O presente estudo teve como objetivo principal investigar como a empatia influencia a disposição de adolescentes brasileiros para ajudar pessoas em risco de suicídio. Trata-se de um estudo transversal, de natureza quantitativa, do qual participaram 135 adolescentes, do sexo feminino (71,1%) e do sexo masculino (28,9%), com idades variando de 14 a 19 anos (Midade = 17,24; DP = 1,44). Os participantes responderam à Suicide Helpfulness Scale, ao Interpersonal Reactivity Index e a um questionário sociodemográfico. Na análise de dados, empregou-se as análises de correlação e a Regressão Linear Múltipla. Os resultados dessas análises evidenciaram que houve associações positivas e significativas entre as dimensões da empatia e da disposição para ajudar pessoas em risco de suicídio. De forma específica, a consideração empática foi capaz de prever a disposição dos adolescentes para prestar assistência e conversar com pessoas em risco de suicídio, mas não a disposição para informar a terceiros. Os resultados deste estudo evidenciam que a empatia pode ser uma variável importante, mas não suficiente para engajar adolescentes em ações eficazes de prevenção do suicídio, enfatizando a necessidade de que outras variáveis sejam trabalhadas junto ao público adolescente para que este possa atuar como um vetor de prevenção.
{"title":"Empatia e Disposição de Adolescentes para o Envolvimento em Ações de Prevenção do Suicídio","authors":"V. S. Bezerra, L. Galvão","doi":"10.12957/epp.2024.69374","DOIUrl":"https://doi.org/10.12957/epp.2024.69374","url":null,"abstract":"O presente estudo teve como objetivo principal investigar como a empatia influencia a disposição de adolescentes brasileiros para ajudar pessoas em risco de suicídio. Trata-se de um estudo transversal, de natureza quantitativa, do qual participaram 135 adolescentes, do sexo feminino (71,1%) e do sexo masculino (28,9%), com idades variando de 14 a 19 anos (Midade = 17,24; DP = 1,44). Os participantes responderam à Suicide Helpfulness Scale, ao Interpersonal Reactivity Index e a um questionário sociodemográfico. Na análise de dados, empregou-se as análises de correlação e a Regressão Linear Múltipla. Os resultados dessas análises evidenciaram que houve associações positivas e significativas entre as dimensões da empatia e da disposição para ajudar pessoas em risco de suicídio. De forma específica, a consideração empática foi capaz de prever a disposição dos adolescentes para prestar assistência e conversar com pessoas em risco de suicídio, mas não a disposição para informar a terceiros. Os resultados deste estudo evidenciam que a empatia pode ser uma variável importante, mas não suficiente para engajar adolescentes em ações eficazes de prevenção do suicídio, enfatizando a necessidade de que outras variáveis sejam trabalhadas junto ao público adolescente para que este possa atuar como um vetor de prevenção.","PeriodicalId":508385,"journal":{"name":"Estudos e Pesquisas em Psicologia","volume":"117 9","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2024-07-08","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"141667677","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Daniela Castro dos Reis, Viviam da Silva Silveira, Lília Iêda Chaves Cavalcante, Milene Maria Xavier Veloso, Jhuliane Karine Costa de Souza
O estudo objetivou analisar distorções cognitivas presentes no conteúdo de entrevistas com cinco autores de agressão sexual de criança e adolescente, sexo masculino, idades entre 19 a 58 anos (M=30,8). A pesquisa, com abordagem qualitativa dos dados, envolveu amostra por conveniência dos participantes. Utilizou-se entrevista semiestruturada, realizada em uma Unidade Prisional de Parauapebas - Pará - Brasil. Procedeu-se à análise de conteúdo das transcrições das entrevistas, considerando categorias pré-existentes na literatura. Identificaram-se as seguintes categorias de distorções: (a) Negação Completa, (b) Negação Parcial, (c) Aceitação da Agressão Sexual, (d) Minimização da Agressão, (e) Minimização da Responsabilidade, (f) Negação/Minimização das Consequências, (g) Negação/Minimização do Planejamento e (h) Negação/Minimização de Tratamento. Os achados estão em consonância com a literatura que sugere a presença predominante de distorções cognitivas que podem ter sido utilizadas para justificar ou negar fatores associados à prática dessa agressão. Cabe destacar a importância da investigação sistemática dessas distorções para compreender fatores presentes na trajetória de vida de autores de agressão sexual, e, assim, potencializar a eficácia de ações capazes de minimizar a reincidência do comportamento agressivo ao prevenir padrões de risco e desenvolver estratégias psicoeducativas, entre outras.
