Pub Date : 2021-08-25DOI: 10.53981/destroos.v2i1.34168
Michael Marder, Andityas Soares de Moura Costa Matos, A. C. Simões
O presente artigo reflete sobre o atual interesse da filosofia e das ciências em geral nas plantas, em especial tendo em vista seu caráter coletivo e descentralizado, o que, longe de garantir qualquer mudança radical no pensamento e no mundo, pode representar um aprofundamento da deslocalização inerente ao capitalismo. Dessa maneira, partindo das complexas (ir)relações entre plantas e filosofia, aponta-se para a dimensão metafísica que o debate sobre a suposta “inteligência” das plantas envolve hoje, o qual pode ser contraposto a outro modelo, dificilmente capturável pelo capitalismo, qual seja, o do pensar-planta aqui brevemente delineado.
{"title":"Plantas e filosofia, plantas ou filosofia","authors":"Michael Marder, Andityas Soares de Moura Costa Matos, A. C. Simões","doi":"10.53981/destroos.v2i1.34168","DOIUrl":"https://doi.org/10.53981/destroos.v2i1.34168","url":null,"abstract":"O presente artigo reflete sobre o atual interesse da filosofia e das ciências em geral nas plantas, em especial tendo em vista seu caráter coletivo e descentralizado, o que, longe de garantir qualquer mudança radical no pensamento e no mundo, pode representar um aprofundamento da deslocalização inerente ao capitalismo. Dessa maneira, partindo das complexas (ir)relações entre plantas e filosofia, aponta-se para a dimensão metafísica que o debate sobre a suposta “inteligência” das plantas envolve hoje, o qual pode ser contraposto a outro modelo, dificilmente capturável pelo capitalismo, qual seja, o do pensar-planta aqui brevemente delineado.","PeriodicalId":263118,"journal":{"name":"(Des)troços: revista de pensamento radical","volume":"22 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-08-25","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"122503335","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-08-25DOI: 10.53981/destroos.v2i1.35811
Remy Branco
{"title":"Crisálida","authors":"Remy Branco","doi":"10.53981/destroos.v2i1.35811","DOIUrl":"https://doi.org/10.53981/destroos.v2i1.35811","url":null,"abstract":"","PeriodicalId":263118,"journal":{"name":"(Des)troços: revista de pensamento radical","volume":"25 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-08-25","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"125408770","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-01-25DOI: 10.53981/destroos.v1i1.32796
David Graeber, Fábio Tozi, João Lucas Xavier
O texto discute as medidas de isolamento (lockdown) durante a pandemia de COVID-19 como um momento exemplar para debater o sentido da economia. O isolamento provou que uma grande parcela dos trabalhos que as pessoas desenvolvem são inúteis e não fazem falta, sendo, logo, “trabalhos de merda” (bullshit jobs). Ao mesmo tempo, os trabalhos que envolvem diretamente cuidar de outras pessoas se mostram essenciais, embora sejam aqueles de mais baixa remuneração. Essa constatação é um risco à burocracia corporativa e estatal criada para permitir uma apropriação privada da riqueza e que sustenta a existência dos “trabalhos de merda”. Por isso, é necessário retomar “a economia” rapidamente, mesmo que ela seja uma economia inútil, ou de merda (bullshit economy). Finalmente, questiona-se se a definição de economia pela noção de produtividade não seria uma ideia já ultrapassada.
