ambos os grupos, porém, a união e a maternidade são precoces e existem elevada falha contraceptiva e alta proporção de laqueadura.
{"title":"Estratégias reprodutivas e evolução da fronteira agrícola na Amazônia brasileira: um estudo qualitativo em Machadinho d’Oeste","authors":"Juliana Vasconcelos de Souza Barros, Laura Lídia Rodríguez Wong, Alisson Flávio Barbieri","doi":"10.20947/s0102-3098a0175","DOIUrl":"https://doi.org/10.20947/s0102-3098a0175","url":null,"abstract":"Analisam-se as estratégias reprodutivas de duas coortes de mulheres que viveram seu período reprodutivo em diferentes estágios de evolução de uma região de fronteira agrícola na Amazônia brasileira. Entende-se por estratégia reprodutiva a adoção de determinado comportamento reprodutivo e contraceptivo segundo as possibilidades e adversidades oferecidas no contexto da fronteira. O objetivo é avaliar as mudanças nessa estratégia ao longo do processo de desenvolvimento desse tipo de fronteira. As distintas condições socioeconômicas que os estágios de desenvolvimento da fronteira oferecem tornariam as estratégias reprodutivas diferenciadas, influenciando as decisões das mulheres que viveram seu período reprodutivo nas fases iniciais ou nas mais avançadas da fronteira. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas em Machadinho d’Oeste, Rondônia, com 60 mulheres. Os resultados apontam que, contrariamente ao referido na literatura, não haveria uma relação direta entre uso da terra e o número de filhos. O comportamento reprodutivo de cada coorte se relaciona mais à infraestrutura de serviços de saúde sexual e reprodutiva e às condições socioeconômicas individuais e da fronteira. Para ambos os grupos, porém, a união e a maternidade são precoces e existem elevada falha contraceptiva e alta proporção de laqueadura.","PeriodicalId":34910,"journal":{"name":"Revista Brasileira de Estudos de Populacao","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-11-05","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"49619676","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-11-05DOI: 10.20947/s0102-3098a0178
Regina Weber
Este artigo enfoca as circunstâncias que configuraram uma identidade específica a imigrantes identificados como “austríacos”. O lócus principal da pesquisa é um núcleo de povoamento no interior do Rio Grande do Sul, reunindo dados que vão do final do século XIX ao final do século XX, período que contempla, em termos internacionais, a existência, ainda que a poucas décadas do seu final, do Império Austro-Húngaro e, em nível local, investimentos recentes no memorialismo étnico. Está sendo dado destaque aos agentes que realizam conexões entre mundos e tempos diferentes e aos modos pelos quais são operacionalizadas as representações do passado.
{"title":"Do Império à cidade multiétnica: austríacos no sul do Brasil","authors":"Regina Weber","doi":"10.20947/s0102-3098a0178","DOIUrl":"https://doi.org/10.20947/s0102-3098a0178","url":null,"abstract":"Este artigo enfoca as circunstâncias que configuraram uma identidade específica a imigrantes identificados como “austríacos”. O lócus principal da pesquisa é um núcleo de povoamento no interior do Rio Grande do Sul, reunindo dados que vão do final do século XIX ao final do século XX, período que contempla, em termos internacionais, a existência, ainda que a poucas décadas do seu final, do Império Austro-Húngaro e, em nível local, investimentos recentes no memorialismo étnico. Está sendo dado destaque aos agentes que realizam conexões entre mundos e tempos diferentes e aos modos pelos quais são operacionalizadas as representações do passado.","PeriodicalId":34910,"journal":{"name":"Revista Brasileira de Estudos de Populacao","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-11-05","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"67678747","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Esse artigo analisa o impacto de política fiscal e de seguridade social em presença de bônus demográfico num modelo de equilíbrio geral dinâmico com agentes se comportando de acordo com a hipótese do ciclo da vida. Permitindo uma estrutura demográfica não estacionária, sob a hipótese do ciclo da vida, o modelo teórico captura o impacto da política fiscal e de seguridade social sobre a distribuição de renda durante a fase de bônus demográfico. O método de análise se baseia em técnicas de economia computacional para simular choques demográficos a partir do equilíbrio estacionário do modelo. O crescimento provisório da parcela da população correspondente aos trabalhadores causa aumento da poupança e redução da taxa de juros. Já o estoque de capital segue uma trajetória em forma de U invertido, tal como sugerido na literatura. A políticas que elevam o grau de contribuição da seguridade social são ferramentas de estímulo ao consumo e à redistribuição da renda em favor dos aposentados. A principal contribuição do artigo é fornecer uma análise das implicações macroeconômicas do bônus demográfico a partir de um modelo teórico com fundamentos microeconômicos para as decisões de consumo e acumulação de ativos.