{"title":"Distorções Cognitivas de Autores de Agressão Sexual de Crianças e Adolescentes","authors":"Daniela Castro dos Reis, Viviam da Silva Silveira, Lília Iêda Chaves Cavalcante, Milene Maria Xavier Veloso, Jhuliane Karine Costa de Souza","doi":"10.12957/epp.2024.75385","DOIUrl":"https://doi.org/10.12957/epp.2024.75385","url":null,"abstract":"O estudo objetivou analisar distorções cognitivas presentes no conteúdo de entrevistas com cinco autores de agressão sexual de criança e adolescente, sexo masculino, idades entre 19 a 58 anos (M=30,8). A pesquisa, com abordagem qualitativa dos dados, envolveu amostra por conveniência dos participantes. Utilizou-se entrevista semiestruturada, realizada em uma Unidade Prisional de Parauapebas - Pará - Brasil. Procedeu-se à análise de conteúdo das transcrições das entrevistas, considerando categorias pré-existentes na literatura. Identificaram-se as seguintes categorias de distorções: (a) Negação Completa, (b) Negação Parcial, (c) Aceitação da Agressão Sexual, (d) Minimização da Agressão, (e) Minimização da Responsabilidade, (f) Negação/Minimização das Consequências, (g) Negação/Minimização do Planejamento e (h) Negação/Minimização de Tratamento. Os achados estão em consonância com a literatura que sugere a presença predominante de distorções cognitivas que podem ter sido utilizadas para justificar ou negar fatores associados à prática dessa agressão. Cabe destacar a importância da investigação sistemática dessas distorções para compreender fatores presentes na trajetória de vida de autores de agressão sexual, e, assim, potencializar a eficácia de ações capazes de minimizar a reincidência do comportamento agressivo ao prevenir padrões de risco e desenvolver estratégias psicoeducativas, entre outras.","PeriodicalId":508385,"journal":{"name":"Estudos e Pesquisas em Psicologia","volume":" 363","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2024-07-08","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"141669344","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Karen Cristina Rech Braun, F. C. P. Marcilio, Ana Cristina Garcia Dias
O objetivo deste estudo foi identificar as características de pesquisas empíricas que se centram no processo de transição do Ensino Médio para universidade. Realizou-se uma revisão sistemática da literatura em bases de dados eletrônicas onde foram identificados 2.133 artigos. Após aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, a amostra final foi composta por 23 estudos que foram analisados por meio das categorias: conceito de transição à universidade, delineamento, objetivo do estudo, características dos participantes e principais resultados. Muitos dos artigos apenas descreveram as mudanças ou desafios enfrentados pelos estudantes, sem explicitar um modelo de transição. O delineamento mais utilizado foi o quantitativo e longitudinal, comparando as variáveis alvo ao longo do tempo. Na maioria dos estudos, os participantes foram jovens do primeiro ano da graduação, com idade, em média, entre 17 e 19 anos. De modo geral, identificou-se que há uma série de fatores individuais e contextuais que podem influenciar os estudantes em processo de transição, positivamente (bons hábitos de sono, suporte social e familiar) e negativamente (discriminação racial e baixos níveis de resiliência, entre outros). A escassez de estudos brasileiros denota a necessidade de desenvolver pesquisas com essa população, a fim de se viabilizar intervenções direcionadas a esses estudantes.
