Pub Date : 2022-04-01DOI: 10.24140/issn.1645-7250.rle56.07
Teresa Teixeira Lopo, L. Borges
Neste artigo procuramos reconstituir o processo de decisão política sobre a entrada de Portugal no PISA (Programme for International Student Assessment), no arco temporal que mediou entre a tomada de posse do XIII Governo Constitucional, em 1995, e a divulgação, em 2001, dos resultados da primeira participação dos alunos portugueses neste inquérito internacional. Do ponto de vista metodológico, privilegiou-se uma abordagem qualitativa centrada na análise compreensiva de documentos de política educativa, incluindo textos legais (e.g., decretos-lei, decretos regulamentares, portarias), programa de governo, discursos de apresentação e debates parlamentares realizados em seu torno e, ainda, entrevistas em profundidade a atores políticos relevantes em cargos governamentais no período em estudo e a dirigentes envolvidos na coordenação da primeira participação portuguesa no PISA. Do ponto de vista teórico, mobilizaram-se contributos sobre, por um lado, a emergência, mobilização e disseminação das avaliações internacionais de larga escala e, por outro, sobre os fundamentos da participação dos países nessas avaliações. Os resultados da nossa análise sugerem que a decisão política sobre a participação de Portugal no PISA, que não foi unânime, terá sido tomada por emulação normativa e visou consolidar uma direção particular da agenda da política educativa nacional.
{"title":"A tomada de decisão política sobre a participação no PISA: Portugal à procura de uma pertença global","authors":"Teresa Teixeira Lopo, L. Borges","doi":"10.24140/issn.1645-7250.rle56.07","DOIUrl":"https://doi.org/10.24140/issn.1645-7250.rle56.07","url":null,"abstract":"Neste artigo procuramos reconstituir o processo de decisão política sobre a entrada de Portugal no PISA (Programme for International Student Assessment), no arco temporal que mediou entre a tomada de posse do XIII Governo Constitucional, em 1995, e a divulgação, em 2001, dos resultados da primeira participação dos alunos portugueses neste inquérito internacional. Do ponto de vista metodológico, privilegiou-se uma abordagem qualitativa centrada na análise compreensiva de documentos de política educativa, incluindo textos legais (e.g., decretos-lei, decretos regulamentares, portarias), programa de governo, discursos de apresentação e debates parlamentares realizados em seu torno e, ainda, entrevistas em profundidade a atores políticos relevantes em cargos governamentais no período em estudo e a dirigentes envolvidos na coordenação da primeira participação portuguesa no PISA. Do ponto de vista teórico, mobilizaram-se contributos sobre, por um lado, a emergência, mobilização e disseminação das avaliações internacionais de larga escala e, por outro, sobre os fundamentos da participação dos países nessas avaliações. Os resultados da nossa análise sugerem que a decisão política sobre a participação de Portugal no PISA, que não foi unânime, terá sido tomada por emulação normativa e visou consolidar uma direção particular da agenda da política educativa nacional.","PeriodicalId":39972,"journal":{"name":"Revista Lusofona de Educacao","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-04-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"69109744","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-04-01DOI: 10.24140/issn.1645-7250.rle56.05
G. Nata, E. Enchikova, Cibelle Toledo, Tiago Neves
Promoting equity has been and still is a fundamental challenge for educational systems around the world. While PISA has a stated goal of sharing information and guidance to shape national policies for achieving greater socio-economic equity, its actual role and the outcomes of the program are subject to much debate. This paper presents a scoping review of the available literature that focuses on the relationship between PISA implementation and (socio-economic educational) equity change. This review is twofold, including both (i) quantitative research aimed at gauging changes in equity indicators using PISA datasets, as well as (ii) qualitative research that discusses PISA’s impact on educational equity. Major databases were systematically searched, yielding 1180 hits. After independent assessment by different judges, a total of 51 articles met the criteria for inclusion, 27 of which qualitative and 34 quantitative. Analysis of the qualitative and quantitative literature is presented separately, both in tabular and narrative form, allowing the assessment of the amount, nature, and scope of the available literature and related gaps.
