Pub Date : 2023-04-28DOI: 10.11606/issn.2236-4242.v36i1p115-129
Antônio Lopes Nogueira da Silva, Martin Jayo
As ruas que cortam uma cidade guardam diferentes histórias. O topônimo fixado ali torna-se uma pista para que seja(m) desenterrada(s) a(s) memória(s) do lugar. Ao escrever em sua obra memorialística Baú de Ossos sobre a rua hoje extinta cujo derradeiro nome foi General Câmara, o escritor Pedro Nava nos conta histórias da cidade velha do Rio de Janeiro que não estão mais ancoradas na paisagem local. Guiado pelo livro de Nava, este trabalho percorre essa rua buscando a relação entre os diferentes topônimos mencionados pelo autor e o passado da via e da cidade, além de precisar o que foi destruído para a construção de uma avenida – e o que se mantém até hoje.
穿过城市的街道承载着不同的故事。固定在那里的地名成为一个线索,以便(m)挖掘(s)到(s)记忆(s)的地方。作家佩德罗·纳瓦(Pedro Nava)在他的回忆录《bou de Ossos sobre a rua》(最后的名字是General camara)中,讲述了里约热内卢里约热内卢老城区的故事,这些故事不再扎根于当地的景观中。在纳瓦的书的指导下,这项工作沿着这条街道进行,寻找作者提到的不同地名与道路和城市的过去之间的关系,并确定为建造一条大道而破坏的东西——以及至今仍保留的东西。
{"title":"De Gonçalo Gonçalves a General Câmara, topônimos soterrados: Pedro Nava e a memória que descansa sob asfalto de larguíssima avenida","authors":"Antônio Lopes Nogueira da Silva, Martin Jayo","doi":"10.11606/issn.2236-4242.v36i1p115-129","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/issn.2236-4242.v36i1p115-129","url":null,"abstract":"As ruas que cortam uma cidade guardam diferentes histórias. O topônimo fixado ali torna-se uma pista para que seja(m) desenterrada(s) a(s) memória(s) do lugar. Ao escrever em sua obra memorialística Baú de Ossos sobre a rua hoje extinta cujo derradeiro nome foi General Câmara, o escritor Pedro Nava nos conta histórias da cidade velha do Rio de Janeiro que não estão mais ancoradas na paisagem local. Guiado pelo livro de Nava, este trabalho percorre essa rua buscando a relação entre os diferentes topônimos mencionados pelo autor e o passado da via e da cidade, além de precisar o que foi destruído para a construção de uma avenida – e o que se mantém até hoje.","PeriodicalId":40599,"journal":{"name":"Linha d Agua","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-04-28","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"64369407","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-04-28DOI: 10.11606/issn.2236-4242.v36i1p183-202
Jose Jorge Mahumane, Joel das Neves Tembe
Tomando como casos de estudos certos topônimos coloniais e pós-coloniais da cidade de Maputo (antes Lourenço Marques), argumentamos que o novo governo de Moçambique independente usou a mudança da toponímia como forma de apagar os vestígios do colonialismo em lugares estratégicos e de maior visibilidade. Ao mesmo tempo, tolerava os topônimos “apolíticos” ou de menor carga política do período colonial. As mudanças visavam inscrever memórias e identidades ligadas ao passado e ao presente do novo regime. Sustentamos que, nos casos analisados, há a permanência ou o uso não oficial de topônimos ilegais e extintos. Esta questão é abordada à luz da memória, do hábito, e das ações político-estratégicas do governo. Este artigo é de natureza qualitativa e se baseia em fontes primárias e secundárias, em entrevistas e observações pessoais. Todas as fontes foram abordadas de forma crítica tendo em conta os objetivos e juízos de valores daqueles que os produziram.
