Pub Date : 2022-04-01DOI: 10.1590/1517-106x/202224106
Claudia Campos Soares
Resumo Um aspecto de Grande sertão: veredas que tem sido pouco observado pela crítica diz respeito à utilização de estratégias que criam o efeito de suspense na narrativa. Riobaldo, o narrador-protagonista do livro, faz seguidamente afirmações descontextualizadas e ou vagas, sugerindo, ou mesmo afirmando, que elas se referem a acontecimentos determinantes de sua vida. Ao modo das narrativas de suspense, portanto, Riobaldo propõe mistérios e adia o seu esclarecimento. É o que ocorre em relação a Diadorim. Durante praticamente toda a narrativa, o ex-jagunço aponta comportamentos inusuais de seu companheiro dos tempos de jagunçagem e insinua, ou mesmo explicita, que este escondia segredos insuspeitáveis, de que só tardiamente teria tomado conhecimento. E promete que esses segredos serão revelados oportunamente. Esse suspense criado em torno da figura de Diadorim encontrará, ao final do livro, algum tipo de revelação, mas muito relativa. O esclarecimento oferecido não satisfaz o desejo do entendimento pleno, não fecha a questão; ao contrário, traz novas perguntas e mistérios. Este trabalho propõe-se a discutir alguns aspectos dessa estratégia e suas possíveis funções na narrativa.
{"title":"As neblinas de Diadorim","authors":"Claudia Campos Soares","doi":"10.1590/1517-106x/202224106","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/1517-106x/202224106","url":null,"abstract":"Resumo Um aspecto de Grande sertão: veredas que tem sido pouco observado pela crítica diz respeito à utilização de estratégias que criam o efeito de suspense na narrativa. Riobaldo, o narrador-protagonista do livro, faz seguidamente afirmações descontextualizadas e ou vagas, sugerindo, ou mesmo afirmando, que elas se referem a acontecimentos determinantes de sua vida. Ao modo das narrativas de suspense, portanto, Riobaldo propõe mistérios e adia o seu esclarecimento. É o que ocorre em relação a Diadorim. Durante praticamente toda a narrativa, o ex-jagunço aponta comportamentos inusuais de seu companheiro dos tempos de jagunçagem e insinua, ou mesmo explicita, que este escondia segredos insuspeitáveis, de que só tardiamente teria tomado conhecimento. E promete que esses segredos serão revelados oportunamente. Esse suspense criado em torno da figura de Diadorim encontrará, ao final do livro, algum tipo de revelação, mas muito relativa. O esclarecimento oferecido não satisfaz o desejo do entendimento pleno, não fecha a questão; ao contrário, traz novas perguntas e mistérios. Este trabalho propõe-se a discutir alguns aspectos dessa estratégia e suas possíveis funções na narrativa.","PeriodicalId":42084,"journal":{"name":"Alea-Estudos Neolatinos","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.1,"publicationDate":"2022-04-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"45154611","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":4,"RegionCategory":"文学","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-04-01DOI: 10.1590/1517-106x/202224115
Katia Viera
Resumen La configuración reciente de la ciudad de La Habana en los textos literarios de jóvenes narradores cubanos puede pensarse desde el entre-lugar (Homi Bhabha, 2007), desde los movimientos de desterritorialización/reterritorialización (Deleuze y Guattari, 2004) e incluso desde el no-lugar (Augé, 2002). Este texto tiene como línea de discusión fundamental el análisis de la configuración reciente de la ciudad de La Habana a partir de los dos primeros libros publicados por la escritora cubana Dazra Novak. Para ello, se ha puesto en diálogo la obra de esta escritora con los aportes teóricos de Deleuze y Guattari (rizoma), Gisela Heffes (ciudad imaginaria), y Hommi Bhabha (entre-lugar). Todo ello ha permitido vislumbrar que en el conjunto escritural de esta narradora existe un intento por establecer narrativamente una instancia bisagra, doble, de ida y vuelta, propia del entre-lugar.