{"title":"Transição para o Ensino Superior: Uma Revisão Sistemática","authors":"Karen Cristina Rech Braun, F. C. P. Marcilio, Ana Cristina Garcia Dias","doi":"10.12957/epp.2024.61266","DOIUrl":"https://doi.org/10.12957/epp.2024.61266","url":null,"abstract":"O objetivo deste estudo foi identificar as características de pesquisas empíricas que se centram no processo de transição do Ensino Médio para universidade. Realizou-se uma revisão sistemática da literatura em bases de dados eletrônicas onde foram identificados 2.133 artigos. Após aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, a amostra final foi composta por 23 estudos que foram analisados por meio das categorias: conceito de transição à universidade, delineamento, objetivo do estudo, características dos participantes e principais resultados. Muitos dos artigos apenas descreveram as mudanças ou desafios enfrentados pelos estudantes, sem explicitar um modelo de transição. O delineamento mais utilizado foi o quantitativo e longitudinal, comparando as variáveis alvo ao longo do tempo. Na maioria dos estudos, os participantes foram jovens do primeiro ano da graduação, com idade, em média, entre 17 e 19 anos. De modo geral, identificou-se que há uma série de fatores individuais e contextuais que podem influenciar os estudantes em processo de transição, positivamente (bons hábitos de sono, suporte social e familiar) e negativamente (discriminação racial e baixos níveis de resiliência, entre outros). A escassez de estudos brasileiros denota a necessidade de desenvolver pesquisas com essa população, a fim de se viabilizar intervenções direcionadas a esses estudantes.","PeriodicalId":508385,"journal":{"name":"Estudos e Pesquisas em Psicologia","volume":" 886","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2024-07-08","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"141669071","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Isadora Cristina Putti Paludo, Carmen Leontina Ojeda Ocampo Moré, Amábille das Neves Inácio
O objetivo da presente revisão integrativa foi caracterizar o estado da arte sobre a relação entre dor crônica e possibilidades de intervenção no campo da psicologia. Buscaram-se artigos publicados entre 2018 e 2022 nas bases de dados LILACS, Scopus, Web of Science, Pubmed, PsycINFO e Scielo. Os descritores utilizados foram: "Chronic pain", "Psychology", "Psychosocial Intervention" e "Psychological Intervention". Após a seleção, com base nos critérios estabelecidos, de um total de 825, foram incluídos 11 artigos que constituem o corpus do presente trabalho, os quais foram analisados com o auxílio do sotfware Atlas.ti. Os resultados apontaram para um conjunto de intervenções psicológicas baseadas na psicoeducação para o manejo da dor crônica. Observou-se diferentes abordagens de programas de controle e educação em dor e modalidades de intervenção grupal e individual. A psicologia apareceu vinculada ao trabalho multiprofissional e à proposta da integralidade do cuidado, com destaque às estratégias alternativas e não farmacológicas para o enfrentamento da dor. Os estudos analisados evidenciaram que as experiências de dor são impactadas pelos aspectos psicológicos, tensionando decisivamente a dimensão biológica de compreensão da dor.
