Pub Date : 2022-02-01DOI: 10.48075/rlhm.v17i30.27834
Érica Antonia Caetano
O presente artigo objetiva apresentar uma análise interpretativa da obra autobiográfica Eu sei por que o pássaro canta na gaiola (2018), da escritora afro-americana Maya Angelou, publicada originalmente em 1969 sob o título I know why the bird sings in the cage. Nessa obra, as travessias – norte e sul – exerceram um papel fundamental na vida e na formação da narradora-personagem-protagonista Maya. É no correr desse ir e vir que ela conhece as trancas das gaiolas - os choques culturais que ressaltam o binômio hegemonia versus minoria, o racismo, o preconceito e o abuso. Entretanto, é nesse processo também que ela descobre um meio de resistir, ao perceber, por intermédio do silenciamento, a escrevivência[1] como uma possível chave para a libertação de todos os pássaros emudecidos ao longo da História. Por fim, para nortear a leitura, o trabalho se ancora nos pressupostos teóricos dos Estudos Culturais e Feministas.[1] O termo “escrevivência”, que nos valemos neste estudo, foi cunhado pela escritora brasileira Conceição Evaristo e traz consigo, conforme ela própria pontua em uma entrevista: a imagem de “todo um processo histórico que as africanas e suas descendentes escravizadas no Brasil passaram. [...] E essa escrevivência, ela vai partir, ela toma como mote de criação justamente a vivência. Ou a vivência do ponto de vista pessoal mesmo, ou a vivência do ponto de vista coletivo (EVARISTO, 2017).
本文旨在对非裔美国作家玛雅·安吉罗(Maya Angelou)的自传体著作《我知道鸟儿在笼子里歌唱》(I know why the bird sings in the cage, 2018)进行解释性分析。在这部作品中,南北交叉在玛雅叙述者-人物-主角的生活和形成中发挥了关键作用。正是在这种来来去去的过程中,她知道了牢笼的锁——强调霸权与少数、种族主义、偏见和虐待的文化冲突。然而,也正是在这个过程中,她找到了一种抵抗的方法,通过沉默来感知写作[1],这可能是解放历史上所有沉默的鸟类的关键。最后,为了指导阅读,本文以文化和女性主义研究的理论假设为基础。[1]我们在本研究中使用的“escrevivencia”一词是由巴西作家conceicao Evaristo创造的,正如她在一次采访中指出的那样:“非洲妇女及其在巴西被奴役的后代所经历的整个历史过程的形象。”〔...而这个写作经验,她要离开了,她把经验作为创作的座右铭。或者个人观点的经验,或者集体观点的经验(EVARISTO, 2017)。
{"title":"SUBJETIVAÇÃO E RE (CONSTRUÇÃO) DE IDENTIDADE DA MULHER AFRO-AMERICANA EM EU SEI POR QUE O PÁSSARO CANTA NA GAIOLA (2018), DE MAYA ANGELOU: DO SILENCIAMENTO À ESCREVIVÊNCIA","authors":"Érica Antonia Caetano","doi":"10.48075/rlhm.v17i30.27834","DOIUrl":"https://doi.org/10.48075/rlhm.v17i30.27834","url":null,"abstract":"O presente artigo objetiva apresentar uma análise interpretativa da obra autobiográfica Eu sei por que o pássaro canta na gaiola (2018), da escritora afro-americana Maya Angelou, publicada originalmente em 1969 sob o título I know why the bird sings in the cage. Nessa obra, as travessias – norte e sul – exerceram um papel fundamental na vida e na formação da narradora-personagem-protagonista Maya. É no correr desse ir e vir que ela conhece as trancas das gaiolas - os choques culturais que ressaltam o binômio hegemonia versus minoria, o racismo, o preconceito e o abuso. Entretanto, é nesse processo também que ela descobre um meio de resistir, ao perceber, por intermédio do silenciamento, a escrevivência[1] como uma possível chave para a libertação de todos os pássaros emudecidos ao longo da História. Por fim, para nortear a leitura, o trabalho se ancora nos pressupostos teóricos dos Estudos Culturais e Feministas.[1] O termo “escrevivência”, que nos valemos neste estudo, foi cunhado pela escritora brasileira Conceição Evaristo e traz consigo, conforme ela própria pontua em uma entrevista: a imagem de “todo um processo histórico que as africanas e suas descendentes escravizadas no Brasil passaram. [...] E essa escrevivência, ela vai partir, ela toma como mote de criação justamente a vivência. Ou a vivência do ponto de vista pessoal mesmo, ou a vivência do ponto de vista coletivo (EVARISTO, 2017).","PeriodicalId":340500,"journal":{"name":"Revista de Literatura, História e Memória","volume":"66 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-02-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"122543809","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-02-01DOI: 10.48075/rlhm.v17i30.28740
Andreia Dos Santos Menezes, Larissa Fostinone Locoselli
