Pub Date : 2021-12-01DOI: 10.1590/s0102-6992-202136030002
Débora Françolin Quintela
Resumo O artigo propõe analisar o ativismo político de mães de vítimas da letalidade da ação policial nas periferias brasileiras a partir da perspectiva dos movimentos sociais. Inicia-se pela apresentação dessa forma de ação coletiva, marcada pela condição de maternidade e pela vulnerabilidade, para, então, observá-lo a partir de categorias frequentemente destacadas na teoria dos movimentos sociais. Neste empenho, são delineadas as suas principais características, destacando-se entre elas a relevância do aspecto emotivo. Dor, raiva e ultraje, tanto quanto amor, acolhimento e solidariedade são afetos fundamentais para uma compreensão aprofundada das mães em luta. A análise é baseada em entrevistas de profundidade com ativistas do movimento, na participação da pesquisadora em atos e em revisão bibliográfica. Conclui-se que estamos diante de um movimento social singular e salienta-se a imprescindibilidade de uma perspectiva atenta às emoções nesse campo de estudos, fundamental para a compreensão de um movimento como este.
{"title":"O movimento de mães contra a violência policial nas periferias brasileiras","authors":"Débora Françolin Quintela","doi":"10.1590/s0102-6992-202136030002","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/s0102-6992-202136030002","url":null,"abstract":"Resumo O artigo propõe analisar o ativismo político de mães de vítimas da letalidade da ação policial nas periferias brasileiras a partir da perspectiva dos movimentos sociais. Inicia-se pela apresentação dessa forma de ação coletiva, marcada pela condição de maternidade e pela vulnerabilidade, para, então, observá-lo a partir de categorias frequentemente destacadas na teoria dos movimentos sociais. Neste empenho, são delineadas as suas principais características, destacando-se entre elas a relevância do aspecto emotivo. Dor, raiva e ultraje, tanto quanto amor, acolhimento e solidariedade são afetos fundamentais para uma compreensão aprofundada das mães em luta. A análise é baseada em entrevistas de profundidade com ativistas do movimento, na participação da pesquisadora em atos e em revisão bibliográfica. Conclui-se que estamos diante de um movimento social singular e salienta-se a imprescindibilidade de uma perspectiva atenta às emoções nesse campo de estudos, fundamental para a compreensão de um movimento como este.","PeriodicalId":35260,"journal":{"name":"Sociedade e Estado","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-12-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"42161247","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-08-01DOI: 10.1590/s0102-6992-202136020013
M. Marins, M. Rodrigues, Jessica Alves da Silva, Karen Cristina Martins da Silva, P. Carvalho
Resumo Este artigo investiga o panorama internacional da implementação do Auxílio Emergencial no contexto da pandemia do Coronavírus. Para tanto, utilizamos: i. a base de dados do Social Protection and Jobs Responses to Covid-19 (Banco Mundial), produzida a partir do levantamento em cinco continentes; ii. os dados provenientes de matérias de jornais ao redor do mundo; e iii. dados dos sites oficiais dos governos locais em diferentes regiões do globo. Em particular no Brasil, encontramos várias adversidades dessa política emergencial: i. as longas filas para cadastramento do benefício, gerando aglomeração; ii. as dificuldades iniciais quanto ao CPF não regularizado; iii. a demora na tomada de decisão para o pagamento do auxílio; iv. a precariedade dos recursos humanos; v. o limitado conhecimento com as tecnologias digitais entre a população mais vulnerável; e vi. os problemas de ineficiências horizontal e vertical. Por fim, este estudo pretende trazer contribuições à relação conflituosa entre Estado e sociedade em tempo de crise sanitária.