{"title":"PISA and equity change: a scoping review","authors":"G. Nata, E. Enchikova, Cibelle Toledo, Tiago Neves","doi":"10.24140/issn.1645-7250.rle56.05","DOIUrl":"https://doi.org/10.24140/issn.1645-7250.rle56.05","url":null,"abstract":"Promoting equity has been and still is a fundamental challenge for educational systems around the world. While PISA has a stated goal of sharing information and guidance to shape national policies for achieving greater socio-economic equity, its actual role and the outcomes of the program are subject to much debate. This paper presents a scoping review of the available literature that focuses on the relationship between PISA implementation and (socio-economic educational) equity change. This review is twofold, including both (i) quantitative research aimed at gauging changes in equity indicators using PISA datasets, as well as (ii) qualitative research that discusses PISA’s impact on educational equity. Major databases were systematically searched, yielding 1180 hits. After independent assessment by different judges, a total of 51 articles met the criteria for inclusion, 27 of which qualitative and 34 quantitative. Analysis of the qualitative and quantitative literature is presented separately, both in tabular and narrative form, allowing the assessment of the amount, nature, and scope of the available literature and related gaps.","PeriodicalId":39972,"journal":{"name":"Revista Lusofona de Educacao","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-04-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"69109868","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-03-22DOI: 10.24140/issn.1645-7250.rle54.edit
António Teodoro, José Brás, M. Gonçalves
EDITORIAL Du 23 au 28 janvier 2003, le Forum Social Mondial se tiendra pour la 3ème fois à Porto Alegre (Brésil), ville symbole connue pour ses expériences en matière de budget participatif. En Amérique latine, depuis des dizaines d’années, mouvements populaires et citoyens de base se mobilisent en faveur de la démocratie, participent étroitement à la vie locale de leurs quartiers, villes et villages, innovent dans le champ du social. A l’heure où le terme de « démocratie participative » émerge timidement dans l’espace institutionnel français, en quoi les expériences de pays latino-américains peuvent-elles nous inspirer et nous interroger? Quels enseignements pouvons-nous en tirer pour notre territoire ? Quelles pistes de mise en œuvre nous indiquentelles ?
{"title":"Editorial","authors":"António Teodoro, José Brás, M. Gonçalves","doi":"10.24140/issn.1645-7250.rle54.edit","DOIUrl":"https://doi.org/10.24140/issn.1645-7250.rle54.edit","url":null,"abstract":"EDITORIAL Du 23 au 28 janvier 2003, le Forum Social Mondial se tiendra pour la 3ème fois à Porto Alegre (Brésil), ville symbole connue pour ses expériences en matière de budget participatif. En Amérique latine, depuis des dizaines d’années, mouvements populaires et citoyens de base se mobilisent en faveur de la démocratie, participent étroitement à la vie locale de leurs quartiers, villes et villages, innovent dans le champ du social. A l’heure où le terme de « démocratie participative » émerge timidement dans l’espace institutionnel français, en quoi les expériences de pays latino-américains peuvent-elles nous inspirer et nous interroger? Quels enseignements pouvons-nous en tirer pour notre territoire ? Quelles pistes de mise en œuvre nous indiquentelles ?","PeriodicalId":39972,"journal":{"name":"Revista Lusofona de Educacao","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-03-22","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"48337623","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-03-22DOI: 10.24140/issn.1645-7250.rle54.09
A. Borralho, Joana Latas, Elsa Barbosa
Este artigo retrata um estudo investigativo com o propósito de melhorar as competências dos alunos santomenses na disciplina de Matemática no ensino secundário. A opção metodológica assentou no paradigma interpretativo, com recurso a uma abordagem qualitativa, uma vez que envolveu a análise de um determinado contexto educativo com base na interpretação discursiva, observacional e documental. Os resultados sugeriram desafios que se colocam ao sistema educativo santomense a nível de uma ação concertada e sustentável de componentes relacionados com o currículo, os professores, os alunos e a escola.