{"title":"La Habana como entre-lugar: Dazra Novak en la ciudad","authors":"Katia Viera","doi":"10.1590/1517-106x/202224115","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/1517-106x/202224115","url":null,"abstract":"Resumen La configuración reciente de la ciudad de La Habana en los textos literarios de jóvenes narradores cubanos puede pensarse desde el entre-lugar (Homi Bhabha, 2007), desde los movimientos de desterritorialización/reterritorialización (Deleuze y Guattari, 2004) e incluso desde el no-lugar (Augé, 2002). Este texto tiene como línea de discusión fundamental el análisis de la configuración reciente de la ciudad de La Habana a partir de los dos primeros libros publicados por la escritora cubana Dazra Novak. Para ello, se ha puesto en diálogo la obra de esta escritora con los aportes teóricos de Deleuze y Guattari (rizoma), Gisela Heffes (ciudad imaginaria), y Hommi Bhabha (entre-lugar). Todo ello ha permitido vislumbrar que en el conjunto escritural de esta narradora existe un intento por establecer narrativamente una instancia bisagra, doble, de ida y vuelta, propia del entre-lugar.","PeriodicalId":42084,"journal":{"name":"Alea-Estudos Neolatinos","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.1,"publicationDate":"2022-04-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"43227530","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":4,"RegionCategory":"文学","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-04-01DOI: 10.1590/1517-106x/202224104
Deise Quintiliano Pereira
Resumo Nas interlocuções do literário e do biográfico, interessa-nos lançar luz sobre o conceito sartriano de “psicanálise existencial” - método que visa compreender a constituição psíquica do indivíduo a partir de sua realidade sócio-histórica. O caso concreto sobre o qual Sartre se debruça no minucioso esforço de demonstração do seu tratado é Gustave Flaubert. O menino Gustave resiste a todas as incursões dos que se aventuram no difícil propósito de lhe ensinar a ler. Apontado como incapacitado: “você será o idiota da família”, escolherá a passividade e a inércia como meio de se adaptar a um mundo que se lhe apresentava como execrável. Agindo como um ator, o menino mergulha no mundo imaginário da representação, tanto em sua vida quanto em seus projetos, encarnando a máxima sartriana expressa no estudo de Jean Genet: “o importante não é o que fazem de nós, mas o que nós mesmos fazemos daquilo que fizeram da gente”.
{"title":"Psicanálise existencial: a autópsia sartriana de Flaubert - o eremita de Croisset","authors":"Deise Quintiliano Pereira","doi":"10.1590/1517-106x/202224104","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/1517-106x/202224104","url":null,"abstract":"Resumo Nas interlocuções do literário e do biográfico, interessa-nos lançar luz sobre o conceito sartriano de “psicanálise existencial” - método que visa compreender a constituição psíquica do indivíduo a partir de sua realidade sócio-histórica. O caso concreto sobre o qual Sartre se debruça no minucioso esforço de demonstração do seu tratado é Gustave Flaubert. O menino Gustave resiste a todas as incursões dos que se aventuram no difícil propósito de lhe ensinar a ler. Apontado como incapacitado: “você será o idiota da família”, escolherá a passividade e a inércia como meio de se adaptar a um mundo que se lhe apresentava como execrável. Agindo como um ator, o menino mergulha no mundo imaginário da representação, tanto em sua vida quanto em seus projetos, encarnando a máxima sartriana expressa no estudo de Jean Genet: “o importante não é o que fazem de nós, mas o que nós mesmos fazemos daquilo que fizeram da gente”.","PeriodicalId":42084,"journal":{"name":"Alea-Estudos Neolatinos","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.1,"publicationDate":"2022-04-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"41619989","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":4,"RegionCategory":"文学","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-04-01DOI: 10.1590/1517-106x/202224116
Tito Lívio Cruz Romão, Francisco Nogueira
Resumo Neste artigo, apresentamos um breve resumo da análise crítica feita por Jean-Michel Adam e Ute Heidmann (ADAM; HEIDMANN, 2011) de duas versões francesas da narrativa kafkiana sobre quatro mitos de Prometeu, que, uma vez compilada, alterada e publicada por Max Brod, ficou conhecida como Prometheus, em alemão. Trazemos ainda um resumo da discussão feita pelos autores sobre as divergências entre o texto alterado por Brod e o manuscrito original de Kafka, que diverge do primeiro. Em seguida, elencamos duas traduções consagradas em português, duas em espanhol e duas em italiano do texto compilado por Brod. Tais traduções vêm acompanhadas de breves reflexões que fizemos sobre estratégias e decisões dos tradutores. Como suporte teórico, recorremos, na área específica da análise crítica de traduções, à teoria de Reiß (1986) e, no âmbito da poética do traduzir, a Meschonnic (2010) e Borges (1974). Por fim, apresentamos nossa proposta de tradução, em português, para o original de Kafka e o texto alterado por Brod.
