Pub Date : 2022-12-01DOI: 10.1590/1517-106x/202224307
Ângela Maria Dias
Resumo O romance O som do rugido da onça, de Micheliny Verunschk (2021), recupera o fatalismo expropriador do nosso passado histórico, por meio da viagem do zoólogo Spix e do botânico Martius ao Brasil para “realizar investigações científicas pelo bem da ciência e da humanidade”. Entretanto, reporta-se, essencialmente, às duas crianças indígenas que, tendo sobrevivido à viagem marítima, aportaram com os cientistas em Munique. A narrativa responde, numa prosa poética, à necessidade de recriar o mundo interior de seus personagens, a menina miranha Iñe-e e o menino Juri, condenados à mudez pelo exílio. Assim, apresenta-se como uma inventiva bricolagem ou, segundo a autora, uma “transcriação” de “mitos”, sobretudo marcados por um imaginário cujas características podem ser definidas pela noção de “perspectivismo ameríndio”.
{"title":"A história pelo retrovisor: o legado da espoliação e a onça mítica em O som do rugido da onça de Micheliny Verunschk","authors":"Ângela Maria Dias","doi":"10.1590/1517-106x/202224307","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/1517-106x/202224307","url":null,"abstract":"Resumo O romance O som do rugido da onça, de Micheliny Verunschk (2021), recupera o fatalismo expropriador do nosso passado histórico, por meio da viagem do zoólogo Spix e do botânico Martius ao Brasil para “realizar investigações científicas pelo bem da ciência e da humanidade”. Entretanto, reporta-se, essencialmente, às duas crianças indígenas que, tendo sobrevivido à viagem marítima, aportaram com os cientistas em Munique. A narrativa responde, numa prosa poética, à necessidade de recriar o mundo interior de seus personagens, a menina miranha Iñe-e e o menino Juri, condenados à mudez pelo exílio. Assim, apresenta-se como uma inventiva bricolagem ou, segundo a autora, uma “transcriação” de “mitos”, sobretudo marcados por um imaginário cujas características podem ser definidas pela noção de “perspectivismo ameríndio”.","PeriodicalId":42084,"journal":{"name":"Alea-Estudos Neolatinos","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.1,"publicationDate":"2022-12-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"45995166","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":4,"RegionCategory":"文学","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-12-01DOI: 10.1590/1517-106x/202224311
D. Pimentel
Resumo A partir da análise de dois textos de Sigmund Freud, Análise fragmentária de uma histeria (“o caso Dora”) e Estudos sobre a histeria, este artigo pretende apresentar dois pontos: primeiro, como a inscrição da palavra gato nos textos freudianos acima destacados se revela como uma abertura conceitual no desenvolvimento do trabalho do psicanalista, tornando-se um ponto de convergência importante para algumas de suas obras posteriores. E, segundo, como a inscrição freudiana da palavra gato se manifesta em dois outros textos: Que é a literatura?, de Jean-Paul Sartre, e “A literatura e o direito à morte”, de Maurice Blanchot.
{"title":"O gato de Freud e a sua manifestação na escrita de Sartre e de Blanchot","authors":"D. Pimentel","doi":"10.1590/1517-106x/202224311","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/1517-106x/202224311","url":null,"abstract":"Resumo A partir da análise de dois textos de Sigmund Freud, Análise fragmentária de uma histeria (“o caso Dora”) e Estudos sobre a histeria, este artigo pretende apresentar dois pontos: primeiro, como a inscrição da palavra gato nos textos freudianos acima destacados se revela como uma abertura conceitual no desenvolvimento do trabalho do psicanalista, tornando-se um ponto de convergência importante para algumas de suas obras posteriores. E, segundo, como a inscrição freudiana da palavra gato se manifesta em dois outros textos: Que é a literatura?, de Jean-Paul Sartre, e “A literatura e o direito à morte”, de Maurice Blanchot.","PeriodicalId":42084,"journal":{"name":"Alea-Estudos Neolatinos","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.1,"publicationDate":"2022-12-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"44307516","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":4,"RegionCategory":"文学","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-12-01DOI: 10.1590/1517-106x/202224308
Bruna Araujo Cunha
Resumo A partir do poema “Abre-te boca e proclama”, do livro Lira paulistana (1945), de Mário de Andrade, este artigo analisa a relação entre produção intelectual e censura na Era Vargas, como um dos ecos da Segunda Guerra Mundial no contexto brasileiro. A Era Vargas foi marcada por um governo autoritário que recorreu à censura e à propaganda para manter seu funcionamento político populista por meio da cooptação de intelectuais para compor o funcionalismo público. Exercendo uma dupla função, muitos autores utilizaram de diferentes artifícios para publicarem suas obras ou fizeram uso das diferentes formas de silenciamento para conciliarem suas funções, pois o Estado era, também, o caminho possível para a realização do bem coletivo. Desse modo, a escrita literária necessitava de cautela e sabedoria para ser, ao mesmo tempo, uma arma contra o governo Vargas, e um caminho para a democratização da cultura no país.
