Pub Date : 2021-08-16DOI: 10.46551/issn2179-6807v27n1p141-159
C. Romano
Parte de estudo mais amplo sobre as raízes do bolsonarismo, este breve ensaio dedica-se à retrospectiva histórica de traços marcantes da cultura política encarnada por bolsonarismo e bolsonaristas. Vistos desde a ditadura militar (1964-1985), antecedentes e percursos analisados buscam salientar o caráter processual da relação entre sociedades política e civil no Brasil contemporâneo, sublinhando a conjugação operada entre autoritarismo político e “instinto animal” do mercado na base ético-política ora exposta por bolsonarismo e bolsonaristas. Frutos da aliança empresarial-militar dos tempos de ditadura, arenistas, malufistas, colloridos, entre tantos, deram vida política aos termos ditados desde os militares, atualizando-os periodicamente durante o processo de democratização da vida civil no país. Produtos das contradições entre sociedades política e civil, colecionadas em série, bolsonarismo (fenômeno) e bolsonaristas (sujeitos) são compreendidos assim enquanto a face contemporânea, e por isso também peculiar, da derradeira cultura política legada pela ditadura militar ao curso da democracia no Brasil.
{"title":"Bolsonarismo e bolsonaristas no Brasil contemporâneo","authors":"C. Romano","doi":"10.46551/issn2179-6807v27n1p141-159","DOIUrl":"https://doi.org/10.46551/issn2179-6807v27n1p141-159","url":null,"abstract":"Parte de estudo mais amplo sobre as raízes do bolsonarismo, este breve ensaio dedica-se à retrospectiva histórica de traços marcantes da cultura política encarnada por bolsonarismo e bolsonaristas. Vistos desde a ditadura militar (1964-1985), antecedentes e percursos analisados buscam salientar o caráter processual da relação entre sociedades política e civil no Brasil contemporâneo, sublinhando a conjugação operada entre autoritarismo político e “instinto animal” do mercado na base ético-política ora exposta por bolsonarismo e bolsonaristas. Frutos da aliança empresarial-militar dos tempos de ditadura, arenistas, malufistas, colloridos, entre tantos, deram vida política aos termos ditados desde os militares, atualizando-os periodicamente durante o processo de democratização da vida civil no país. Produtos das contradições entre sociedades política e civil, colecionadas em série, bolsonarismo (fenômeno) e bolsonaristas (sujeitos) são compreendidos assim enquanto a face contemporânea, e por isso também peculiar, da derradeira cultura política legada pela ditadura militar ao curso da democracia no Brasil.","PeriodicalId":33948,"journal":{"name":"Revista Desenvolvimento Social","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-08-16","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"45584806","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-08-16DOI: 10.46551/issn2179-6807v27n1p98-117
Filipe Queiroz de Campos
Após a Primeira Guerra Mundial, o Brasil pleiteou um assento permanente no Conselho de Segurança da Liga da Nações, organização que buscava construir uma diplomacia multilateral, para que se evitasse novas guerras mundiais. A diplomacia brasileira na Liga das Nações ficou conhecida pela historiografia por apresentar decisões nada diplomáticas. O Brasil vetou a entrada da Alemanha na Liga, causando desconforto internacional, bem como exigiu o assento permanente como condição para continuar na organização, se retirando definitivamente da Liga em 1926. Sobre as razões por trás dessas decisões, contudo, há muito que se debater. Até então, a historiografia vinha apontando que foram decisões tomadas devido à personalidade impetuosa e intransigente do presidente Arthur Bernardes. Novas pesquisas, contudo, demonstram que há razões mais complexas por trás das decisões de Bernardes. Essas razões se ligam às relações de poder entre o Presidente e seus diplomatas. Nesse artigo, analisaremos essas relações de poder entre Arthur Bernardes e seus informantes internacionais, por meio da categoria de intelectuais mediadores de Ângela de Castro Gomes, para investigarmos mais detidamente o processo de tomada de decisões que levaram o Brasil a sair da Liga das Nações.
