Pub Date : 2023-06-30DOI: 10.20396/rua.v29i1.8673065
Lívia Maria Pordeus Urtiga Coura, Í. Stephan
O direito à moradia e o sonho da casa própria deveriam ser questões complementares, porém se mostram contraditórias quando, na busca pela concretização desse sonho, muitas famílias renunciam a direitos como acesso a serviços públicos básicos, responsáveis por integrar estes cidadãos ao meio social. O presente artigo, apresenta um estudo sobre a representatividade do direito a casa própria para o trabalhador, e o papel do Estado na sua garantia. Destaca o fato de que a política habitacional se pautou em tratar esse direito social de maneira mercantilizada, subordinada aos interesses do mercado imobiliário. Utiliza-se como metodologia a revisão bibliográfica, onde se encontra base para confirmar que a garantia do direito à moradia é encarada de forma indissociável da propriedade da casa.
{"title":"O paradigma da casa própria e o direito à moradia","authors":"Lívia Maria Pordeus Urtiga Coura, Í. Stephan","doi":"10.20396/rua.v29i1.8673065","DOIUrl":"https://doi.org/10.20396/rua.v29i1.8673065","url":null,"abstract":"O direito à moradia e o sonho da casa própria deveriam ser questões complementares, porém se mostram contraditórias quando, na busca pela concretização desse sonho, muitas famílias renunciam a direitos como acesso a serviços públicos básicos, responsáveis por integrar estes cidadãos ao meio social. O presente artigo, apresenta um estudo sobre a representatividade do direito a casa própria para o trabalhador, e o papel do Estado na sua garantia. Destaca o fato de que a política habitacional se pautou em tratar esse direito social de maneira mercantilizada, subordinada aos interesses do mercado imobiliário. Utiliza-se como metodologia a revisão bibliográfica, onde se encontra base para confirmar que a garantia do direito à moradia é encarada de forma indissociável da propriedade da casa.","PeriodicalId":30981,"journal":{"name":"Rua","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-06-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"47841683","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-06-30DOI: 10.20396/rua.v29i1.8673970
Antônio Carlos Queiroz Filho
Escrever para / Fotografar para / Escrever entre / Fotografar entre / Escrever no / Fotografar no / Escrever com / Fotografar com / Palavras como um mergulho para dentro / Imagens como poética do dizer / Tudo isso sem finalidade alguma / Apenas um sentir-paisagem / Paisagem como / Corpo-poesia, delírio do verbo, deslegenda, escala intensiva, estatuto do olhar e ser olhado, e como chão de palavras caídas...[eco] “dolce far niente”.
写/照片/写/办/写/照片/写/办/如同游泳到/图片作为诗意的说/一切,没有目的只是一个感觉-paisagem /景观/身体动词的诗歌,妄想,deslegenda密集、规模、地位的外观和它非常,飘飘...像地上的字[eco]“dolce far niente”。
{"title":"Exercícios de sentir-paisagem","authors":"Antônio Carlos Queiroz Filho","doi":"10.20396/rua.v29i1.8673970","DOIUrl":"https://doi.org/10.20396/rua.v29i1.8673970","url":null,"abstract":"Escrever para / Fotografar para / Escrever entre / Fotografar entre / Escrever no / Fotografar no / Escrever com / Fotografar com / Palavras como um mergulho para dentro / Imagens como poética do dizer / Tudo isso sem finalidade alguma / Apenas um sentir-paisagem / Paisagem como / Corpo-poesia, delírio do verbo, deslegenda, escala intensiva, estatuto do olhar e ser olhado, e como chão de palavras caídas...[eco] “dolce far niente”.","PeriodicalId":30981,"journal":{"name":"Rua","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-06-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"47981489","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-06-30DOI: 10.20396/rua.v29i1.8670784
Dalexon Sérgio da Silva
Este trabalho promove um gesto de leitura e interpretação, por meio da análise discursiva de duas imagens de terror, extraídas do site Catamaran, que (se)dizem sobre o Recife mal-assombrado. Nelas vemos a encenação feita de lendas urbanas, num passeio turístico de Catamaran, sobre as águas do Rio Capibaribe, que cortam as ruas do centro da cidade e, entre memória, paráfrase e polissemia, apresentam a Veneza Brasileira como a cidade mais assombrada do Brasil. Assim, tomando essas imagens como materialidades discursivas, por meio da Análise Materialista do Discurso de vertente pecheuxtiana, este artigo analisa os deslocamentos de sentidos e seus efeitos produzidos na circulação delas, bem como, o modo como (se)dizem saberes discursivos a partir dessas imagens, que trazem já-ditos e funcionamentos constitutivos na exterioridade pela historicidade, inscritos numa rede de memórias, na relação sempre constitutiva entre paráfrase e polissemia. Nesse entremeio, este artigo traz como principal contribuição mostrar o funcionamento discursivo da capital pernambucana, dita de outro modo, no Dark Tourism.
