Pub Date : 2022-01-01DOI: 10.1590/2178-2547-bgoeldi-2021-0076
T. Pimenta
Resumo A historiografia menciona de modo recorrente a utilização das plantas por escravizados e libertos, o que suscita o interesse por uma análise sobre o tema. Neste artigo, aborda-se diferentes utilizações das plantas por esse grupo. Eram usadas para tratar de doenças, causadas por condições físicas ou por malefícios e desequilíbrios espirituais, assim como para amenizar ou resolver a exploração por parte dos senhores através de envenenamento. Ao longo do século XIX, observa-se a valorização do conhecimento de recursos vegetais nativos para o tratamento de enfermidades, mas também a repressão ao uso em rituais religiosos e ao envenenamento de senhores e suas famílias. Para o desenvolvimento do estudo, recorreu-se à bibliografia que aborda o tema, ainda que de forma lateral, e a fontes primárias. A pesquisa foi realizada na Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional, por meio de palavras-chave, entre as décadas de 1820 e 1850, e também por meio de uma revisita aos processos da Fisicatura-mor, relativos ao período de 1808 a 1828, além da consulta à legislação pertinente. A análise do uso de plantas no cotidiano de africanos e seus descendentes contribui para ampliar a compreensão sobre as condições de vida e sobre a agência dessas pessoas.
{"title":"Curas, rituais e amansamentos com plantas entre escravizados e libertos no Rio de Janeiro, entre as décadas de 1810 a 1850","authors":"T. Pimenta","doi":"10.1590/2178-2547-bgoeldi-2021-0076","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/2178-2547-bgoeldi-2021-0076","url":null,"abstract":"Resumo A historiografia menciona de modo recorrente a utilização das plantas por escravizados e libertos, o que suscita o interesse por uma análise sobre o tema. Neste artigo, aborda-se diferentes utilizações das plantas por esse grupo. Eram usadas para tratar de doenças, causadas por condições físicas ou por malefícios e desequilíbrios espirituais, assim como para amenizar ou resolver a exploração por parte dos senhores através de envenenamento. Ao longo do século XIX, observa-se a valorização do conhecimento de recursos vegetais nativos para o tratamento de enfermidades, mas também a repressão ao uso em rituais religiosos e ao envenenamento de senhores e suas famílias. Para o desenvolvimento do estudo, recorreu-se à bibliografia que aborda o tema, ainda que de forma lateral, e a fontes primárias. A pesquisa foi realizada na Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional, por meio de palavras-chave, entre as décadas de 1820 e 1850, e também por meio de uma revisita aos processos da Fisicatura-mor, relativos ao período de 1808 a 1828, além da consulta à legislação pertinente. A análise do uso de plantas no cotidiano de africanos e seus descendentes contribui para ampliar a compreensão sobre as condições de vida e sobre a agência dessas pessoas.","PeriodicalId":38872,"journal":{"name":"Boletimdo Museu Paraense Emilio Goeldi:Ciencias Humanas","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"67303817","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-01-01DOI: 10.1590/2178-2547-bgoeldi-2020-0138
Breno Ferraz Leal Ferreira
Resumo No vocabulário das Luzes, ‘economia da natureza’ se relacionava à ideia da existência de um ‘equilíbrio’ entre as diversas partes que compõem o mundo natural. Por sua vez, ‘economia animal’ e ‘economia vegetal’ tinham seus significados ligados ao ‘organismo’ de animais e plantas, respectivamente. Este artigo tem como objetivo analisar como naturalistas luso-americanos (Alexandre Rodrigues Ferreira, José Bonifácio de Andrada e Silva, Manuel Galvão da Silva e João da Silva Feijó) mobilizaram esses conceitos no exame de aspectos relacionados a realidades locais de diferentes partes do Império português (Reino e colônias) de finais do século XVIII e início do XIX.