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{"title":"APRESENTAÇÃO","authors":"Andreia Dos Santos Menezes, Larissa Fostinone Locoselli","doi":"10.48075/rlhm.v17i30.28740","DOIUrl":"https://doi.org/10.48075/rlhm.v17i30.28740","url":null,"abstract":"<jats:p>-</jats:p>","PeriodicalId":340500,"journal":{"name":"Revista de Literatura, História e Memória","volume":"74 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-02-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"124540652","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-02-01DOI: 10.48075/rlhm.v17i30.28081
Paula Grinko Pezzini, Lourdes Kaminski Alves
No contexto de uma América Latina pós-moderna, representações artísticas produzidas por mulheres buscam romper com discursos sacralizados pela tradição do cânone ocidental, principalmente em relação às identidades femininas. Em Mulheres empilhadas (2019), Patrícia Melo mobiliza categorias como “mulher” e “violência” para pensar na sociedade brasileira como partícipe de um sistema moderno colonial de gênero. Nesse sentido, pretendemos explicitar e analisar as estratégias narrativas utilizadas pela autora, com destaque à diversidade de formas discursivas e ao posicionamento da protagonista, em direção à expansão das potencialidades da literatura de autoria feminina. Partimos de teorias feministas de cunho decolonial; portanto, autoras como Zilá Bernd (1998), Tânia Pellegrini (2001), Zulma Palermo (2005), María Lugones (2014) e Florencia Garramuño (2014) fundamentam as discussões propostas.
{"title":"EU E A PILHA DE MULHERES MORTAS: RESSIGNIFICAÇÃO DE IDENTIDADES FEMININAS EM MULHERES EMPILHADAS (2019), DE PATRÍCIA MELO","authors":"Paula Grinko Pezzini, Lourdes Kaminski Alves","doi":"10.48075/rlhm.v17i30.28081","DOIUrl":"https://doi.org/10.48075/rlhm.v17i30.28081","url":null,"abstract":"No contexto de uma América Latina pós-moderna, representações artísticas produzidas por mulheres buscam romper com discursos sacralizados pela tradição do cânone ocidental, principalmente em relação às identidades femininas. Em Mulheres empilhadas (2019), Patrícia Melo mobiliza categorias como “mulher” e “violência” para pensar na sociedade brasileira como partícipe de um sistema moderno colonial de gênero. Nesse sentido, pretendemos explicitar e analisar as estratégias narrativas utilizadas pela autora, com destaque à diversidade de formas discursivas e ao posicionamento da protagonista, em direção à expansão das potencialidades da literatura de autoria feminina. Partimos de teorias feministas de cunho decolonial; portanto, autoras como Zilá Bernd (1998), Tânia Pellegrini (2001), Zulma Palermo (2005), María Lugones (2014) e Florencia Garramuño (2014) fundamentam as discussões propostas.","PeriodicalId":340500,"journal":{"name":"Revista de Literatura, História e Memória","volume":"31 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-02-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"125890556","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-02-01DOI: 10.48075/rlhm.v17i30.27466
Veralúcia Pinheiro, Ewerton de Freitas Ignácio, Larissa Landim De Carvalho
A narrativa, ou melhor, as formas de narrar os eventos-limite, de produzir significado à vida, como o que acontece no conto “A Confissão de Leontina” (1978), de Lygia Fagundes Telles, nos fazem interrogar seus sentidos, até porque, segundo Candido (2000), a literatura é essencialmente uma reorganização do mundo em termos de arte, sendo tarefa do escritor de ficção construir um sistema arbitrário de objetos, atos, ocorrências, sentimentos. Dessa forma, objetivamos discutir, neste trabalho, ambiguidades e contradições da sociedade moderna por meio do conto mencionado, cuja leitura nos inspira a refletir sobre fatos inerentes à condição da mulher pobre na sociedade capitalista, os quais podem ser representados na ficção de forma a romper com a mera reprodução da vida social, constituindo-se não apenas como encadeamento de tempos lineares e vazios, como diria Bosi (1996), mas como construção e tematização da vida-morte degradada, desprovidas da aura positiva com que as palavras realismo e realidade são utilizadas nos discursos que fazem apologia ao conformismo da vida como ela é.
