Pub Date : 2023-12-14DOI: 10.11606/1982-02672023v31e30
M. Martins
Nas últimas décadas, os museus têm sido objetos caros às ciências humanas, já que há a compreensão de que são espaços de elaboração de representações sobre o passado e, por isso, passíveis de serem também historicizados. Essas representações são elaboradas enquanto a própria instituição se forma, em diálogo com seus contextos temporais, sociais, culturais e políticos, bem como com seus diferentes interlocutores e agentes. Assim, conhecer a trajetória de um museu e entendê-la enquanto processo é fundamental para uma análise crítica de sua atuação, principalmente no desenvolvimento do acervo e das exposições. Este artigo filia-se a essa linhagem de pesquisa ao se dedicar à história do Museu Republicano “Convenção de Itu”. Nosso objetivo é entrecruzar a trajetória institucional e a análise do processo de formação das coleções e das exposições deste Museu entre os anos de 1921 e 1946 – ou seja, antecedendo brevemente sua abertura, em 18 de abril de 1923, e finalizando com a gestão de seu primeiro diretor, Afonso Taunay –, de modo a compreender as especificidades deste projeto, hoje centenário, e suas potenciais repercussões na contemporaneidade. Nesse sentido, tomar o Museu Republicano “Convenção de Itu” como projeto de pesquisa foi exercício menos comprometido com o seu caráter político, expresso em seu contexto de criação e no evento que o denomina e que pretende celebrar, mas sobretudo com seu papel na elaboração de uma noção de história, em franco compromisso com os múltiplos momentos de sua época e potencialmente com a atual.
{"title":"“Não se improvisam museus”: a experiência do Museu Republicano “Convenção de Itu”","authors":"M. Martins","doi":"10.11606/1982-02672023v31e30","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/1982-02672023v31e30","url":null,"abstract":"Nas últimas décadas, os museus têm sido objetos caros às ciências humanas, já que há a compreensão de que são espaços de elaboração de representações sobre o passado e, por isso, passíveis de serem também historicizados. Essas representações são elaboradas enquanto a própria instituição se forma, em diálogo com seus contextos temporais, sociais, culturais e políticos, bem como com seus diferentes interlocutores e agentes. Assim, conhecer a trajetória de um museu e entendê-la enquanto processo é fundamental para uma análise crítica de sua atuação, principalmente no desenvolvimento do acervo e das exposições. Este artigo filia-se a essa linhagem de pesquisa ao se dedicar à história do Museu Republicano “Convenção de Itu”. Nosso objetivo é entrecruzar a trajetória institucional e a análise do processo de formação das coleções e das exposições deste Museu entre os anos de 1921 e 1946 – ou seja, antecedendo brevemente sua abertura, em 18 de abril de 1923, e finalizando com a gestão de seu primeiro diretor, Afonso Taunay –, de modo a compreender as especificidades deste projeto, hoje centenário, e suas potenciais repercussões na contemporaneidade. Nesse sentido, tomar o Museu Republicano “Convenção de Itu” como projeto de pesquisa foi exercício menos comprometido com o seu caráter político, expresso em seu contexto de criação e no evento que o denomina e que pretende celebrar, mas sobretudo com seu papel na elaboração de uma noção de história, em franco compromisso com os múltiplos momentos de sua época e potencialmente com a atual.","PeriodicalId":505553,"journal":{"name":"Anais do Museu Paulista: História e Cultura Material","volume":"33 6","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-12-14","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"139179602","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-12-12DOI: 10.11606/1982-02672023v31e27
Ana Maria Barbour
Este artigo apresenta uma análise sobre o vetor de urbanização do Pari – bairro localizado na Zona Leste da cidade de São Paulo – na virada do século XIX para o XX, a partir da elaboração de um sistema de informação geográfica (SIG), com base na espacialização dos dados encontrados em livros de transcrição de imóveis (registros de compra e venda de propriedades), entre 1890 e 1900. Composta basicamente por chácaras e terras devolutas, a localidade viveu, naquele momento, o início da sua urbanização, em razão das transformações que atingiam a cidade como todo, motivadas pelo desenvolvimento da economia cafeeira, pelo fim da escravidão, pela imigração em massa e início da sua industrialização. Em um curto espaço de tempo, a capital paulista se expandiu em tamanho, número de pessoas, edifícios e funções. Nesse cenário, as áreas rurais e de várzea ao redor do centro da cidade passaram a ser foco de ocupação, entre elas o Pari. Cortado pela estrada de ferro que ligava a cidade de Santos à de Jundiaí, em 1867, o bairro foi sendo, paulatinamente, retalhado por uma série de ruas, ocupado por indústrias, atividades, serviços e moradores de diferentes classes sociais, impulsionando o mercado de imóveis.Compreender aspectos do processo de apropriação e produção dos espaços dessa localidade, assim como os diferentes grupos sociais envolvidos, auxilia-nos a entender a natureza do processo de urbanização de São Paulo como um todo, suas especificidades e a relação com outras regiões da cidade.