{"title":"O Recife mal-assombrado","authors":"Dalexon Sérgio da Silva","doi":"10.20396/rua.v29i1.8670784","DOIUrl":"https://doi.org/10.20396/rua.v29i1.8670784","url":null,"abstract":"Este trabalho promove um gesto de leitura e interpretação, por meio da análise discursiva de duas imagens de terror, extraídas do site Catamaran, que (se)dizem sobre o Recife mal-assombrado. Nelas vemos a encenação feita de lendas urbanas, num passeio turístico de Catamaran, sobre as águas do Rio Capibaribe, que cortam as ruas do centro da cidade e, entre memória, paráfrase e polissemia, apresentam a Veneza Brasileira como a cidade mais assombrada do Brasil. Assim, tomando essas imagens como materialidades discursivas, por meio da Análise Materialista do Discurso de vertente pecheuxtiana, este artigo analisa os deslocamentos de sentidos e seus efeitos produzidos na circulação delas, bem como, o modo como (se)dizem saberes discursivos a partir dessas imagens, que trazem já-ditos e funcionamentos constitutivos na exterioridade pela historicidade, inscritos numa rede de memórias, na relação sempre constitutiva entre paráfrase e polissemia. Nesse entremeio, este artigo traz como principal contribuição mostrar o funcionamento discursivo da capital pernambucana, dita de outro modo, no Dark Tourism.","PeriodicalId":30981,"journal":{"name":"Rua","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-06-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"46910364","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-06-30DOI: 10.20396/rua.v29i1.8673975
M. Guzzo
Este artigo busca pensar a cartografia como método de produção de pesquisa e conhecimento em dança, num contexto interdisciplinar. Neste exercício de escrita, um passeio sobre o método cartográfico será feito, para transpor as formas de dançar os territórios e os corpos que as habitam, tendo como foco a pele e a hapticalidade como paisagem comum.
{"title":"Pele e cartografia","authors":"M. Guzzo","doi":"10.20396/rua.v29i1.8673975","DOIUrl":"https://doi.org/10.20396/rua.v29i1.8673975","url":null,"abstract":"Este artigo busca pensar a cartografia como método de produção de pesquisa e conhecimento em dança, num contexto interdisciplinar. Neste exercício de escrita, um passeio sobre o método cartográfico será feito, para transpor as formas de dançar os territórios e os corpos que as habitam, tendo como foco a pele e a hapticalidade como paisagem comum.","PeriodicalId":30981,"journal":{"name":"Rua","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-06-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"48803424","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-06-30DOI: 10.20396/rua.v29i1.8673223
Gizele Martins, Raquel Paiva
A proposta do trabalho é trazer um estudo de caso sobre os veículos de comunicação comunitária na Favela da Maré. Trata-se de um estudo baseado em observação participante, entrevistas e análise dos veículos e sua atuação. A favela da Maré, de acordo com o Censo Maré 2010, é formada por um conjunto de 16 favelas e com população aproximada de 140 mil moradores. Para um espaço que historicamente sempre foi deixado de lado por todos os governos, a comunicação comunitária representa um importante instrumento de mobilização social e também de intervenção efetiva na vida quotidiana dos moradores. O trabalho irá apresentar a atuação dos veículos ao longo dos anos, reforçando os conceitos de “comunicação gerativa” na medida em que tem na proposta da comunicação comunitária a perspectiva e a atuação para a mudança social. O trajeto histórico finaliza com as novas formas de mobilização social que atuam desde a pandemia do coronavírus, em março de 2020.
