Pub Date : 2022-07-01DOI: 10.48075/rlhm.v18i31.27811
Amanda Kristensen de Camargo, Renan Paulo Bini
Neste artigo, objetiva-se analisar o ethos das personagens Germán, Alfonso, Álvaro e Gabriel, da obra ficcional Cem anos de solidão (MÁRQUEZ, 2009), homônimas do grupo de intelectuais de Barranquilla citados na autobiografia Viver para Contá-la (MÁRQUEZ, 2003): Germán Vargas, Alfonso Fuenmayor, Álvaro Cepeda Samudio e Gabriel García Márquez, cujo comportamento social é sumarizado pela ficção. Para isso, propõe-se uma ponte teórico-analítica entre categorias específicas de duas áreas do conhecimento: o ethos discursivo, da Retórica; e a homonímia e a onomatomância, da Onomástica. Neste estudo, a homonímia e a onomatomância foram consideradas agentes cooperativos para a construção de determinados ethé ficcionais. Por meio da comparação da construção dos homônimos presentes na obra ficcional e na autobiografia de Márquez pôde-se realizar associação das identidades das personagens aos entes reais (segundo a perspectiva de Márquez), e explicitar o elo imagético e argumentativo presente nos fenômenos homonímico e onomatomântico, sendo passível de descrição, ainda, a perspectiva identitário-psicológica de tais fenômenos, principalmente a partir da memória subterrânea em La masacre de las bananeras, partilhada por ente ficcional - Gabriel - e autor - Gabriel García Márquez.
{"title":"O ETHOS PELA HOMONÍMIA","authors":"Amanda Kristensen de Camargo, Renan Paulo Bini","doi":"10.48075/rlhm.v18i31.27811","DOIUrl":"https://doi.org/10.48075/rlhm.v18i31.27811","url":null,"abstract":"Neste artigo, objetiva-se analisar o ethos das personagens Germán, Alfonso, Álvaro e Gabriel, da obra ficcional Cem anos de solidão (MÁRQUEZ, 2009), homônimas do grupo de intelectuais de Barranquilla citados na autobiografia Viver para Contá-la (MÁRQUEZ, 2003): Germán Vargas, Alfonso Fuenmayor, Álvaro Cepeda Samudio e Gabriel García Márquez, cujo comportamento social é sumarizado pela ficção. Para isso, propõe-se uma ponte teórico-analítica entre categorias específicas de duas áreas do conhecimento: o ethos discursivo, da Retórica; e a homonímia e a onomatomância, da Onomástica. Neste estudo, a homonímia e a onomatomância foram consideradas agentes cooperativos para a construção de determinados ethé ficcionais. Por meio da comparação da construção dos homônimos presentes na obra ficcional e na autobiografia de Márquez pôde-se realizar associação das identidades das personagens aos entes reais (segundo a perspectiva de Márquez), e explicitar o elo imagético e argumentativo presente nos fenômenos homonímico e onomatomântico, sendo passível de descrição, ainda, a perspectiva identitário-psicológica de tais fenômenos, principalmente a partir da memória subterrânea em La masacre de las bananeras, partilhada por ente ficcional - Gabriel - e autor - Gabriel García Márquez.","PeriodicalId":340500,"journal":{"name":"Revista de Literatura, História e Memória","volume":"46 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-07-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"115250644","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-07-01DOI: 10.48075/rlhm.v18i31.28980
Marcos Hidemi de Lima
Este artigo procura apresentar algumas reflexões a respeito do livro de memórias Infância, de Graciliano Ramos, cuja primeira publicação ocorreu em 1945, com o objetivo de apontar nesta obra, que mescla autobiografia e ficção, algumas marcas que permitem considerá-la como uma produção autoficcional ainda que tenha sido escrita na primeira metade do século XX. Para as discussões da presença da autoficção em Infância, o apoio teórico se baseia, entre outros, em Antonio Candido (1992), Diana Kingler (2007), Leyla Perrone-Moisés (2016), Vincent Colonna (1989), alguns textos sobre o escritor presentes no volume organizado por Thiago Mio Salla e Ieda Lebensztayn (2014).
