Pub Date : 2023-08-31DOI: 10.11606/issn.2179-0892.geousp.2023.213159
Dirce Maria Antunes Suertegaray
A geografia, desde sua origem como campo do conhecimento e, mesmo antes, desde a antigüidade, sempre se preocupou em compreender o espaço enquanto morada do homem (e das mulheres) no planeta Terra. Constitui, portanto, uma ciência cujo conceito balizador de seus estudos é o espaço geográfico. Entende-se por espaço geográfico a materialização das práticas humanas sobre a superfície da terra (no sentido amplo). Trata-se de refletir sobre a produção do espaço na sua relação complexa e contraditória entre as práticas humanas que decorrem de seu modo de produzir, de sua forma de se organizar socialmente e da construção de sua cultura. Pensado dessa forma, o espaço geográfico constitui uma totalidade, impossível de ser contemplado analiticamente. Por essa razão, propomos que este possa ser lido a partir de diferentes conceitos, expressão diferenciada da leitura geográfica sobre o espaço geográfico.
{"title":"Territórios da natureza: apropriação e extinção no Brasil","authors":"Dirce Maria Antunes Suertegaray","doi":"10.11606/issn.2179-0892.geousp.2023.213159","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/issn.2179-0892.geousp.2023.213159","url":null,"abstract":"A geografia, desde sua origem como campo do conhecimento e, mesmo antes, desde a antigüidade, sempre se preocupou em compreender o espaço enquanto morada do homem (e das mulheres) no planeta Terra. Constitui, portanto, uma ciência cujo conceito balizador de seus estudos é o espaço geográfico. Entende-se por espaço geográfico a materialização das práticas humanas sobre a superfície da terra (no sentido amplo). Trata-se de refletir sobre a produção do espaço na sua relação complexa e contraditória entre as práticas humanas que decorrem de seu modo de produzir, de sua forma de se organizar socialmente e da construção de sua cultura. Pensado dessa forma, o espaço geográfico constitui uma totalidade, impossível de ser contemplado analiticamente. Por essa razão, propomos que este possa ser lido a partir de diferentes conceitos, expressão diferenciada da leitura geográfica sobre o espaço geográfico.","PeriodicalId":30759,"journal":{"name":"GEOUSP Espaco e Tempo","volume":"152 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-08-31","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"136037198","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-08-31DOI: 10.11606/issn.2179-0892.geousp.2023.199891
Danilo Wilson Lemos Menezes, Bartolomeu Israel de Souza
O artigo que segue tem por finalidade apresentar, de forma geral, algumas possibilidades e limitações da utilização do conceito de Antropoceno pela História Ambiental, destacando algumas disputas epistemológicas que ainda circundam o termo, como a definição de um marco temporal ou seu emprego transdisciplinar. E, de modo mais específico, explorar as possibilidades de uso da Orbis hypothesis, proposta de marco temporal para o Antropoceno na construção de uma História Ambiental Latinoamericana, destacando o modo como este possibilitaria a convergência interdisciplinar epistemológica de parâmetros e indicadores biofísicos de antropização ecossistêmica com os processos sócio-históricos coloniais fundantes da modernidade.
{"title":"Antropoceno e História: orbis hypothesis na construção de uma História Ambiental latinoamericana","authors":"Danilo Wilson Lemos Menezes, Bartolomeu Israel de Souza","doi":"10.11606/issn.2179-0892.geousp.2023.199891","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/issn.2179-0892.geousp.2023.199891","url":null,"abstract":"O artigo que segue tem por finalidade apresentar, de forma geral, algumas possibilidades e limitações da utilização do conceito de Antropoceno pela História Ambiental, destacando algumas disputas epistemológicas que ainda circundam o termo, como a definição de um marco temporal ou seu emprego transdisciplinar. E, de modo mais específico, explorar as possibilidades de uso da Orbis hypothesis, proposta de marco temporal para o Antropoceno na construção de uma História Ambiental Latinoamericana, destacando o modo como este possibilitaria a convergência interdisciplinar epistemológica de parâmetros e indicadores biofísicos de antropização ecossistêmica com os processos sócio-históricos coloniais fundantes da modernidade.","PeriodicalId":30759,"journal":{"name":"GEOUSP Espaco e Tempo","volume":"59 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-08-31","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"136037197","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-08-31DOI: 10.11606/issn.2179-0892.geousp.2023.195954
Guido Lins Lopes Bragioni