{"title":"Auxílio Emergencial em tempos de pandemia","authors":"M. Marins, M. Rodrigues, Jessica Alves da Silva, Karen Cristina Martins da Silva, P. Carvalho","doi":"10.1590/s0102-6992-202136020013","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/s0102-6992-202136020013","url":null,"abstract":"Resumo Este artigo investiga o panorama internacional da implementação do Auxílio Emergencial no contexto da pandemia do Coronavírus. Para tanto, utilizamos: i. a base de dados do Social Protection and Jobs Responses to Covid-19 (Banco Mundial), produzida a partir do levantamento em cinco continentes; ii. os dados provenientes de matérias de jornais ao redor do mundo; e iii. dados dos sites oficiais dos governos locais em diferentes regiões do globo. Em particular no Brasil, encontramos várias adversidades dessa política emergencial: i. as longas filas para cadastramento do benefício, gerando aglomeração; ii. as dificuldades iniciais quanto ao CPF não regularizado; iii. a demora na tomada de decisão para o pagamento do auxílio; iv. a precariedade dos recursos humanos; v. o limitado conhecimento com as tecnologias digitais entre a população mais vulnerável; e vi. os problemas de ineficiências horizontal e vertical. Por fim, este estudo pretende trazer contribuições à relação conflituosa entre Estado e sociedade em tempo de crise sanitária.","PeriodicalId":35260,"journal":{"name":"Sociedade e Estado","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-08-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"42961091","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-08-01DOI: 10.1590/s0102-6992-202136020012
L. Ribeiro, Natalia Martino, T. Duarte
Resumo O aumento vertiginoso do número de mulheres presas no Brasil na última década, especialmente por tráfico de drogas, ocasionou a proliferação de estudos sobre criminalidade e encarceramento feminino. Parte majoritária desses trabalhos apresenta narrativas relacionadas aos papéis tradicionais de gênero para explicar o envolvimento das mulheres em redes ilegais, sendo a expressão “amor bandido é chave de cadeia” uma síntese dessa compreensão. A partir de uma pesquisa qualitativa e quantitativa com custodiadas por tráfico de drogas de unidades prisionais de Minas Gerais, analisamos em que medida esse enquadramento acadêmico condiz com os relatos das mulheres sobre suas trajetórias. De acordo com as presas, há uma convergência entre o campo de estudo da criminalidade feminina e o tratamento fornecido pelos atores do sistema de Justiça Criminal à questão. Essa homogeneidade das ideias, porém, não é suficiente para abarcar a diversidade de pertencimentos das mulheres aos mercados ilegais de drogas.
{"title":"Antes das grades: perfis e dinâmicas criminais de mulheres presas em Minas Gerais","authors":"L. Ribeiro, Natalia Martino, T. Duarte","doi":"10.1590/s0102-6992-202136020012","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/s0102-6992-202136020012","url":null,"abstract":"Resumo O aumento vertiginoso do número de mulheres presas no Brasil na última década, especialmente por tráfico de drogas, ocasionou a proliferação de estudos sobre criminalidade e encarceramento feminino. Parte majoritária desses trabalhos apresenta narrativas relacionadas aos papéis tradicionais de gênero para explicar o envolvimento das mulheres em redes ilegais, sendo a expressão “amor bandido é chave de cadeia” uma síntese dessa compreensão. A partir de uma pesquisa qualitativa e quantitativa com custodiadas por tráfico de drogas de unidades prisionais de Minas Gerais, analisamos em que medida esse enquadramento acadêmico condiz com os relatos das mulheres sobre suas trajetórias. De acordo com as presas, há uma convergência entre o campo de estudo da criminalidade feminina e o tratamento fornecido pelos atores do sistema de Justiça Criminal à questão. Essa homogeneidade das ideias, porém, não é suficiente para abarcar a diversidade de pertencimentos das mulheres aos mercados ilegais de drogas.","PeriodicalId":35260,"journal":{"name":"Sociedade e Estado","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-08-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"46327478","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-08-01DOI: 10.1590/s0102-6992-202136020008
Alexandra Bidet, Solène Sarnowski
Résumé Face à la catastrophe écologique, de nouvelles formes d’engagement apparaissent, qui font la part belle à l’enquête. A partir d’entretiens menés avec des personnes engagées dans la sensibilisation aux enjeux écologiques, nous mettons ainsi en évidence un activisme du quotidien, dont les protagonistes soumettent à une enquête permanente leurs habitudes de vie, mais aussi le crible même de leurs enquêtes: ce qu’écologique veut dire. Un tel engagement contrarie la dissociation commune entre éthique et politique. Les enquêtes de ces activistes, portées par une passion plus pratique que cognitive, sont en effet aussi habitées par l’horizon d’un monde commun et de la production d’irréversibilités au sein de nos formes de vie.