{"title":"Desafios na educação matemática do ensino secundário em São Tomé e Príncipe: uma visão integradora","authors":"A. Borralho, Joana Latas, Elsa Barbosa","doi":"10.24140/issn.1645-7250.rle54.09","DOIUrl":"https://doi.org/10.24140/issn.1645-7250.rle54.09","url":null,"abstract":"Este artigo retrata um estudo investigativo com o propósito de melhorar as competências dos alunos santomenses na disciplina de Matemática no ensino secundário. A opção metodológica assentou no paradigma interpretativo, com recurso a uma abordagem qualitativa, uma vez que envolveu a análise de um determinado contexto educativo com base na interpretação discursiva, observacional e documental. Os resultados sugeriram desafios que se colocam ao sistema educativo santomense a nível de uma ação concertada e sustentável de componentes relacionados com o currículo, os professores, os alunos e a escola.","PeriodicalId":39972,"journal":{"name":"Revista Lusofona de Educacao","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-03-22","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"69108447","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-03-22DOI: 10.24140/issn.1645-7250.rle54.05
Rui Silva, Joana Oliveira
O presente artigo analisa a utilização da rede social Twitter, enquanto plataforma, por organismos internacionais na mediação das políticas educativas. Para tal selecionou-se a Parceria Global pela Educação pelo papel preponderante que este fundo tem no apoio ao setor da educação aos países do Sul Global, em particular nos países da África Subsariana. Desta forma, investigou-se a conta oficial do Twitter da Parceria Global para a Educação (@GPforEducation), procurando analisar as tendências das publicações, mas também os utilizadores (indivíduos e instituições) mencionados e as agendas veiculadas, recorrendo à análise de conteúdo e à análise automática de frequência de palavras dos tweets utilizando o software NodeXL. O artigo argumenta que os temas dos tweets são diversos e tentam acomodar várias agendas, como o direito à educação e a educação como um investimento. Conclui que os utilizadores mencionados nos tweets que apresentam maior frequência são as instituições esperadas, não acontecendo o mesmo com os utilizadores institucionais com menor frequência, onde surgem também atores privados. É ainda possível concluir que os países da África Subsariana têm preponderância nos tweets, bem como as questões inerentes ao género e à educação das meninas.
{"title":"A Parceria Global para a Educação no Twitter: análise das tendências e das agendas veiculadas","authors":"Rui Silva, Joana Oliveira","doi":"10.24140/issn.1645-7250.rle54.05","DOIUrl":"https://doi.org/10.24140/issn.1645-7250.rle54.05","url":null,"abstract":"O presente artigo analisa a utilização da rede social Twitter, enquanto plataforma, por organismos internacionais na mediação das políticas educativas. Para tal selecionou-se a Parceria Global pela Educação pelo papel preponderante que este fundo tem no apoio ao setor da educação aos países do Sul Global, em particular nos países da África Subsariana. Desta forma, investigou-se a conta oficial do Twitter da Parceria Global para a Educação (@GPforEducation), procurando analisar as tendências das publicações, mas também os utilizadores (indivíduos e instituições) mencionados e as agendas veiculadas, recorrendo à análise de conteúdo e à análise automática de frequência de palavras dos tweets utilizando o software NodeXL. O artigo argumenta que os temas dos tweets são diversos e tentam acomodar várias agendas, como o direito à educação e a educação como um investimento. Conclui que os utilizadores mencionados nos tweets que apresentam maior frequência são as instituições esperadas, não acontecendo o mesmo com os utilizadores institucionais com menor frequência, onde surgem também atores privados. É ainda possível concluir que os países da África Subsariana têm preponderância nos tweets, bem como as questões inerentes ao género e à educação das meninas.","PeriodicalId":39972,"journal":{"name":"Revista Lusofona de Educacao","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-03-22","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"69108402","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-03-22DOI: 10.24140/issn.1645-7250.rle54.02
M. J. Carvalho
O artigo, de natureza reflexiva, parte do pressuposto de que a organização escolar não foi capaz de ficar imune à hegemonia da racionalidade instrumental, a mesma que também se faz sentir em outras áreas da atividade humana, pelo que o nosso propósito visou revelar a sua reconfiguração e ressemantização enquanto mecanismos que a legitimam e naturalizam, intensificando a burocracia, da qual é expressão. Nesse sentido, sublinhamos a centralidade das plataformas informáticas enquanto mecanismo de controlo, ao mesmo tempo que se intensifica a hierarquização em termos de tomada de decisão, validando a ideia de que os atores educativos são instrumentalizados ao converterem-se em meios de perseguir os objetivos organizacionais. Damos conta de uma perspetiva mercantil inclusa no conceito de qualidade, que se mede em termos de resultados, e da competição que adquire estatuto de educação pedagógica, pois ao serviço do aumento da eficiência. A par destes aspetos consideramos a questão do diretor escolar, por reconhecermos a sua aproximação à figura do gestor tecnocrata, e os agrupamentos de escolas como resposta a uma lógica administrativa e racionalizadora. Fazemos alusão a Freire, Dewey e Illich pela recusa de uma educação que, em vez de emancipar, domestica e instrumentaliza.