{"title":"Registros de compra e venda de imóveis no Pari: um olhar sobre a urbanização de São Paulo no início da República","authors":"Ana Maria Barbour","doi":"10.11606/1982-02672023v31e27","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/1982-02672023v31e27","url":null,"abstract":"Este artigo apresenta uma análise sobre o vetor de urbanização do Pari – bairro localizado na Zona Leste da cidade de São Paulo – na virada do século XIX para o XX, a partir da elaboração de um sistema de informação geográfica (SIG), com base na espacialização dos dados encontrados em livros de transcrição de imóveis (registros de compra e venda de propriedades), entre 1890 e 1900. Composta basicamente por chácaras e terras devolutas, a localidade viveu, naquele momento, o início da sua urbanização, em razão das transformações que atingiam a cidade como todo, motivadas pelo desenvolvimento da economia cafeeira, pelo fim da escravidão, pela imigração em massa e início da sua industrialização. Em um curto espaço de tempo, a capital paulista se expandiu em tamanho, número de pessoas, edifícios e funções. Nesse cenário, as áreas rurais e de várzea ao redor do centro da cidade passaram a ser foco de ocupação, entre elas o Pari. Cortado pela estrada de ferro que ligava a cidade de Santos à de Jundiaí, em 1867, o bairro foi sendo, paulatinamente, retalhado por uma série de ruas, ocupado por indústrias, atividades, serviços e moradores de diferentes classes sociais, impulsionando o mercado de imóveis.Compreender aspectos do processo de apropriação e produção dos espaços dessa localidade, assim como os diferentes grupos sociais envolvidos, auxilia-nos a entender a natureza do processo de urbanização de São Paulo como um todo, suas especificidades e a relação com outras regiões da cidade.","PeriodicalId":505553,"journal":{"name":"Anais do Museu Paulista: História e Cultura Material","volume":"293 4","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-12-12","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"139183040","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-12-12DOI: 10.11606/1982-02672023v31e28
Gustavo Natalino Vanini, Maisa Fonseca de Almeida, Marcela Noronha Pinto de Oliveira e Sousa, Fabiana Lopes de Oliveira
O edifício sede do Museu Republicano “Convenção de Itu” (MRCI) compreende um sobrado com origens que remetem ao início do século XIX. De casarão residencial a Museu representativo da instauração do regime republicano no Brasil, o edifício passou por diversas transformações, tanto arquitetônicas quanto administrativas. Em 2021, iniciou-se o projeto de levantamento documental, geométrico e cadastral com base em ferramentas digitais, com o objetivo da produção de documentação Heritage Building Information Modeling e desenvolvimento de um Gêmeo Digital para divulgação no centenário de fundação do Museu em 2023. A atividade de investigação e cotejamento de documentação, informações e dados referentes ao MRCI originou uma linha do tempo digital com o objetivo de melhor compreender aspectos arquitetônicos, urbanos, administrativos, de legislação e proteção do patrimônio arquitetônico, de técnicas construtivas e materiais, entre outros. Para que fosse possível a compreensão ideal da cronologia da edificação de formasistêmica, é necessário um percurso investigativo de análise e gerenciamento de diversos documentos, informações e dados, incorporando metodologias e assimilando processos de levantamento documental acerca do edifício histórico. Dessa forma, obteve-se a linha do tempo descritiva e atualizada do edifício sede do Museu Republicano “Convenção de Itu”, com eventos e tópicos ao longo do ciclo de vida da edificação e considerações sobre o processo e metodologias de levantamento, inventário e curadoria de documentação de um bem patrimonial, trazendo apontamentos a respeito do assunto.