{"title":"FIGURAÇÕES DA VIOLÊNCIA EM A CONFISSÃO DE LEONTINA, DE LYGIA FAGUNDES TELLES","authors":"Veralúcia Pinheiro, Ewerton de Freitas Ignácio, Larissa Landim De Carvalho","doi":"10.48075/rlhm.v17i30.27466","DOIUrl":"https://doi.org/10.48075/rlhm.v17i30.27466","url":null,"abstract":"A narrativa, ou melhor, as formas de narrar os eventos-limite, de produzir significado à vida, como o que acontece no conto “A Confissão de Leontina” (1978), de Lygia Fagundes Telles, nos fazem interrogar seus sentidos, até porque, segundo Candido (2000), a literatura é essencialmente uma reorganização do mundo em termos de arte, sendo tarefa do escritor de ficção construir um sistema arbitrário de objetos, atos, ocorrências, sentimentos. Dessa forma, objetivamos discutir, neste trabalho, ambiguidades e contradições da sociedade moderna por meio do conto mencionado, cuja leitura nos inspira a refletir sobre fatos inerentes à condição da mulher pobre na sociedade capitalista, os quais podem ser representados na ficção de forma a romper com a mera reprodução da vida social, constituindo-se não apenas como encadeamento de tempos lineares e vazios, como diria Bosi (1996), mas como construção e tematização da vida-morte degradada, desprovidas da aura positiva com que as palavras realismo e realidade são utilizadas nos discursos que fazem apologia ao conformismo da vida como ela é.","PeriodicalId":340500,"journal":{"name":"Revista de Literatura, História e Memória","volume":"11 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-02-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"122018820","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-02-01DOI: 10.48075/rlhm.v17i30.28070
Alessia Di Eugenio
A categoria de “literatura das mulheres” – categoria de análise criada a partir de percursos históricos e sócio-políticos que levaram a reivindicar um espaço específico na organização do saber – poderia ser repensada como um campo aberto, feminista, livre e em transformação. De fato, a criação literária e os feminismos partilham a necessidade da liberdade e da contínua transformação. A análise da produção literária de mulheres que escreveram sobre a época da ditadura – época em que começou o desenvolvimento de um verdadeiro movimento feminista no Brasil – ajuda a refletir sobre presentes e possíveis relações entre os feminismos militantes, as influências feministas e a criação literária.