{"title":"A colonização da Escola pela racionalidade instrumental","authors":"M. J. Carvalho","doi":"10.24140/issn.1645-7250.rle54.02","DOIUrl":"https://doi.org/10.24140/issn.1645-7250.rle54.02","url":null,"abstract":"O artigo, de natureza reflexiva, parte do pressuposto de que a organização escolar não foi capaz de ficar imune à hegemonia da racionalidade instrumental, a mesma que também se faz sentir em outras áreas da atividade humana, pelo que o nosso propósito visou revelar a sua reconfiguração e ressemantização enquanto mecanismos que a legitimam e naturalizam, intensificando a burocracia, da qual é expressão. Nesse sentido, sublinhamos a centralidade das plataformas informáticas enquanto mecanismo de controlo, ao mesmo tempo que se intensifica a hierarquização em termos de tomada de decisão, validando a ideia de que os atores educativos são instrumentalizados ao converterem-se em meios de perseguir os objetivos organizacionais. Damos conta de uma perspetiva mercantil inclusa no conceito de qualidade, que se mede em termos de resultados, e da competição que adquire estatuto de educação pedagógica, pois ao serviço do aumento da eficiência. A par destes aspetos consideramos a questão do diretor escolar, por reconhecermos a sua aproximação à figura do gestor tecnocrata, e os agrupamentos de escolas como resposta a uma lógica administrativa e racionalizadora. Fazemos alusão a Freire, Dewey e Illich pela recusa de uma educação que, em vez de emancipar, domestica e instrumentaliza.","PeriodicalId":39972,"journal":{"name":"Revista Lusofona de Educacao","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-03-22","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"69108710","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-03-22DOI: 10.24140/issn.1645-7250.rle54.03
F. Luz, Mariana Maciel Fonseca, Dulce Franco
A Comissão Europeia, no Plano de Ação para a Educação Digital 2021-2027. Reconfigurar a educação e a formação para a era digital (2020), sublinha a necessidade de explorar o potencial das tecnologias digitais para a aprendizagem e o ensino e desenvolver competências digitais para todos. Nesta era digital, a educação tem um papel essencial na modificação da sociedade, assim como, a tecnologia. Juntas compreendem uma dimensão fundamental de mudança social, já que a evolução e a transformação das sociedades são construídas por meio da interação complexa de fatores culturais, económicos, políticos e tecnológicos. Face a este enquadramento, os objetivos que nortearam esta investigação foram captar e comparar as perceções de estudantes do ensino superior privado (universitário e politécnico) sobre o ensino remoto nas aprendizagens e analisar o impacto desta modalidade de ensino nas competências socioemocionais e digitais. Para conduzir este estudo, a metodologia utilizada foi a construção e aplicação de um questionário a estudantes de diferentes cursos de duas instituições de ensino superior privadas. A amostra foi intencional (Creswell, 2014). Os dados foram recolhidos via questionário on-line, composto por questões de escolha múltipla e abertas. Os resultados deste estudo mostram que as medidas de confinamento impostas afetaram a forma de estar, de aprender e de ensinar. E que os estudantes inquiridos apresentam uma similaridade em termos de competências socioemocionais mas divergente no respeitante a competências digitais. Defendem, na sua grande maioria, uma aposta inequívoca no ensino híbrido. Por esta investigação, de carácter exploratório, podemos concluir que a utilização das tecnologias, exploradas nas aulas on-line, representam uma grande possibilidade de dinamização do ensino pós-pandemia, e que as competências digitais são estrategicamente importantes no contexto das transições ecológica e digital.