{"title":"“Y’a toujours à penser, à trouver mieux”. Moments effondristes et activisme du quotidien face à la catastrophe écologique","authors":"Alexandra Bidet, Solène Sarnowski","doi":"10.1590/s0102-6992-202136020008","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/s0102-6992-202136020008","url":null,"abstract":"Résumé Face à la catastrophe écologique, de nouvelles formes d’engagement apparaissent, qui font la part belle à l’enquête. A partir d’entretiens menés avec des personnes engagées dans la sensibilisation aux enjeux écologiques, nous mettons ainsi en évidence un activisme du quotidien, dont les protagonistes soumettent à une enquête permanente leurs habitudes de vie, mais aussi le crible même de leurs enquêtes: ce qu’écologique veut dire. Un tel engagement contrarie la dissociation commune entre éthique et politique. Les enquêtes de ces activistes, portées par une passion plus pratique que cognitive, sont en effet aussi habitées par l’horizon d’un monde commun et de la production d’irréversibilités au sein de nos formes de vie.","PeriodicalId":35260,"journal":{"name":"Sociedade e Estado","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-08-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"47230708","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-08-01DOI: 10.1590/s0102-6992-202136020005
Daniel Cefaï
Resumo Este artigo volta às propostas teóricas de Robert E. Park e William I. Thomas sobre o processo de desorganização/reorganização social e a forma como isso foi tratado em algumas das dissertações de sociologia de Chicago na década de 1920. As instituições sociais eram consideradas organismos vivos que nascem, crescem e morrem e que existem através de suas transações com seus ambientes e através da gênese dessas transações. Os processos básicos desta ecologia de instituições sociais, nas ordens biótica e moral, foram apreendidos com as categorias de competição e seleção, isolamento, invasão e sucessão, cooperação, parasitismo e simbiose, conflito, acomodação e assimilação. As descrições e análises estatísticas e cartográficas tornaram possível dar conta de processos ecológicos de diferenciação funcional e territorial, étnica e racial, distribuição e segregação. Esta primeira etapa, nos anos 1920-1930, ajuda a entender como W. F. Whyte, H. Blumer e E. C. Hughes estudaram o processo de institucionalização de hospitais, empresas, sindicatos, igrejas e organizações de movimentos sociais nos anos 1940-1960. Essa perspectiva ecológica clássica é enriquecida aqui através de seu confronto com a filosofia pragmatista - da qual Park e Thomas eram próximos. As instituições sociais, além de sua base ecológica, são tomadas como campos experimentais e matrizes culturais, que crescem em torno de tentativas de definir e dominar os problemas sociais. As noções tomadas emprestadas a Dewey de razão pública, inteligência coletiva e aprendizagem coletiva pelas comunidades de debatedores, investigadores e experimentadores, entram em jogo. As instituições sociais são acumuladores, condensadores e geradores de experiência, know-how e conhecimento: elas empoderam ou desempoderam seus membros ou beneficiários. Tal conjunto de questões nos permite abordar numa nova perspectiva algumas questões de sociologia das organizações.