{"title":"De volta à economia de merda","authors":"David Graeber, Fábio Tozi, João Lucas Xavier","doi":"10.53981/destroos.v1i1.32796","DOIUrl":"https://doi.org/10.53981/destroos.v1i1.32796","url":null,"abstract":"O texto discute as medidas de isolamento (lockdown) durante a pandemia de COVID-19 como um momento exemplar para debater o sentido da economia. O isolamento provou que uma grande parcela dos trabalhos que as pessoas desenvolvem são inúteis e não fazem falta, sendo, logo, “trabalhos de merda” (bullshit jobs). Ao mesmo tempo, os trabalhos que envolvem diretamente cuidar de outras pessoas se mostram essenciais, embora sejam aqueles de mais baixa remuneração. Essa constatação é um risco à burocracia corporativa e estatal criada para permitir uma apropriação privada da riqueza e que sustenta a existência dos “trabalhos de merda”. Por isso, é necessário retomar “a economia” rapidamente, mesmo que ela seja uma economia inútil, ou de merda (bullshit economy). Finalmente, questiona-se se a definição de economia pela noção de produtividade não seria uma ideia já ultrapassada.","PeriodicalId":263118,"journal":{"name":"(Des)troços: revista de pensamento radical","volume":"42 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-01-25","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"115215737","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-01-25DOI: 10.53981/destroos.v1i1.32792
Antonio Santos, Sandra Suely Moreira Lurine Guimarães
Este artigo discute, de forma interdisciplinar, como é possível, em um Estado Democrático de Direitos, existir formas de vida expostas às mais diversas possibilidades de violações de direitos e garantias fundamentais, como as das pessoas em situação de rua no Brasil. O objetivo deste artigo é mostrar como se deu o início do problema das pessoas em situação de rua no país e como o Estado brasileiro enxerga a questão, e a partir disso refletir como o contexto da pandemia fornece o cenário ideal para a implementação de medidas políticas que não visam a verdadeira proteção desta classe de pessoas, mas sim a aceleração do processo de sucumbência desses seres. Assim,, se tratará a hipótese de que as pessoas em situação de rua, do ponto de vista do Estado, por não habitarem o contexto político, econômico e social de forma efetiva não são tratados como seres sujeitos de direitos na ordem pública, o que legitima tomada de decisões que são, em parte, danosas a esta classe e cobertas por um véu falacioso de cuidado com este contingente populacional. Para sustentar e desenvolver este artigo foi utilizada uma metodologia de análise da situação no decurso do tempo aliada a pesquisas bibliográficas.
{"title":"Pessoas em situação de rua e o fator pandemia","authors":"Antonio Santos, Sandra Suely Moreira Lurine Guimarães","doi":"10.53981/destroos.v1i1.32792","DOIUrl":"https://doi.org/10.53981/destroos.v1i1.32792","url":null,"abstract":"Este artigo discute, de forma interdisciplinar, como é possível, em um Estado Democrático de Direitos, existir formas de vida expostas às mais diversas possibilidades de violações de direitos e garantias fundamentais, como as das pessoas em situação de rua no Brasil. O objetivo deste artigo é mostrar como se deu o início do problema das pessoas em situação de rua no país e como o Estado brasileiro enxerga a questão, e a partir disso refletir como o contexto da pandemia fornece o cenário ideal para a implementação de medidas políticas que não visam a verdadeira proteção desta classe de pessoas, mas sim a aceleração do processo de sucumbência desses seres. Assim,, se tratará a hipótese de que as pessoas em situação de rua, do ponto de vista do Estado, por não habitarem o contexto político, econômico e social de forma efetiva não são tratados como seres sujeitos de direitos na ordem pública, o que legitima tomada de decisões que são, em parte, danosas a esta classe e cobertas por um véu falacioso de cuidado com este contingente populacional. Para sustentar e desenvolver este artigo foi utilizada uma metodologia de análise da situação no decurso do tempo aliada a pesquisas bibliográficas.","PeriodicalId":263118,"journal":{"name":"(Des)troços: revista de pensamento radical","volume":"283 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-01-25","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"114607921","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-01-25DOI: 10.53981/destroos.v1i1.32794
Bruna Pinto Martins Brito, Elizabeth Medeiros Pacheco, Luana Silveira
Este artigo compartilha o processo de construção e gestão do projeto universitário de extensão, pesquisa e ensino, a Rede Convida, que articulamos enquanto docentes e discentes. Sua proposta surge na medida em que somos convocados a traçar e inventar modos de enfrentamento e cuidado perante a irreversibilidade das mutações tecnológicas que nos tornam contemporâneos de uma turbulência tão inédita quanto globalizante: a vulnerabilidade de nossos corpos, de nossas vidas. Acreditamos que o ensino e a aprendizagem se dão como efeito e desdobramento da experiência compartilhada a partir das intervenções que produzimos, movidos pelo desejo de cartografar planos de afetação e produção de subjetividade e saúde implicados com as situações prementes com que nos deparamos em nosso processo formativo. Nesta urdidura, o presente artigo tem como objetivo demonstrar como a Rede Convida se articula a outras redes de pessoas e instituições para enfrentamento da COVID-19, visando também fomentar saberes e práticas transdisciplinares nos planos da escuta clínica, assim como da formação e de agenciamentos de redes comunitárias e de solidariedade. Por se tratar de um projeto em andamento, nossas considerações finais versam sobre alguns impactos desta iniciativa e os caminhos possíveis a seguir.