本文从Mário de Andrade的《Lira paulistana》(1945)一书中的诗歌《Abre te boca e proclama》中分析了巴尔加斯时代的知识生产和审查制度之间的关系,巴尔加斯时代是第二次世界大战在巴西背景下的回声之一。巴尔加斯时代的标志是一个威权政府,它诉诸审查和宣传,通过选举知识分子组成公务员队伍来维持其民粹主义政治运作。为了行使双重职能,许多作者使用了不同的技巧来出版他们的作品,或者利用不同形式的沉默来调和他们的职能,因为国家也是实现集体利益的可能途径。因此,文学写作需要谨慎和智慧,同时成为对抗巴尔加斯政府的武器,成为该国文化民主化的途径。
{"title":"Arte de combate: a atuação de Mário de Andrade na Era Vargas","authors":"Bruna Araujo Cunha","doi":"10.1590/1517-106x/202224308","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/1517-106x/202224308","url":null,"abstract":"Resumo A partir do poema “Abre-te boca e proclama”, do livro Lira paulistana (1945), de Mário de Andrade, este artigo analisa a relação entre produção intelectual e censura na Era Vargas, como um dos ecos da Segunda Guerra Mundial no contexto brasileiro. A Era Vargas foi marcada por um governo autoritário que recorreu à censura e à propaganda para manter seu funcionamento político populista por meio da cooptação de intelectuais para compor o funcionalismo público. Exercendo uma dupla função, muitos autores utilizaram de diferentes artifícios para publicarem suas obras ou fizeram uso das diferentes formas de silenciamento para conciliarem suas funções, pois o Estado era, também, o caminho possível para a realização do bem coletivo. Desse modo, a escrita literária necessitava de cautela e sabedoria para ser, ao mesmo tempo, uma arma contra o governo Vargas, e um caminho para a democratização da cultura no país.","PeriodicalId":42084,"journal":{"name":"Alea-Estudos Neolatinos","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.1,"publicationDate":"2022-12-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"49172188","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":4,"RegionCategory":"文学","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-12-01DOI: 10.1590/1517-106x/202224301
Anna Cristina de Araújo Rodrigues, Biagio D'Angelo
Resumo Este artigo objetiva buscar no romance Dora Bruder (1997), de Patrick Modiano, o significado e a relevância do apagamento visual como recurso narrativo, materializado na ausência das imagens fotográficas e no uso da écfrase para tratar do trauma deixado pela perseguição e morte de judeus durante a Segunda Guerra Mundial. A opção do autor por negar ao leitor a exposição da menina judia desaparecida em Paris durante a ocupação alemã é a metáfora da eliminação, do apagamento, do silenciamento e da morte da memória social de um povo. Em resposta a essa amnésia imposta, a memória é usada como meio de interrogar um passado que se transforma em narrativa para permitir a reelaboração de experiências dolorosas tornadas mais compreensíveis porque dizíveis.
{"title":"“Sob a capa espessa da amnésia”: apagamentos visuais em Dora Bruder (1997), de Patrick Modiano","authors":"Anna Cristina de Araújo Rodrigues, Biagio D'Angelo","doi":"10.1590/1517-106x/202224301","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/1517-106x/202224301","url":null,"abstract":"Resumo Este artigo objetiva buscar no romance Dora Bruder (1997), de Patrick Modiano, o significado e a relevância do apagamento visual como recurso narrativo, materializado na ausência das imagens fotográficas e no uso da écfrase para tratar do trauma deixado pela perseguição e morte de judeus durante a Segunda Guerra Mundial. A opção do autor por negar ao leitor a exposição da menina judia desaparecida em Paris durante a ocupação alemã é a metáfora da eliminação, do apagamento, do silenciamento e da morte da memória social de um povo. Em resposta a essa amnésia imposta, a memória é usada como meio de interrogar um passado que se transforma em narrativa para permitir a reelaboração de experiências dolorosas tornadas mais compreensíveis porque dizíveis.","PeriodicalId":42084,"journal":{"name":"Alea-Estudos Neolatinos","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.1,"publicationDate":"2022-12-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"43122369","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":4,"RegionCategory":"文学","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-12-01DOI: 10.1590/1517-106x/202224302
Yanli He
Abstract The two World Wars and the Cold War had a profound impact on Langston Hughes. World War I and the October Revolution wove a web that connected the Soviet Union and its socialist cause to African Americans, and then the Yokinen and Scottsboro trials directly nurtured the “New Red Negro” writings with the spirit of rising “up from bondage” as oppressed people. Hughes traveled the world, became a global citizen, and assumed a cosmopolitan mission for international and racial affairs. However, the Nazi-Soviet Pact changed his view of the world. Hughes began to focus on the problems of “colored soldiers” and compared the advantages and disadvantages of the United States of America and the Soviet Union. When the Iron Curtain came about, McCarthyism drove Hughes to stay in the United States, maintain a distance from international and political affairs, confirm his national position, and rely on writing children’s books for a living, as well as translating and editing others’ works.