本文回顾了罗伯特·e·帕克和威廉·i·托马斯关于社会混乱/重组过程的理论建议,以及20世纪20年代芝加哥社会学的一些论文是如何处理这一问题的。社会制度被认为是有生命的有机体,它们出生、成长和死亡,并通过它们与环境的交易以及这些交易的起源而存在。从竞争与选择、隔离、入侵与继承、合作、寄生与共生、冲突、适应与同化等范畴,掌握了生物与道德秩序中社会制度生态的基本过程。统计和制图的描述和分析使解释功能和领土分化、民族和种族、分布和隔离的生态过程成为可能。20世纪20- 30年代的第一阶段有助于理解W. F.怀特、H. Blumer和e . C. Hughes是如何研究20世纪40- 60年代医院、企业、工会、教会和社会运动组织的制度化过程的。这一经典的生态观点在这里通过与实用主义哲学的对抗而得到了丰富——帕克和托马斯都接近实用主义哲学。社会机构除了其生态基础外,还被视为围绕定义和支配社会问题的尝试而成长的试验场和文化矩阵。从杜威那里借来的公共理性、集体智慧和集体学习的概念被辩论者、研究人员和实验者社区发挥了作用。社会机构是经验、专门知识和知识的积累、浓缩和产生者:它们赋予或剥夺其成员或受益人的权力。这组问题使我们能够从一个新的角度来处理组织社会学的一些问题。
{"title":"Instituições sociais: um diálogo entre sociologia de Chicago e filosofia pragmatista","authors":"Daniel Cefaï","doi":"10.1590/s0102-6992-202136020005","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/s0102-6992-202136020005","url":null,"abstract":"Resumo Este artigo volta às propostas teóricas de Robert E. Park e William I. Thomas sobre o processo de desorganização/reorganização social e a forma como isso foi tratado em algumas das dissertações de sociologia de Chicago na década de 1920. As instituições sociais eram consideradas organismos vivos que nascem, crescem e morrem e que existem através de suas transações com seus ambientes e através da gênese dessas transações. Os processos básicos desta ecologia de instituições sociais, nas ordens biótica e moral, foram apreendidos com as categorias de competição e seleção, isolamento, invasão e sucessão, cooperação, parasitismo e simbiose, conflito, acomodação e assimilação. As descrições e análises estatísticas e cartográficas tornaram possível dar conta de processos ecológicos de diferenciação funcional e territorial, étnica e racial, distribuição e segregação. Esta primeira etapa, nos anos 1920-1930, ajuda a entender como W. F. Whyte, H. Blumer e E. C. Hughes estudaram o processo de institucionalização de hospitais, empresas, sindicatos, igrejas e organizações de movimentos sociais nos anos 1940-1960. Essa perspectiva ecológica clássica é enriquecida aqui através de seu confronto com a filosofia pragmatista - da qual Park e Thomas eram próximos. As instituições sociais, além de sua base ecológica, são tomadas como campos experimentais e matrizes culturais, que crescem em torno de tentativas de definir e dominar os problemas sociais. As noções tomadas emprestadas a Dewey de razão pública, inteligência coletiva e aprendizagem coletiva pelas comunidades de debatedores, investigadores e experimentadores, entram em jogo. As instituições sociais são acumuladores, condensadores e geradores de experiência, know-how e conhecimento: elas empoderam ou desempoderam seus membros ou beneficiários. Tal conjunto de questões nos permite abordar numa nova perspectiva algumas questões de sociologia das organizações.","PeriodicalId":35260,"journal":{"name":"Sociedade e Estado","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-08-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"46577473","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-08-01DOI: 10.1590/s0102-6992-202136020011
A. Costa, Marcelo Ottoni Durante
Resumo Neste artigo analisamos o medo do crime entre os moradores do Distrito Federal, utilizando os dados da Pesquisa Distrital de Vitimização, realizada em 2015. Inicialmente apresentamos as principais abordagens sobre o medo do crime e seus achados mais importantes. Em seguida, após descrever o medo do crime entre os moradores do DF, exploramos sua correlação com alguns fatores ambientais: a presença de desordens, a coesão social e a qualidade dos serviços públicos. Verificamos que dentre esses fatores ambientais, as desordens e a qualidade dos serviços públicos estão mais fortemente associadas ao medo do crime, ao passo que a coesão social se mostrou menos importante para explicar o fenômeno.