{"title":"‘Economia da natureza’, ‘economia animal’ e ‘economia vegetal’ na escrita de naturalistas luso-americanos (1786-1815)","authors":"Breno Ferraz Leal Ferreira","doi":"10.1590/2178-2547-bgoeldi-2020-0138","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/2178-2547-bgoeldi-2020-0138","url":null,"abstract":"Resumo No vocabulário das Luzes, ‘economia da natureza’ se relacionava à ideia da existência de um ‘equilíbrio’ entre as diversas partes que compõem o mundo natural. Por sua vez, ‘economia animal’ e ‘economia vegetal’ tinham seus significados ligados ao ‘organismo’ de animais e plantas, respectivamente. Este artigo tem como objetivo analisar como naturalistas luso-americanos (Alexandre Rodrigues Ferreira, José Bonifácio de Andrada e Silva, Manuel Galvão da Silva e João da Silva Feijó) mobilizaram esses conceitos no exame de aspectos relacionados a realidades locais de diferentes partes do Império português (Reino e colônias) de finais do século XVIII e início do XIX.","PeriodicalId":38872,"journal":{"name":"Boletimdo Museu Paraense Emilio Goeldi:Ciencias Humanas","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"67302656","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-01-01DOI: 10.1590/2178-2547-bgoeldi-2021-0001
M. Amaral, Daniela Cisneiros, A. M. Araujo
Resumo O Abrigo do Alvo, localizado no município de Analândia, São Paulo, apresenta registros rupestres, em sua maior parte compostos por gravuras, sobre substrato rochoso arenítico da Formação Botucatu. O abrigo foi originalmente registrado nos anos 1980 e, em 2012, novas intervenções foram realizadas no sítio, incluindo escavações e datações que inserem a ocupação mais antiga por volta de 7.500 anos cal AP. Neste artigo, apresenta-se uma análise detalhada dos registros rupestres localizados no Abrigo do Alvo, compostos majoritariamente por tridígitos, apresentando também linhas horizontais, linhas entrecruzadas, asteriscos, cúpules e figuras circulares. É abordado também o panorama geral do estado de conservação dos grafismos rupestres.
Abrigo do Alvo位于analandia, sao Paulo市,在Botucatu组的砂岩基岩上有岩石记录,主要由雕刻组成。防空洞最初记载在1980年代新措施,并于2012年举行的地方,包括挖掘和早期使用的最古老的职业在7500年加州公寓。在本文中,介绍了一个详细的分析的报告而位于目标下,化合物主要由tridígitos线和水平线,纵横交错,星号,cúpules和数据连接。本文还对岩石图形的保护状况进行了概述。
{"title":"Registros rupestres na região central do estado de São Paulo: o Abrigo do Alvo, Analândia, São Paulo, Brasil","authors":"M. Amaral, Daniela Cisneiros, A. M. Araujo","doi":"10.1590/2178-2547-bgoeldi-2021-0001","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/2178-2547-bgoeldi-2021-0001","url":null,"abstract":"Resumo O Abrigo do Alvo, localizado no município de Analândia, São Paulo, apresenta registros rupestres, em sua maior parte compostos por gravuras, sobre substrato rochoso arenítico da Formação Botucatu. O abrigo foi originalmente registrado nos anos 1980 e, em 2012, novas intervenções foram realizadas no sítio, incluindo escavações e datações que inserem a ocupação mais antiga por volta de 7.500 anos cal AP. Neste artigo, apresenta-se uma análise detalhada dos registros rupestres localizados no Abrigo do Alvo, compostos majoritariamente por tridígitos, apresentando também linhas horizontais, linhas entrecruzadas, asteriscos, cúpules e figuras circulares. É abordado também o panorama geral do estado de conservação dos grafismos rupestres.","PeriodicalId":38872,"journal":{"name":"Boletimdo Museu Paraense Emilio Goeldi:Ciencias Humanas","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"67302729","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-01-01DOI: 10.1590/2178-2547-bgoeldi-2020-0115
Leandro Elias Mageste, A. Amaral
Resumo No presente artigo, analisamos a construção da Arqueologia no sudeste e sudoeste do Piauí, no intuito de explicitar as condições e os desdobramentos que têm configurado um conjunto de práticas arqueológicas assentadas na interface entre ciência e afeto. Tratam-se das ‘arqueologias afetivas’, que podem ser identificadas em processos socialmente engajados de produção de conhecimento, catalisadas nos contextos dinâmicos de interações que foram constituídos no semiárido. Para concretização desse propósito, consideramos desde o início dos trabalhos arqueológicos que culminaram na criação do Parque Nacional Serra da Capivara, na década de 1970, até os eventos mais recentes, representados pela inserção da Arqueologia na expansão do ensino superior, com a criação do curso de Arqueologia e Preservação Patrimonial, na Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF), em São Raimundo Nonato, a partir de 2004. Nesse exercício, verificamos algumas sobreposições de cenários e, ao mesmo tempo, explicitamos as transversalidades com posicionamentos teóricos, metodológicos e políticos que se projetam a partir da realidade latino-americana.