{"title":"INFÂNCIA","authors":"Marcos Hidemi de Lima","doi":"10.48075/rlhm.v18i31.28980","DOIUrl":"https://doi.org/10.48075/rlhm.v18i31.28980","url":null,"abstract":"Este artigo procura apresentar algumas reflexões a respeito do livro de memórias Infância, de Graciliano Ramos, cuja primeira publicação ocorreu em 1945, com o objetivo de apontar nesta obra, que mescla autobiografia e ficção, algumas marcas que permitem considerá-la como uma produção autoficcional ainda que tenha sido escrita na primeira metade do século XX. Para as discussões da presença da autoficção em Infância, o apoio teórico se baseia, entre outros, em Antonio Candido (1992), Diana Kingler (2007), Leyla Perrone-Moisés (2016), Vincent Colonna (1989), alguns textos sobre o escritor presentes no volume organizado por Thiago Mio Salla e Ieda Lebensztayn (2014).","PeriodicalId":340500,"journal":{"name":"Revista de Literatura, História e Memória","volume":"1 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-07-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"131021855","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-07-01DOI: 10.48075/rlhm.v18i31.28979
David Lopes da Silva
“Os chapéus transeuntes”, novela que possui características reconhecidamente diversas das demais obras do autor mineiro, é um de seus textos menos explorados pela crítica, apesar de ser o último conto mais longo que Guimarães Rosa publicou em vida, em 1964. A partir de um testemunho sobre a reunião que determinou a distribuição dos pecados capitais a sete escritores de renome na época, lê-se aqui a estória como uma autoficção, através da qual Rosa teria meditado sobre sua própria confessada soberbia, tentando, ao matar o arrogante protagonista Vovô Barão, e ao se identificar com o jovem narrador Leôncio Nestorzinho, refletir (no sentido de “desviar-se de”) esse traço indesejável de sua personalidade. A expressão “autoficção” foi escolhida para descrever o conto devido ao jogo que propicia entre autor e leitor, permitindo a ambos ensaiarem-se performaticamente no texto. Como suporte teórico, além do recurso, mesmo que por vezes somente en passant, a alguns dos principais estudiosos da autoficção e da crítica biográfica contemporânea, utiliza-se especialmente o artigo de Foucault sobre as “escritas de si” e comentários de outros leitores com respeito à vida e/ou à obra de Guimarães Rosa.
{"title":"“OS CHAPÉUS TRANSEUNTES”","authors":"David Lopes da Silva","doi":"10.48075/rlhm.v18i31.28979","DOIUrl":"https://doi.org/10.48075/rlhm.v18i31.28979","url":null,"abstract":"“Os chapéus transeuntes”, novela que possui características reconhecidamente diversas das demais obras do autor mineiro, é um de seus textos menos explorados pela crítica, apesar de ser o último conto mais longo que Guimarães Rosa publicou em vida, em 1964. A partir de um testemunho sobre a reunião que determinou a distribuição dos pecados capitais a sete escritores de renome na época, lê-se aqui a estória como uma autoficção, através da qual Rosa teria meditado sobre sua própria confessada soberbia, tentando, ao matar o arrogante protagonista Vovô Barão, e ao se identificar com o jovem narrador Leôncio Nestorzinho, refletir (no sentido de “desviar-se de”) esse traço indesejável de sua personalidade. A expressão “autoficção” foi escolhida para descrever o conto devido ao jogo que propicia entre autor e leitor, permitindo a ambos ensaiarem-se performaticamente no texto. Como suporte teórico, além do recurso, mesmo que por vezes somente en passant, a alguns dos principais estudiosos da autoficção e da crítica biográfica contemporânea, utiliza-se especialmente o artigo de Foucault sobre as “escritas de si” e comentários de outros leitores com respeito à vida e/ou à obra de Guimarães Rosa.","PeriodicalId":340500,"journal":{"name":"Revista de Literatura, História e Memória","volume":"26 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-07-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"128961012","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-07-01DOI: 10.48075/rlhm.v18i31.28662
Ronelson Campelo Silva
Este estudo objetivou analisar a compleição do narrador do romance Sem Gentileza (2016), de Futhi Ntshingila, com o intuito de apresentar reflexões teóricas sobre o tipo de narração presente na obra — ambientada na África do Sul, no período que foi institucionalizado o Apartheid no país —, a fim de discorrer sobre o posicionamento do narrador no enredo construído pela autora Futhi Ntshingila. Para o desenvolvimento deste estudo, optou-se pela pesquisa descritiva, explicativa e bibliográfica, para tanto, amparando-se nos teóricos dos Estudos da Narrativa, tais como Carlos Reis (2015), Thomas Bonnici e Lúcia Osana Zolin (2009), Walter Benjamin (1987) e Yves Reuter (2002), além disso, para embasar as discussões acerca da tipologia do narrador, foram utilizados os pressupostos de Norman Friedman (2002). Ao final, foi possível comprovar a hipótese deste estudo, isto é, que o narrador dominante no texto é o onisciente neutro e que, mesmo na sua neutralidade, ele se preocupa em representar os problemas sociais e políticos decorridos pelo Apartheid, contribuindo para que o leitor possa refletir sobre esse momento histórico e suas consequências para a sociedade sul-africana.