{"title":"Medo do crime, desordens e coesão social no Distrito Federal","authors":"A. Costa, Marcelo Ottoni Durante","doi":"10.1590/s0102-6992-202136020011","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/s0102-6992-202136020011","url":null,"abstract":"Resumo Neste artigo analisamos o medo do crime entre os moradores do Distrito Federal, utilizando os dados da Pesquisa Distrital de Vitimização, realizada em 2015. Inicialmente apresentamos as principais abordagens sobre o medo do crime e seus achados mais importantes. Em seguida, após descrever o medo do crime entre os moradores do DF, exploramos sua correlação com alguns fatores ambientais: a presença de desordens, a coesão social e a qualidade dos serviços públicos. Verificamos que dentre esses fatores ambientais, as desordens e a qualidade dos serviços públicos estão mais fortemente associadas ao medo do crime, ao passo que a coesão social se mostrou menos importante para explicar o fenômeno.","PeriodicalId":35260,"journal":{"name":"Sociedade e Estado","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-08-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"45941066","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-08-01DOI: 10.1590/s0102-6992-202136020020
A. C. Collares
The nations’ boundaries as we know them have never been challenged as they are right now. Along with the increasing flow of migrants from Africa and the Middle East provoking clashes between liberals and conservatives in almost every European country – as well as cultural and religious estrangement between established citizens and newcomers – there is immense pressure from asylum-seekers at the United States’ southern border and even in countries like Brazil, which recently became an important migrant destination after a hiatus of almost 100 years. Conversely, border controls in almost every country have become stricter since last year and international traveling has come to a near halt due to the COVID19 pandemic (or syndemic, as some have come to classify it (Horton, 2020). In this scenario, inequality, violence, political polarization, fake news, and resistance to scientific knowledge are becoming common place. The current state of affairs makes a book like Sociologies in dialogue a necessary and welcome addition to every sociologists’ reading list.
{"title":"A pursuit of intellectual equity in an uneven world","authors":"A. C. Collares","doi":"10.1590/s0102-6992-202136020020","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/s0102-6992-202136020020","url":null,"abstract":"The nations’ boundaries as we know them have never been challenged as they are right now. Along with the increasing flow of migrants from Africa and the Middle East provoking clashes between liberals and conservatives in almost every European country – as well as cultural and religious estrangement between established citizens and newcomers – there is immense pressure from asylum-seekers at the United States’ southern border and even in countries like Brazil, which recently became an important migrant destination after a hiatus of almost 100 years. Conversely, border controls in almost every country have become stricter since last year and international traveling has come to a near halt due to the COVID19 pandemic (or syndemic, as some have come to classify it (Horton, 2020). In this scenario, inequality, violence, political polarization, fake news, and resistance to scientific knowledge are becoming common place. The current state of affairs makes a book like Sociologies in dialogue a necessary and welcome addition to every sociologists’ reading list.","PeriodicalId":35260,"journal":{"name":"Sociedade e Estado","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-08-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"46141671","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-08-01DOI: 10.1590/s0102-6992-202136020016
Tábata Berg
Resumo O objetivo desta proposta é lançar uma perspectiva feminista decolonial à acumulação do capital, deslocando o acento sobre a relação capital/trabalho (assalariado) para as formas de exploração e opressão laborais não assalariadas; nomeadamente àquelas que se desenvolveram inerentes ao patriarcado racista pela imbricação entre colonialismo, patriarcado e escravidão. Para tanto, o artigo percorrerá diferentes modos da ser-outra, categoria que venho articulando e da qual aqui apresento um esboço. O intuito é lançar uma perspectiva feminista, partindo da escuta das vozes periféricas e feministas, para seguir radicalizando a questão que, mesmo marginal, não esteve ausente das preocupações do marxismo em sua diversidade: sobre como as diversas formas laborais não remuneradas são basilares às cadeias radicais do capitalismo.