{"title":"A Liga das Nações em tempos de crise","authors":"Filipe Queiroz de Campos","doi":"10.46551/issn2179-6807v27n1p98-117","DOIUrl":"https://doi.org/10.46551/issn2179-6807v27n1p98-117","url":null,"abstract":"Após a Primeira Guerra Mundial, o Brasil pleiteou um assento permanente no Conselho de Segurança da Liga da Nações, organização que buscava construir uma diplomacia multilateral, para que se evitasse novas guerras mundiais. A diplomacia brasileira na Liga das Nações ficou conhecida pela historiografia por apresentar decisões nada diplomáticas. O Brasil vetou a entrada da Alemanha na Liga, causando desconforto internacional, bem como exigiu o assento permanente como condição para continuar na organização, se retirando definitivamente da Liga em 1926. Sobre as razões por trás dessas decisões, contudo, há muito que se debater. Até então, a historiografia vinha apontando que foram decisões tomadas devido à personalidade impetuosa e intransigente do presidente Arthur Bernardes. Novas pesquisas, contudo, demonstram que há razões mais complexas por trás das decisões de Bernardes. Essas razões se ligam às relações de poder entre o Presidente e seus diplomatas. Nesse artigo, analisaremos essas relações de poder entre Arthur Bernardes e seus informantes internacionais, por meio da categoria de intelectuais mediadores de Ângela de Castro Gomes, para investigarmos mais detidamente o processo de tomada de decisões que levaram o Brasil a sair da Liga das Nações.","PeriodicalId":33948,"journal":{"name":"Revista Desenvolvimento Social","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-08-16","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"48037539","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-04-16DOI: 10.46551/issn2179-6807v26n1p169-188
M. Rodríguez
Como objetivo complejo, se analiza el religar ecosóficamente como urgencia transepistémica en la re-civilización de la humanidad. La indagación se realizó bajo estructuras rizomáticas, siguiendo el pensamiento complejo y transdisciplinar con el transmétodo la deconstrucción rizomática. En las conclusiones de aperturas religadas se tiene que para re-ligar, es importante des-ligar: soltar las ataduras, es aflojar y soltar; es liberarse. Así las cosas, la descolonización y la decolonialidad son proyectos por excelencia para des-ligarse de la preeminencia occidental. La ecosofía, como el arte de habitar en el planeta lleva a volver a civilizar, la re-civilización, accionar del ciudadano, que alcanza imaginarios, previendo un modo de estar en el mundo, de percibirlo, con un cambio en las acciones y una conciencia que favorezca la unidad en la vida. El amor y la sensibilidad deben ser el centro del accionar, en pro de la preservación de la unidad, valorizando las culturas, profundizando el conocimiento ecosófico en la búsqueda de una educación de excelencia, y de allí una humanidad verdaderamente humana.
{"title":"Religar ecosóficamente como urgencia transepistémica en la re-civilización de la humanidad","authors":"M. Rodríguez","doi":"10.46551/issn2179-6807v26n1p169-188","DOIUrl":"https://doi.org/10.46551/issn2179-6807v26n1p169-188","url":null,"abstract":"Como objetivo complejo, se analiza el religar ecosóficamente como urgencia transepistémica en la re-civilización de la humanidad. La indagación se realizó bajo estructuras rizomáticas, siguiendo el pensamiento complejo y transdisciplinar con el transmétodo la deconstrucción rizomática. En las conclusiones de aperturas religadas se tiene que para re-ligar, es importante des-ligar: soltar las ataduras, es aflojar y soltar; es liberarse. Así las cosas, la descolonización y la decolonialidad son proyectos por excelencia para des-ligarse de la preeminencia occidental. La ecosofía, como el arte de habitar en el planeta lleva a volver a civilizar, la re-civilización, accionar del ciudadano, que alcanza imaginarios, previendo un modo de estar en el mundo, de percibirlo, con un cambio en las acciones y una conciencia que favorezca la unidad en la vida. El amor y la sensibilidad deben ser el centro del accionar, en pro de la preservación de la unidad, valorizando las culturas, profundizando el conocimiento ecosófico en la búsqueda de una educación de excelencia, y de allí una humanidad verdaderamente humana. ","PeriodicalId":33948,"journal":{"name":"Revista Desenvolvimento Social","volume":"26 1","pages":"169-188"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-04-16","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"70562459","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2020-12-23DOI: 10.46551/issn2179-6807v26n2p102-121