A arte sempre esteve em diálogo com a natureza e com os tempos do espaço. Seja na história da sociedade ou nos movimentos estéticos, a arte sempre ecoou e afirmou o seu lugar de expressão diante das vivências pessoais e coletivas. No esforço de ultrapassar e vencer os obstáculos da ciência moderna, cada vez mais distante da filosofia e da arte, este artigo cresce em uma dinâmica fluida do entendimento da paisagem geográfica como categoria espacial, trazendo em seu cerne diversos diálogos geográficos-artísticos que agem como intervenções, discussões e apontamentos espaciais. Nesse sentido, a teoria da paisagem geográfica, se rebela nos propondo novas formas de pensar as relações socioespaciais e a própria natureza, especialmente a grafada em Humboldt. Através de resgates, cresce a possibilidade teórica e ao mesmo tempo prática de pensarmos as socioespacialidades refletidas na paisagem. A arte e a geografia se sobressaem para pensarmos a paisagem como uma construção relacional entre individuo, natureza, sociedade, tempo e consequentemente o espaço
{"title":"Natureza e Arte na discussão da Paisagem Geográfica","authors":"Guido Lins Lopes Bragioni","doi":"10.11606/issn.2179-0892.geousp.2023.195954","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/issn.2179-0892.geousp.2023.195954","url":null,"abstract":"A arte sempre esteve em diálogo com a natureza e com os tempos do espaço. Seja na história da sociedade ou nos movimentos estéticos, a arte sempre ecoou e afirmou o seu lugar de expressão diante das vivências pessoais e coletivas. No esforço de ultrapassar e vencer os obstáculos da ciência moderna, cada vez mais distante da filosofia e da arte, este artigo cresce em uma dinâmica fluida do entendimento da paisagem geográfica como categoria espacial, trazendo em seu cerne diversos diálogos geográficos-artísticos que agem como intervenções, discussões e apontamentos espaciais. Nesse sentido, a teoria da paisagem geográfica, se rebela nos propondo novas formas de pensar as relações socioespaciais e a própria natureza, especialmente a grafada em Humboldt. Através de resgates, cresce a possibilidade teórica e ao mesmo tempo prática de pensarmos as socioespacialidades refletidas na paisagem. A arte e a geografia se sobressaem para pensarmos a paisagem como uma construção relacional entre individuo, natureza, sociedade, tempo e consequentemente o espaço","PeriodicalId":30759,"journal":{"name":"GEOUSP Espaco e Tempo","volume":"38 3 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-08-31","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"136037038","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-08-31DOI: 10.11606/issn.2179-0892.geousp.2023.193254
Marina Pinho Bernardes, Edna Lindaura Luiz
As Áreas de Preservação Permanente (APP) em topos de morros sofreram alterações nos seus critérios de aplicação no Novo Código Florestal (NCF), especialmente em relação ao que é preconizado na Resolução Conama 303/2002. Além disso, o NCF desconsidera que as elevações brasileiras possuam diferentes modelados de relevo, de acordo com sua estrutura geológica e processos geomorfológicos atuantes em cada região. Os objetivos deste artigo são analisar a aplicação desta tipologia de APPs em dois maciços cristalinos com modelado de dissecação em Florianópolis/SC e verificar possíveis mudanças no grau de proteção em relação aos critérios das normativas citadas. Os resultados revelaram que em uma área de geologia relativamente homogênea, os aspectos de relevo são diferentes e condicionam a delimitação das APPs. Também foi observado que com os critérios do NCF houve redução de 100% das APPs em topo de morro em relação aqueles do Antigo Código e Resolução Conama 303/2002.
{"title":"APP em topos de morro em dois maciços cristalinos de Florianópolis/SC: aplicação para diferentes modelados de relevo e segundo critérios de delimitação do Antigo e do Novo Código Florestal","authors":"Marina Pinho Bernardes, Edna Lindaura Luiz","doi":"10.11606/issn.2179-0892.geousp.2023.193254","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/issn.2179-0892.geousp.2023.193254","url":null,"abstract":"As Áreas de Preservação Permanente (APP) em topos de morros sofreram alterações nos seus critérios de aplicação no Novo Código Florestal (NCF), especialmente em relação ao que é preconizado na Resolução Conama 303/2002. Além disso, o NCF desconsidera que as elevações brasileiras possuam diferentes modelados de relevo, de acordo com sua estrutura geológica e processos geomorfológicos atuantes em cada região. Os objetivos deste artigo são analisar a aplicação desta tipologia de APPs em dois maciços cristalinos com modelado de dissecação em Florianópolis/SC e verificar possíveis mudanças no grau de proteção em relação aos critérios das normativas citadas. Os resultados revelaram que em uma área de geologia relativamente homogênea, os aspectos de relevo são diferentes e condicionam a delimitação das APPs. Também foi observado que com os critérios do NCF houve redução de 100% das APPs em topo de morro em relação aqueles do Antigo Código e Resolução Conama 303/2002.","PeriodicalId":30759,"journal":{"name":"GEOUSP Espaco e Tempo","volume":"26 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-08-31","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"136037042","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-08-31DOI: 10.11606/issn.2179-0892.geousp.2023.215533
Fernando Nadal Junqueira Vilela
O papel da geografia na valorização da ciência.
