Pub Date : 2023-04-01DOI: 10.1590/0104-87752023000100002
C. Page
Resumo Desde una serie interminable de denuncias contra la Compañía de Jesús por explotar minas de oro en el territorio donde tutelaban los poblados guaranís, obviamente en desmedro de los intereses de la corona, este artículo hace un recuento de estas operaciones que se dieron durante prácticamente toda la permanencia de los jesuitas en la provincia del Paraguay. A partir de la consulta de una extensa bibliografía, contrastada con fuentes que en su mayoría se encuentran editas, se plantea visualizar los motivos y efectos que alcanzaron estos relatos que llegaron a judicializarse en varias ocasiones con resultados adversos para los denunciantes. A través de ello se pretende establecer las influencias de los mismos en una sistemática construcción de un generalizado desprestigio que tuvo su desenlace en una de las varias causales inducidas que alcanzaron la Pragmática de 1767 que expulsó a los jesuitas de los dominios españoles de la península y de ultramar.
{"title":"Las minas de oro y la “maligna especie para desacreditar a los jesuitas”","authors":"C. Page","doi":"10.1590/0104-87752023000100002","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/0104-87752023000100002","url":null,"abstract":"Resumo Desde una serie interminable de denuncias contra la Compañía de Jesús por explotar minas de oro en el territorio donde tutelaban los poblados guaranís, obviamente en desmedro de los intereses de la corona, este artículo hace un recuento de estas operaciones que se dieron durante prácticamente toda la permanencia de los jesuitas en la provincia del Paraguay. A partir de la consulta de una extensa bibliografía, contrastada con fuentes que en su mayoría se encuentran editas, se plantea visualizar los motivos y efectos que alcanzaron estos relatos que llegaron a judicializarse en varias ocasiones con resultados adversos para los denunciantes. A través de ello se pretende establecer las influencias de los mismos en una sistemática construcción de un generalizado desprestigio que tuvo su desenlace en una de las varias causales inducidas que alcanzaron la Pragmática de 1767 que expulsó a los jesuitas de los dominios españoles de la península y de ultramar.","PeriodicalId":37746,"journal":{"name":"Varia Historia","volume":"8 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-04-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"82834110","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-04-01DOI: 10.1590/0104-87752023000100007
Rafaela Cyrino
Resumo Este artigo, de natureza teórica, analisa a história de construção, no campo feminista, de uma corrente feminista radical, com o objetivo de compreender as tensões e contradições que explicam a emergência de um “novo feminismo radical” cunhado de transfóbico. Buscando caracterizar e contextualizar o feminismo radical (início dos anos 1970) e o novo feminismo radical (fim da década), este estudo é orientado por uma análise dialética que procura identificar as diversas tensões e contradições que explicam, em cada contexto particular, o “movimento” feminista. A partir de uma análise de conteúdo dos textos associados ao feminismo radical e ao novo feminismo radical, buscou-se abordar tanto os pressupostos comuns quanto as divergências internas, tendo-se como referência as questões, controvérsias e críticas que, a cada momento histórico, tensionam o campo feminista. A análise sugeriu que a “nova” radicalidade construída pelo “novo” feminismo radical, a qual elegeu as identidades trans como alvos do combate na luta contra o patriarcado, estaria relacionada à influência crescente de um paradigma identitário particularmente excludente, combinado com uma versão biologizante e essencialista acerca da opressão das mulheres.
