Este ensaio conduz uma reflexão auto-etnográfica sobre os modos de interação e relação virtuais instaurados pela live, enquanto recurso performativo, durante a pandemia do novo Coronavírus. Dessa forma, busca construir intersecções entre uma economia da des/atenção e o narcisismo do ciberespaço, com o objetivo de instituir uma base de análise do evento performativo ao vivo no contexto virtual. Para tanto, reporta-se à performance BORN TO BE NA LIVE! – selfishcamera (2021), de Estela Lapponi, como caso de estudo. A partir da investigação da experiência espectatorial da autora são tecidas inter-relações entre os impactos da cibercultura na produção e na recepção da cena pandêmica. Estratégias de escrita performativas são igualmente implementadas como instrumento que possibilite estabelecer aspectos fenomênicos da experiência estética em questão. A cena online tem levado à transmutação da casa em um território de performação e, neste caso específico, à reapropriação do espaço doméstico pelo ato performativo enquanto um exercício de insubmissão do corpo feminino.
本文对新型冠状病毒大流行期间live作为一种表演资源所建立的虚拟互动和关系模式进行了自我人种学反思。因此,它寻求在网络空间的注意力经济和自恋之间建立交叉,目的是建立一个分析虚拟环境中现场表演事件的基础。因此,它指的是“BORN TO BE NA LIVE!”——Estela Lapponi的selfishcamera(2021)作为案例研究。通过对观众体验的研究,作者编织了网络文化对大流行场景的生产和接受的影响之间的相互关系。表演写作策略也被作为一种工具来实施,使建立审美经验的表型方面成为可能。网络场景导致了房子在表演领域的嬗变,在这个特殊的情况下,通过表演行为重新占用家庭空间,作为一种对女性身体的不服从练习。
{"title":"Des/atenção, narcisismo e a transmutação do espaço doméstico em BORN TO BE NA LIVE! – selfishcamera","authors":"Alessandra Montagner","doi":"10.9771/rr.v1i38.46976","DOIUrl":"https://doi.org/10.9771/rr.v1i38.46976","url":null,"abstract":"Este ensaio conduz uma reflexão auto-etnográfica sobre os modos de interação e relação virtuais instaurados pela live, enquanto recurso performativo, durante a pandemia do novo Coronavírus. Dessa forma, busca construir intersecções entre uma economia da des/atenção e o narcisismo do ciberespaço, com o objetivo de instituir uma base de análise do evento performativo ao vivo no contexto virtual. Para tanto, reporta-se à performance BORN TO BE NA LIVE! – selfishcamera (2021), de Estela Lapponi, como caso de estudo. A partir da investigação da experiência espectatorial da autora são tecidas inter-relações entre os impactos da cibercultura na produção e na recepção da cena pandêmica. Estratégias de escrita performativas são igualmente implementadas como instrumento que possibilite estabelecer aspectos fenomênicos da experiência estética em questão. A cena online tem levado à transmutação da casa em um território de performação e, neste caso específico, à reapropriação do espaço doméstico pelo ato performativo enquanto um exercício de insubmissão do corpo feminino.","PeriodicalId":471887,"journal":{"name":"Repertório","volume":"34 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-01-22","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135047620","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
A pesquisa tem objetivado desocultar a característica cognitiva de que o corpo, qualquer corpo – com as devidas especificidades – é um fórum, uma “democracia neuronal”, uma comunidade que se estende por todo ele e pelo mundo. Essa proposta de dançafórum também tem inspiração no termo “teatro-fórum” de Augusto Boal. Dançamos – em improvisações coletivas ou pessoais, ou com técnicas de passos codificados – com a compreensão de que o corpo atua como um fórum dialogado, entrecortado, opinado, contradito, consensuado, simultâneo. Tais procedimentos metodológicos impulsionam uma ação de esperançar a emancipação estendida no mundo. Concluímos que a dançafórum é a favor do corpo, das contradições, dores, sentimentos, rede sanguínea, respiração, ideias. A favor dos não dualismos impostos como forma de dominação, tão contra aos modos cognitivos do corpo.
{"title":"Dançafórum porque o corpo atua cognitivamente como fórum","authors":"Lenira Peral Rengel","doi":"10.9771/rr.v1i38.45975","DOIUrl":"https://doi.org/10.9771/rr.v1i38.45975","url":null,"abstract":"A pesquisa tem objetivado desocultar a característica cognitiva de que o corpo, qualquer corpo – com as devidas especificidades – é um fórum, uma “democracia neuronal”, uma comunidade que se estende por todo ele e pelo mundo. Essa proposta de dançafórum também tem inspiração no termo “teatro-fórum” de Augusto Boal. Dançamos – em improvisações coletivas ou pessoais, ou com técnicas de passos codificados – com a compreensão de que o corpo atua como um fórum dialogado, entrecortado, opinado, contradito, consensuado, simultâneo. Tais procedimentos metodológicos impulsionam uma ação de esperançar a emancipação estendida no mundo. Concluímos que a dançafórum é a favor do corpo, das contradições, dores, sentimentos, rede sanguínea, respiração, ideias. A favor dos não dualismos impostos como forma de dominação, tão contra aos modos cognitivos do corpo.","PeriodicalId":471887,"journal":{"name":"Repertório","volume":"16 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-01-22","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135047619","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Partindo do mito grego de Baubo e do universo simbólico associado ao elemento fogo, o artigo aborda aspectos da criação de uma cena do espetáculo Sonhares, apresentando e discutindo relações entre a dramaturgia construída e as fontes provocadoras do processo. Para tal são visitados temas, imagens e conceitos como o riso, o grotesco, o obsceno sagrado, a ambivalência, o feminino, a vulva, que são abordados a partir de autores como Estés, Bachelard, Bakhtin, etc..
{"title":"Baubo e o Fogo: A celebração da deusa vulva em Sonhares","authors":"Alice Stefânia Curi, Francisco Carlos Costa Filho","doi":"10.9771/rr.v1i38.47672","DOIUrl":"https://doi.org/10.9771/rr.v1i38.47672","url":null,"abstract":"Partindo do mito grego de Baubo e do universo simbólico associado ao elemento fogo, o artigo aborda aspectos da criação de uma cena do espetáculo Sonhares, apresentando e discutindo relações entre a dramaturgia construída e as fontes provocadoras do processo. Para tal são visitados temas, imagens e conceitos como o riso, o grotesco, o obsceno sagrado, a ambivalência, o feminino, a vulva, que são abordados a partir de autores como Estés, Bachelard, Bakhtin, etc..","PeriodicalId":471887,"journal":{"name":"Repertório","volume":"8 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-01-22","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135047617","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}