Pub Date : 2023-12-09DOI: 10.11606/issn.2447-9772.i17p5-14
Jean Galard
Algumas obras manifestam a profusão. Outras parecem proceder por subtração. Encontramos as duas tendências no mesmo artista e em uma única obra. A Bruxa, de Cildo Meireles, pode ser vista como um movimento de expansão dos fios pretos ou como o movimento de retração deles em direção à vassoura inicial. O risco de asfixia é duplo: expiração por falta de ar na restrição; sufocamento por ingestão excessiva na profusão. A solução poderia ser estabelecer um vai-e-vem entre a concentração ínfima e o distante poético: analogia com a respiração.
{"title":"Alternâncias artísticas: inspirar, expirar, respirar","authors":"Jean Galard","doi":"10.11606/issn.2447-9772.i17p5-14","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/issn.2447-9772.i17p5-14","url":null,"abstract":"Algumas obras manifestam a profusão. Outras parecem proceder por subtração. Encontramos as duas tendências no mesmo artista e em uma única obra. A Bruxa, de Cildo Meireles, pode ser vista como um movimento de expansão dos fios pretos ou como o movimento de retração deles em direção à vassoura inicial. O risco de asfixia é duplo: expiração por falta de ar na restrição; sufocamento por ingestão excessiva na profusão. A solução poderia ser estabelecer um vai-e-vem entre a concentração ínfima e o distante poético: analogia com a respiração.","PeriodicalId":509880,"journal":{"name":"Rapsódia","volume":"53 6","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-12-09","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"139184704","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-12-09DOI: 10.11606/issn.2447-9772.i17p113-134
Matheus Silveira dos Santos
Com base nas reflexões apresentadas no livro “Asfixia”, de Franco Berardi, este artigo explora a interconexão entre imaginação, alegoria e imagem dialética como operadores críticos que apontam em direção a um possível futuro. Esse futuro emerge como uma resposta à aceleração que sufoca o pensamento e a capacidade de conceber possibilidades de ação e autonomia social. O estudo destaca a importância da linguagem e do olhar dialético ao analisar o panorama contemporâneo, destacando essas ferramentas como meios essenciais para reunir os fragmentos e ruínas de um mundo fragmentado. Através delas, é possível construir pontes de significado sobre os abismos e obscuridades presentes em um mundo em estado de crise.
{"title":"O sentido alegórico no tempo da asfixia: o olhar dialético como método crítico","authors":"Matheus Silveira dos Santos","doi":"10.11606/issn.2447-9772.i17p113-134","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/issn.2447-9772.i17p113-134","url":null,"abstract":"Com base nas reflexões apresentadas no livro “Asfixia”, de Franco Berardi, este artigo explora a interconexão entre imaginação, alegoria e imagem dialética como operadores críticos que apontam em direção a um possível futuro. Esse futuro emerge como uma resposta à aceleração que sufoca o pensamento e a capacidade de conceber possibilidades de ação e autonomia social. O estudo destaca a importância da linguagem e do olhar dialético ao analisar o panorama contemporâneo, destacando essas ferramentas como meios essenciais para reunir os fragmentos e ruínas de um mundo fragmentado. Através delas, é possível construir pontes de significado sobre os abismos e obscuridades presentes em um mundo em estado de crise.","PeriodicalId":509880,"journal":{"name":"Rapsódia","volume":"3 3-4","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-12-09","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"139184794","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-12-09DOI: 10.11606/issn.2447-9772.i17p291-307
Thomas Carlyle, Astrid Façanha