{"title":"A deriva transfóbica do feminismo radical dos anos 1970","authors":"Rafaela Cyrino","doi":"10.1590/0104-87752023000100007","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/0104-87752023000100007","url":null,"abstract":"Resumo Este artigo, de natureza teórica, analisa a história de construção, no campo feminista, de uma corrente feminista radical, com o objetivo de compreender as tensões e contradições que explicam a emergência de um “novo feminismo radical” cunhado de transfóbico. Buscando caracterizar e contextualizar o feminismo radical (início dos anos 1970) e o novo feminismo radical (fim da década), este estudo é orientado por uma análise dialética que procura identificar as diversas tensões e contradições que explicam, em cada contexto particular, o “movimento” feminista. A partir de uma análise de conteúdo dos textos associados ao feminismo radical e ao novo feminismo radical, buscou-se abordar tanto os pressupostos comuns quanto as divergências internas, tendo-se como referência as questões, controvérsias e críticas que, a cada momento histórico, tensionam o campo feminista. A análise sugeriu que a “nova” radicalidade construída pelo “novo” feminismo radical, a qual elegeu as identidades trans como alvos do combate na luta contra o patriarcado, estaria relacionada à influência crescente de um paradigma identitário particularmente excludente, combinado com uma versão biologizante e essencialista acerca da opressão das mulheres.","PeriodicalId":37746,"journal":{"name":"Varia Historia","volume":"12 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-04-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"89592414","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-04-01DOI: 10.1590/0104-87752023000100004
Carlos Federico Domínguez Avila
Resumo O artigo examina a documentação diplomática brasileira vinculada à política do governo do presidente Jânio da Silva Quadros em relação à questão cubana, em 1961. As fontes em apreço foram consultadas no Arquivo do Ministério das Relações Exteriores, sediado em Brasília. Essa comunicação diplomática oferece pouco conhecidas percepções e interpretações sobre o devir da política externa, bem como no tocante às relações entre brasileiros, estadunidenses, cubanos e sovié-ticos. Sob a perspectiva da denominada Política Externa Independente, a principal conclusão do artigo sugere que o governo de Jânio Quadros formulou e implementou uma política externa de princípios em relação à questão cubana. Nessa linha, e em um contexto de marcada competição Leste-Oeste, houve um importante esforço para tentar manter e resolver dentro do sistema interamericano as divergências entre os governos de Washington e Havana, principalmente. Em retrospectiva, infere-se das fontes consultadas que tal diligência política e diplomática foi reconhecida e valorizada pela maioria dos atores com vínculos e interesses no assunto em questão - inclusive em termos domésticos. A pesquisa é realizada sob a perspectiva teórico-metodológica da história das relações internacionais e da análise de política externa.
摘要本文考察了1961年巴西总统janio da Silva Quadros在古巴问题上的政策相关的外交文件。这些资料来源是在巴西利亚的外交部档案中查阅的。这种外交交流对外交政策的发展以及巴西、美国、古巴和苏联之间的关系提供了鲜为人知的见解和解释。从所谓独立外交政策的角度来看,本文的主要结论表明,janio Quadros政府在古巴问题上制定并实施了有原则的外交政策。沿着这条路线,在东西方竞争激烈的背景下,在美洲体系内努力维持和解决华盛顿和哈瓦那政府之间的分歧,特别是分歧。事后看来,从所咨询的消息来源可以推断,这种政治和外交努力得到了与有关问题有联系和利益的大多数行动者的承认和重视,包括在国内方面。本研究从国际关系史和外交政策分析的理论和方法角度进行。
{"title":"Jânio Quadros, a questão cubana e a Guerra Fria Latino-Americana, 1961: Testando os limites da Política Externa Independente","authors":"Carlos Federico Domínguez Avila","doi":"10.1590/0104-87752023000100004","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/0104-87752023000100004","url":null,"abstract":"Resumo O artigo examina a documentação diplomática brasileira vinculada à política do governo do presidente Jânio da Silva Quadros em relação à questão cubana, em 1961. As fontes em apreço foram consultadas no Arquivo do Ministério das Relações Exteriores, sediado em Brasília. Essa comunicação diplomática oferece pouco conhecidas percepções e interpretações sobre o devir da política externa, bem como no tocante às relações entre brasileiros, estadunidenses, cubanos e sovié-ticos. Sob a perspectiva da denominada Política Externa Independente, a principal conclusão do artigo sugere que o governo de Jânio Quadros formulou e implementou uma política externa de princípios em relação à questão cubana. Nessa linha, e em um contexto de marcada competição Leste-Oeste, houve um importante esforço para tentar manter e resolver dentro do sistema interamericano as divergências entre os governos de Washington e Havana, principalmente. Em retrospectiva, infere-se das fontes consultadas que tal diligência política e diplomática foi reconhecida e valorizada pela maioria dos atores com vínculos e interesses no assunto em questão - inclusive em termos domésticos. A pesquisa é realizada sob a perspectiva teórico-metodológica da história das relações internacionais e da análise de política externa.","PeriodicalId":37746,"journal":{"name":"Varia Historia","volume":"11 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-04-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"86916521","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-04-01DOI: 10.1590/0104-87752023000100001