地理在科学定价中的作用。
{"title":"O papel da geografia na valorização da ciência","authors":"Fernando Nadal Junqueira Vilela","doi":"10.11606/issn.2179-0892.geousp.2023.215533","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/issn.2179-0892.geousp.2023.215533","url":null,"abstract":"O papel da geografia na valorização da ciência.","PeriodicalId":30759,"journal":{"name":"GEOUSP Espaco e Tempo","volume":"1 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-08-31","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"136037193","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-08-31DOI: 10.11606/issn.2179-0892.geousp.2023.204649
Daniel Abreu de Azevedo
A atual difusão de softwares de georreferenciamento e novas técnicas estatísticas expandiram as possibilidades na geografia eleitoral. O artigo tem como objetivo analisar a produção desse campo, revelando lacunas na produção brasileira em comparação à anglófona. A metodologia utilizada foi a revisão narrativa de literatura a partir do protocolo SANRA, que sistematiza e revela possíveis caminhos de pesquisa. A pesquisa revelou que, dentre as três grandes temáticas da geografia eleitoral, há uma concentração de interesse distinta entre a produção nacional e estrangeira, sendo a primeira focada no efeito composicional e a segunda no efeito contextual. Além disso, apenas 4% da produção no Brasil é realizada por geógrafos e 14% em revistas especializadas em geografia. Por fim, sugere-se superar a suposta dicotomia entre efeito composicional e efeito contextual, posicionando ambas como campos ricos da geografia eleitoral.
{"title":"A necessidade da geografia eleitoral: as possibilidades do campo","authors":"Daniel Abreu de Azevedo","doi":"10.11606/issn.2179-0892.geousp.2023.204649","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/issn.2179-0892.geousp.2023.204649","url":null,"abstract":"A atual difusão de softwares de georreferenciamento e novas técnicas estatísticas expandiram as possibilidades na geografia eleitoral. O artigo tem como objetivo analisar a produção desse campo, revelando lacunas na produção brasileira em comparação à anglófona. A metodologia utilizada foi a revisão narrativa de literatura a partir do protocolo SANRA, que sistematiza e revela possíveis caminhos de pesquisa. A pesquisa revelou que, dentre as três grandes temáticas da geografia eleitoral, há uma concentração de interesse distinta entre a produção nacional e estrangeira, sendo a primeira focada no efeito composicional e a segunda no efeito contextual. Além disso, apenas 4% da produção no Brasil é realizada por geógrafos e 14% em revistas especializadas em geografia. Por fim, sugere-se superar a suposta dicotomia entre efeito composicional e efeito contextual, posicionando ambas como campos ricos da geografia eleitoral.","PeriodicalId":30759,"journal":{"name":"GEOUSP Espaco e Tempo","volume":"73 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-08-31","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"136037039","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-05-22DOI: 10.11606/issn.2179-0892.geousp.2023.208347
Antonio Gomes de Jesus Neto, Verena Reinke, Péter Bagoly-Simó
Estudos baseados na representação de unidades espaciais como continentes remetem a uma considerável tradição na Geografia. No entanto, em muitos casos, tais estudos analisam representações sem considerar as bases educacionais e epistemológicas da Geografia como disciplina escolar. Ciente das bases curriculares e da posição particular da Geografia na educação formal, o presente artigo examina como brasileiros e alemães representam a África em seu conteúdo a partir da análise de livros didáticos de Geografia do Ensino Básico (São Paulo, Brasil) e do Secundário inferior e superior (Berlim, Alemanha). Diversas repetições permitiram consolidar categorias que ajudam a compreender tais representações, mas, embora os resultados revelem uma série de semelhanças, prevalecem as diferenças.