{"title":"Análise crítica de traduções do Prometheus kafkiano em línguas românicas: entre o mito, a verdade e o inexplicável","authors":"Tito Lívio Cruz Romão, Francisco Nogueira","doi":"10.1590/1517-106x/202224116","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/1517-106x/202224116","url":null,"abstract":"Resumo Neste artigo, apresentamos um breve resumo da análise crítica feita por Jean-Michel Adam e Ute Heidmann (ADAM; HEIDMANN, 2011) de duas versões francesas da narrativa kafkiana sobre quatro mitos de Prometeu, que, uma vez compilada, alterada e publicada por Max Brod, ficou conhecida como Prometheus, em alemão. Trazemos ainda um resumo da discussão feita pelos autores sobre as divergências entre o texto alterado por Brod e o manuscrito original de Kafka, que diverge do primeiro. Em seguida, elencamos duas traduções consagradas em português, duas em espanhol e duas em italiano do texto compilado por Brod. Tais traduções vêm acompanhadas de breves reflexões que fizemos sobre estratégias e decisões dos tradutores. Como suporte teórico, recorremos, na área específica da análise crítica de traduções, à teoria de Reiß (1986) e, no âmbito da poética do traduzir, a Meschonnic (2010) e Borges (1974). Por fim, apresentamos nossa proposta de tradução, em português, para o original de Kafka e o texto alterado por Brod.","PeriodicalId":42084,"journal":{"name":"Alea-Estudos Neolatinos","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.1,"publicationDate":"2022-04-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"67297308","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":4,"RegionCategory":"文学","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-04-01DOI: 10.1590/1517-106x/202224102
R. Amar
Résumé Le fil de soie de Michèle Gazier est un ouvrage ambitieux, il est conçu dans un style féerique aussi bien que fantastique, tout en maintenant un cadre réel. Sur fond d’histoire de la haute couture, le mystère d’une histoire d’amour se dévoile en une variation sur le mythe de Narcisse à travers un récit intrigant. Gazier interroge la fragilité et la discontinuité du bonheur. Le récit s’élabore à travers des « images » et des mots mis en scène dans un environnement féerique. Ce travail s’intéresse à la façon dont Gazier explore et dresse le parcours du bonheur d’un couple exceptionnel. Autrement dit, à la relation entre le récit et la manière originale dont les idées du bonheur y sont traitées. S’attacher à la figuration du bonheur tel qu’il se construit dans ce roman engage une double interrogation : Comment, sur le plan stylistique, les caractéristiques fantastiques telles qu’elles s’inscrivent dans le récit révèlent-elles des aspects d’expression du bonheur par l’écriture ? Et comment, sur le plan diégétique, se construit une identité sans frontières, qui efface les différences entre deux êtres amoureux ?
{"title":"L’ecriture du bonheur dans Le Fil de soie (soi) de Michele Gazier : la fusion des ames sœurs","authors":"R. Amar","doi":"10.1590/1517-106x/202224102","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/1517-106x/202224102","url":null,"abstract":"Résumé Le fil de soie de Michèle Gazier est un ouvrage ambitieux, il est conçu dans un style féerique aussi bien que fantastique, tout en maintenant un cadre réel. Sur fond d’histoire de la haute couture, le mystère d’une histoire d’amour se dévoile en une variation sur le mythe de Narcisse à travers un récit intrigant. Gazier interroge la fragilité et la discontinuité du bonheur. Le récit s’élabore à travers des « images » et des mots mis en scène dans un environnement féerique. Ce travail s’intéresse à la façon dont Gazier explore et dresse le parcours du bonheur d’un couple exceptionnel. Autrement dit, à la relation entre le récit et la manière originale dont les idées du bonheur y sont traitées. S’attacher à la figuration du bonheur tel qu’il se construit dans ce roman engage une double interrogation : Comment, sur le plan stylistique, les caractéristiques fantastiques telles qu’elles s’inscrivent dans le récit révèlent-elles des aspects d’expression du bonheur par l’écriture ? Et comment, sur le plan diégétique, se construit une identité sans frontières, qui efface les différences entre deux êtres amoureux ?","PeriodicalId":42084,"journal":{"name":"Alea-Estudos Neolatinos","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.1,"publicationDate":"2022-04-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"48802623","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":4,"RegionCategory":"文学","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-04-01DOI: 10.1590/1517-106x/202224103
Valéria Cristina Bezerra
Resumo O pertencimento de uma obra ou autor à literatura mundial não resulta, necessariamente, da qualidade da escrita literária. Significa, na verdade, o ponto máximo de uma trajetória envolvendo múltiplos agentes, que permitem a difusão e o reconhecimento de obras não apenas nos países considerados centrais para a consagração literária, mas em todo o globo, já que a literatura mundial só adquire essa designação quando é conhecida em diferentes campos nacionais que integram o espaço literário internacional. Este artigo busca retraçar a repercussão internacional de Jules Verne, autor exponencial na literatura mundial, por meio da análise do exercício de dois editores: Pierre-Jules Hetzel, responsável pelas edições de Verne na França, e Baptiste-Louis Garnier, mediador das traduções de Verne no Brasil. Para isso, investigarei as estratégias de Hetzel, que favoreceram o sucesso mundial dos romances de Verne, e as ações de Garnier, que viabilizaram a propagação das traduções desse autor em um espaço nacional. Verificarei, ainda, alguns elementos da recepção crítica de Verne na França e no Brasil, com o fim de identificar o status que esse escritor adquiriu nesses países a partir da iniciativa dos dois editores.