{"title":"Favela da Maré","authors":"Gizele Martins, Raquel Paiva","doi":"10.20396/rua.v29i1.8673223","DOIUrl":"https://doi.org/10.20396/rua.v29i1.8673223","url":null,"abstract":"A proposta do trabalho é trazer um estudo de caso sobre os veículos de comunicação comunitária na Favela da Maré. Trata-se de um estudo baseado em observação participante, entrevistas e análise dos veículos e sua atuação. A favela da Maré, de acordo com o Censo Maré 2010, é formada por um conjunto de 16 favelas e com população aproximada de 140 mil moradores. Para um espaço que historicamente sempre foi deixado de lado por todos os governos, a comunicação comunitária representa um importante instrumento de mobilização social e também de intervenção efetiva na vida quotidiana dos moradores. O trabalho irá apresentar a atuação dos veículos ao longo dos anos, reforçando os conceitos de “comunicação gerativa” na medida em que tem na proposta da comunicação comunitária a perspectiva e a atuação para a mudança social. O trajeto histórico finaliza com as novas formas de mobilização social que atuam desde a pandemia do coronavírus, em março de 2020. ","PeriodicalId":30981,"journal":{"name":"Rua","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-06-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"41574718","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-11-28DOI: 10.20396/rua.v28i2.8671552
Andréa Rodrigues, L. Branco
Esta resenha objetiva apresentar o livro Testemunhos de resistência e revolta – um estudo em Análise do Discurso, escrito por Bethania Mariani. A coletânea de textos traz o testemunho como objeto discursivo, a-bordando nesse gesto noções de sujeito, inconsciente, ideologia, real – questões que insistem em seu percurso teórico-metodológico na Análise de Discurso, atravessada pela Psicanálise. Dessa forma, Mariani tece seu emaranhado de fios pelo modo como seu objeto de estudo funciona em cada textualidade analisada. Ao longo dos oito capítulos, o livro traça um percurso de leituras discursivas do testemunho em diferentes objetos de análise. E o leitor pode acompanhar essa trajetória para seguir refletindo então sobre a noção de testemunho, seus modos de funcionamento, suas relações com o indizível, com o real da história e da língua, com a urgência de certos dizeres, com a resistência e a revolta, entre muitas outras questões que vão surgindo a cada página virada.
{"title":"Testemunho e memoriável","authors":"Andréa Rodrigues, L. Branco","doi":"10.20396/rua.v28i2.8671552","DOIUrl":"https://doi.org/10.20396/rua.v28i2.8671552","url":null,"abstract":"Esta resenha objetiva apresentar o livro Testemunhos de resistência e revolta – um estudo em Análise do Discurso, escrito por Bethania Mariani. A coletânea de textos traz o testemunho como objeto discursivo, a-bordando nesse gesto noções de sujeito, inconsciente, ideologia, real – questões que insistem em seu percurso teórico-metodológico na Análise de Discurso, atravessada pela Psicanálise. Dessa forma, Mariani tece seu emaranhado de fios pelo modo como seu objeto de estudo funciona em cada textualidade analisada. Ao longo dos oito capítulos, o livro traça um percurso de leituras discursivas do testemunho em diferentes objetos de análise. E o leitor pode acompanhar essa trajetória para seguir refletindo então sobre a noção de testemunho, seus modos de funcionamento, suas relações com o indizível, com o real da história e da língua, com a urgência de certos dizeres, com a resistência e a revolta, entre muitas outras questões que vão surgindo a cada página virada.","PeriodicalId":30981,"journal":{"name":"Rua","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-11-28","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"46840150","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-11-28DOI: 10.20396/rua.v28i2.8671551
Maria Ohlson
Esta resenha trata do livro A expansão social do blockchain, organizado pela Profa. Dra. Lucia Santaella a partir dos trabalhos do grupo de pesquisa Sociotramas, por ela coordenado. O livro apresenta um total de onze artigos que abordam a tecnologia blockchain a partir de diferentes aspectos, das criptomoedas ao combate às fake news, passando por meios de pagamento, integridade de dados pessoais e educação. Uma publicação de valor inestimável para aqueles que buscam conhecer os meandros desta tecnologia denominada blockchain.