{"title":"A construção da linha do tempo do Museu Republicano “Convenção de Itu” a partir de processos de investigação para produção tecnológica e digital","authors":"Gustavo Natalino Vanini, Maisa Fonseca de Almeida, Marcela Noronha Pinto de Oliveira e Sousa, Fabiana Lopes de Oliveira","doi":"10.11606/1982-02672023v31e28","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/1982-02672023v31e28","url":null,"abstract":"O edifício sede do Museu Republicano “Convenção de Itu” (MRCI) compreende um sobrado com origens que remetem ao início do século XIX. De casarão residencial a Museu representativo da instauração do regime republicano no Brasil, o edifício passou por diversas transformações, tanto arquitetônicas quanto administrativas. Em 2021, iniciou-se o projeto de levantamento documental, geométrico e cadastral com base em ferramentas digitais, com o objetivo da produção de documentação Heritage Building Information Modeling e desenvolvimento de um Gêmeo Digital para divulgação no centenário de fundação do Museu em 2023. A atividade de investigação e cotejamento de documentação, informações e dados referentes ao MRCI originou uma linha do tempo digital com o objetivo de melhor compreender aspectos arquitetônicos, urbanos, administrativos, de legislação e proteção do patrimônio arquitetônico, de técnicas construtivas e materiais, entre outros. Para que fosse possível a compreensão ideal da cronologia da edificação de formasistêmica, é necessário um percurso investigativo de análise e gerenciamento de diversos documentos, informações e dados, incorporando metodologias e assimilando processos de levantamento documental acerca do edifício histórico. Dessa forma, obteve-se a linha do tempo descritiva e atualizada do edifício sede do Museu Republicano “Convenção de Itu”, com eventos e tópicos ao longo do ciclo de vida da edificação e considerações sobre o processo e metodologias de levantamento, inventário e curadoria de documentação de um bem patrimonial, trazendo apontamentos a respeito do assunto.","PeriodicalId":505553,"journal":{"name":"Anais do Museu Paulista: História e Cultura Material","volume":"94 3","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-12-12","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"139182176","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Este artigo demonstra as potencialidades e os limites dos inventários post-mortem enquanto documentos para a análise de aspectos da cultura material e da história urbana. Caracterizamos as moradas de casas urbanas de São João del-Rei, Minas Gerais, entre 1800 e 1816 e analisamos suas descrições para identificar aspectos que contribuíam para a avaliação dos imóveis. O arcabouço documental da pesquisa foi composto por 374 inventários, os quais descreviam 219 casas. A coleta de dados foi orientada a partir de itens dos documentos que podiam conter descrições dos imóveis: lista de bens de raiz, autos de partilha e adição, além de referências a testamentos. Foram compiladas informações sobre a localização, o logradouro (área urbana ou rural), a tipologia (térrea ou de sobrado) e as partes constituintes do imóvel (cozinha, quintal, assoalho, cobertura, forro etc.). Ademais, consideramos a condição social dos proprietários e vizinhos. Concluímos que a avaliação das casas urbanas da vila de São João del-Rei levava emconta critérios arquitetônicos (cobertura de telhas, assoalhos, forros, quintais), aspectos urbanos e a condição social dos proprietários, como estar localizada em região central da vila, fazer divisa com vizinhos de grupos sociais mais ou menos elitizados ou pertencer a um potentado. Nesse sentido, sob o prisma da interdisciplinaridade, os inventários possibilitam analisar questões relacionadas à moradia e às sociabilidades estabelecidas na dinâmica urbana do século XIX.