{"title":"Dor Crônica e Possibilidades de Intervenção no Contexto da Psicologia: Revisão Integrativa","authors":"Isadora Cristina Putti Paludo, Carmen Leontina Ojeda Ocampo Moré, Amábille das Neves Inácio","doi":"10.12957/epp.2024.77561","DOIUrl":"https://doi.org/10.12957/epp.2024.77561","url":null,"abstract":"O objetivo da presente revisão integrativa foi caracterizar o estado da arte sobre a relação entre dor crônica e possibilidades de intervenção no campo da psicologia. Buscaram-se artigos publicados entre 2018 e 2022 nas bases de dados LILACS, Scopus, Web of Science, Pubmed, PsycINFO e Scielo. Os descritores utilizados foram: \"Chronic pain\", \"Psychology\", \"Psychosocial Intervention\" e \"Psychological Intervention\". Após a seleção, com base nos critérios estabelecidos, de um total de 825, foram incluídos 11 artigos que constituem o corpus do presente trabalho, os quais foram analisados com o auxílio do sotfware Atlas.ti. Os resultados apontaram para um conjunto de intervenções psicológicas baseadas na psicoeducação para o manejo da dor crônica. Observou-se diferentes abordagens de programas de controle e educação em dor e modalidades de intervenção grupal e individual. A psicologia apareceu vinculada ao trabalho multiprofissional e à proposta da integralidade do cuidado, com destaque às estratégias alternativas e não farmacológicas para o enfrentamento da dor. Os estudos analisados evidenciaram que as experiências de dor são impactadas pelos aspectos psicológicos, tensionando decisivamente a dimensão biológica de compreensão da dor.","PeriodicalId":508385,"journal":{"name":"Estudos e Pesquisas em Psicologia","volume":" 573","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2024-07-08","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"141669630","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Os direitos sexuais e reprodutivos têm sido alvo de disputas e contestações no contemporâneo. Trata-se de uma revisão integrativa, com o intuito de analisar como tem sido abordada a Saúde Sexual e Reprodutiva de adolescentes no Brasil em artigos científicos. A construção das informações consistiu em uma busca de publicações, entre 2010 e 2021, nasbases de dados: Portal de Revistas CAPES, Biblioteca Virtual em Saúde e Biblioteca Eletrônica Científica Online. Os espaços de discussão acerca dos Direitos Sexuais e Reprodutivos de adolescentes se restringem à perspectiva da gravidez e prevenção de doenças. Constatou-se que as sexualidades adolescentes permanecem estigmatizadas e asdesigualdades de gênero ganham destaque. Há necessidade de incorporação da noção de direitos sexuais e reprodutivos nas ações desenvolvidas na Atenção Básica e nas escolas, bem como de educação continuada para os professores e profissionais da saúde e de fomento à participação familiar nas ações educativas realizadas com adolescentes.
{"title":"Saúde Sexual E Reprodutiva Nas Adolescências No Contexto Brasileiro: O Que Sabemos Sobre Isso?","authors":"Catiele Dos Santos, Adriane Roso","doi":"10.12957/epp.2024.67677","DOIUrl":"https://doi.org/10.12957/epp.2024.67677","url":null,"abstract":"Os direitos sexuais e reprodutivos têm sido alvo de disputas e contestações no contemporâneo. Trata-se de uma revisão integrativa, com o intuito de analisar como tem sido abordada a Saúde Sexual e Reprodutiva de adolescentes no Brasil em artigos científicos. A construção das informações consistiu em uma busca de publicações, entre 2010 e 2021, nasbases de dados: Portal de Revistas CAPES, Biblioteca Virtual em Saúde e Biblioteca Eletrônica Científica Online. Os espaços de discussão acerca dos Direitos Sexuais e Reprodutivos de adolescentes se restringem à perspectiva da gravidez e prevenção de doenças. Constatou-se que as sexualidades adolescentes permanecem estigmatizadas e asdesigualdades de gênero ganham destaque. Há necessidade de incorporação da noção de direitos sexuais e reprodutivos nas ações desenvolvidas na Atenção Básica e nas escolas, bem como de educação continuada para os professores e profissionais da saúde e de fomento à participação familiar nas ações educativas realizadas com adolescentes.","PeriodicalId":508385,"journal":{"name":"Estudos e Pesquisas em Psicologia","volume":"108 2","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2024-04-17","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"140694200","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Lázaro Batista, Thainara Brito dos Santos, V. S. Bezerra, Wislley Gean da Silva Costa
Trata-se de relato de experiência acerca das atividades de extensão e campo de estágio voltado à produção de um espaço de compartilhamento de histórias e de criação de peças artesanais entre mulheres de uma comunidade urbana de uma cidade do agreste de Alagoas. As ações ocorreram entre setembro de 2022 e junho de 2023, divididas em dois momentos, com elaboração de um Diagnóstico Comunitário e execução de projeto de intervenção psicossocial. No primeiro caso, entre as atividades, foram realizadas visitas domiciliares, reuniões com lideranças comunitárias e elaboração de diagnóstico de necessidades. Já a fase de intervenção psicossocial ocorreu por meio da realização de rodas de conversa e oficinas de costura criativa (fuxico). A partir da apresentação das atividades realizadas, busca-se apontar que as histórias enredadas ao longo de todo o processo são sintomáticas das formas de sofrimento ético-político experimentados pelas mulheres no contexto de vulnerabilidade social e dominação interseccionada. Parelho a isso, buscamos sustentar que a disponibilidade de espaços de sociabilidade e compartilhamento das histórias pode ajudá-las no enfrentamento a tais adversidades, constituindo uma potente ferramenta político-clínica em psicologia.