{"title":"Blockchain","authors":"Maria Ohlson","doi":"10.20396/rua.v28i2.8671551","DOIUrl":"https://doi.org/10.20396/rua.v28i2.8671551","url":null,"abstract":"Esta resenha trata do livro A expansão social do blockchain, organizado pela Profa. Dra. Lucia Santaella a partir dos trabalhos do grupo de pesquisa Sociotramas, por ela coordenado. O livro apresenta um total de onze artigos que abordam a tecnologia blockchain a partir de diferentes aspectos, das criptomoedas ao combate às fake news, passando por meios de pagamento, integridade de dados pessoais e educação. Uma publicação de valor inestimável para aqueles que buscam conhecer os meandros desta tecnologia denominada blockchain.","PeriodicalId":30981,"journal":{"name":"Rua","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-11-28","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"43985714","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-11-28DOI: 10.20396/rua.v28i2.8671548
Kátia Maria Kasper, G. Tóffoli, Thalita Alves Sejanes
Este ensaio escreve-se pela cidade, pelas marcas de quem por ela caminha. A cidade se provoca no texto: contra-diz. Cidade fértil: brota, respira, transpira. A cidade escuta a si mesma, irrompe, risca. O caminhante intervém nela produzindo paisagens, arquiteturas, meios-lugares, quedas, derivas, (in)servíveis. A cidade emaranha suas direções com encontros (im)possíveis. Com existências mínimas (LAPOUJADE, 2017), enquanto caminhar se delineia com uma prática filosófica (GROS, 2010). O caminhante, errante, vagabundo: texto em equilíbrio precário, entre os fios de uma rede (DELIGNY, 2015). Fio a fio, o caminhar e a cidade cartografam-se (ROLNIK, 2007; DELIGNY, 2015) neste texto, mapeando os trajetos vagos e os desenhos da caminhada.
{"title":"Cartográfias afetivas","authors":"Kátia Maria Kasper, G. Tóffoli, Thalita Alves Sejanes","doi":"10.20396/rua.v28i2.8671548","DOIUrl":"https://doi.org/10.20396/rua.v28i2.8671548","url":null,"abstract":"Este ensaio escreve-se pela cidade, pelas marcas de quem por ela caminha. A cidade se provoca no texto: contra-diz. Cidade fértil: brota, respira, transpira. A cidade escuta a si mesma, irrompe, risca. O caminhante intervém nela produzindo paisagens, arquiteturas, meios-lugares, quedas, derivas, (in)servíveis. A cidade emaranha suas direções com encontros (im)possíveis. Com existências mínimas (LAPOUJADE, 2017), enquanto caminhar se delineia com uma prática filosófica (GROS, 2010). O caminhante, errante, vagabundo: texto em equilíbrio precário, entre os fios de uma rede (DELIGNY, 2015). Fio a fio, o caminhar e a cidade cartografam-se (ROLNIK, 2007; DELIGNY, 2015) neste texto, mapeando os trajetos vagos e os desenhos da caminhada.","PeriodicalId":30981,"journal":{"name":"Rua","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-11-28","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"41975528","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-11-28DOI: 10.20396/rua.v28i2.8671549
Deborah Pereira
Em março de 2018, após a morte da vereadora Marielle Franco (e de Anderson Gomes, seu motorista), uma placa de rua com a inscrição “Rua Marielle Franco” foi colocada na Cinelândia, no Rio de Janeiro, em frente à Câmara Municipal da cidade. No entanto, em outubro do mesmo ano, a placa foi quebrada por dois candidatos ao cargo de Deputado Estadual pelo Partido Social Liberal (PSL). Após a depredação, foi feita uma manifestação em homenagem à Marielle com a distribuição de mais de mil placas de rua com o seu nome. Assim, à luz da Semântica do Acontecimento (GUIMARÃES, 2002), este trabalho busca tecer uma reflexão acerca do enunciado “Rua Marielle Franco”, pensando principalmente na multiplicação de placas de rua com este enunciado. Para isso, me debruço sobre os estudos de Orlandi (2004) a respeito da ordem e da organização da cidade articulados ao modo como Guimarães trabalha as noções de acontecimento, reescrituração, texto e enunciado.