{"title":"Impactos do ensino remoto no ensino superior privado em Portugal: competências socioemocionais e digitais","authors":"F. Luz, Mariana Maciel Fonseca, Dulce Franco","doi":"10.24140/issn.1645-7250.rle54.03","DOIUrl":"https://doi.org/10.24140/issn.1645-7250.rle54.03","url":null,"abstract":"A Comissão Europeia, no Plano de Ação para a Educação Digital 2021-2027. Reconfigurar a educação e a formação para a era digital (2020), sublinha a necessidade de explorar o potencial das tecnologias digitais para a aprendizagem e o ensino e desenvolver competências digitais para todos. Nesta era digital, a educação tem um papel essencial na modificação da sociedade, assim como, a tecnologia. Juntas compreendem uma dimensão fundamental de mudança social, já que a evolução e a transformação das sociedades são construídas por meio da interação complexa de fatores culturais, económicos, políticos e tecnológicos. Face a este enquadramento, os objetivos que nortearam esta investigação foram captar e comparar as perceções de estudantes do ensino superior privado (universitário e politécnico) sobre o ensino remoto nas aprendizagens e analisar o impacto desta modalidade de ensino nas competências socioemocionais e digitais. Para conduzir este estudo, a metodologia utilizada foi a construção e aplicação de um questionário a estudantes de diferentes cursos de duas instituições de ensino superior privadas. A amostra foi intencional (Creswell, 2014). Os dados foram recolhidos via questionário on-line, composto por questões de escolha múltipla e abertas. Os resultados deste estudo mostram que as medidas de confinamento impostas afetaram a forma de estar, de aprender e de ensinar. E que os estudantes inquiridos apresentam uma similaridade em termos de competências socioemocionais mas divergente no respeitante a competências digitais. Defendem, na sua grande maioria, uma aposta inequívoca no ensino híbrido. Por esta investigação, de carácter exploratório, podemos concluir que a utilização das tecnologias, exploradas nas aulas on-line, representam uma grande possibilidade de dinamização do ensino pós-pandemia, e que as competências digitais são estrategicamente importantes no contexto das transições ecológica e digital.","PeriodicalId":39972,"journal":{"name":"Revista Lusofona de Educacao","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-03-22","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"69108762","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-03-22DOI: 10.24140/issn.1645-7250.rle54.01
Carolina Lúrago, Maria Helena Araújo e Sá, A. Silva
Os desafios contemporâneos exigem uma educação que proporcione instrumentos para o exercício da cidadania ativa nas várias esferas de atuação dos indivíduos. Reconhecendo-se as novas práticas de literacia e visando incluir as pessoas surdas no mundo plural e multimodal, desenvolvemos um estudo sobre os efeitos de um Programa de Intercompreensão em Línguas (PIL) no incremento das multiliteracias deste público, com vista à sua emancipação e exercício de cidadania. O estudo se insere numa perspetiva de educação para todos, assente na valorização e diálogo com a diversidade, no espírito crítico e na mobilização dos saberes e experiências pessoais. O PIL interseta trabalhos sobre a aplicação pedagógica da intercompreensão, perspetivas das literacias plurilíngues dos surdos e quadros teóricos e heurísticos desenvolvidos por projetos europeus sobre intercompreensão. Neste artigo, descrevemos o processo de concepção do PIL, o referencial teórico que o embasa, seu processo de validação e estrutura.