{"title":"Fuxicos e retalhos de sofrimento feminino: relato de experiência com uma ferramenta político-clínica","authors":"Lázaro Batista, Thainara Brito dos Santos, V. S. Bezerra, Wislley Gean da Silva Costa","doi":"10.12957/epp.2024.77871","DOIUrl":"https://doi.org/10.12957/epp.2024.77871","url":null,"abstract":"Trata-se de relato de experiência acerca das atividades de extensão e campo de estágio voltado à produção de um espaço de compartilhamento de histórias e de criação de peças artesanais entre mulheres de uma comunidade urbana de uma cidade do agreste de Alagoas. As ações ocorreram entre setembro de 2022 e junho de 2023, divididas em dois momentos, com elaboração de um Diagnóstico Comunitário e execução de projeto de intervenção psicossocial. No primeiro caso, entre as atividades, foram realizadas visitas domiciliares, reuniões com lideranças comunitárias e elaboração de diagnóstico de necessidades. Já a fase de intervenção psicossocial ocorreu por meio da realização de rodas de conversa e oficinas de costura criativa (fuxico). A partir da apresentação das atividades realizadas, busca-se apontar que as histórias enredadas ao longo de todo o processo são sintomáticas das formas de sofrimento ético-político experimentados pelas mulheres no contexto de vulnerabilidade social e dominação interseccionada. Parelho a isso, buscamos sustentar que a disponibilidade de espaços de sociabilidade e compartilhamento das histórias pode ajudá-las no enfrentamento a tais adversidades, constituindo uma potente ferramenta político-clínica em psicologia.","PeriodicalId":508385,"journal":{"name":"Estudos e Pesquisas em Psicologia","volume":"343 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2024-04-15","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"140703155","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Tomando como referência a ecologia da atenção de Yves Citton e a análise do movimento de Hubert Godard, o objetivo deste estudo é apresentar ressonâncias entre o modo como o cultivo da atenção a si é discutido na pesquisa cartográfica e nas práticas somáticas no contexto da dança. Tendo como ponto de partida três práticas encontradas na dança Contato Improvisação – a pequena dança, a caminhada imaginada e o toque somático – o artigo apresenta as práticas somáticas como criadoras de um ecossistema atencional que se abre para a dimensão tônico-afetiva e tátil-cinestésica da experiência, favorecendo o acesso ao plano coletivo de forças e afetos. Sugere que a atenção aí cultivada produz uma qualidade de presença a si e ao mundo que a aproxima da atenção cartográfica, concentrada e aberta, tornando o praticante uma espécie de cartógrafo de si mesmo. Por outro lado, o estudo aponta que a atenção cultivada por meio de práticas somáticas pode concorrer para a formação do pesquisador cartógrafo, ao criar condições para a aprendizagem de uma atenção a si, ao outro e ao território de investigação.