{"title":"Rua Marielle Franco","authors":"Deborah Pereira","doi":"10.20396/rua.v28i2.8671549","DOIUrl":"https://doi.org/10.20396/rua.v28i2.8671549","url":null,"abstract":"Em março de 2018, após a morte da vereadora Marielle Franco (e de Anderson Gomes, seu motorista), uma placa de rua com a inscrição “Rua Marielle Franco” foi colocada na Cinelândia, no Rio de Janeiro, em frente à Câmara Municipal da cidade. No entanto, em outubro do mesmo ano, a placa foi quebrada por dois candidatos ao cargo de Deputado Estadual pelo Partido Social Liberal (PSL). Após a depredação, foi feita uma manifestação em homenagem à Marielle com a distribuição de mais de mil placas de rua com o seu nome. Assim, à luz da Semântica do Acontecimento (GUIMARÃES, 2002), este trabalho busca tecer uma reflexão acerca do enunciado “Rua Marielle Franco”, pensando principalmente na multiplicação de placas de rua com este enunciado. Para isso, me debruço sobre os estudos de Orlandi (2004) a respeito da ordem e da organização da cidade articulados ao modo como Guimarães trabalha as noções de acontecimento, reescrituração, texto e enunciado.","PeriodicalId":30981,"journal":{"name":"Rua","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-11-28","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"41386168","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-11-25DOI: 10.20396/rua.v28i2.8671538
Miriam Santini de Abreu
O estudo analisa o conflito entre apropriação e dominação na repressão às chamadas “Batalhas de Rap” ou “Batalhas da Alfândega”, realizadas no Largo de mesmo nome, no Centro Histórico de Florianópolis (SC). A análise empírica engloba uma reportagem em vídeo da imprensa independente e uma reportagem em texto da imprensa tradicional. O pressuposto é que as Batalhas, ao corporificar a ideia de insurreição do uso, questionam os limites ao uso autorizado da rua e a lógica da cidade como mercadoria, uma cidade à venda.
{"title":"O conflito entre apropriação e dominação nas Batalhas de Rap em Florianópolis (SC)","authors":"Miriam Santini de Abreu","doi":"10.20396/rua.v28i2.8671538","DOIUrl":"https://doi.org/10.20396/rua.v28i2.8671538","url":null,"abstract":"O estudo analisa o conflito entre apropriação e dominação na repressão às chamadas “Batalhas de Rap” ou “Batalhas da Alfândega”, realizadas no Largo de mesmo nome, no Centro Histórico de Florianópolis (SC). A análise empírica engloba uma reportagem em vídeo da imprensa independente e uma reportagem em texto da imprensa tradicional. O pressuposto é que as Batalhas, ao corporificar a ideia de insurreição do uso, questionam os limites ao uso autorizado da rua e a lógica da cidade como mercadoria, uma cidade à venda.","PeriodicalId":30981,"journal":{"name":"Rua","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-11-25","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"42924990","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}