Mariana de Moraes Silveira
{"title":"Revistas acadêmicas na sala de aula, ou o papel formativo dos periódicos","authors":"Mariana de Moraes Silveira","doi":"10.1590/0104-87752023000100001","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/0104-87752023000100001","url":null,"abstract":"","PeriodicalId":37746,"journal":{"name":"Varia Historia","volume":"9 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-04-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"89137439","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-04-01DOI: 10.1590/0104-87752023000100008
Breno Mendes, Cristiano Alencar Arrais, Carlos Oiti BERBERT JÚNIOR
Resumo No presente artigo, defendemos o argumento segundo o qual a teoria da história possui funções e significados próprios, desempenhando um papel fundamental para a formação de historiadores e historiadoras. Opomo-nos ao dualismo entre teoria e prática, ainda presente em muitos currículos universitários, na medida em que entendemos que a teoria da história, como disciplina curricular, concentra sua atenção nos marcos de orientação inerentes aos processos reconstrutivos, elevando ao nível da consciência aquilo que só é percebido pelos discentes, na maioria das vezes, de forma intuitiva. Em defesa desse argumento, investigamos inicialmente o processo de formação da área de teoria da história no Brasil. Em seguida, procuramos mobilizar argumentos da teoria do currículo para analisar os projetos pedagógicos de uma dezena de cursos de graduação no Brasil, com o objetivo de compreender criticamente a relação entre a disciplina de teoria da história e os demais componentes curriculares. Por fim, propomos certas articulações entre teoria e ensino de história pela via da didática da história, com vistas a obter um ganho de orientação cultural.
{"title":"O lugar da teoria da história na formação de historiadores e historiadoras no ensino superior","authors":"Breno Mendes, Cristiano Alencar Arrais, Carlos Oiti BERBERT JÚNIOR","doi":"10.1590/0104-87752023000100008","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/0104-87752023000100008","url":null,"abstract":"Resumo No presente artigo, defendemos o argumento segundo o qual a teoria da história possui funções e significados próprios, desempenhando um papel fundamental para a formação de historiadores e historiadoras. Opomo-nos ao dualismo entre teoria e prática, ainda presente em muitos currículos universitários, na medida em que entendemos que a teoria da história, como disciplina curricular, concentra sua atenção nos marcos de orientação inerentes aos processos reconstrutivos, elevando ao nível da consciência aquilo que só é percebido pelos discentes, na maioria das vezes, de forma intuitiva. Em defesa desse argumento, investigamos inicialmente o processo de formação da área de teoria da história no Brasil. Em seguida, procuramos mobilizar argumentos da teoria do currículo para analisar os projetos pedagógicos de uma dezena de cursos de graduação no Brasil, com o objetivo de compreender criticamente a relação entre a disciplina de teoria da história e os demais componentes curriculares. Por fim, propomos certas articulações entre teoria e ensino de história pela via da didática da história, com vistas a obter um ganho de orientação cultural.","PeriodicalId":37746,"journal":{"name":"Varia Historia","volume":"12 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-04-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"82103759","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-04-01DOI: 10.1590/0104-87752023000100006
Pedro Herique Pedreira Campos
Resumo O presente artigo analisa a relação entre as empresas e a ditadura brasileira imposta com o golpe de 1964. No entanto, não tratamos - como é mais comum - das relações de apoio, composição e favorecimento entre grupos econômicos e o regime, mas sim das organizações empresariais que foram perseguidas e penalizadas pelas ações do aparelho de Estado após o golpe. Para proceder à abordagem, utilizamos memórias, testemunhos, documentos oficiais e matérias da imprensa do período. Partimos do entendimento de Dreifuss e da historiografia recente de que o golpe de 1964 e a ditadura tinham um perfil de classe, sendo marcados por significativas participação e responsabilidade por parte do empresariado. Em uma primeira parte do artigo, tratamos de casos conhecidos, como o da Panair, da TV Excelsior e dos jornais Correio da Manhã e Última Hora. Em seguida, abordamos casos menos estudados que dizem respeito a empreiteiras de obras públicas que passaram por um processo de decadência após o golpe de 1964 por motivos políticos. Concluímos que, mais do que uma simples ação de um Estado autoritário contra grupos econômicos, os casos analisados podem ser lidos nos marcos da concorrência entre as próprias empresas, com a ação estatal em favor de algumas em desproveito de outras.