{"title":"Rede Convida","authors":"Bruna Pinto Martins Brito, Elizabeth Medeiros Pacheco, Luana Silveira","doi":"10.53981/destroos.v1i1.32794","DOIUrl":"https://doi.org/10.53981/destroos.v1i1.32794","url":null,"abstract":"Este artigo compartilha o processo de construção e gestão do projeto universitário de extensão, pesquisa e ensino, a Rede Convida, que articulamos enquanto docentes e discentes. Sua proposta surge na medida em que somos convocados a traçar e inventar modos de enfrentamento e cuidado perante a irreversibilidade das mutações tecnológicas que nos tornam contemporâneos de uma turbulência tão inédita quanto globalizante: a vulnerabilidade de nossos corpos, de nossas vidas. Acreditamos que o ensino e a aprendizagem se dão como efeito e desdobramento da experiência compartilhada a partir das intervenções que produzimos, movidos pelo desejo de cartografar planos de afetação e produção de subjetividade e saúde implicados com as situações prementes com que nos deparamos em nosso processo formativo. Nesta urdidura, o presente artigo tem como objetivo demonstrar como a Rede Convida se articula a outras redes de pessoas e instituições para enfrentamento da COVID-19, visando também fomentar saberes e práticas transdisciplinares nos planos da escuta clínica, assim como da formação e de agenciamentos de redes comunitárias e de solidariedade. Por se tratar de um projeto em andamento, nossas considerações finais versam sobre alguns impactos desta iniciativa e os caminhos possíveis a seguir.","PeriodicalId":263118,"journal":{"name":"(Des)troços: revista de pensamento radical","volume":"1 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-01-25","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"128476963","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-01-25DOI: 10.53981/destroos.v1i1.32802
D. Graeber
Original English text of Vers une “bullshit economy”, Libération, May 27, 2020, available at www.liberation.fr/debats/2020/05/27/vers-une-bullshit-economy_1789579. This original was published in Anthropology for all (Nika Dubrovsky & David Graeber), May 28, 2020. available at https://www.patreon.com/posts/37626245. Originally untitled. Towards a bullshit economy was used by David Graeber in his personal Twitter to translate the French title used by Libération.
《verune“狗屁经济”》英文原文,载于利比亚逍遥期,2020年5月27日,www.liberation.fr/debats/2020/05/27/vers-une-bullshit-economy_1789579。本文原文发表于2020年5月28日《全民人类学》(Nika Dubrovsky & David greaeber)。可在https://www.patreon.com/posts/37626245获得。无标题的。大卫·格雷伯(David Graeber)在他的个人推特上用“走向扯淡经济”(toward a bullshit economy)来翻译“lib行动计划”使用的法语标题。
{"title":"Towards a bullshit economy","authors":"D. Graeber","doi":"10.53981/destroos.v1i1.32802","DOIUrl":"https://doi.org/10.53981/destroos.v1i1.32802","url":null,"abstract":"Original English text of Vers une “bullshit economy”, Libération, May 27, 2020, available at www.liberation.fr/debats/2020/05/27/vers-une-bullshit-economy_1789579. This original was published in Anthropology for all (Nika Dubrovsky & David Graeber), May 28, 2020. available at https://www.patreon.com/posts/37626245. Originally untitled. Towards a bullshit economy was used by David Graeber in his personal Twitter to translate the French title used by Libération.","PeriodicalId":263118,"journal":{"name":"(Des)troços: revista de pensamento radical","volume":"251 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-01-25","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"133605676","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-01-25DOI: 10.53981/destroos.v1i1.32790
Patricia Peterle Figueiredo Santurbano
Resenha dos vídeos do projeto Krisis: Tempos de COVID-19.
克里斯项目视频评论:COVID-19时代。
{"title":"Projeto Krisis","authors":"Patricia Peterle Figueiredo Santurbano","doi":"10.53981/destroos.v1i1.32790","DOIUrl":"https://doi.org/10.53981/destroos.v1i1.32790","url":null,"abstract":"Resenha dos vídeos do projeto Krisis: Tempos de COVID-19.","PeriodicalId":263118,"journal":{"name":"(Des)troços: revista de pensamento radical","volume":"92 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-01-25","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"132510803","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-01-25DOI: 10.53981/destroos.v1i1.32789
A. Negri, Roberto Esposito, Andityas Soares de Moura Costa Matos
{"title":"O constituinte e o negativo, a biopolítica e a soberania","authors":"A. Negri, Roberto Esposito, Andityas Soares de Moura Costa Matos","doi":"10.53981/destroos.v1i1.32789","DOIUrl":"https://doi.org/10.53981/destroos.v1i1.32789","url":null,"abstract":"","PeriodicalId":263118,"journal":{"name":"(Des)troços: revista de pensamento radical","volume":"17 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-01-25","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"114722208","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-01-25DOI: 10.53981/destroos.v1i1.32781
Rafael dos Santos Ferreira
No presente paper, produzimos uma relação entre a subjetividade moderna com a pandemia do SARS-CoV2, e a origem de uma cartografia da vulnerabilidade trans*. No intuito de caracterizar a subjetividade moderna, pensamos, principalmente, em René Descartes e na ideia de uma epistemologia objetivante. Na atualidade, esta epistemologia toma forma com o conceito de antropoceno, que corresponde a um novo regime climático e, por sua vez, é a denominação provável de nossa mais recente catástrofe climática. Diante de tal mudança climática, diretamente responsável por gerar tragédias globais, como a atual pandemia, é igualmente crível pensar o nosso grande confinamento e a vulnerabilidade trans* como possibilidade de uma forma de subjetividade solidária.