{"title":"A Persistência ou o Uso Não Oficial de Topônimos Coloniais na Cidade de Maputo, Moçambique","authors":"Jose Jorge Mahumane, Joel das Neves Tembe","doi":"10.11606/issn.2236-4242.v36i1p183-202","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/issn.2236-4242.v36i1p183-202","url":null,"abstract":"Tomando como casos de estudos certos topônimos coloniais e pós-coloniais da cidade de Maputo (antes Lourenço Marques), argumentamos que o novo governo de Moçambique independente usou a mudança da toponímia como forma de apagar os vestígios do colonialismo em lugares estratégicos e de maior visibilidade. Ao mesmo tempo, tolerava os topônimos “apolíticos” ou de menor carga política do período colonial. As mudanças visavam inscrever memórias e identidades ligadas ao passado e ao presente do novo regime. Sustentamos que, nos casos analisados, há a permanência ou o uso não oficial de topônimos ilegais e extintos. Esta questão é abordada à luz da memória, do hábito, e das ações político-estratégicas do governo. Este artigo é de natureza qualitativa e se baseia em fontes primárias e secundárias, em entrevistas e observações pessoais. Todas as fontes foram abordadas de forma crítica tendo em conta os objetivos e juízos de valores daqueles que os produziram.","PeriodicalId":40599,"journal":{"name":"Linha d Agua","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-04-28","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"49524822","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-04-28DOI: 10.11606/issn.2236-4242.v36i1p21-39
Fernanda Kelly Mineiro Fernandes, Soélis Teixeira do Prado Mendes
Nosso objetivo é resgatar parte da memória cultural da setecentista Vila Rica, hoje Ouro Preto, por meio da análise do topônimo “Cabeças”, nome atribuído a um dos bairros ouro-pretanos mais antigos. Com base nos estudos onomásticos e nas narrativas dos moradores, discutimos aspectos que extrapolam dados linguísticos e que estão presentes na nomeação de topônimos. A análise dos dados nos mostrou que a configuração geográfica e a posição da localidade em relação à Vila motivaram a escolha toponímica. Assim, podemos afirmar que, com a recuperação dos contextos histórico, cultural, geográfico e social, que propiciaram a criação do topônimo sob análise, foi possível recuperar-lhe o significado ao trazermos à tona informações subjacentes ao nome e em que situação ele foi atribuído à localidade.
{"title":"O resgate da memória: o topônimo do bairro ouro-pretano Cabeças","authors":"Fernanda Kelly Mineiro Fernandes, Soélis Teixeira do Prado Mendes","doi":"10.11606/issn.2236-4242.v36i1p21-39","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/issn.2236-4242.v36i1p21-39","url":null,"abstract":"Nosso objetivo é resgatar parte da memória cultural da setecentista Vila Rica, hoje Ouro Preto, por meio da análise do topônimo “Cabeças”, nome atribuído a um dos bairros ouro-pretanos mais antigos. Com base nos estudos onomásticos e nas narrativas dos moradores, discutimos aspectos que extrapolam dados linguísticos e que estão presentes na nomeação de topônimos. A análise dos dados nos mostrou que a configuração geográfica e a posição da localidade em relação à Vila motivaram a escolha toponímica. Assim, podemos afirmar que, com a recuperação dos contextos histórico, cultural, geográfico e social, que propiciaram a criação do topônimo sob análise, foi possível recuperar-lhe o significado ao trazermos à tona informações subjacentes ao nome e em que situação ele foi atribuído à localidade.","PeriodicalId":40599,"journal":{"name":"Linha d Agua","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-04-28","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"48689610","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-12-05DOI: 10.11606/issn.2236-4242.v35i3p11-26
Débora Francesch da Rosa
Estuda-se aqui a construção dos espaços internos em dois contos de Edgar Allan Poe que dialogam com os estudos psiquiátricos de seu tempo, constituindo uma espécie de arquitetura particular de patologias da mente, como a esquizofrenia ilustrada em “The Tell-Tale Heart” (2004 [1843]) e o transtorno dissociativo de identidade em “William Wilson” (2004 [1839]). Compara-se Archiatric, série de imagens arquitetônicas refletindo psicopatologias, do ilustrador Federico Babina, com o trabalho narrativo-imagético da prosa de Poe. Objetiva-se uma análise da construção arquitetônica dos contos, do modo como os espaços, tanto infra- quanto superestruturais e ornamentais, são dispostos para descrever estados psíquicos conturbados por psicoses que começam a ser pesquisadas pela moderna psiquiatria. Em uma hermenêutica peculiar da mente, Poe dialoga com arquétipos, mitos e fábulas ocidentais, trazendo imagens do inconsciente para espaços concretos. Os contos serão analisados, portanto, de acordo com o arcabouço conceitual da poética do espaço, de Gaston Bachelard.