本文分析了1964年政变后公司与巴西独裁政权之间的关系。然而,我们处理的不是经济团体与政权之间的支持、组成和偏袒关系,而是政变后因国家机构的行动而受到迫害和惩罚的商业组织。为了进行研究,我们使用了当时的记忆、证词、官方文件和媒体材料。我们从德莱弗斯的理解和最近的史学开始,1964年的政变和独裁统治有一个阶级形象,标志着企业家的重大参与和责任。在文章的第一部分,我们讨论了已知的案例,如Panair, TV Excelsior, Correio da manha和ultima Hora。然后,我们讨论了较少研究的案例,涉及公共工程承包商在1964年政变后由于政治原因经历了颓废的过程。我们的结论是,分析的案例不仅仅是一个威权国家对经济集团的简单行动,还可以在公司之间的竞争框架内阅读,国家行动对一些公司有利,对另一些公司不利。
{"title":"Empresas e ditadura, o outro lado: Os grupos econômicos perseguidos pelo regime civil-militar brasileiro: O caso das empreiteiras","authors":"Pedro Herique Pedreira Campos","doi":"10.1590/0104-87752023000100006","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/0104-87752023000100006","url":null,"abstract":"Resumo O presente artigo analisa a relação entre as empresas e a ditadura brasileira imposta com o golpe de 1964. No entanto, não tratamos - como é mais comum - das relações de apoio, composição e favorecimento entre grupos econômicos e o regime, mas sim das organizações empresariais que foram perseguidas e penalizadas pelas ações do aparelho de Estado após o golpe. Para proceder à abordagem, utilizamos memórias, testemunhos, documentos oficiais e matérias da imprensa do período. Partimos do entendimento de Dreifuss e da historiografia recente de que o golpe de 1964 e a ditadura tinham um perfil de classe, sendo marcados por significativas participação e responsabilidade por parte do empresariado. Em uma primeira parte do artigo, tratamos de casos conhecidos, como o da Panair, da TV Excelsior e dos jornais Correio da Manhã e Última Hora. Em seguida, abordamos casos menos estudados que dizem respeito a empreiteiras de obras públicas que passaram por um processo de decadência após o golpe de 1964 por motivos políticos. Concluímos que, mais do que uma simples ação de um Estado autoritário contra grupos econômicos, os casos analisados podem ser lidos nos marcos da concorrência entre as próprias empresas, com a ação estatal em favor de algumas em desproveito de outras.","PeriodicalId":37746,"journal":{"name":"Varia Historia","volume":"9 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-04-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"83424238","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-04-01DOI: 10.1590/0104-87752023000100005
Débora Strieder Kreuz
Resumo O artigo objetiva compreender o exílio de Miguel Arraes, governador de Pernambuco no momento do golpe civil-militar de 1964. Imediatamente foi preso e, em meados de 1965, conseguiu partir para a Argélia, então conhecida como “Meca da Revolução”. Lá ficou exilado até o retorno, em 1979. Aos poucos, foi aglutinando em torno de si um pequeno grupo de apoiadores, sobretudo vinculados ao seu governo deposto, assim como passou a atuar junto ao governo argelino. Durante o exílio, Arraes agiu, conjuntamente com outros militantes, para a elaboração de estratégias de resistência à ditadura, articulando frentes de oposição, publicando denúncias de alcance internacional, participando do Tribunal Bertrand Russel II, entre outros. Mesmo exilado, Arraes foi mantido sob vigilância da ditadura, sobretudo com a ação da embaixada brasileira. Utilizamos, para tanto, memórias acerca do exílio, boletins de denúncia, a documentação produzida pelos órgãos de informação da ditadura e a correspondência diplomática trocada entre a embaixada brasileira em Argel e o Itamaraty. Buscamos compreender como o exílio, além de uma estratégia utilizada para fazer com que saíssem do país aqueles considerados inimigos, foi também um espaço de rearticulação política e criação de outras formas de resistência.