{"title":"Impact of the World Wars and the Cold War on Langston Hughes","authors":"Yanli He","doi":"10.1590/1517-106x/202224302","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/1517-106x/202224302","url":null,"abstract":"Abstract The two World Wars and the Cold War had a profound impact on Langston Hughes. World War I and the October Revolution wove a web that connected the Soviet Union and its socialist cause to African Americans, and then the Yokinen and Scottsboro trials directly nurtured the “New Red Negro” writings with the spirit of rising “up from bondage” as oppressed people. Hughes traveled the world, became a global citizen, and assumed a cosmopolitan mission for international and racial affairs. However, the Nazi-Soviet Pact changed his view of the world. Hughes began to focus on the problems of “colored soldiers” and compared the advantages and disadvantages of the United States of America and the Soviet Union. When the Iron Curtain came about, McCarthyism drove Hughes to stay in the United States, maintain a distance from international and political affairs, confirm his national position, and rely on writing children’s books for a living, as well as translating and editing others’ works.","PeriodicalId":42084,"journal":{"name":"Alea-Estudos Neolatinos","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.1,"publicationDate":"2022-12-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"43426768","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":4,"RegionCategory":"文学","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-12-01DOI: 10.1590/1517-106x/202224306
Cristina Napp dos Santos, Eduardo Marks de Marques
Resumo Este ensaio se utiliza das contribuições Primo Levi (2004) e Karl Jaspers (2018) para discutir a questão da culpa presente no romance Diário da queda (2011) de Michel Laub. Ao abordar experiências traumáticas por meio de memórias individuais, que se relacionam com os eventos da Segunda Guerra Mundial, a narrativa expressa, entre outros aspectos, o sentimento de culpa presente em três membros da linhagem do narrador. Embora possa ser entendido quase como uma herança familiar, ao passar a limpo a própria história, bem como a de seus ascendentes, o narrador nos aponta à necessidade de enfrentar as dores do passado a fim de poder vislumbrar um futuro transformado.
本文利用普里莫·李维(2004)和卡尔·雅斯贝尔斯(2018)的贡献来讨论米歇尔·劳布的小说《Diário da queda》(2011)中的有罪问题。叙事通过与第二次世界大战事件有关的个人记忆来讲述创伤经历,在其他方面表达了叙述者谱系中三名成员的内疚感。尽管这几乎可以被理解为一种家族遗产,但通过清理自己和祖先的历史,叙述者指出需要面对过去的痛苦,才能看到改变后的未来。
{"title":"“Uma prisão ainda pior que aquela”: a culpa em Diário da Queda (2011) de Michel Laub","authors":"Cristina Napp dos Santos, Eduardo Marks de Marques","doi":"10.1590/1517-106x/202224306","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/1517-106x/202224306","url":null,"abstract":"Resumo Este ensaio se utiliza das contribuições Primo Levi (2004) e Karl Jaspers (2018) para discutir a questão da culpa presente no romance Diário da queda (2011) de Michel Laub. Ao abordar experiências traumáticas por meio de memórias individuais, que se relacionam com os eventos da Segunda Guerra Mundial, a narrativa expressa, entre outros aspectos, o sentimento de culpa presente em três membros da linhagem do narrador. Embora possa ser entendido quase como uma herança familiar, ao passar a limpo a própria história, bem como a de seus ascendentes, o narrador nos aponta à necessidade de enfrentar as dores do passado a fim de poder vislumbrar um futuro transformado.","PeriodicalId":42084,"journal":{"name":"Alea-Estudos Neolatinos","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.1,"publicationDate":"2022-12-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"46144273","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":4,"RegionCategory":"文学","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-12-01DOI: 10.1590/1517-106x/202224316
Marlon Augusto Barbosa
Resumo Este artigo pretende apontar alguns possíveis caminhos de leitura para a poesia de Golgona Anghel. O objetivo é partir do pressuposto de que alguns de seus poemas apontam, na esteira do pensamento de Antoine Compagnon e Jacques Derrida, para um trabalho da citação/cintilação que torna legível a construção de uma biblioteca. Os poemas, tal como uma biblioteca, hospedam em seus versos / estantes uma série de elementos que foram cortados, recortados e, depois, enxertados em um novo lugar; apontando para aquilo que Pedro Eiras, a respeito da poesia de Golgona Anghel, chamou de uma “itinerância de vozes, locais e tempos”.