{"title":"As arqueologias afetivas na produção discente da Universidade Federal do Vale do São Francisco: desdobramentos históricos e interfaces teóricas na construção da Arqueologia no Sudeste e Sudoeste do Piauí","authors":"Leandro Elias Mageste, A. Amaral","doi":"10.1590/2178-2547-bgoeldi-2020-0115","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/2178-2547-bgoeldi-2020-0115","url":null,"abstract":"Resumo No presente artigo, analisamos a construção da Arqueologia no sudeste e sudoeste do Piauí, no intuito de explicitar as condições e os desdobramentos que têm configurado um conjunto de práticas arqueológicas assentadas na interface entre ciência e afeto. Tratam-se das ‘arqueologias afetivas’, que podem ser identificadas em processos socialmente engajados de produção de conhecimento, catalisadas nos contextos dinâmicos de interações que foram constituídos no semiárido. Para concretização desse propósito, consideramos desde o início dos trabalhos arqueológicos que culminaram na criação do Parque Nacional Serra da Capivara, na década de 1970, até os eventos mais recentes, representados pela inserção da Arqueologia na expansão do ensino superior, com a criação do curso de Arqueologia e Preservação Patrimonial, na Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF), em São Raimundo Nonato, a partir de 2004. Nesse exercício, verificamos algumas sobreposições de cenários e, ao mesmo tempo, explicitamos as transversalidades com posicionamentos teóricos, metodológicos e políticos que se projetam a partir da realidade latino-americana.","PeriodicalId":38872,"journal":{"name":"Boletimdo Museu Paraense Emilio Goeldi:Ciencias Humanas","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"67302933","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-01-01DOI: 10.1590/2178-2547-bgoeldi-2021-0103
S. Hissa, Andrei Isnardis
Resumo Este artigo apresenta algumas relações entre sítios arqueológicos georreferenciados com componentes pré-coloniais (classificados como exclusivamente pré-coloniais, de contato ou multicomponenciais), situados no estado de Minas Gerais, e alguns elementos da paisagem a partir de ferramentas de Sistema de Informação Geográfica (SIG). Dados sobre 2.091 sítios arqueológicos com componentes pré-coloniais foram compilados a partir de informações advindas de pesquisas acadêmicas, pesquisas realizadas para reconhecimento e/ou manejo de áreas de preservação em geral e pesquisas em âmbito de licenciamento ambiental. Com esse banco de dados, foram combinadas a localização dos sítios e camadas de dados ambientais, gerando algumas métricas básicas, apresentadas sob a forma de gráficos e mapas temáticos. Desse modo, algumas tendências gerais de implantação ambiental de diferentes tipos de sítios são ressaltadas. Ainda, ao fim do texto, são oferecidas algumas reflexões sobre as categorias que utilizamos para entender os resultados e os desafios de se trabalhar com bancos de dados como o que está aqui em discussão.