{"title":"Arquiatria edgariana: Edgar Allan Poe e a imagética arquitetônica da mente","authors":"Débora Francesch da Rosa","doi":"10.11606/issn.2236-4242.v35i3p11-26","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/issn.2236-4242.v35i3p11-26","url":null,"abstract":"Estuda-se aqui a construção dos espaços internos em dois contos de Edgar Allan Poe que dialogam com os estudos psiquiátricos de seu tempo, constituindo uma espécie de arquitetura particular de patologias da mente, como a esquizofrenia ilustrada em “The Tell-Tale Heart” (2004 [1843]) e o transtorno dissociativo de identidade em “William Wilson” (2004 [1839]). Compara-se Archiatric, série de imagens arquitetônicas refletindo psicopatologias, do ilustrador Federico Babina, com o trabalho narrativo-imagético da prosa de Poe. Objetiva-se uma análise da construção arquitetônica dos contos, do modo como os espaços, tanto infra- quanto superestruturais e ornamentais, são dispostos para descrever estados psíquicos conturbados por psicoses que começam a ser pesquisadas pela moderna psiquiatria. Em uma hermenêutica peculiar da mente, Poe dialoga com arquétipos, mitos e fábulas ocidentais, trazendo imagens do inconsciente para espaços concretos. Os contos serão analisados, portanto, de acordo com o arcabouço conceitual da poética do espaço, de Gaston Bachelard.","PeriodicalId":40599,"journal":{"name":"Linha d Agua","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-12-05","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"64368818","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-12-05DOI: 10.11606/issn.2236-4242.v35i3p60-81
Raphael Romão da Silva Sarmento Mota
O presente artigo desenvolve uma análise comparada de três romances publicados na passagem da década de 1920 para a de 1930: Contraponto ([1928] 2014), de Aldous Huxley, Berlin Alexanderplatz ([1929] 2019a), de Alfred Döblin, e Vile Bodies ([1930] 2012), de Evelyn Waugh. A análise pauta-se no conceito de crise do romance para investigar como esses escritores responderam às crises estéticas, políticas e sociais da primeira metade do século XX, traçando novos caminhos para o gênero novelístico a partir de procedimentos que envolvem contenção e dispersão, variação de pontos de vista, polifonia e autorreflexividade formal. A abordagem comparatista, centrada em autores de diferentes nacionalidades (dois ingleses e um alemão), permite uma compreensão mais abrangente desse momento crucial para a história do mundo tal qual representado pela ficção. Para tanto, é preciso também levar em conta as relações entre literatura e outras artes: a música erudita, em Huxley, e o cinema, em Döblin e Waugh.
{"title":"Eclipse do romance: autoconsciência narrativa e fatias de vida em Huxley, Döblin e Waugh","authors":"Raphael Romão da Silva Sarmento Mota","doi":"10.11606/issn.2236-4242.v35i3p60-81","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/issn.2236-4242.v35i3p60-81","url":null,"abstract":"O presente artigo desenvolve uma análise comparada de três romances publicados na passagem da década de 1920 para a de 1930: Contraponto ([1928] 2014), de Aldous Huxley, Berlin Alexanderplatz ([1929] 2019a), de Alfred Döblin, e Vile Bodies ([1930] 2012), de Evelyn Waugh. A análise pauta-se no conceito de crise do romance para investigar como esses escritores responderam às crises estéticas, políticas e sociais da primeira metade do século XX, traçando novos caminhos para o gênero novelístico a partir de procedimentos que envolvem contenção e dispersão, variação de pontos de vista, polifonia e autorreflexividade formal. A abordagem comparatista, centrada em autores de diferentes nacionalidades (dois ingleses e um alemão), permite uma compreensão mais abrangente desse momento crucial para a história do mundo tal qual representado pela ficção. Para tanto, é preciso também levar em conta as relações entre literatura e outras artes: a música erudita, em Huxley, e o cinema, em Döblin e Waugh.","PeriodicalId":40599,"journal":{"name":"Linha d Agua","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-12-05","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"64369365","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-12-05DOI: 10.11606/issn.2236-4242.v35i3p82-98
Welida Maria Gouveia Silva, Rubenil da Silva Oliveira
Este artigo propõe analisar comparativamente as nochês — mulheres negras, sacerdotisas e líderes — nos terreiros de Mina e Candomblé, respectivamente, na Casa das Minas e na Casa Jitolu de Os tambores de São Luís (MONTELLO, 2005) e a poesia Comando Doce (ILÊ AIYÊ, 2009). Ambas as obras destacam as sacerdotisas como guardiãs das tradições religiosas de matriz africana, sujeitos identitários e políticos que utilizam a religião como meio de resistência e de preservação cultural. Assim, busca-se, através deste estudo bibliográfico, evidenciar também o protagonismo feminino negro nos terreiros jeje-nagôs, oriundo dos povos iorubás, e o matriarcado como sistema de poder estrutural dessas comunidades. Além disso, este estudo mostra como a religião, com seus símbolos e rituais, continua sendo uma forma de resistência à dominação branca. Portanto, percebe-se que as mulheres têm papel fundamental na construção e na manutenção das comunidades religiosas e que os terreiros não são apenas lugares de orações, mas de preservação das tradições, dos costumes, da cultura e identidade negra.