{"title":"A biblioteca de Anghel","authors":"Marlon Augusto Barbosa","doi":"10.1590/1517-106x/202224316","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/1517-106x/202224316","url":null,"abstract":"Resumo Este artigo pretende apontar alguns possíveis caminhos de leitura para a poesia de Golgona Anghel. O objetivo é partir do pressuposto de que alguns de seus poemas apontam, na esteira do pensamento de Antoine Compagnon e Jacques Derrida, para um trabalho da citação/cintilação que torna legível a construção de uma biblioteca. Os poemas, tal como uma biblioteca, hospedam em seus versos / estantes uma série de elementos que foram cortados, recortados e, depois, enxertados em um novo lugar; apontando para aquilo que Pedro Eiras, a respeito da poesia de Golgona Anghel, chamou de uma “itinerância de vozes, locais e tempos”.","PeriodicalId":42084,"journal":{"name":"Alea-Estudos Neolatinos","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.1,"publicationDate":"2022-12-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"67297370","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":4,"RegionCategory":"文学","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-12-01DOI: 10.1590/1517-106x/202224313
Carolina Quintella
Resumo Este artigo analisa o poema “Exilios”, de Ida Vitale, tomando-o como expressão estética da noção de não-lugar ficcional, que aqui se esboça e se propõe como uma alternativa às noções de lugar antropológico e de non-lieux de Marc Augé. Explorando as imagens do poema, o artigo dialoga com a noção de imagem de William T. J. Mitchell, conversa com outros teóricos, como Antonio Candido, Heidegger, Luiz Costa-Lima e James Hilman, e com estudos especializados sobre a autora, como os de Pablo Rocca, Bruña Bragado, Eduardo Milán, entre outros.
{"title":"À procura do impossível: o não-lugar ficcional em “Exilios”, de Ida Vitale","authors":"Carolina Quintella","doi":"10.1590/1517-106x/202224313","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/1517-106x/202224313","url":null,"abstract":"Resumo Este artigo analisa o poema “Exilios”, de Ida Vitale, tomando-o como expressão estética da noção de não-lugar ficcional, que aqui se esboça e se propõe como uma alternativa às noções de lugar antropológico e de non-lieux de Marc Augé. Explorando as imagens do poema, o artigo dialoga com a noção de imagem de William T. J. Mitchell, conversa com outros teóricos, como Antonio Candido, Heidegger, Luiz Costa-Lima e James Hilman, e com estudos especializados sobre a autora, como os de Pablo Rocca, Bruña Bragado, Eduardo Milán, entre outros.","PeriodicalId":42084,"journal":{"name":"Alea-Estudos Neolatinos","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.1,"publicationDate":"2022-12-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"44416988","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":4,"RegionCategory":"文学","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-12-01DOI: 10.1590/1517-106x/202224310
Flavia Trocoli, Francisco Renato de Souza
Resumo A narradora de Ève s’évade - la ruine et la vie, 2009, de Hélène Cixous, está diante do envelhecimento e dos últimos tempos de vida de sua mãe Ève. Nas primeiras páginas, escutamos as vozes de Dante, Montaigne e Ève e chegamos à voz do sonho que não tarda a nos levar à viagem em que Freud, fugindo do nazismo, vai a Londres para “morrer em liberdade”. Neste breve ensaio, nos demoraremos nos modos de citação, cifração e decifração de cenas proustianas, no centro do palco, e de cenas freudianas, em volta do palco, pela escrita de Cixous. Buscaremos mostrar como essas cenas, lidas e relidas, se transformam, como as chamaremos livremente, em palavras-valise - omifiée/Omification, bergotter, rêvasion - e realizam o desejo de transformar a morte em literatura, desejo que acontece na transformação libertadora da palavra, que, entre cenas literárias e psicanalíticas, conjuga outros tempos, modos e vozes.