{"title":"Inventários post-mortem: potencialidades e limitações para o estudo do casario urbano (São João del-Rei, 1800-1816)","authors":"Marcos Vinícius Amorim Ferreira Guimarães, Vinicius Breneer Silveira, Christianni Cardoso Morais","doi":"10.11606/1982-02672023v31e29","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/1982-02672023v31e29","url":null,"abstract":"Este artigo demonstra as potencialidades e os limites dos inventários post-mortem enquanto documentos para a análise de aspectos da cultura material e da história urbana. Caracterizamos as moradas de casas urbanas de São João del-Rei, Minas Gerais, entre 1800 e 1816 e analisamos suas descrições para identificar aspectos que contribuíam para a avaliação dos imóveis. O arcabouço documental da pesquisa foi composto por 374 inventários, os quais descreviam 219 casas. A coleta de dados foi orientada a partir de itens dos documentos que podiam conter descrições dos imóveis: lista de bens de raiz, autos de partilha e adição, além de referências a testamentos. Foram compiladas informações sobre a localização, o logradouro (área urbana ou rural), a tipologia (térrea ou de sobrado) e as partes constituintes do imóvel (cozinha, quintal, assoalho, cobertura, forro etc.). Ademais, consideramos a condição social dos proprietários e vizinhos. Concluímos que a avaliação das casas urbanas da vila de São João del-Rei levava emconta critérios arquitetônicos (cobertura de telhas, assoalhos, forros, quintais), aspectos urbanos e a condição social dos proprietários, como estar localizada em região central da vila, fazer divisa com vizinhos de grupos sociais mais ou menos elitizados ou pertencer a um potentado. Nesse sentido, sob o prisma da interdisciplinaridade, os inventários possibilitam analisar questões relacionadas à moradia e às sociabilidades estabelecidas na dinâmica urbana do século XIX.","PeriodicalId":505553,"journal":{"name":"Anais do Museu Paulista: História e Cultura Material","volume":"22 2","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-12-12","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"139182072","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-11-20DOI: 10.11606/1982-02672023v31e26
V. Marcelino
O artigo tem como objetivo examinar a abordagem do fotojornalismo em relação às pautas indígenas e ambientais durante o período de colonização da floresta amazônica, conduzido pelo governo militar de maneira sistemática e predatória nos anos 1970. A análise centraliza-se na edição especial da revista Realidade sobre a Amazônia, lançada em outubro de 1971, a qual endossou ações governamentais. No entanto, algumas fotografias veiculadas na edição não se alinharam completamente a essa perspectiva, evidenciando elementos dissonantes em relação ao discurso oficial. O estudo examina diversas imagens presentes na revista, com ênfase nas fotografias de Claudia Andujar e George Love, figuras proeminentes do fotojornalismo brasileiro dos anos 1970.
文章旨在研究 20 世纪 70 年代军政府对亚马逊雨林进行有计划的掠夺性殖民期间,摄影记者对土著和环境问题的处理方式。分析以《Realidade》杂志 1971 年 10 月推出的亚马逊特刊为中心,该特刊支持政府的行动。然而,该特刊刊登的一些照片并不完全符合这一观点,突出了与官方言论不一致的内容。本研究探讨了该杂志中的各种图片,重点是 20 世纪 70 年代巴西摄影记者界的著名人物 Claudia Andujar 和 George Love 拍摄的照片。
{"title":"Entre o alinhamento e a dissonância: a fotografia na revista Realidade Amazônia (1971) e a defesa da colonização da floresta","authors":"V. Marcelino","doi":"10.11606/1982-02672023v31e26","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/1982-02672023v31e26","url":null,"abstract":"O artigo tem como objetivo examinar a abordagem do fotojornalismo em relação às pautas indígenas e ambientais durante o período de colonização da floresta amazônica, conduzido pelo governo militar de maneira sistemática e predatória nos anos 1970. A análise centraliza-se na edição especial da revista Realidade sobre a Amazônia, lançada em outubro de 1971, a qual endossou ações governamentais. No entanto, algumas fotografias veiculadas na edição não se alinharam completamente a essa perspectiva, evidenciando elementos dissonantes em relação ao discurso oficial. O estudo examina diversas imagens presentes na revista, com ênfase nas fotografias de Claudia Andujar e George Love, figuras proeminentes do fotojornalismo brasileiro dos anos 1970.","PeriodicalId":505553,"journal":{"name":"Anais do Museu Paulista: História e Cultura Material","volume":"170 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-11-20","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"139257434","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}