{"title":"NARRADOR DE FUTHI NTSHINGILA NO ROMANCE SEM GENTILEZA","authors":"Ronelson Campelo Silva","doi":"10.48075/rlhm.v18i31.28662","DOIUrl":"https://doi.org/10.48075/rlhm.v18i31.28662","url":null,"abstract":"Este estudo objetivou analisar a compleição do narrador do romance Sem Gentileza (2016), de Futhi Ntshingila, com o intuito de apresentar reflexões teóricas sobre o tipo de narração presente na obra — ambientada na África do Sul, no período que foi institucionalizado o Apartheid no país —, a fim de discorrer sobre o posicionamento do narrador no enredo construído pela autora Futhi Ntshingila. Para o desenvolvimento deste estudo, optou-se pela pesquisa descritiva, explicativa e bibliográfica, para tanto, amparando-se nos teóricos dos Estudos da Narrativa, tais como Carlos Reis (2015), Thomas Bonnici e Lúcia Osana Zolin (2009), Walter Benjamin (1987) e Yves Reuter (2002), além disso, para embasar as discussões acerca da tipologia do narrador, foram utilizados os pressupostos de Norman Friedman (2002). Ao final, foi possível comprovar a hipótese deste estudo, isto é, que o narrador dominante no texto é o onisciente neutro e que, mesmo na sua neutralidade, ele se preocupa em representar os problemas sociais e políticos decorridos pelo Apartheid, contribuindo para que o leitor possa refletir sobre esse momento histórico e suas consequências para a sociedade sul-africana.","PeriodicalId":340500,"journal":{"name":"Revista de Literatura, História e Memória","volume":"123 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-07-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"122480411","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-07-01DOI: 10.48075/rlhm.v18i31.28837
Thiago Bittencourt
Este trabalho apresenta uma leitura do romance Machado (2016), de Silviano Santiago, de modo a apresentá-lo como uma ficção histórica por demonstrar em seu corpo textual conexões discursivas entre Literatura e História. O desenvolvimento deste estudo visa à compreensão de como ocorre a intersecção entre ficção, história e crítica nessa produção romanesca. As reflexões teóricas e críticas trazidas para o estudo buscam compreender tanto questões que envolvem a ficção histórica brasileira contemporânea quanto as relações de dependência cultural do discurso literário latino-americano desenvolvidas na metanarrativa ficcional, histórica e crítica sobre Machado de Assis pelo narrador-personagem. Nesse contexto, é indispensável pensar as sistematizações propostas por György Lukács sobre o “romance histórico” tradicional, bem como entender o romance como gênero literário em constante transformação, conforme sugere Mikhail Bakhtin. Logo, cabe avançar sobre a proposta de Linda Hutcheon a respeito da “metaficção historiográfica” como uma poética para o Pós-modernismo e, por fim, verificar como ocorrem na narrativa os processos de “hibridações culturais”, cuja denominação foi desenvolvida por Néstor Garcia Canclini.