{"title":"Panorama de sítios arqueológicos pré-coloniais em Minas Gerais: mapeamento em Sistema de Informação Geográfica e métricas básicas","authors":"S. Hissa, Andrei Isnardis","doi":"10.1590/2178-2547-bgoeldi-2021-0103","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/2178-2547-bgoeldi-2021-0103","url":null,"abstract":"Resumo Este artigo apresenta algumas relações entre sítios arqueológicos georreferenciados com componentes pré-coloniais (classificados como exclusivamente pré-coloniais, de contato ou multicomponenciais), situados no estado de Minas Gerais, e alguns elementos da paisagem a partir de ferramentas de Sistema de Informação Geográfica (SIG). Dados sobre 2.091 sítios arqueológicos com componentes pré-coloniais foram compilados a partir de informações advindas de pesquisas acadêmicas, pesquisas realizadas para reconhecimento e/ou manejo de áreas de preservação em geral e pesquisas em âmbito de licenciamento ambiental. Com esse banco de dados, foram combinadas a localização dos sítios e camadas de dados ambientais, gerando algumas métricas básicas, apresentadas sob a forma de gráficos e mapas temáticos. Desse modo, algumas tendências gerais de implantação ambiental de diferentes tipos de sítios são ressaltadas. Ainda, ao fim do texto, são oferecidas algumas reflexões sobre as categorias que utilizamos para entender os resultados e os desafios de se trabalhar com bancos de dados como o que está aqui em discussão.","PeriodicalId":38872,"journal":{"name":"Boletimdo Museu Paraense Emilio Goeldi:Ciencias Humanas","volume":"50 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"67303617","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-08-09DOI: 10.1590/2178-2547-BGOELDI-2020-0095
M. Cândido, Mana Marques Rosa
Resumen Este texto pretende, a partir de categorias como patrimonio (material e imaterial), museus e colecoes, refletir sobre o apagamento da memoria da cultura afro-brasileira nas instituicoes museologicas brasileiras e sobre contradicoes latentes, negociacoes, tensoes e disputas em relacao ao patrimonio afro-brasileiro, bem como sobre o modo como este e representado nos museus. Sera analisado como os museus se debrucam ou nao sobre a questao supracitada, seja pelo silenciamento de acervos e referencias patrimoniais de origem africana na maior parte deles, seja pela quase total ausencia de museus exclusivamente dedicados a cultura afro no Brasil. Por outro lado, apresenta alguns casos de patrimonios imateriais afro-brasileiros realcados pela aplicacao do instrumento de tutela juridica federal denominado ‘registro de bens culturais de natureza imaterial’ e algumas de suas implicacoes. Finalmente, como caso emblematico de resistencias e apagamentos, este artigo discorrera sobre o Porto Maravilha, no Rio de Janeiro, um espaco restrito e proficuo em referencias veladas ou nao a esta face da nossa historia.
{"title":"“Glória a todas as lutas inglórias”: negociações, tensões, disputas e resistências relativas ao patrimônio afro-brasileiro","authors":"M. Cândido, Mana Marques Rosa","doi":"10.1590/2178-2547-BGOELDI-2020-0095","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/2178-2547-BGOELDI-2020-0095","url":null,"abstract":"Resumen Este texto pretende, a partir de categorias como patrimonio (material e imaterial), museus e colecoes, refletir sobre o apagamento da memoria da cultura afro-brasileira nas instituicoes museologicas brasileiras e sobre contradicoes latentes, negociacoes, tensoes e disputas em relacao ao patrimonio afro-brasileiro, bem como sobre o modo como este e representado nos museus. Sera analisado como os museus se debrucam ou nao sobre a questao supracitada, seja pelo silenciamento de acervos e referencias patrimoniais de origem africana na maior parte deles, seja pela quase total ausencia de museus exclusivamente dedicados a cultura afro no Brasil. Por outro lado, apresenta alguns casos de patrimonios imateriais afro-brasileiros realcados pela aplicacao do instrumento de tutela juridica federal denominado ‘registro de bens culturais de natureza imaterial’ e algumas de suas implicacoes. Finalmente, como caso emblematico de resistencias e apagamentos, este artigo discorrera sobre o Porto Maravilha, no Rio de Janeiro, um espaco restrito e proficuo em referencias veladas ou nao a esta face da nossa historia.","PeriodicalId":38872,"journal":{"name":"Boletimdo Museu Paraense Emilio Goeldi:Ciencias Humanas","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-08-09","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"48956557","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-07-26DOI: 10.1590/2178-2547-bgoeldi-2019-0153
Marjorie Lima, Maurício André da Silva, Silvia Cunha Lima, Mariana Franco Cassino, E. Tamanaha
Resumo As relações das pessoas com as coisas e os sítios arqueológicos no contexto amazônico é extremamente plural e contextual. A cada comunidade, pesquisadores e pesquisadoras aprendem outras formas de pensar as intrínsecas relações entre passado e presente. O Laboratório de Arqueologia do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá tem primado por uma atuação interdisciplinar para o desenvolvimento de ações e pesquisas com as comunidades ribeirinhas nas áreas de proteção. Neste artigo, abordamos as práticas arqueológicas e a salvaguarda do patrimônio em contextos comunitários. Por meio da arqueologia, da conservação arqueológica e da educação, refletimos sobre nosso papel como profissionais que atuam a partir de diferentes saberes e grupos de interesse, onde valores, significados e resultados são revisitados a todo momento em que novas colaborações são estabelecidas, seja entre pesquisas acadêmicas, seja entre agentes da comunidade. Para isso, discute-se os trabalhos desenvolvidos em Boa Esperança, localizada na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Amanã, que recebe arqueólogos e arqueólogas desde 2006. Consideramos que a pesquisa se transformou pelo contexto comunitário e pela ampliação do envolvimento de diferentes agentes, reorientando nossas ações em busca de alternativas de médio e longo prazo para a gestão colaborativa e sustentável do patrimônio arqueológico amazônico.