{"title":"Alteridades estranhadas: contradições e potencialidades da forma ser-outra no capitalismo vigente","authors":"Tábata Berg","doi":"10.1590/s0102-6992-202136020016","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/s0102-6992-202136020016","url":null,"abstract":"Resumo O objetivo desta proposta é lançar uma perspectiva feminista decolonial à acumulação do capital, deslocando o acento sobre a relação capital/trabalho (assalariado) para as formas de exploração e opressão laborais não assalariadas; nomeadamente àquelas que se desenvolveram inerentes ao patriarcado racista pela imbricação entre colonialismo, patriarcado e escravidão. Para tanto, o artigo percorrerá diferentes modos da ser-outra, categoria que venho articulando e da qual aqui apresento um esboço. O intuito é lançar uma perspectiva feminista, partindo da escuta das vozes periféricas e feministas, para seguir radicalizando a questão que, mesmo marginal, não esteve ausente das preocupações do marxismo em sua diversidade: sobre como as diversas formas laborais não remuneradas são basilares às cadeias radicais do capitalismo.","PeriodicalId":35260,"journal":{"name":"Sociedade e Estado","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-08-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"46367894","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-08-01DOI: 10.1590/s0102-6992-202136020010
Francesco Tomei, Pedro Grunewald Louro, Ana Paula Hey
Resumo Na presente entrevista com Luc Boltanski e Arnaud Esquerre, abordam-se as duas últimas obras que escreveram em coautoria, nomeadamente Vers l’extrême e Enrichissement. Realizada por ocasião do XIX Congresso da Sociedade Brasileira de Sociologia, em 2019, a entrevista se inicia discutindo a elaboração do Enrichissement, destacando como seus autores foram gradualmente constituindo as chamadas “economias do enriquecimento” como objeto, assim como os desafios metodológicos que tiveram de ser encarados para tanto. Depois, os autores são interpelados quanto às mudanças e permanências que a obra estabelece ante os seus trabalhos anteriores, haja vista as transformações históricas analisadas em O novo espírito do capitalismo e a discussão acerca das relações entre sociologia e crítica social forjadas em De la critique. Por fim, a entrevista avança em direção às imbricações entre a nova classe patrimonial - formada no seio da economia do enriquecimento - e o conservadorismo político despontado pela extrema direita com crescente sucesso eleitoral.
{"title":"As ascensões da economia do enriquecimento e da extrema direita: uma entrevista com Luc Boltanski e Arnaud Esquerre","authors":"Francesco Tomei, Pedro Grunewald Louro, Ana Paula Hey","doi":"10.1590/s0102-6992-202136020010","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/s0102-6992-202136020010","url":null,"abstract":"Resumo Na presente entrevista com Luc Boltanski e Arnaud Esquerre, abordam-se as duas últimas obras que escreveram em coautoria, nomeadamente Vers l’extrême e Enrichissement. Realizada por ocasião do XIX Congresso da Sociedade Brasileira de Sociologia, em 2019, a entrevista se inicia discutindo a elaboração do Enrichissement, destacando como seus autores foram gradualmente constituindo as chamadas “economias do enriquecimento” como objeto, assim como os desafios metodológicos que tiveram de ser encarados para tanto. Depois, os autores são interpelados quanto às mudanças e permanências que a obra estabelece ante os seus trabalhos anteriores, haja vista as transformações históricas analisadas em O novo espírito do capitalismo e a discussão acerca das relações entre sociologia e crítica social forjadas em De la critique. Por fim, a entrevista avança em direção às imbricações entre a nova classe patrimonial - formada no seio da economia do enriquecimento - e o conservadorismo político despontado pela extrema direita com crescente sucesso eleitoral.","PeriodicalId":35260,"journal":{"name":"Sociedade e Estado","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-08-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"43977823","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-08-01DOI: 10.1590/s0102-6992-202136020014
Jaime Santos Júnior, M. Z. Thibes, M. Menezes
Resumo Nesse artigo, recorremos à resultados de pesquisas feitas entre 1980 e 1984, 2012 e 2018, que analisaram, em um mesmo cluster, trajetórias de trabalho e migração de camponeses que deixaram o sertão da Paraíba para se inserir nas indústrias automotivas da Região do ABC Paulista na segunda metade do século XX, estabelecendo um novo objetivo: arriscar o exercício metodológico de rever o conteúdo das entrevistas para pensá-las na chave da construção das masculinidades. Aspecto que emergiu da continuidade da pesquisa nos últimos anos e do desdobramento interpretativo dos achados que tínhamos em mãos. Os resultados sugerem que a pretensão do recorte longitudinal, que acompanha essas trajetórias de vida, sob o efeito de uma nova abordagem, realçou os aspectos do modo como operam as clivagens no interior de uma classe de trabalhadores desvelando as ambiguidades da construção da dignidade do trabalhador em um contexto de intensa exploração.
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