{"title":"“Meu pai não parava um dia de trabalhar... E de fazer política”: O exílio de Miguel Arraes (1965-1979)","authors":"Débora Strieder Kreuz","doi":"10.1590/0104-87752023000100005","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/0104-87752023000100005","url":null,"abstract":"Resumo O artigo objetiva compreender o exílio de Miguel Arraes, governador de Pernambuco no momento do golpe civil-militar de 1964. Imediatamente foi preso e, em meados de 1965, conseguiu partir para a Argélia, então conhecida como “Meca da Revolução”. Lá ficou exilado até o retorno, em 1979. Aos poucos, foi aglutinando em torno de si um pequeno grupo de apoiadores, sobretudo vinculados ao seu governo deposto, assim como passou a atuar junto ao governo argelino. Durante o exílio, Arraes agiu, conjuntamente com outros militantes, para a elaboração de estratégias de resistência à ditadura, articulando frentes de oposição, publicando denúncias de alcance internacional, participando do Tribunal Bertrand Russel II, entre outros. Mesmo exilado, Arraes foi mantido sob vigilância da ditadura, sobretudo com a ação da embaixada brasileira. Utilizamos, para tanto, memórias acerca do exílio, boletins de denúncia, a documentação produzida pelos órgãos de informação da ditadura e a correspondência diplomática trocada entre a embaixada brasileira em Argel e o Itamaraty. Buscamos compreender como o exílio, além de uma estratégia utilizada para fazer com que saíssem do país aqueles considerados inimigos, foi também um espaço de rearticulação política e criação de outras formas de resistência.","PeriodicalId":37746,"journal":{"name":"Varia Historia","volume":"24 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-04-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"82034976","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-04-01DOI: 10.1590/0104-87752023000100003
R. D. F. Souza
Resumo As condições de vida e trabalho às quais foram submetidos homens e mulheres escravizados no processo produtivo do açúcar nos engenhos são fatores essenciais para entender a dinâmica da escravidão na América Portuguesa. Nas entrelinhas das recomendações e admoestações transmitidas aos senhores de engenhos do Nordeste, bem como nas descrições das tarefas executadas pelos escravos em diferentes setores da propriedade encontradas nos textos de clérigos setecentistas como padre Antônio Vieira, Jorge Benci, Manuel Ribeiro Rocha e, principalmente, por André João Antonil, é possível entrever essas condições e as relações de poder, que se vinham consolidando desde o século XVII. Frutos do estágio do desenvolvimento das forças produtivas no setor agrícola e de fatores inerentes ao escravismo moderno, essas condições permaneceram as mesmas no século XIX e podiam ser encontradas em outras regiões produtoras de açúcar no Sudeste, conforme se verifica nos relatos produzidos pelos viajantes europeus que visitaram essas propriedades.
{"title":"O açúcar amargo: Suor, sangue e lágrimas nos engenhos","authors":"R. D. F. Souza","doi":"10.1590/0104-87752023000100003","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/0104-87752023000100003","url":null,"abstract":"Resumo As condições de vida e trabalho às quais foram submetidos homens e mulheres escravizados no processo produtivo do açúcar nos engenhos são fatores essenciais para entender a dinâmica da escravidão na América Portuguesa. Nas entrelinhas das recomendações e admoestações transmitidas aos senhores de engenhos do Nordeste, bem como nas descrições das tarefas executadas pelos escravos em diferentes setores da propriedade encontradas nos textos de clérigos setecentistas como padre Antônio Vieira, Jorge Benci, Manuel Ribeiro Rocha e, principalmente, por André João Antonil, é possível entrever essas condições e as relações de poder, que se vinham consolidando desde o século XVII. Frutos do estágio do desenvolvimento das forças produtivas no setor agrícola e de fatores inerentes ao escravismo moderno, essas condições permaneceram as mesmas no século XIX e podiam ser encontradas em outras regiões produtoras de açúcar no Sudeste, conforme se verifica nos relatos produzidos pelos viajantes europeus que visitaram essas propriedades.","PeriodicalId":37746,"journal":{"name":"Varia Historia","volume":"29 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-04-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"82672897","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}