{"title":"Desafios das práticas arqueológicas e da preservação: dinâmicas socioculturais sobre e nos entornos dos sítios arqueológicos na Amazônia","authors":"Marjorie Lima, Maurício André da Silva, Silvia Cunha Lima, Mariana Franco Cassino, E. Tamanaha","doi":"10.1590/2178-2547-bgoeldi-2019-0153","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/2178-2547-bgoeldi-2019-0153","url":null,"abstract":"Resumo As relações das pessoas com as coisas e os sítios arqueológicos no contexto amazônico é extremamente plural e contextual. A cada comunidade, pesquisadores e pesquisadoras aprendem outras formas de pensar as intrínsecas relações entre passado e presente. O Laboratório de Arqueologia do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá tem primado por uma atuação interdisciplinar para o desenvolvimento de ações e pesquisas com as comunidades ribeirinhas nas áreas de proteção. Neste artigo, abordamos as práticas arqueológicas e a salvaguarda do patrimônio em contextos comunitários. Por meio da arqueologia, da conservação arqueológica e da educação, refletimos sobre nosso papel como profissionais que atuam a partir de diferentes saberes e grupos de interesse, onde valores, significados e resultados são revisitados a todo momento em que novas colaborações são estabelecidas, seja entre pesquisas acadêmicas, seja entre agentes da comunidade. Para isso, discute-se os trabalhos desenvolvidos em Boa Esperança, localizada na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Amanã, que recebe arqueólogos e arqueólogas desde 2006. Consideramos que a pesquisa se transformou pelo contexto comunitário e pela ampliação do envolvimento de diferentes agentes, reorientando nossas ações em busca de alternativas de médio e longo prazo para a gestão colaborativa e sustentável do patrimônio arqueológico amazônico.","PeriodicalId":38872,"journal":{"name":"Boletimdo Museu Paraense Emilio Goeldi:Ciencias Humanas","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-07-26","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"49433696","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-06-21DOI: 10.1590/2178-2547-bgoeldi-2020-0055
Marcel Mano
Resumo Este artigo quer intervir na discussão sobre as políticas e estratégias indígenas dos contatos a partir de um contexto concreto: o dos aldeamentos de grupos ‘Cayapó’, em Goiás, entre 1781 e 1832. Com base na análise de parte de uma documentação histórica para o período, é proposto que a aparente conversão esconde processos nos quais atuaram não apenas mudanças, mas continuidades e criações. Se o choque do contato era historicamente inevitável, a política dos indígenas durante o período dos aldeamentos mostrou como esses grupos agiram entre as necessidades das circunstâncias e as contingências das escolhas. Por isso, no diálogo entre a Antropologia e a História, o artigo pretende mostrar como essa história indígena desenhou diferentes rotas e linhas de ação.