{"title":"Efeitos macroeconômicos da seguridade social num contexto de bônus demográfico: simulação de um modelo do ciclo da vida","authors":"Henrique Reichert, Patricia Bonini, Carolina Fernandes Custodio","doi":"10.20947/s0102-3098a0168","DOIUrl":"https://doi.org/10.20947/s0102-3098a0168","url":null,"abstract":"Esse artigo analisa o impacto de política fiscal e de seguridade social em presença de bônus demográfico num modelo de equilíbrio geral dinâmico com agentes se comportando de acordo com a hipótese do ciclo da vida. Permitindo uma estrutura demográfica não estacionária, sob a hipótese do ciclo da vida, o modelo teórico captura o impacto da política fiscal e de seguridade social sobre a distribuição de renda durante a fase de bônus demográfico. O método de análise se baseia em técnicas de economia computacional para simular choques demográficos a partir do equilíbrio estacionário do modelo. O crescimento provisório da parcela da população correspondente aos trabalhadores causa aumento da poupança e redução da taxa de juros. Já o estoque de capital segue uma trajetória em forma de U invertido, tal como sugerido na literatura. A políticas que elevam o grau de contribuição da seguridade social são ferramentas de estímulo ao consumo e à redistribuição da renda em favor dos aposentados. A principal contribuição do artigo é fornecer uma análise das implicações macroeconômicas do bônus demográfico a partir de um modelo teórico com fundamentos microeconômicos para as decisões de consumo e acumulação de ativos.","PeriodicalId":34910,"journal":{"name":"Revista Brasileira de Estudos de Populacao","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-11-05","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"67678191","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-11-05DOI: 10.20947/s0102-3098a0177
F. Picanço, Clara Maria de Oliveira Araújo, Maira Covre Sussai
A adesão ao modelo tradicional de família nunca foi uniforme. Estudos sobre famílias negras nos EUA e no Caribe, por exemplo, mostram que as mulheres negras são menos propensas do que as brancas a oficializarem o casamento, são menos dependentes dos seus cônjuges e, do ponto de vista das atitudes, homens e mulheres afro-americanos tendem a ser mais tolerantes com mães que trabalham e mais igualitários em relação aos papéis de gênero. As diferenças são atribuídas aos constrangimentos socioeconômicos experimentados historicamente e às saídas construídas para lidar com eles. E no Brasil? O artigo aplica modelos de regressão linear múltipla para analisar os dados do survey Gênero, Família e Trabalho a partir das percepções em relação aos papéis de gênero, às práticas de divisão do trabalho doméstico entre os membros do casal e ao conflito na articulação trabalho reprodutivo (casa) e trabalho remunerado (trabalho) segundo gênero e raça. Os resultados apontam que, em relação às percepções sobre os papéis de gênero, as mulheres brancas são as mais igualitárias. Essa adesão cresce com a escolaridade e diminui com maior número de filhos e presença de cônjuge. Já os homens negros são os menos igualitários e essa assimetria é reduzida pela idade e maior número de filhos. Na divisão do trabalho, os homens negros são os mais igualitários e a adesão à igualdade aumenta com a escolaridade e com percepções mais igualitárias de papéis de gênero, enquanto as mulheres negras reportam relações menos simétricas, mas a simetria cresce com a escolaridade. Quanto ao conflito casa-trabalho, as mulheres negras declaram mais cansaço do que as brancas, mas este se reduz com a escolaridade e a presença de cônjuge.
{"title":"Papéis de gênero e divisão das tarefas domésticas segundo gênero e cor no Brasil: outros olhares sobre as desigualdades","authors":"F. Picanço, Clara Maria de Oliveira Araújo, Maira Covre Sussai","doi":"10.20947/s0102-3098a0177","DOIUrl":"https://doi.org/10.20947/s0102-3098a0177","url":null,"abstract":"A adesão ao modelo tradicional de família nunca foi uniforme. Estudos sobre famílias negras nos EUA e no Caribe, por exemplo, mostram que as mulheres negras são menos propensas do que as brancas a oficializarem o casamento, são menos dependentes dos seus cônjuges e, do ponto de vista das atitudes, homens e mulheres afro-americanos tendem a ser mais tolerantes com mães que trabalham e mais igualitários em relação aos papéis de gênero. As diferenças são atribuídas aos constrangimentos socioeconômicos experimentados historicamente e às saídas construídas para lidar com eles. E no Brasil? O artigo aplica modelos de regressão linear múltipla para analisar os dados do survey Gênero, Família e Trabalho a partir das percepções em relação aos papéis de gênero, às práticas de divisão do trabalho doméstico entre os membros do casal e ao conflito na articulação trabalho reprodutivo (casa) e trabalho remunerado (trabalho) segundo gênero e raça. Os resultados apontam que, em relação às percepções sobre os papéis de gênero, as mulheres brancas são as mais igualitárias. Essa adesão cresce com a escolaridade e diminui com maior número de filhos e presença de cônjuge. Já os homens negros são os menos igualitários e essa assimetria é reduzida pela idade e maior número de filhos. Na divisão do trabalho, os homens negros são os mais igualitários e a adesão à igualdade aumenta com a escolaridade e com percepções mais igualitárias de papéis de gênero, enquanto as mulheres negras reportam relações menos simétricas, mas a simetria cresce com a escolaridade. Quanto ao conflito casa-trabalho, as mulheres negras declaram mais cansaço do que as brancas, mas este se reduz com a escolaridade e a presença de cônjuge.","PeriodicalId":34910,"journal":{"name":"Revista Brasileira de Estudos de Populacao","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-11-05","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"67678697","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}