{"title":"FEMINISMOS E LITERATURA DAS MULHERES: CONFIGURAÇÕES POSSÍVEIS E CONSIDERAÇÕES SOBRE O CONTEXTO BRASILEIRO","authors":"Alessia Di Eugenio","doi":"10.48075/rlhm.v17i30.28070","DOIUrl":"https://doi.org/10.48075/rlhm.v17i30.28070","url":null,"abstract":"A categoria de “literatura das mulheres” – categoria de análise criada a partir de percursos históricos e sócio-políticos que levaram a reivindicar um espaço específico na organização do saber – poderia ser repensada como um campo aberto, feminista, livre e em transformação. De fato, a criação literária e os feminismos partilham a necessidade da liberdade e da contínua transformação. A análise da produção literária de mulheres que escreveram sobre a época da ditadura – época em que começou o desenvolvimento de um verdadeiro movimento feminista no Brasil – ajuda a refletir sobre presentes e possíveis relações entre os feminismos militantes, as influências feministas e a criação literária.","PeriodicalId":340500,"journal":{"name":"Revista de Literatura, História e Memória","volume":"83 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-02-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"132109904","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-02-01DOI: 10.48075/rlhm.v17i30.27077
André Luís Gomes de Jesus
No presente artigo analisamos Carta à rainha louca (2019), de Maria Valéria Rezende a relação entre discurso histórico e discurso ficcional que se manifesta a partir da voz da protagonista. Para tanto, nos utilizamos da noção de imagem-relâmpago (BENJAMIN, 2012) e de sua reformulação realizada por Didi-Huberman (2015). Rezende constitui um trabalho narrativo em que História e ficção se entrecruzam de modo a fazer emergir a figura de Isabel, mulher inserida no contexto das relações sociais da Brasil-Colônia, sofrendo sanções e opressões destinadas a quem ocupava as margens do poder político e econômico, bem como formas de driblar e resistir a tais sanções (FEDERICI, 2019)..
本文分析了Maria valeria Rezende的《Carta a rainha louca》(2019),分析了历史话语与虚构话语之间的关系,从主人公的声音中表现出来。为此,我们使用了闪电图像的概念(BENJAMIN, 2012)和Didi-Huberman(2015)对其进行了重新表述。Rezende构成了小说叙述故事和交织为了伊莎贝尔的形象出现,女人在社会关系的巴西殖民地,制裁和压迫挤谁占据着政治和经济力量,利润率和形式的运球和抵抗制裁(比如FEDERICI, 2019)。
{"title":"HISTÓRIA E FICÇÃO EM CARTA À RAINHA LOUCA, DE MARIA VALÉRIA REZENDE","authors":"André Luís Gomes de Jesus","doi":"10.48075/rlhm.v17i30.27077","DOIUrl":"https://doi.org/10.48075/rlhm.v17i30.27077","url":null,"abstract":"No presente artigo analisamos Carta à rainha louca (2019), de Maria Valéria Rezende a relação entre discurso histórico e discurso ficcional que se manifesta a partir da voz da protagonista. Para tanto, nos utilizamos da noção de imagem-relâmpago (BENJAMIN, 2012) e de sua reformulação realizada por Didi-Huberman (2015). Rezende constitui um trabalho narrativo em que História e ficção se entrecruzam de modo a fazer emergir a figura de Isabel, mulher inserida no contexto das relações sociais da Brasil-Colônia, sofrendo sanções e opressões destinadas a quem ocupava as margens do poder político e econômico, bem como formas de driblar e resistir a tais sanções (FEDERICI, 2019)..","PeriodicalId":340500,"journal":{"name":"Revista de Literatura, História e Memória","volume":"32 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-02-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"121431754","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-02-01DOI: 10.48075/rlhm.v17i30.28080
Penélope Serafina Chaves Bruera
Este trabalho visa indagar nas traduções ao espanhol de Quarto de despejo de Carolina Maria de Jesus do século XX, Quarto de despejo, diario de una mujer que tenía hambre publicada em 1961 na Argentina e Favela publicada em 1965 em Cuba. Ambas são examinadas sob a perspectiva da crítica feminista de tradução, com o objetivo de visibilizar como raça, classe e gênero conformaram um entramado estreito e indissolúvel que condicionou tanto a recepção da autora na América Latina e o Caribe, quanto o tratamento que os/as tradutores/as deram a sua obra. Para isso, apresentamos brevemente a conjuntura editorial de cada caso e depois analisamos detidamente os paratextos elaborados pelos/as tradutores/as. Por fim, chamamos a atenção às observações dos/as diversos/as agentes literários implicados, que insistiram em remarcar a ‘importância sociológica’ da obra, reproduziram os erros gramaticais do texto fonte e, em consequência, se empenharam em apagar as escolhas estéticas da autora que correspondiam à linguagem da literatura clássica.