{"title":"Intercompreensão em línguas para surdos: uma proposta para o desenvolvimento das multiliteracias","authors":"Carolina Lúrago, Maria Helena Araújo e Sá, A. Silva","doi":"10.24140/issn.1645-7250.rle54.01","DOIUrl":"https://doi.org/10.24140/issn.1645-7250.rle54.01","url":null,"abstract":"Os desafios contemporâneos exigem uma educação que proporcione instrumentos para o exercício da cidadania ativa nas várias esferas de atuação dos indivíduos. Reconhecendo-se as novas práticas de literacia e visando incluir as pessoas surdas no mundo plural e multimodal, desenvolvemos um estudo sobre os efeitos de um Programa de Intercompreensão em Línguas (PIL) no incremento das multiliteracias deste público, com vista à sua emancipação e exercício de cidadania. O estudo se insere numa perspetiva de educação para todos, assente na valorização e diálogo com a diversidade, no espírito crítico e na mobilização dos saberes e experiências pessoais. O PIL interseta trabalhos sobre a aplicação pedagógica da intercompreensão, perspetivas das literacias plurilíngues dos surdos e quadros teóricos e heurísticos desenvolvidos por projetos europeus sobre intercompreensão. Neste artigo, descrevemos o processo de concepção do PIL, o referencial teórico que o embasa, seu processo de validação e estrutura.","PeriodicalId":39972,"journal":{"name":"Revista Lusofona de Educacao","volume":"29 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-03-22","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"69108644","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-03-22DOI: 10.24140/issn.1645-7250.rle54.10
António Valter Chisingui, Nilza Costa
O estudo decorre de um outro desenvolvido pelos autores que pretendeu compreender a forma como um Curso de Formação Inicial de Professores de Biologia numa instituição pública angolana era concebido e operacionalizado atendendo a orientações curriculares e formativas internacionais e nacionais. Tendo em vista aprofundar esse estudo, e focando-nos, agora, nos formadores e na relevância atribuída à integração das Agendas 2030 (ONU, 2015) e 2063 (CUA, 2015) no currículo, colocou-se a seguinte questão de investigação: em que medida os formadores incluem no currículo orientações emergentes dessas agendas e, se sim, como? Para responder à questão concebeu-se, e validou-se um questionário aplicado a todos os formadores (N=16), tendo-se obtido 14 respostas. Os dados foram tratados por estatística simples e análise de conteúdo. Os principais resultados sugerem que, apesar da maioria dos respondentes terem um conhecimento reduzido dessas orientações, existem algumas evidências que podem potenciar a sua integração (por exemplo, os objetivos formativos privilegiados, práticas relatadas de alguns dos formadores, vontade manifestada de que essas orientações sejam discutidas). Assim, sugere-se a necessidade de se desenvolver uma cultura institucional que valorize o conhecimento, a reflexão, e a operacionalização curricular, conforme recomendado pela literatura, de modo a promover uma educação para a sustentabilidade tendo em conta a sua complexidade.
{"title":"Formação inicial de professores de biologia numa instituição angolana: conceções dos formadores sobre a integração de Agendas Internacionais","authors":"António Valter Chisingui, Nilza Costa","doi":"10.24140/issn.1645-7250.rle54.10","DOIUrl":"https://doi.org/10.24140/issn.1645-7250.rle54.10","url":null,"abstract":"O estudo decorre de um outro desenvolvido pelos autores que pretendeu compreender a forma como um Curso de Formação Inicial de Professores de Biologia numa instituição pública angolana era concebido e operacionalizado atendendo a orientações curriculares e formativas internacionais e nacionais. Tendo em vista aprofundar esse estudo, e focando-nos, agora, nos formadores e na relevância atribuída à integração das Agendas 2030 (ONU, 2015) e 2063 (CUA, 2015) no currículo, colocou-se a seguinte questão de investigação: em que medida os formadores incluem no currículo orientações emergentes dessas agendas e, se sim, como? Para responder à questão concebeu-se, e validou-se um questionário aplicado a todos os formadores (N=16), tendo-se obtido 14 respostas. Os dados foram tratados por estatística simples e análise de conteúdo. Os principais resultados sugerem que, apesar da maioria dos respondentes terem um conhecimento reduzido dessas orientações, existem algumas evidências que podem potenciar a sua integração (por exemplo, os objetivos formativos privilegiados, práticas relatadas de alguns dos formadores, vontade manifestada de que essas orientações sejam discutidas). Assim, sugere-se a necessidade de se desenvolver uma cultura institucional que valorize o conhecimento, a reflexão, e a operacionalização curricular, conforme recomendado pela literatura, de modo a promover uma educação para a sustentabilidade tendo em conta a sua complexidade.","PeriodicalId":39972,"journal":{"name":"Revista Lusofona de Educacao","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-03-22","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"69108451","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}