{"title":"METANARRATIVA FICCIONAL, HISTÓRICA E CRÍTICA EM MACHADO, ROMANCE DE SILVIANO SANTIAGO","authors":"Thiago Bittencourt","doi":"10.48075/rlhm.v18i31.28837","DOIUrl":"https://doi.org/10.48075/rlhm.v18i31.28837","url":null,"abstract":"Este trabalho apresenta uma leitura do romance Machado (2016), de Silviano Santiago, de modo a apresentá-lo como uma ficção histórica por demonstrar em seu corpo textual conexões discursivas entre Literatura e História. O desenvolvimento deste estudo visa à compreensão de como ocorre a intersecção entre ficção, história e crítica nessa produção romanesca. As reflexões teóricas e críticas trazidas para o estudo buscam compreender tanto questões que envolvem a ficção histórica brasileira contemporânea quanto as relações de dependência cultural do discurso literário latino-americano desenvolvidas na metanarrativa ficcional, histórica e crítica sobre Machado de Assis pelo narrador-personagem. Nesse contexto, é indispensável pensar as sistematizações propostas por György Lukács sobre o “romance histórico” tradicional, bem como entender o romance como gênero literário em constante transformação, conforme sugere Mikhail Bakhtin. Logo, cabe avançar sobre a proposta de Linda Hutcheon a respeito da “metaficção historiográfica” como uma poética para o Pós-modernismo e, por fim, verificar como ocorrem na narrativa os processos de “hibridações culturais”, cuja denominação foi desenvolvida por Néstor Garcia Canclini.","PeriodicalId":340500,"journal":{"name":"Revista de Literatura, História e Memória","volume":"74 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-07-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"123118220","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-07-01DOI: 10.48075/rlhm.v18i31.28865
Clarisse Dias Pessôa
O presente artigo, no âmbito da literatura infantojuvenil africana de língua portuguesa, com base, sobretudo, em Os da minha rua (2007), tem como objetivo analisar de que maneira a obra de Ondjaki contribui para ampliar o corpus das histórias escritas em e sobre Luanda, amplificando outras vozes para a ressignificação do passado e trazer para o presente uma percepção ampliada de sua sociedade. A partir da importância de diversos fatores, no que diz respeito ao contar histórias, para que elas possam criar imagens que fujam aos estereótipos, e tomando por empréstimo a colocação de Adichie em O perigo de uma história única (2018) este artigo se apresenta dividido em duas partes: Quem conta e como conta; e Quando (Onde) conta. Na primeira parte, a autoficção como estratégia do autor será analisada, a obra traz à cena narrativa a figura autoral, narrador-personagem- infante, assim como a memória do autor onde se configura o autoficcional explorado como estratégia da narração. Na segunda parte, o artigo abordará as questões relacionadas à infância e suas estratégias para significar o mundo ao seu redor. O olhar infantil ajuda a compreender Os da minha rua como um cronotopo, em que espaço e tempo são indissociáveis para a experiência infantil, além de descrever uma análise das relações entre o espaço de Luanda e o tempo da infância, localizando a obra no contexto contemporâneo.
{"title":"NARRATIVAS DA INFÂNCIA","authors":"Clarisse Dias Pessôa","doi":"10.48075/rlhm.v18i31.28865","DOIUrl":"https://doi.org/10.48075/rlhm.v18i31.28865","url":null,"abstract":"O presente artigo, no âmbito da literatura infantojuvenil africana de língua portuguesa, com base, sobretudo, em Os da minha rua (2007), tem como objetivo analisar de que maneira a obra de Ondjaki contribui para ampliar o corpus das histórias escritas em e sobre Luanda, amplificando outras vozes para a ressignificação do passado e trazer para o presente uma percepção ampliada de sua sociedade. A partir da importância de diversos fatores, no que diz respeito ao contar histórias, para que elas possam criar imagens que fujam aos estereótipos, e tomando por empréstimo a colocação de Adichie em O perigo de uma história única (2018) este artigo se apresenta dividido em duas partes: Quem conta e como conta; e Quando (Onde) conta. Na primeira parte, a autoficção como estratégia do autor será analisada, a obra traz à cena narrativa a figura autoral, narrador-personagem- infante, assim como a memória do autor onde se configura o autoficcional explorado como estratégia da narração. Na segunda parte, o artigo abordará as questões relacionadas à infância e suas estratégias para significar o mundo ao seu redor. O olhar infantil ajuda a compreender Os da minha rua como um cronotopo, em que espaço e tempo são indissociáveis para a experiência infantil, além de descrever uma análise das relações entre o espaço de Luanda e o tempo da infância, localizando a obra no contexto contemporâneo.","PeriodicalId":340500,"journal":{"name":"Revista de Literatura, História e Memória","volume":"37 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-07-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"122731179","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-07-01DOI: 10.48075/rlhm.v18i31.28936