{"title":"“Le tour du monde” das obras de Jules Verne: uma análise da atuação internacional dos editores Pierre-Jules Hetzel e Baptiste-Louis Garnier","authors":"Valéria Cristina Bezerra","doi":"10.1590/1517-106x/202224103","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/1517-106x/202224103","url":null,"abstract":"Resumo O pertencimento de uma obra ou autor à literatura mundial não resulta, necessariamente, da qualidade da escrita literária. Significa, na verdade, o ponto máximo de uma trajetória envolvendo múltiplos agentes, que permitem a difusão e o reconhecimento de obras não apenas nos países considerados centrais para a consagração literária, mas em todo o globo, já que a literatura mundial só adquire essa designação quando é conhecida em diferentes campos nacionais que integram o espaço literário internacional. Este artigo busca retraçar a repercussão internacional de Jules Verne, autor exponencial na literatura mundial, por meio da análise do exercício de dois editores: Pierre-Jules Hetzel, responsável pelas edições de Verne na França, e Baptiste-Louis Garnier, mediador das traduções de Verne no Brasil. Para isso, investigarei as estratégias de Hetzel, que favoreceram o sucesso mundial dos romances de Verne, e as ações de Garnier, que viabilizaram a propagação das traduções desse autor em um espaço nacional. Verificarei, ainda, alguns elementos da recepção crítica de Verne na França e no Brasil, com o fim de identificar o status que esse escritor adquiriu nesses países a partir da iniciativa dos dois editores.","PeriodicalId":42084,"journal":{"name":"Alea-Estudos Neolatinos","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.1,"publicationDate":"2022-04-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"49394411","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":4,"RegionCategory":"文学","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-04-01DOI: 10.1590/1517-106x/202224119
M. Fernandes
{"title":"Poesia, resistência, testemunho e amizade nas obras de Sena & Sophia","authors":"M. Fernandes","doi":"10.1590/1517-106x/202224119","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/1517-106x/202224119","url":null,"abstract":"","PeriodicalId":42084,"journal":{"name":"Alea-Estudos Neolatinos","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.1,"publicationDate":"2022-04-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"42697569","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":4,"RegionCategory":"文学","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-04-01DOI: 10.1590/1517-106x/202224111
Ana Carolina Cernicchiaro
Resumo O presente trabalho propõe pensar a linguagem como terreno sobre o qual o colonialismo, a biopolítica e a necropolítica construíram suas bases, tanto porque a posse do logos é o que fundamenta a partilha do sensível e estabelece a cesura entre os que compartilham um comum e a parte dos sem parte, entre existência política e vida nua, quanto porque o monolinguismo é a engrenagem essencial da máquina colonial que, ainda hoje, mata idiomas e silencia histórias. Contra esse projeto excludente da língua nacional, a literatura indígena resiste com um devir-menor da língua maior, capaz de desestabilizar a unicidade do idioma, da história, da literatura e do próprio conceito de Povo brasileiro.
{"title":"Resistir na língua: a literatura indígena contra o silenciamento monolíngue","authors":"Ana Carolina Cernicchiaro","doi":"10.1590/1517-106x/202224111","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/1517-106x/202224111","url":null,"abstract":"Resumo O presente trabalho propõe pensar a linguagem como terreno sobre o qual o colonialismo, a biopolítica e a necropolítica construíram suas bases, tanto porque a posse do logos é o que fundamenta a partilha do sensível e estabelece a cesura entre os que compartilham um comum e a parte dos sem parte, entre existência política e vida nua, quanto porque o monolinguismo é a engrenagem essencial da máquina colonial que, ainda hoje, mata idiomas e silencia histórias. Contra esse projeto excludente da língua nacional, a literatura indígena resiste com um devir-menor da língua maior, capaz de desestabilizar a unicidade do idioma, da história, da literatura e do próprio conceito de Povo brasileiro.","PeriodicalId":42084,"journal":{"name":"Alea-Estudos Neolatinos","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.1,"publicationDate":"2022-04-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"44953808","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":4,"RegionCategory":"文学","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}