2009年,Hélène Cixous的《Éve s’évade-la ruine et la vie》讲述者面临着母亲的衰老和生命的最后时刻。在最初的几页中,我们听到了但丁、蒙田和艾芙的声音,来到了梦想的声音,这很快将我们带到了逃离纳粹主义的弗洛伊德前往伦敦“在自由中死去”的旅程。在这篇短文中,我们将详细讨论通过西克索斯的写作,引用、加密和破译舞台中央的普鲁斯特场景和舞台周围的弗洛伊德场景的模式。我们将试图展示这些场景是如何被阅读和重读的,我们将自由地称之为valise——omifiée/省略、bergotter、rêvasion——并实现将死亡转化为文学的愿望,这种愿望发生在这个词的解放性转变中,在文学和精神分析场景之间,它结合了其他时代、模式和声音。
{"title":"Sob as flores - Hélène Cixous reescreve inscrições apagadas de Proust, de Freud","authors":"Flavia Trocoli, Francisco Renato de Souza","doi":"10.1590/1517-106x/202224310","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/1517-106x/202224310","url":null,"abstract":"Resumo A narradora de Ève s’évade - la ruine et la vie, 2009, de Hélène Cixous, está diante do envelhecimento e dos últimos tempos de vida de sua mãe Ève. Nas primeiras páginas, escutamos as vozes de Dante, Montaigne e Ève e chegamos à voz do sonho que não tarda a nos levar à viagem em que Freud, fugindo do nazismo, vai a Londres para “morrer em liberdade”. Neste breve ensaio, nos demoraremos nos modos de citação, cifração e decifração de cenas proustianas, no centro do palco, e de cenas freudianas, em volta do palco, pela escrita de Cixous. Buscaremos mostrar como essas cenas, lidas e relidas, se transformam, como as chamaremos livremente, em palavras-valise - omifiée/Omification, bergotter, rêvasion - e realizam o desejo de transformar a morte em literatura, desejo que acontece na transformação libertadora da palavra, que, entre cenas literárias e psicanalíticas, conjuga outros tempos, modos e vozes.","PeriodicalId":42084,"journal":{"name":"Alea-Estudos Neolatinos","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.1,"publicationDate":"2022-12-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"48121953","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":4,"RegionCategory":"文学","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-12-01DOI: 10.1590/1517-106x/202224314
Andrés Eloy Palencia Sampayo
Resumen Luego del triunfo de la revolución de 1959, se establecieron en la poesía cubana formas estéticas que exaltaban los logros y las figuras del proceso revolucionario. Esa “norma poética” que se tornó hegemónica tenía como característica el uso de un “yo” histórico y social afianzado por un exaltado nacionalismo, una visión ascendente y progresiva de la historia y el tono épico que glorificaba los valores y logros de la revolución. En este sentido, y en diálogo con las propuestas teóricas de Deleuze y Foucault sobre el simulacro y la similitud, proponemos estudiar las obras Fuera del juego de Heberto Padilla y Otras cartas a Milena de Reina María Rodríguez como proyectos estéticos que transgreden las características de esa norma y, por ende, la narrativa hegemónica de la revolución cubana.
{"title":"Entre copias y simulacros: transgresión a la norma poética y al relato revolucionario cubano en Fuera del juego y Otras cartas a Milena","authors":"Andrés Eloy Palencia Sampayo","doi":"10.1590/1517-106x/202224314","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/1517-106x/202224314","url":null,"abstract":"Resumen Luego del triunfo de la revolución de 1959, se establecieron en la poesía cubana formas estéticas que exaltaban los logros y las figuras del proceso revolucionario. Esa “norma poética” que se tornó hegemónica tenía como característica el uso de un “yo” histórico y social afianzado por un exaltado nacionalismo, una visión ascendente y progresiva de la historia y el tono épico que glorificaba los valores y logros de la revolución. En este sentido, y en diálogo con las propuestas teóricas de Deleuze y Foucault sobre el simulacro y la similitud, proponemos estudiar las obras Fuera del juego de Heberto Padilla y Otras cartas a Milena de Reina María Rodríguez como proyectos estéticos que transgreden las características de esa norma y, por ende, la narrativa hegemónica de la revolución cubana.","PeriodicalId":42084,"journal":{"name":"Alea-Estudos Neolatinos","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.1,"publicationDate":"2022-12-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"45813868","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":4,"RegionCategory":"文学","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}