Francisca Luana Rolim Abrantes, José Edilson De Amorim
Narrada em terceira pessoa, a novela Júlia: nos campos conflagrados do Senhor, de Bernardo Kucinski, publicada pela editora Alameda, em 2020, retrata a história de uma bióloga que, por um acaso, acaba se debruçando no passado de sua família, até então desconhecido pela jovem. Após o falecimento de seus pais, Júlia, assim como é denominada na narrativa, entra em conflito com seus irmãos Beto e Jair para não vender um luxuoso apartamento que ganhara de herança paterna, pois esse imóvel guardava as memórias afetivas da personagem. Decidida a não vender seu aposento, essa bióloga compra a parte da herança de seus irmãos. No entanto, por conta de seu doutorado em Londres, ela resolve alugá-lo a Daniel, um pesquisador que conhecera no Instituto Biológico. Esse homem, além de sentir-se o dono do imóvel, acabou deteriorando toda a morada dela. Ao ver tal reação do inquilino, a personagem, depois de vários acordos, consegue despejá-lo de seus aposentos. Como o apartamento estava bastante danificado, a protagonista decide fazer uma reforma naquele lugar. Durante esse período de reparação de seu imóvel, Júlia encontra uma caixa de fuzil, a qual desperta a sua curiosidade. Ao abrir tal objeto, ela encontra umas cartas que revelam não só a participação de seu pai, o engenheiro Durval, na luta contra o regime militar, mas também o envolvimento de religiosos da igreja católica: uns que colaboravam com o autoritarismo, encobriam mortes e colocavam crianças sequestradas para adoção; outros que tentavam impedir as barbaridades cometidas pelos militares. A descoberta dessas
贝纳多·库钦斯基(Bernardo Kucinski)的小说《julia: nos campos conflagrados do Senhor》(julia: nos campos conflagrados do Senhor)于2020年由editora Alameda出版,以第三人称叙述,讲述了一位生物学家的故事,她偶然发现了自己家庭的过去,而这对年轻女性来说是未知的。在她的父母去世后,julia,正如她在叙述中被命名的那样,与她的兄弟贝托和贾尔发生冲突,不出售她从父亲继承的豪华公寓,因为这个财产保留了角色的情感记忆。这位生物学家决定不卖掉她的房间,买下了她兄弟的那部分遗产。然而,由于她在伦敦的博士学位,她决定把它租给丹尼尔,一个她在生物研究所认识的研究人员。这个人,除了觉得自己是房子的主人之外,还破坏了她的整个住所。看到这一集的结局后,他决定把这一集拍成电影。由于公寓被严重损坏,主人公决定对那个地方进行改造。在修理她的房子的过程中,茱莉亚发现了一个步枪盒,这引起了她的好奇心。当她打开这件物品时,她发现了一些信件,这些信件不仅揭示了她的父亲,工程师杜瓦尔,参与了反对军事政权的斗争,还揭示了天主教会的宗教参与:一些人与独裁主义合作,掩盖死亡,并将被绑架的儿童送人收养;还有一些人试图阻止军队犯下的暴行。这些发现
{"title":"MEMÓRIA E DITADURA EM JÚLIA: NOS CAMPOS CONFLAGRADOS DO SENHOR, DE BERNARDO KUCINSKI","authors":"Francisca Luana Rolim Abrantes, José Edilson De Amorim","doi":"10.48075/rlhm.v18i31.28936","DOIUrl":"https://doi.org/10.48075/rlhm.v18i31.28936","url":null,"abstract":"Narrada em terceira pessoa, a novela Júlia: nos campos conflagrados do Senhor, de Bernardo Kucinski, publicada pela editora Alameda, em 2020, retrata a história de uma bióloga que, por um acaso, acaba se debruçando no passado de sua família, até então desconhecido pela jovem. Após o falecimento de seus pais, Júlia, assim como é denominada na narrativa, entra em conflito com seus irmãos Beto e Jair para não vender um luxuoso apartamento que ganhara de herança paterna, pois esse imóvel guardava as memórias afetivas da personagem. Decidida a não vender seu aposento, essa bióloga compra a parte da herança de seus irmãos. No entanto, por conta de seu doutorado em Londres, ela resolve alugá-lo a Daniel, um pesquisador que conhecera no Instituto Biológico. Esse homem, além de sentir-se o dono do imóvel, acabou deteriorando toda a morada dela. Ao ver tal reação do inquilino, a personagem, depois de vários acordos, consegue despejá-lo de seus aposentos. Como o apartamento estava bastante danificado, a protagonista decide fazer uma reforma naquele lugar. Durante esse período de reparação de seu imóvel, Júlia encontra uma caixa de fuzil, a qual desperta a sua curiosidade. Ao abrir tal objeto, ela encontra umas cartas que revelam não só a participação de seu pai, o engenheiro Durval, na luta contra o regime militar, mas também o envolvimento de religiosos da igreja católica: uns que colaboravam com o autoritarismo, encobriam mortes e colocavam crianças sequestradas para adoção; outros que tentavam impedir as barbaridades cometidas pelos militares. A descoberta dessas","PeriodicalId":340500,"journal":{"name":"Revista de Literatura, História e Memória","volume":"54 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-07-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"116685521","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-07-01DOI: 10.48075/rlhm.v18i31.28974