David Pavón Cuéllar, Ian Parker, P. Beer
Este artigo argumenta que Freud não aceitou a esfera da “psicologia” como algo dado, que poderia ser conhecido objetivamente. Tampouco ele a via como algo unitário que seria sempre o mesmo e em qualquer pessoa. Ao invés disso, ofereceu ideias valiosas sobre a natureza humana da miséria enquanto algo histórico, sobre o processo dialético através do qual podemos entender a miséria como algo condensado em sintomas, e sobre a relação entre compreensão e libertação. Nós argumentamos que a psicanálise precisa ser recriada por nós enquanto uma ferramenta de trabalho radical sobre a subjetividade para derrubar as condições existentes. Argumentamos em favor de uma compreensão dialética da psicanálise como uma ferramenta e um resultado; essa ferramenta é o resultado das elaborações teóricas de Freud e seus seguidores, que nos permitiram usá-la para um trabalho radical na clínica e em movimentos de libertação. Ela torna possível uma “subjetividade revolucionária”, um “sujeito revolucionário”.
{"title":"Miséria, dialética e libertação","authors":"David Pavón Cuéllar, Ian Parker, P. Beer","doi":"10.46551/issn2179-6807v26n2p102-121","DOIUrl":"https://doi.org/10.46551/issn2179-6807v26n2p102-121","url":null,"abstract":"Este artigo argumenta que Freud não aceitou a esfera da “psicologia” como algo dado, que poderia ser conhecido objetivamente. Tampouco ele a via como algo unitário que seria sempre o mesmo e em qualquer pessoa. Ao invés disso, ofereceu ideias valiosas sobre a natureza humana da miséria enquanto algo histórico, sobre o processo dialético através do qual podemos entender a miséria como algo condensado em sintomas, e sobre a relação entre compreensão e libertação. Nós argumentamos que a psicanálise precisa ser recriada por nós enquanto uma ferramenta de trabalho radical sobre a subjetividade para derrubar as condições existentes. Argumentamos em favor de uma compreensão dialética da psicanálise como uma ferramenta e um resultado; essa ferramenta é o resultado das elaborações teóricas de Freud e seus seguidores, que nos permitiram usá-la para um trabalho radical na clínica e em movimentos de libertação. Ela torna possível uma “subjetividade revolucionária”, um “sujeito revolucionário”.","PeriodicalId":33948,"journal":{"name":"Revista Desenvolvimento Social","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2020-12-23","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"44602418","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2020-12-23DOI: 10.46551/issn2179-6807v26n2p31-50
Cristiane Izumi Nakagawa, Danielle Teixeira Gimenes, F. Carezzato, Paulo Antonio de Campos Beer, Yuri Nishijima Azeredo
O objetivo deste artigo é discutir alguns pontos que envolvem o trabalho psicanalítico em situações de vulnerabilidade e violência social. Propostas nessa direção têm ganhado corpo em diversas iniciativas, e daremos foco aqui ao trabalho que vem sendo realizado pelo Núcleo de Estudos e Trabalhos Terapêuticos (NETT). Entre as muitas questões que poderiam ser assinaladas, daremos especial atenção à compreensão dos atravessamentos de questões sociais no processo analítico, em particular o lugar social do saber e sua relação com o estabelecimento da transferência. Será discutido como a circulação da clínica psicanalítica em lugares historicamente não habitados por ela parece simultaneamente demandar o aprofundamento de certas temáticas, e oferecer possibilidades de avanços a outras.