本文旨在比较分析夜晚——黑人女性、女祭司和领袖——分别在terreiros de Mina和candomble,在Casa das Minas和Casa Jitolu的Os tambores de sao luis(蒙特罗,2005)和诗歌Comando Doce (ile aiye, 2009)。这两部作品都强调女祭司是非洲宗教传统的守护者,是利用宗教作为抵抗和文化保护手段的身份和政治主体。因此,通过这一文献研究,我们也寻求突出黑人女性在jeje- nagos的角色,源自约鲁巴人,以及母系社会作为这些社区的结构权力体系。此外,这项研究表明,宗教及其象征和仪式是如何继续抵抗白人统治的一种形式。因此,很明显,妇女在宗教社区的建设和维护中发挥着关键作用,庭院不仅是祈祷的地方,而且是保存传统、习俗、文化和黑人身份的地方。
{"title":"As guardiãs das tradições religiosas: a representatividade das nochês em Os Tambores de São Luís e na poesia Comando Doce","authors":"Welida Maria Gouveia Silva, Rubenil da Silva Oliveira","doi":"10.11606/issn.2236-4242.v35i3p82-98","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/issn.2236-4242.v35i3p82-98","url":null,"abstract":"Este artigo propõe analisar comparativamente as nochês — mulheres negras, sacerdotisas e líderes — nos terreiros de Mina e Candomblé, respectivamente, na Casa das Minas e na Casa Jitolu de Os tambores de São Luís (MONTELLO, 2005) e a poesia Comando Doce (ILÊ AIYÊ, 2009). Ambas as obras destacam as sacerdotisas como guardiãs das tradições religiosas de matriz africana, sujeitos identitários e políticos que utilizam a religião como meio de resistência e de preservação cultural. Assim, busca-se, através deste estudo bibliográfico, evidenciar também o protagonismo feminino negro nos terreiros jeje-nagôs, oriundo dos povos iorubás, e o matriarcado como sistema de poder estrutural dessas comunidades. Além disso, este estudo mostra como a religião, com seus símbolos e rituais, continua sendo uma forma de resistência à dominação branca. Portanto, percebe-se que as mulheres têm papel fundamental na construção e na manutenção das comunidades religiosas e que os terreiros não são apenas lugares de orações, mas de preservação das tradições, dos costumes, da cultura e identidade negra.","PeriodicalId":40599,"journal":{"name":"Linha d Agua","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-12-05","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"64369401","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-12-05DOI: 10.11606/issn.2236-4242.v35i3p198-206
D. Galdino, Elisiane Santos de Matos
A encruzilhada epistemológica comparece como cerne da entrevista com a poeta/performer e docente da Universidade do Estado da Bahia (UNEB) Daniela Galdino, que soma forças aos movimentos de re-existências ao mercado editorial brasileiro, criador de obstáculos à publicação e à circulação de obras literárias assinadas por escritoras e demais identidades dissidentes. A fim de combater os silenciamentos históricos, obras colaborativas, como a coletânea por ela organizada Profundanças - antologia híbrida – literária e fotográfica – promovem, a partir do diálogo entre diferentes estéticas, a guerrilha literária, de outro modo, dribla o mercado editorial brasileiro. No que toca à metodologia que orientou a condução da entrevista, essa compreende a escrita de perguntas e respostas e a disponibilização por troca de mensagens, via email, de modo a garantir uma amplitude de temas a serem tratados e uma gama de referências, construindo interlocuções profícuas, no intervalo de tempo justo.
{"title":"Entrevista com Daniela Galdino: estética literária e fotográfica em diálogo – uma encruzilhada epistemológica","authors":"D. Galdino, Elisiane Santos de Matos","doi":"10.11606/issn.2236-4242.v35i3p198-206","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/issn.2236-4242.v35i3p198-206","url":null,"abstract":"A encruzilhada epistemológica comparece como cerne da entrevista com a poeta/performer e docente da Universidade do Estado da Bahia (UNEB) Daniela Galdino, que soma forças aos movimentos de re-existências ao mercado editorial brasileiro, criador de obstáculos à publicação e à circulação de obras literárias assinadas por escritoras e demais identidades dissidentes. A fim de combater os silenciamentos históricos, obras colaborativas, como a coletânea por ela organizada Profundanças - antologia híbrida – literária e fotográfica – promovem, a partir do diálogo entre diferentes estéticas, a guerrilha literária, de outro modo, dribla o mercado editorial brasileiro. No que toca à metodologia que orientou a condução da entrevista, essa compreende a escrita de perguntas e respostas e a disponibilização por troca de mensagens, via email, de modo a garantir uma amplitude de temas a serem tratados e uma gama de referências, construindo interlocuções profícuas, no intervalo de tempo justo.","PeriodicalId":40599,"journal":{"name":"Linha d Agua","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-12-05","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"47929191","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
O presente estudo analisa os protagonistas das obras A paixão segundo G. H. (1964), da autora Clarice Lispector, e Édipo Rei, de Sófocles, discutindo a figura do herói trágico a partir de uma análise comparatista. Édipo, personagem trágico, está atravessado por ambiguidades e tensões da sua existência. Já no romance de Lispector, a personagem/narradora, identificada apenas pelas suas iniciais, atravessa o itinerário existencial, lançada no abismo do seu existir, e assiste a sua vida ruir. Para a análise, esta proposta centraliza sua discussão na figura dos personagens Édipo e G. H. como heróis trágicos, propondo uma leitura acerca da deseroização dos personagens e encarando-a como um ato de heroísmo, isto é, como a travessia pela existência, que despersonaliza os personagens e ilustra a virtude do herói trágico: a busca pelo eu.