{"title":"A África nos livros didáticos de Geografia de São Paulo (Brasil) e de Berlim (Alemanha)","authors":"Antonio Gomes de Jesus Neto, Verena Reinke, Péter Bagoly-Simó","doi":"10.11606/issn.2179-0892.geousp.2023.208347","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/issn.2179-0892.geousp.2023.208347","url":null,"abstract":"Estudos baseados na representação de unidades espaciais como continentes remetem a uma considerável tradição na Geografia. No entanto, em muitos casos, tais estudos analisam representações sem considerar as bases educacionais e epistemológicas da Geografia como disciplina escolar. Ciente das bases curriculares e da posição particular da Geografia na educação formal, o presente artigo examina como brasileiros e alemães representam a África em seu conteúdo a partir da análise de livros didáticos de Geografia do Ensino Básico (São Paulo, Brasil) e do Secundário inferior e superior (Berlim, Alemanha). Diversas repetições permitiram consolidar categorias que ajudam a compreender tais representações, mas, embora os resultados revelem uma série de semelhanças, prevalecem as diferenças.","PeriodicalId":30759,"journal":{"name":"GEOUSP Espaco e Tempo","volume":"19 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-05-22","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135429473","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-05-22DOI: 10.11606/issn.2179-0892.geousp.2023.199823
Edson Batista da Silva
O domínio histórico da terra no Brasil significou domínio do território e controle do Estado e de seus fundos públicos. A cerca cerceou o direito à terra e, como contradição viva, também pariu a luta na terra e pela reforma agrária. Nesse ínterim, este artigo apresenta a estrutura fundiária contemporânea de Goiás e as mediações históricas de sua constituição. Para isso, valeu-se de pesquisa bibliográfica e pesquisa documental. Os resultados apontam que a luta pela terra e pela reforma agrária, responsável por regularizações fundiárias e desapropriações, culminou na criação de 426 assentamentos, com 23.670 famílias assentadas. O latifúndio detém 62% da área e 6,10% dos imóveis rurais em Goiás. Já os minifúndios e as pequenas propriedades controlam 76,23% das propriedades e 17,93% da área dos imóveis.
{"title":"A estrutura fundiária de Goiás: mediações e conteúdo subjacente à propriedade privada da terra","authors":"Edson Batista da Silva","doi":"10.11606/issn.2179-0892.geousp.2023.199823","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/issn.2179-0892.geousp.2023.199823","url":null,"abstract":"O domínio histórico da terra no Brasil significou domínio do território e controle do Estado e de seus fundos públicos. A cerca cerceou o direito à terra e, como contradição viva, também pariu a luta na terra e pela reforma agrária. Nesse ínterim, este artigo apresenta a estrutura fundiária contemporânea de Goiás e as mediações históricas de sua constituição. Para isso, valeu-se de pesquisa bibliográfica e pesquisa documental. Os resultados apontam que a luta pela terra e pela reforma agrária, responsável por regularizações fundiárias e desapropriações, culminou na criação de 426 assentamentos, com 23.670 famílias assentadas. O latifúndio detém 62% da área e 6,10% dos imóveis rurais em Goiás. Já os minifúndios e as pequenas propriedades controlam 76,23% das propriedades e 17,93% da área dos imóveis.","PeriodicalId":30759,"journal":{"name":"GEOUSP Espaco e Tempo","volume":"8 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-05-22","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135429626","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-05-22DOI: 10.11606/issn.2179-0892.geousp.2023.200689
Antoniel Silva Fernandes, Alecir Antonio Maciel Moreira
A pesquisa analisa sobretudo o comportamento e a distribuição das chuvas na Serra do Caraça e a interação com seu entorno, a região do Quadrilátero Ferrífero, evidenciando o papel da orografia. Utilizou-se da climatologia geográfica e da análise espacial, com técnicas estatísticas como ferramentas de interpretação dos dados e visando extrair a dinâmica e os ritmos climáticos. Os resultados demonstraram que o conjunto serrano, principalmente na borda leste (Serra do Caraça), influencia a dinâmica da circulação geral e das correntes que provocam distúrbios nos ventos (W/NW e S/SE). Essas correntes concorrem com a precipitação, que pode ultrapassar os 2.500 mm. Constatou-se que há variabilidade na distribuição da chuva no interior do Quadrilátero Ferrífero (bordas N/E apresentam volumes de chuvas mais expressivos que bordas W/S). Quanto à variabilidade espacial e temporal, entre 1984-92, registraram-se as maiores ocorrências de chuva, e, nos anos de 1998-2003 e 2013-16, as menores, no arco de tempo analisado.