{"title":"UMA LEITURA DAS TRADUÇÕES CUBANA E ARGENTINA DE 'QUARTO DE DESPEJO' SOB A PERSPECTIVA DA CRÍTICA FEMINISTA DECOLONIAL DE TRADUÇÃO","authors":"Penélope Serafina Chaves Bruera","doi":"10.48075/rlhm.v17i30.28080","DOIUrl":"https://doi.org/10.48075/rlhm.v17i30.28080","url":null,"abstract":"Este trabalho visa indagar nas traduções ao espanhol de Quarto de despejo de Carolina Maria de Jesus do século XX, Quarto de despejo, diario de una mujer que tenía hambre publicada em 1961 na Argentina e Favela publicada em 1965 em Cuba. Ambas são examinadas sob a perspectiva da crítica feminista de tradução, com o objetivo de visibilizar como raça, classe e gênero conformaram um entramado estreito e indissolúvel que condicionou tanto a recepção da autora na América Latina e o Caribe, quanto o tratamento que os/as tradutores/as deram a sua obra. Para isso, apresentamos brevemente a conjuntura editorial de cada caso e depois analisamos detidamente os paratextos elaborados pelos/as tradutores/as. Por fim, chamamos a atenção às observações dos/as diversos/as agentes literários implicados, que insistiram em remarcar a ‘importância sociológica’ da obra, reproduziram os erros gramaticais do texto fonte e, em consequência, se empenharam em apagar as escolhas estéticas da autora que correspondiam à linguagem da literatura clássica. ","PeriodicalId":340500,"journal":{"name":"Revista de Literatura, História e Memória","volume":"7 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-02-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"123914602","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-02-01DOI: 10.48075/rlhm.v17i30.28000
Danielle Santos Dornelles
Com base nas leituras de Virginia Woolf, Rita Schmidt, Zahidé Muzart e Ildney Cavalcanti, este artigo tem como objetivo explorar aspectos referentes à escrita e publicação de obras de autoria feminina entre os séculos XIX e XX. Assim como compreender as nuances que envolvem o estigma do gênero literário romance e a presença e ausência de mulheres no cânone literário. A partir destas leituras, buscamos situar no tempo as obras de escritoras como Emília de Freitas, Charlotte Perkins Gilman, Margaret Atwood e Octavia Butler, analisando suas visões de futuro e deslugares possíveis ou impossíveis, a partir do fio condutor entre literatura, história do feminismo e teoria da história.
{"title":"TEMPOS DE MULHERES: UTOPIAS E DISTOPIAS FEMINISTAS NA LITERATURA E HISTÓRIA","authors":"Danielle Santos Dornelles","doi":"10.48075/rlhm.v17i30.28000","DOIUrl":"https://doi.org/10.48075/rlhm.v17i30.28000","url":null,"abstract":"Com base nas leituras de Virginia Woolf, Rita Schmidt, Zahidé Muzart e Ildney Cavalcanti, este artigo tem como objetivo explorar aspectos referentes à escrita e publicação de obras de autoria feminina entre os séculos XIX e XX. Assim como compreender as nuances que envolvem o estigma do gênero literário romance e a presença e ausência de mulheres no cânone literário. A partir destas leituras, buscamos situar no tempo as obras de escritoras como Emília de Freitas, Charlotte Perkins Gilman, Margaret Atwood e Octavia Butler, analisando suas visões de futuro e deslugares possíveis ou impossíveis, a partir do fio condutor entre literatura, história do feminismo e teoria da história.","PeriodicalId":340500,"journal":{"name":"Revista de Literatura, História e Memória","volume":"57 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-02-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"128624428","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-02-01DOI: 10.48075/rlhm.v17i30.27327
Kakyung Lee
La novela de Juan Emar, Un año, consta de doce episodios que ocurren, o al menos se registran, en el primer día de cada mes del año. Este análisis se enfoca en la furia que siente el narrador-personaje en los meses de mayo, junio y julio. Se propone que la furia del narrador-personaje reflejaría la frustración de Juan Emar como miembro de una élite vanguardista en la sociedad apática y tradicionalista de Chile. El análisis considera los siguientes puntos, con atención especial al contexto sociopolítico de la obra: Juan Emar es un artista de la vanguardia dentro de Chile, en los años veinte del pasado siglo; la furia está dirigida a las instituciones sociales, a la sociedad en sí y a la élite chilenas; el insecto que aparece en mayo representaría la incapacidad del narrador-personaje para cambiar el ambiente cultural de Chile.