Mirella Carvalho do Carmo, Andréa Portolomeos
Este artigo pretende discutir a estreita e conflituosa relação entre autobiografia e poesia em poemas da trilogia Boitempo, de Carlos Drummond de Andrade. A temática mostra-se significativa para a problematização de uma leitura mais ingênua que busca as razões do poema na esfera extraliterária, isto é, na vida do poeta, assim como para uma compreensão mais ampla sobre o sujeito lírico como um complexo elemento ficcional. Para isso, este trabalho baseia-se nas concepções teóricas de Hoisel (2019), Lejeune (2014), Arfuch (2010), Smith (1971) e Iser (1996, 2002), debatendo sobre o espaço autobiográfico na poesia e sobre uma recepção mais astuciosa da lírica memorialística de Drummond. O artigo discute, ainda, com o aporte de Halbwachs (1990), Silva (2009), Miranda (1988) e Santiago (2008, 2004), o ingrediente coletivo das memórias e a ressemantização do sujeito na ficção. As análises dos poemas dialogam com o suporte crítico de Candido (2000), Villaça (2006) e Pedrosa (2011) e visam esclarecer como os textos memorialísticos de Drummond propõem a recriação do passado de um “eu” que se reconhece como “outro” e projeta-se no “outro”, sendo constantemente coescrito no ato da leitura.
{"title":"DESDOBRAMENTO DA AUTOBIOGRAFIA EM HETEROBIOGRAFIA","authors":"Mirella Carvalho do Carmo, Andréa Portolomeos","doi":"10.48075/rlhm.v18i31.28974","DOIUrl":"https://doi.org/10.48075/rlhm.v18i31.28974","url":null,"abstract":"Este artigo pretende discutir a estreita e conflituosa relação entre autobiografia e poesia em poemas da trilogia Boitempo, de Carlos Drummond de Andrade. A temática mostra-se significativa para a problematização de uma leitura mais ingênua que busca as razões do poema na esfera extraliterária, isto é, na vida do poeta, assim como para uma compreensão mais ampla sobre o sujeito lírico como um complexo elemento ficcional. Para isso, este trabalho baseia-se nas concepções teóricas de Hoisel (2019), Lejeune (2014), Arfuch (2010), Smith (1971) e Iser (1996, 2002), debatendo sobre o espaço autobiográfico na poesia e sobre uma recepção mais astuciosa da lírica memorialística de Drummond. O artigo discute, ainda, com o aporte de Halbwachs (1990), Silva (2009), Miranda (1988) e Santiago (2008, 2004), o ingrediente coletivo das memórias e a ressemantização do sujeito na ficção. As análises dos poemas dialogam com o suporte crítico de Candido (2000), Villaça (2006) e Pedrosa (2011) e visam esclarecer como os textos memorialísticos de Drummond propõem a recriação do passado de um “eu” que se reconhece como “outro” e projeta-se no “outro”, sendo constantemente coescrito no ato da leitura.","PeriodicalId":340500,"journal":{"name":"Revista de Literatura, História e Memória","volume":"24 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-07-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"126781532","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-07-01DOI: 10.48075/rlhm.v18i31.28831
João Alexandre Alves dos Santos, Leoné Astride Barzotto
Este artigo busca respaldo nas considerações de Fredric Jameson (1993) e Giséle M. Fernandes (2010) acerca da pós-modernidade. O levantamento intenta mostrar como o projeto autoficcional dialoga terminantemente com esta arte contemporânea. Para tal, entende-se a autoficção – popularizada enquanto aparato estético a partir sobretudo da década de 1970, quando se tornou interesse particular do estudo crítico – segundo a avaliação de Jacques Lecarme a datar de 1993 (aqui utilizada na versão de 2014). Tal aproximação tem como objeto de análise o romance A Chave de Casa (2007), de Tatiana Salem Levy. As conclusões apontam para um diálogo produtivo entre os dois conceitos, que indicam atuar de maneira coordenada em prol de efeitos estéticos, senão similares, ao menos complementares.