{"title":"Cartografia da vulnerabilidade","authors":"Rafael dos Santos Ferreira","doi":"10.53981/destroos.v1i1.32781","DOIUrl":"https://doi.org/10.53981/destroos.v1i1.32781","url":null,"abstract":"No presente paper, produzimos uma relação entre a subjetividade moderna com a pandemia do SARS-CoV2, e a origem de uma cartografia da vulnerabilidade trans*. No intuito de caracterizar a subjetividade moderna, pensamos, principalmente, em René Descartes e na ideia de uma epistemologia objetivante. Na atualidade, esta epistemologia toma forma com o conceito de antropoceno, que corresponde a um novo regime climático e, por sua vez, é a denominação provável de nossa mais recente catástrofe climática. Diante de tal mudança climática, diretamente responsável por gerar tragédias globais, como a atual pandemia, é igualmente crível pensar o nosso grande confinamento e a vulnerabilidade trans* como possibilidade de uma forma de subjetividade solidária.","PeriodicalId":263118,"journal":{"name":"(Des)troços: revista de pensamento radical","volume":"45 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-01-25","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"124429860","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-01-25DOI: 10.53981/destroos.v1i1.32801
Marco Antônio Sousa Alves
Crises sanitárias constituem momentos propícios para a experimentação de novas tecnologias de poder. Nesses contextos, velhas práticas de governo são colocadas em suspenso e, em caráter inicialmente emergencial e excepcional, novas táticas de controle e organização social são ensaiadas. O estudo desenvolvido neste artigo toma por base a análise empreendida por Foucault ao longo dos anos 1970, que distinguiu três ensaios nesse sentido, quais sejam, o modelo da lepra, da peste e da varíola, que estão associados a diferentes mecanismos de poder, de tipo soberano-legal, disciplinar e biopolítico ou securitário, respectivamente. Após uma apresentação da contribuição foucaultiana, o artigo procura traçar uma linha de atualização, dando prosseguimento ao projeto de uma analítica do poder. O foco é então direcionando para o novo modelo da COVID-19 que emerge no presente, marcado pela datificação da vida, pelo uso de big data, pela vigilância ubíqua e pelo governo algorítmico, no seio de um grande sonho tecnocrático, de uma sociedade digitalizada, controlada e gerida eficientemente.
{"title":"Pandemia como laboratório de poder","authors":"Marco Antônio Sousa Alves","doi":"10.53981/destroos.v1i1.32801","DOIUrl":"https://doi.org/10.53981/destroos.v1i1.32801","url":null,"abstract":"Crises sanitárias constituem momentos propícios para a experimentação de novas tecnologias de poder. Nesses contextos, velhas práticas de governo são colocadas em suspenso e, em caráter inicialmente emergencial e excepcional, novas táticas de controle e organização social são ensaiadas. O estudo desenvolvido neste artigo toma por base a análise empreendida por Foucault ao longo dos anos 1970, que distinguiu três ensaios nesse sentido, quais sejam, o modelo da lepra, da peste e da varíola, que estão associados a diferentes mecanismos de poder, de tipo soberano-legal, disciplinar e biopolítico ou securitário, respectivamente. Após uma apresentação da contribuição foucaultiana, o artigo procura traçar uma linha de atualização, dando prosseguimento ao projeto de uma analítica do poder. O foco é então direcionando para o novo modelo da COVID-19 que emerge no presente, marcado pela datificação da vida, pelo uso de big data, pela vigilância ubíqua e pelo governo algorítmico, no seio de um grande sonho tecnocrático, de uma sociedade digitalizada, controlada e gerida eficientemente.","PeriodicalId":263118,"journal":{"name":"(Des)troços: revista de pensamento radical","volume":"24 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-01-25","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"117218771","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}