本研究主要分析了Serra do caraca降雨的行为和分布及其与周围环境quadrilatero ferrifero地区的相互作用,突出了地形的作用。利用地理气候学和空间分析,利用统计技术作为数据解释工具,提取动态和气候节律。结果表明,serrano集,特别是在东部边缘(Serra do caraca),影响一般环流动力学和引起风扰动的洋流(W/NW和S/SE)。这些水流与降雨量竞争,降雨量可能超过2500毫米。结果表明,铁四边形内的降雨分布存在变异性(N/E边缘比W/S边缘的降雨量更有表现力)。在时空变异性方面,1984-92年的降雨最多,1998-2003年和2013-16年的降雨最少。
{"title":"A pluviometria da região da Serra do Caraça e a influência no Quadrilátero Ferrífero, Minas Gerais","authors":"Antoniel Silva Fernandes, Alecir Antonio Maciel Moreira","doi":"10.11606/issn.2179-0892.geousp.2023.200689","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/issn.2179-0892.geousp.2023.200689","url":null,"abstract":"A pesquisa analisa sobretudo o comportamento e a distribuição das chuvas na Serra do Caraça e a interação com seu entorno, a região do Quadrilátero Ferrífero, evidenciando o papel da orografia. Utilizou-se da climatologia geográfica e da análise espacial, com técnicas estatísticas como ferramentas de interpretação dos dados e visando extrair a dinâmica e os ritmos climáticos. Os resultados demonstraram que o conjunto serrano, principalmente na borda leste (Serra do Caraça), influencia a dinâmica da circulação geral e das correntes que provocam distúrbios nos ventos (W/NW e S/SE). Essas correntes concorrem com a precipitação, que pode ultrapassar os 2.500 mm. Constatou-se que há variabilidade na distribuição da chuva no interior do Quadrilátero Ferrífero (bordas N/E apresentam volumes de chuvas mais expressivos que bordas W/S). Quanto à variabilidade espacial e temporal, entre 1984-92, registraram-se as maiores ocorrências de chuva, e, nos anos de 1998-2003 e 2013-16, as menores, no arco de tempo analisado.","PeriodicalId":30759,"journal":{"name":"GEOUSP Espaco e Tempo","volume":"20 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-05-22","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135429476","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-05-22DOI: 10.11606/issn.2179-0892.geousp.2023.195629
Marco Lourenço Nepomuceno
Entende-se que o conceito de cidade-dormitório, há muito presente nas discussões sobre São Gonçalo-RJ, provoca uma ausência: as várias possibilidades de ver e representar a cidade se ofuscam sob a onipresença desse conceito. Procuramos tratar das implicações da cristalização de certas representações que se conformam em torno dele. Entende-se que, quando deixa de ser mediação entre o vivido e o concebido, o conceito pode se cristalizar e bloquear o entendimento. Neste artigo, recuperamos alguns usos do conceito cidade-dormitório na Região Metropolitana do Rio de Janeiro confrontando-os com dados da realidade atual do município. Também discutimos implicações simbólicas e materiais devidas à cristalização dessas representações, acompanhadas de seu papel na produção do espaço da cidade. Como resultado de pesquisa, concluímos que é preciso fazer emergir um entendimento que ultrapasse a primazia do centro metropolitano; há que compreender as representações para deslindar seus nós, observá-las para ver além delas.
{"title":"Manter-se desperto na cidade-dormitório: São Gonçalo-RJ e a cristalização de representações","authors":"Marco Lourenço Nepomuceno","doi":"10.11606/issn.2179-0892.geousp.2023.195629","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/issn.2179-0892.geousp.2023.195629","url":null,"abstract":"Entende-se que o conceito de cidade-dormitório, há muito presente nas discussões sobre São Gonçalo-RJ, provoca uma ausência: as várias possibilidades de ver e representar a cidade se ofuscam sob a onipresença desse conceito. Procuramos tratar das implicações da cristalização de certas representações que se conformam em torno dele. Entende-se que, quando deixa de ser mediação entre o vivido e o concebido, o conceito pode se cristalizar e bloquear o entendimento. Neste artigo, recuperamos alguns usos do conceito cidade-dormitório na Região Metropolitana do Rio de Janeiro confrontando-os com dados da realidade atual do município. Também discutimos implicações simbólicas e materiais devidas à cristalização dessas representações, acompanhadas de seu papel na produção do espaço da cidade. Como resultado de pesquisa, concluímos que é preciso fazer emergir um entendimento que ultrapasse a primazia do centro metropolitano; há que compreender as representações para deslindar seus nós, observá-las para ver além delas.","PeriodicalId":30759,"journal":{"name":"GEOUSP Espaco e Tempo","volume":"16 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-05-22","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135429475","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}