{"title":"APROXIMAÇÕES TEÓRICO-CRÍTICAS ENTRE O PÓS-MODERNO E A AUTOFICÇÃO EM A CHAVE DE CASA, DE TATIANA SALEM LEVY","authors":"João Alexandre Alves dos Santos, Leoné Astride Barzotto","doi":"10.48075/rlhm.v18i31.28831","DOIUrl":"https://doi.org/10.48075/rlhm.v18i31.28831","url":null,"abstract":"Este artigo busca respaldo nas considerações de Fredric Jameson (1993) e Giséle M. Fernandes (2010) acerca da pós-modernidade. O levantamento intenta mostrar como o projeto autoficcional dialoga terminantemente com esta arte contemporânea. Para tal, entende-se a autoficção – popularizada enquanto aparato estético a partir sobretudo da década de 1970, quando se tornou interesse particular do estudo crítico – segundo a avaliação de Jacques Lecarme a datar de 1993 (aqui utilizada na versão de 2014). Tal aproximação tem como objeto de análise o romance A Chave de Casa (2007), de Tatiana Salem Levy. As conclusões apontam para um diálogo produtivo entre os dois conceitos, que indicam atuar de maneira coordenada em prol de efeitos estéticos, senão similares, ao menos complementares.","PeriodicalId":340500,"journal":{"name":"Revista de Literatura, História e Memória","volume":"1 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-07-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"129547264","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-07-01DOI: 10.48075/rlhm.v18i31.28067
Regiani Leal Dalla Martha Couto, Laiza Luz Martins Sant'Ana, Silvana Alves dos Santos
A literatura afro-brasileira tem como fulcro o desejo de fazer reverberar vozes que foram silenciadas ao longo de muitos anos. Nesse sentido, essa literatura vem se consolidando como forma de expressão ideológica e de pertencimento de um sujeito enunciador que ativa suas memórias para elucidar a história e a cultura de forma estética. Nesse contexto, trazemos para análise a obra afro-brasileira “Livro do Avesso - o pensamento de Edite”, da autora Elisa Lucinda. Assim, apresentamos alguns pontos de maior relevo para a temática da literatura afro-brasileira em diálogo com os pressupostos teóricos de Bakhtin e o Círculo. Para sustentar as análises, utilizamos os estudos de Bakhtin (2003), Brait (2018) e destacamos o fluxo da consciência da personagem narradora, aqui entendida como “Voz”. A partir desse corpus indagamos: Como o fluxo de consciência da personagem narradora representa as vozes que foram silenciadas por muitas gerações, sobretudo as de mulheres negras? Para nossa análise mobilizaremos alguns dos muitos conceitos bakhtinianos principalmente relações dialógicas, o discurso bivocal e a relação autor/personagem. Nossas análises (in)acabadas sugerem que a obra representa um posicionamento ideológico em resposta responsivamente ativa aos vários modos de apagamento da mulher negra, seja frente a sua posição social, aos seus desejos e anseios, seja frente às mazelas que a sociedade brasileira de classe baixa enfrenta em seu cotidiano, e que a personagem “Voz” é crucial para demarcar esse silenciamento de vozes na narrativa.
非裔巴西文学的核心是希望唤起多年来沉默的声音。从这个意义上说,文学作为一种意识形态表达的形式和属于一个阐明者的主体,激活他的记忆,以审美的方式阐明历史和文化。在此背景下,我们分析了作者Elisa Lucinda的非裔巴西人作品《Livro do Avesso - o pensamento de Edite》。因此,在巴赫金的理论假设和圈子的对话中,我们提出了非洲-巴西文学主题的一些更重要的观点。为了支持这一分析,我们使用了巴赫金(2003)、布雷特(2018)的研究,并强调了叙述者角色的意识流动,这里理解为“声音”。从这个语料库中,我们想知道:叙述者角色的意识流动是如何代表被沉默了许多代的声音的,尤其是黑人女性的声音?在我们的分析中,我们将调动巴赫金的许多概念中的一些,主要是对话关系、双元音话语和作者/人物关系。我们的分析(定位)问题表明这是一个意识形态在responsivamente积极应对方式的黑人女性,不管前面你的社会地位,他们的欲望和渴求,是巴西基本社会下层阶级面前严峻的日常问题和敲的“声音”的角色是至关重要的,那次叙事的声音。
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