{"title":"Os estudados e a psicanálise em movimentos sociais","authors":"Cristiane Izumi Nakagawa, Danielle Teixeira Gimenes, F. Carezzato, Paulo Antonio de Campos Beer, Yuri Nishijima Azeredo","doi":"10.46551/issn2179-6807v26n2p31-50","DOIUrl":"https://doi.org/10.46551/issn2179-6807v26n2p31-50","url":null,"abstract":"O objetivo deste artigo é discutir alguns pontos que envolvem o trabalho psicanalítico em situações de vulnerabilidade e violência social. Propostas nessa direção têm ganhado corpo em diversas iniciativas, e daremos foco aqui ao trabalho que vem sendo realizado pelo Núcleo de Estudos e Trabalhos Terapêuticos (NETT). Entre as muitas questões que poderiam ser assinaladas, daremos especial atenção à compreensão dos atravessamentos de questões sociais no processo analítico, em particular o lugar social do saber e sua relação com o estabelecimento da transferência. Será discutido como a circulação da clínica psicanalítica em lugares historicamente não habitados por ela parece simultaneamente demandar o aprofundamento de certas temáticas, e oferecer possibilidades de avanços a outras.","PeriodicalId":33948,"journal":{"name":"Revista Desenvolvimento Social","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2020-12-23","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"45482679","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2020-12-23DOI: 10.46551/issn2179-6807v26n2p3-10
P. Beer, Pedro Oliveira Obliziner
Apresentação do dossiê temático “Movimentos sociais, sofrimento e conflito: por uma escuta que potencialize a luta", organizado pelos pesquisadores Paulo Beer (LATESFIP-USP) e Pedro Oliveira Obliziner (LATESFIP-USP).
{"title":"Apresentação do Dossiê","authors":"P. Beer, Pedro Oliveira Obliziner","doi":"10.46551/issn2179-6807v26n2p3-10","DOIUrl":"https://doi.org/10.46551/issn2179-6807v26n2p3-10","url":null,"abstract":"Apresentação do dossiê temático “Movimentos sociais, sofrimento e conflito: por uma escuta que potencialize a luta\", organizado pelos pesquisadores Paulo Beer (LATESFIP-USP) e Pedro Oliveira Obliziner (LATESFIP-USP).","PeriodicalId":33948,"journal":{"name":"Revista Desenvolvimento Social","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2020-12-23","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"48034282","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2020-12-23DOI: 10.46551/issn2179-6807v26n2p215-237
Warlleis Souza Santos, João Victor Leite Dias, Herton Helder Rocha Pires
Vários indicadores de saúde têm sido utilizados como instrumento para o monitoramento da qualidade de vida das populações. Entre estes indicadores, a taxa de mortalidade infantil é um dos principais, pois revela a qualidade dos serviços de saúde, saneamento básico e educação de uma determinada região. Essa taxa é apresentada por meio de dados epidemiológicos que quantificam as mortes no primeiro ano de vida, dentre todos os nascidos vivos no mesmo espaço de tempo. O presente trabalho avaliou a mortalidade infantil nos 16 municípios que integram a microrregião da Serra Geral de Minas Gerais, localizada em sua totalidade no norte do estado. O estudo foi do tipo ecológico, realizado sob uma perspectiva observacional com abordagem quantitativa. Os dados foram coletados no período de 2008 a 2016, mostrando que 469 crianças morreram. A maioria dos óbitos ocorreram em crianças do sexo masculino, após o parto, no período neonatal e em ambiente hospitalares. As principais causas de mortalidade foram afecções perinatais e as malformações congênitas, deformidades e anomalias cromossômicas. Os municípios que apresentaram maior taxa de mortalidade infantil foram Pai Pedro e Manga, sendo esta taxa considerada como média, conforme classificação da Organização Mundial de Saúde. Os resultados mostraram que mesmo com diminuição nas taxas de mortalidade infantil nos municípios da microrregião da Serra Geral, ainda existem óbitos infantis por causas evitáveis. Tal fato pode sinalizar a necessidade de investimentos na assistência à saúde nesta região.