{"title":"Édipo, G. H. e o drama da existência: o heroísmo na deseroização","authors":"Luã Leal Gouveia, Claudia Letícia Gonçalves Moraes","doi":"10.11606/issn.2236-4242.v35i3p99-112","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/issn.2236-4242.v35i3p99-112","url":null,"abstract":"O presente estudo analisa os protagonistas das obras A paixão segundo G. H. (1964), da autora Clarice Lispector, e Édipo Rei, de Sófocles, discutindo a figura do herói trágico a partir de uma análise comparatista. Édipo, personagem trágico, está atravessado por ambiguidades e tensões da sua existência. Já no romance de Lispector, a personagem/narradora, identificada apenas pelas suas iniciais, atravessa o itinerário existencial, lançada no abismo do seu existir, e assiste a sua vida ruir. Para a análise, esta proposta centraliza sua discussão na figura dos personagens Édipo e G. H. como heróis trágicos, propondo uma leitura acerca da deseroização dos personagens e encarando-a como um ato de heroísmo, isto é, como a travessia pela existência, que despersonaliza os personagens e ilustra a virtude do herói trágico: a busca pelo eu.","PeriodicalId":40599,"journal":{"name":"Linha d Agua","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-12-05","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"48488683","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-12-05DOI: 10.11606/issn.2236-4242.v35i3p113-138
Francisco Ricardo Silveira
Com o videoclipe de Bachelorette respectivo a uma canção de Björk a servir de moldura, procura-se estudar em que medida o formato de arte da imagem em movimento em causa – o dos vídeos musicais – está assentado numa presença de estatuto idiossincrático, mas também variado, das artes verbais. Isto é, qual a especificidade e a diversidade literárias dos vídeos musicais partindo da passagem da letra a canção videografada e da identificação de diferentes tipologias de inscrição da literatura neles? Para tal efeito, a diversidade remete para casos tais quais lyric videos, vídeos que representam tecnologias de escrita ou vídeos interativos em que a palavra escrita tem destaque. Por seu turno, a tentativa de uma especificidade constrói-se em torno de uma metáfora. Esta compara uma ideia de viagens em transportes motorizados a um tipo de écfrase característico da transição letra-vídeo nos videoclipes, a um “sublime ecfrástico” que atua enquanto gancho conceptual.
{"title":"O sublime ecfrástico dos vídeos musicais: um travelling literário a partir da letra","authors":"Francisco Ricardo Silveira","doi":"10.11606/issn.2236-4242.v35i3p113-138","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/issn.2236-4242.v35i3p113-138","url":null,"abstract":"Com o videoclipe de Bachelorette respectivo a uma canção de Björk a servir de moldura, procura-se estudar em que medida o formato de arte da imagem em movimento em causa – o dos vídeos musicais – está assentado numa presença de estatuto idiossincrático, mas também variado, das artes verbais. Isto é, qual a especificidade e a diversidade literárias dos vídeos musicais partindo da passagem da letra a canção videografada e da identificação de diferentes tipologias de inscrição da literatura neles? Para tal efeito, a diversidade remete para casos tais quais lyric videos, vídeos que representam tecnologias de escrita ou vídeos interativos em que a palavra escrita tem destaque. Por seu turno, a tentativa de uma especificidade constrói-se em torno de uma metáfora. Esta compara uma ideia de viagens em transportes motorizados a um tipo de écfrase característico da transição letra-vídeo nos videoclipes, a um “sublime ecfrástico” que atua enquanto gancho conceptual.","PeriodicalId":40599,"journal":{"name":"Linha d Agua","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-12-05","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"64368831","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}