{"title":"O Cultivo da Atenção a Si: Ressonâncias entre a Pesquisa Cartográfica e as Práticas Somáticas","authors":"Manuela Linck de Romero, Virgínia Kastrup","doi":"10.12957/epp.2024.77213","DOIUrl":"https://doi.org/10.12957/epp.2024.77213","url":null,"abstract":"Tomando como referência a ecologia da atenção de Yves Citton e a análise do movimento de Hubert Godard, o objetivo deste estudo é apresentar ressonâncias entre o modo como o cultivo da atenção a si é discutido na pesquisa cartográfica e nas práticas somáticas no contexto da dança. Tendo como ponto de partida três práticas encontradas na dança Contato Improvisação – a pequena dança, a caminhada imaginada e o toque somático – o artigo apresenta as práticas somáticas como criadoras de um ecossistema atencional que se abre para a dimensão tônico-afetiva e tátil-cinestésica da experiência, favorecendo o acesso ao plano coletivo de forças e afetos. Sugere que a atenção aí cultivada produz uma qualidade de presença a si e ao mundo que a aproxima da atenção cartográfica, concentrada e aberta, tornando o praticante uma espécie de cartógrafo de si mesmo. Por outro lado, o estudo aponta que a atenção cultivada por meio de práticas somáticas pode concorrer para a formação do pesquisador cartógrafo, ao criar condições para a aprendizagem de uma atenção a si, ao outro e ao território de investigação.","PeriodicalId":508385,"journal":{"name":"Estudos e Pesquisas em Psicologia","volume":"126 S9","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2024-04-12","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"140708834","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
O presente trabalho teve como objetivo verificar as representações sociais sobre a qualidade de vida (QV) entre as pessoas vivendo com HIV que participam e que não participam do Grupo Adesão. Contou-se com a participação de 22 PVHIV, 09 participantes do grupo adesão e 13 não participantes do grupo, selecionados por conveniência. As médias de idade foram 46,2 anos (DP= 10,5) e 47 anos (DP= 14,2) respectivamente. A coleta de dados aconteceu de forma online e presencial, entre outubro de 2020 e janeiro de 2021. Utilizou-se três instrumentos: questionário sociodemográfico, entrevista semiestruturada e a Técnica de Associação Livre de Palavras (TALP). Analisados respectivamente por estatística descritiva, Classificação Hierárquica Descendente (através do software Iramuteq) e Técnica de Redes Semânticas. Os resultados demonstraram representações sociais semelhantes entre os grupos, em que a QV está diretamente ligada ao tratamento, sendo representada positivamente em situação de adesão ao tratamento. Os participantes do Grupo Adesão evidenciaram representações associadas a estratégias de enfrentamento. Logo a participação no grupo de apoio demonstra relações com a presença de recursos de enfrentamento positivos.
{"title":"Representações Sociais da Qualidade de Vida entre Pessoas Vivendo com HIV","authors":"Thamyris Tabosa Sousa, Ludgleydson Fernandes Araújo","doi":"10.12957/epp.2024.61968","DOIUrl":"https://doi.org/10.12957/epp.2024.61968","url":null,"abstract":"O presente trabalho teve como objetivo verificar as representações sociais sobre a qualidade de vida (QV) entre as pessoas vivendo com HIV que participam e que não participam do Grupo Adesão. Contou-se com a participação de 22 PVHIV, 09 participantes do grupo adesão e 13 não participantes do grupo, selecionados por conveniência. As médias de idade foram 46,2 anos (DP= 10,5) e 47 anos (DP= 14,2) respectivamente. A coleta de dados aconteceu de forma online e presencial, entre outubro de 2020 e janeiro de 2021. Utilizou-se três instrumentos: questionário sociodemográfico, entrevista semiestruturada e a Técnica de Associação Livre de Palavras (TALP). Analisados respectivamente por estatística descritiva, Classificação Hierárquica Descendente (através do software Iramuteq) e Técnica de Redes Semânticas. Os resultados demonstraram representações sociais semelhantes entre os grupos, em que a QV está diretamente ligada ao tratamento, sendo representada positivamente em situação de adesão ao tratamento. Os participantes do Grupo Adesão evidenciaram representações associadas a estratégias de enfrentamento. Logo a participação no grupo de apoio demonstra relações com a presença de recursos de enfrentamento positivos.","PeriodicalId":508385,"journal":{"name":"Estudos e Pesquisas em Psicologia","volume":"19 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2024-04-12","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"140711089","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}