{"title":"Mortalidade infantil em municípios da microrregião da Serra Geral, Minas Gerais","authors":"Warlleis Souza Santos, João Victor Leite Dias, Herton Helder Rocha Pires","doi":"10.46551/issn2179-6807v26n2p215-237","DOIUrl":"https://doi.org/10.46551/issn2179-6807v26n2p215-237","url":null,"abstract":"Vários indicadores de saúde têm sido utilizados como instrumento para o monitoramento da qualidade de vida das populações. Entre estes indicadores, a taxa de mortalidade infantil é um dos principais, pois revela a qualidade dos serviços de saúde, saneamento básico e educação de uma determinada região. Essa taxa é apresentada por meio de dados epidemiológicos que quantificam as mortes no primeiro ano de vida, dentre todos os nascidos vivos no mesmo espaço de tempo. O presente trabalho avaliou a mortalidade infantil nos 16 municípios que integram a microrregião da Serra Geral de Minas Gerais, localizada em sua totalidade no norte do estado. O estudo foi do tipo ecológico, realizado sob uma perspectiva observacional com abordagem quantitativa. Os dados foram coletados no período de 2008 a 2016, mostrando que 469 crianças morreram. A maioria dos óbitos ocorreram em crianças do sexo masculino, após o parto, no período neonatal e em ambiente hospitalares. As principais causas de mortalidade foram afecções perinatais e as malformações congênitas, deformidades e anomalias cromossômicas. Os municípios que apresentaram maior taxa de mortalidade infantil foram Pai Pedro e Manga, sendo esta taxa considerada como média, conforme classificação da Organização Mundial de Saúde. Os resultados mostraram que mesmo com diminuição nas taxas de mortalidade infantil nos municípios da microrregião da Serra Geral, ainda existem óbitos infantis por causas evitáveis. Tal fato pode sinalizar a necessidade de investimentos na assistência à saúde nesta região.","PeriodicalId":33948,"journal":{"name":"Revista Desenvolvimento Social","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2020-12-23","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"70562491","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2020-12-23DOI: 10.46551/issn2179-6807v26n2p51-69
Gabriel Martins Lessa, Isabela Zeato Passos, João Luis Sales Sousa, Pablo Kaique Angelin Godoi, Yasmin Gabrielly Gomes dos Santos
Este artigo faz uma articulação entre a psicanálise e estudos de estruturas opressoras. Consiste em um levantamento bibliográfico e um breve relato da experiência clínica de um coletivo de atendimento analítico na cidade de São Paulo. Sendo que o objetivo principal é apontar, criticamente, a forma de atuação da psicanálise com a população periférica. Assim como, apresentar a dinâmica grupal e a forma de atuação deste coletivo. Foi utilizado, para tanto, concepções de estudos de opressões raciais, de forma a delimitar uma análise do que fora percebida a partir do sofrimento psíquico dos sujeitos em questão. Assim como, resultados da própria experiência do que emergiu como um todo na clínica do coletivo. A partir dessas contribuições, foi possível identificar as lacunas entre o saber e sua prática, na psicanálise, assim como apontar diretrizes balizadoras para um fazer que pretende se atualizar para que consiga dar conta das subjetividades presentes em sua época e território.
{"title":"As faces opressoras de uma prática dogmática","authors":"Gabriel Martins Lessa, Isabela Zeato Passos, João Luis Sales Sousa, Pablo Kaique Angelin Godoi, Yasmin Gabrielly Gomes dos Santos","doi":"10.46551/issn2179-6807v26n2p51-69","DOIUrl":"https://doi.org/10.46551/issn2179-6807v26n2p51-69","url":null,"abstract":"Este artigo faz uma articulação entre a psicanálise e estudos de estruturas opressoras. Consiste em um levantamento bibliográfico e um breve relato da experiência clínica de um coletivo de atendimento analítico na cidade de São Paulo. Sendo que o objetivo principal é apontar, criticamente, a forma de atuação da psicanálise com a população periférica. Assim como, apresentar a dinâmica grupal e a forma de atuação deste coletivo. Foi utilizado, para tanto, concepções de estudos de opressões raciais, de forma a delimitar uma análise do que fora percebida a partir do sofrimento psíquico dos sujeitos em questão. Assim como, resultados da própria experiência do que emergiu como um todo na clínica do coletivo. A partir dessas contribuições, foi possível identificar as lacunas entre o saber e sua prática, na psicanálise, assim como apontar diretrizes balizadoras para um fazer que pretende se atualizar para que consiga dar conta das subjetividades presentes em sua época e território.","PeriodicalId":33948,"journal":{"name":"Revista Desenvolvimento Social","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2020-12-23","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"70562498","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2020-12-23DOI: 10.46551/issn2179-6807v26n2p81-101
Nilson Sibemberg
Este texto propõe uma reflexão sobre as condições históricas da criação de um CAPS II, o CAPS Caismental Centro, de Porto Alegre nos primeiros anos da reforma psiquiátrica brasileira, na tensão entre as esferas do poder político, da administrativo e clínico. Aborda também os princípios fundantes que nortearam a estruturação de uma equipe interdisciplinar e a elaboração dos dispositivos institucionais e clínicos que viriam constituir o modo de funcionamento deste equipamento público de atenção psicossocial.