{"title":"LA CRÍTICA HACIA LA INMOVILIDAD CULTURAL DE CHILE, EN UN AÑO DE JUAN EMAR","authors":"Kakyung Lee","doi":"10.48075/rlhm.v17i30.27327","DOIUrl":"https://doi.org/10.48075/rlhm.v17i30.27327","url":null,"abstract":"La novela de Juan Emar, Un año, consta de doce episodios que ocurren, o al menos se registran, en el primer día de cada mes del año. Este análisis se enfoca en la furia que siente el narrador-personaje en los meses de mayo, junio y julio. Se propone que la furia del narrador-personaje reflejaría la frustración de Juan Emar como miembro de una élite vanguardista en la sociedad apática y tradicionalista de Chile. El análisis considera los siguientes puntos, con atención especial al contexto sociopolítico de la obra: Juan Emar es un artista de la vanguardia dentro de Chile, en los años veinte del pasado siglo; la furia está dirigida a las instituciones sociales, a la sociedad en sí y a la élite chilenas; el insecto que aparece en mayo representaría la incapacidad del narrador-personaje para cambiar el ambiente cultural de Chile.","PeriodicalId":340500,"journal":{"name":"Revista de Literatura, História e Memória","volume":"87 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-02-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"129365013","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-02-01DOI: 10.48075/rlhm.v17i30.28066
G. S. N. Andreatti
O presente artigo analisa a representação das personagens femininas Ditinha, Mãe Joana, Dora e Cidinha-Cidoca, no romance Becos da Memória, de Conceição Evaristo. O foco da análise é demonstrar como a autora desconstrói os estereótipos que a literatura propagou, ao longo do tempo, da mulata como ser provocante e tentador, que envolvia os homens e, contudo, era desprovida da representação maternal. A análise teve como base a crítica literária feminista, demonstrando como as reivindicações do movimento feminista contribuíram para a mudança nas representações literárias. Portanto, a representação das personagens femininas, que Evaristo realiza em sua obra, marca a singularidade de cada mulher.
本文分析了conceicao Evaristo的小说《Becos da memoria》中女性角色Ditinha、mae Joana、Dora和Cidinha-Cidoca的表现。分析的重点是证明作者如何解构文学传播的刻板印象,随着时间的推移,黑白混血儿是挑衅和诱人的,涉及男性,但缺乏母亲的代表。这一分析以女性主义文学批评为基础,展示了女性主义运动的主张如何促成了文学表现的变化。因此,Evaristo在他的作品中对女性角色的表现,标志着每个女性的独特性。
{"title":"AS MULHERES DOS BECOS: A REPRESENTAÇÃO FEMININA EM BECOS DA MEMÓRIA, DE CONCEIÇÃO EVARISTO","authors":"G. S. N. Andreatti","doi":"10.48075/rlhm.v17i30.28066","DOIUrl":"https://doi.org/10.48075/rlhm.v17i30.28066","url":null,"abstract":"O presente artigo analisa a representação das personagens femininas Ditinha, Mãe Joana, Dora e Cidinha-Cidoca, no romance Becos da Memória, de Conceição Evaristo. O foco da análise é demonstrar como a autora desconstrói os estereótipos que a literatura propagou, ao longo do tempo, da mulata como ser provocante e tentador, que envolvia os homens e, contudo, era desprovida da representação maternal. A análise teve como base a crítica literária feminista, demonstrando como as reivindicações do movimento feminista contribuíram para a mudança nas representações literárias. Portanto, a representação das personagens femininas, que Evaristo realiza em sua obra, marca a singularidade de cada mulher.","PeriodicalId":340500,"journal":{"name":"Revista de Literatura, História e Memória","volume":"20 4","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-02-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"120813838","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}