{"title":"Entre necessidades e contingências: políticas indígenas nos sertões de Goiás (1781-1832)","authors":"Marcel Mano","doi":"10.1590/2178-2547-bgoeldi-2020-0055","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/2178-2547-bgoeldi-2020-0055","url":null,"abstract":"Resumo Este artigo quer intervir na discussão sobre as políticas e estratégias indígenas dos contatos a partir de um contexto concreto: o dos aldeamentos de grupos ‘Cayapó’, em Goiás, entre 1781 e 1832. Com base na análise de parte de uma documentação histórica para o período, é proposto que a aparente conversão esconde processos nos quais atuaram não apenas mudanças, mas continuidades e criações. Se o choque do contato era historicamente inevitável, a política dos indígenas durante o período dos aldeamentos mostrou como esses grupos agiram entre as necessidades das circunstâncias e as contingências das escolhas. Por isso, no diálogo entre a Antropologia e a História, o artigo pretende mostrar como essa história indígena desenhou diferentes rotas e linhas de ação.","PeriodicalId":38872,"journal":{"name":"Boletimdo Museu Paraense Emilio Goeldi:Ciencias Humanas","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-06-21","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"43583680","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-06-21DOI: 10.1590/2178-2547-bgoeldi-2020-0041
Eduardo de Almeida Navarro
Resumo Um aspecto da toponímia brasileira de origem tupi nunca foi devidamente analisado, a saber, a existência de nomes que incluem a posposição tupi -pe, que significa ‘em’, ‘para’ (por exemplo, Sergipe, Iguape, Itaípe, Jacuípe etc.). Às vezes, tal posposição tupi realiza-se em português em -be: Capibaribe, Peruíbe, Camaragibe etc. Antônio Lemos Barbosa (1937), importante acadêmico do século XX, foi quem primeiro chamou a atenção para a existência de tais topônimos, buscando explicá-los. Ele atribuiu o surgimento desse fato linguístico aos colonos, e não aos índios tupis da costa dos primeiros séculos do Brasil. Nosso objetivo aqui foi o de verificar a veracidade dessa explicação apresentada por Barbosa. Por meio de análise de textos quinhentistas e seiscentistas e de comparação com outras línguas indígenas, pôde-se comprovar que o fenômeno em questão tem origem no próprio tupi antigo e que aqueles nomes de lugares são alguns dos mais antigos do território brasileiro.
{"title":"Os topônimos com a posposição tupi -pe no território brasileiro","authors":"Eduardo de Almeida Navarro","doi":"10.1590/2178-2547-bgoeldi-2020-0041","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/2178-2547-bgoeldi-2020-0041","url":null,"abstract":"Resumo Um aspecto da toponímia brasileira de origem tupi nunca foi devidamente analisado, a saber, a existência de nomes que incluem a posposição tupi -pe, que significa ‘em’, ‘para’ (por exemplo, Sergipe, Iguape, Itaípe, Jacuípe etc.). Às vezes, tal posposição tupi realiza-se em português em -be: Capibaribe, Peruíbe, Camaragibe etc. Antônio Lemos Barbosa (1937), importante acadêmico do século XX, foi quem primeiro chamou a atenção para a existência de tais topônimos, buscando explicá-los. Ele atribuiu o surgimento desse fato linguístico aos colonos, e não aos índios tupis da costa dos primeiros séculos do Brasil. Nosso objetivo aqui foi o de verificar a veracidade dessa explicação apresentada por Barbosa. Por meio de análise de textos quinhentistas e seiscentistas e de comparação com outras línguas indígenas, pôde-se comprovar que o fenômeno em questão tem origem no próprio tupi antigo e que aqueles nomes de lugares são alguns dos mais antigos do território brasileiro.","PeriodicalId":38872,"journal":{"name":"Boletimdo Museu Paraense Emilio Goeldi:Ciencias Humanas","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-06-21","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"47308476","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-05-14DOI: 10.1590/2178-2547-BGOELDI-2019-0145
Suiane de Sousa Santos, Alba Pereira Pinto, Anne Rapp Py-Daniel
Resumo Desde o inicio dos estudos sobre a formacao do registro arqueologico, vem se buscando ferramentas para acessar os processos de deposicao e de transformacao desses locais ao longo do tempo. A experimentacao com o objetivo de reproduzir contextos arqueologicos, apesar de amplamente utilizada em algumas regioes, ainda foi pouco explorada em contextos amazonicos, que possuem processos tafonomicos especificos. Este trabalho visa, atraves da experimentacao, testar algumas das variaveis estabelecidas em regioes temperadas para movimentacao e preservacao de material osseo, buscando entender tanto suas validades para a Amazonia quanto as dinâmicas especificas dos microcontextos. Foram utilizados galinhas e materiais de acompanhamento para estruturar os ensaios, enterrados e deixados em superficie. Os resultados apontam para fatores extrinsecos conhecidos, como a presenca de raizes de plantas, o contato direto ou nao com o solo e outros, mas cujas dinâmicas em contexto amazonico parecem amplificadas. Ao final, propomos que as observacoes obtidas podem ser significativas para a arqueologia amazonica como um todo.
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