{"title":"CAPS II CaisMental Centro","authors":"Nilson Sibemberg","doi":"10.46551/issn2179-6807v26n2p81-101","DOIUrl":"https://doi.org/10.46551/issn2179-6807v26n2p81-101","url":null,"abstract":"Este texto propõe uma reflexão sobre as condições históricas da criação de um CAPS II, o CAPS Caismental Centro, de Porto Alegre nos primeiros anos da reforma psiquiátrica brasileira, na tensão entre as esferas do poder político, da administrativo e clínico. Aborda também os princípios fundantes que nortearam a estruturação de uma equipe interdisciplinar e a elaboração dos dispositivos institucionais e clínicos que viriam constituir o modo de funcionamento deste equipamento público de atenção psicossocial.","PeriodicalId":33948,"journal":{"name":"Revista Desenvolvimento Social","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2020-12-23","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"45055286","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2020-12-23DOI: 10.46551/issn2179-6807v26n2p142-170
João Uarinhenga, Rosenilton Silva de Oliveira
O objetivo deste artigo é refletir sobre o modo pelo qual o Estado angolano tem desenvolvido seu projeto de descentralização da gestão do ensino, especificamente no que tange a administração dos recursos financeiros com vistas a efetivação dos objetivos gerais da educação nacional, preconizadas na legislação. Partiu-se da revisão bibliográfica, análise documental e da pesquisa-ação, tendo como campo empírico de observação o município do Lubalo (Província da Lunda-Norte, Angola). Argumentou-se que tal perspectiva é benéfica para a consecução de projetos locais que visem a superação das desigualdades, nomeadamente aquelas do campo educacional, como demonstram os dados da cidade do Lubalo. As considerações finais apontam para o fato de que, no contexto estudado, a efetivação de uma administração descentralizada, embora salutar, esbarra em dois desafios estruturantes: as limitações orçamentárias e a política de distribuição de recursos a partir de uma classificação prévia dos municípios que favorece as regiões que possuem maior infraestrutura.
{"title":"Descentralização da gestão financeira da educação básica","authors":"João Uarinhenga, Rosenilton Silva de Oliveira","doi":"10.46551/issn2179-6807v26n2p142-170","DOIUrl":"https://doi.org/10.46551/issn2179-6807v26n2p142-170","url":null,"abstract":"O objetivo deste artigo é refletir sobre o modo pelo qual o Estado angolano tem desenvolvido seu projeto de descentralização da gestão do ensino, especificamente no que tange a administração dos recursos financeiros com vistas a efetivação dos objetivos gerais da educação nacional, preconizadas na legislação. Partiu-se da revisão bibliográfica, análise documental e da pesquisa-ação, tendo como campo empírico de observação o município do Lubalo (Província da Lunda-Norte, Angola). Argumentou-se que tal perspectiva é benéfica para a consecução de projetos locais que visem a superação das desigualdades, nomeadamente aquelas do campo educacional, como demonstram os dados da cidade do Lubalo. As considerações finais apontam para o fato de que, no contexto estudado, a efetivação de uma administração descentralizada, embora salutar, esbarra em dois desafios estruturantes: as limitações orçamentárias e a política de distribuição de recursos a partir de uma classificação prévia dos municípios que favorece as regiões que possuem maior infraestrutura.","PeriodicalId":33948,"journal":{"name":"Revista Desenvolvimento Social","volume":"1140 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2020-12-23","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"70562485","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}