{"title":"“O Corpo Dandy”: tradução do Capítulo X do livro Sartor Resartus: a vida e opiniões do Herr Teufelsdröckh, de Thomas Carlyle","authors":"Thomas Carlyle, Astrid Façanha","doi":"10.11606/issn.2447-9772.i17p291-307","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/issn.2447-9772.i17p291-307","url":null,"abstract":"","PeriodicalId":509880,"journal":{"name":"Rapsódia","volume":"24 6","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-12-09","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"139184816","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-12-09DOI: 10.11606/issn.2447-9772.i17p15-41
L. S. Rodrigues
O artigo tem como finalidade esboçar uma introdução ao pensamento estético de Jean Galard, filósofo e historiador da arte que lecionou Estética no departamento de Filosofia da Universidade de São Paulo entre os anos de 1968 e 1971, e que esteve por décadas ligado ao meio artístico institucional francês, tendo criado, em 1987, o Serviço Cultural do Museu do Louvre. Para tanto, faremos um percurso sintético por quatro diferentes trabalhos de Galard que lidam com a questão da estetização da vida, questão essa que percorre toda sua reflexão e sofre transformações circunstanciais com o passar das décadas: trata-se dos livros Mort des Beaux-Arts (1971), A beleza do gesto (1984) e Beleza exorbitante (2012), e do artigo “L’art sans oeuvre” (2003). Por meio desse movimento, pretendemos mostrar como, sob o mesmo conceito de “esteticismo”, Galard busca rejeitar um ideal de beleza distanciada, regressiva e abusiva, que “desrealiza” o real, seja por meio da contenção das potências “desobradas” da arte por parte do sistema das Belas-Artes, seja por meio da destituição empática da experiência vivida nas imagens da mídia e da propaganda, ao passo que busca considerar a possibilidade de uma potência perturbadora em certos momentos e passagens da vida, em certos gestos e acontecimentos, que contêm simultaneamente o belo e o terrível.
让-加拉德是一位哲学家和艺术史学家,1968 年至 1971 年在圣保罗大学哲学系教授美学,几十年来一直与法国艺术机构保持联系,1987 年创建了卢浮宫博物馆文化服务处。为此,我们将对加拉德的四部不同作品进行综合考察,这些作品涉及生活的审美化问题,这一问题贯穿了他的思想,并在数十年间经历了环境的转变:《艺术之死》(Mort des Beaux-Arts,1971 年)、《姿态之美》(The Beauty of the Gesture,1984 年)和《过度之美》(Exorbitant Beauty,2012 年),以及文章《无作品的艺术》(L'art sans oeuvre,2003 年)。通过这一运动,我们意在说明,在同样的 "唯美主义 "概念下,加拉尔德是如何通过美术体系对艺术 "无障碍 "力量的遏制,试图反对一种疏远、倒退和滥用的美学理想,这种理想使现实 "去理想化"、或通过对媒体和宣传图像中的生活经验的感同身受的否定,同时寻求思考在生活的某些时刻和片段中,在某些姿态和事件中,存在着一种令人不安的力量的可能性,这种力量既美丽又可怕。
{"title":"Da estética da vida à estetização generalizada: uma introdução ao pensamento de Jean Galard","authors":"L. S. Rodrigues","doi":"10.11606/issn.2447-9772.i17p15-41","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/issn.2447-9772.i17p15-41","url":null,"abstract":"O artigo tem como finalidade esboçar uma introdução ao pensamento estético de Jean Galard, filósofo e historiador da arte que lecionou Estética no departamento de Filosofia da Universidade de São Paulo entre os anos de 1968 e 1971, e que esteve por décadas ligado ao meio artístico institucional francês, tendo criado, em 1987, o Serviço Cultural do Museu do Louvre. Para tanto, faremos um percurso sintético por quatro diferentes trabalhos de Galard que lidam com a questão da estetização da vida, questão essa que percorre toda sua reflexão e sofre transformações circunstanciais com o passar das décadas: trata-se dos livros Mort des Beaux-Arts (1971), A beleza do gesto (1984) e Beleza exorbitante (2012), e do artigo “L’art sans oeuvre” (2003). Por meio desse movimento, pretendemos mostrar como, sob o mesmo conceito de “esteticismo”, Galard busca rejeitar um ideal de beleza distanciada, regressiva e abusiva, que “desrealiza” o real, seja por meio da contenção das potências “desobradas” da arte por parte do sistema das Belas-Artes, seja por meio da destituição empática da experiência vivida nas imagens da mídia e da propaganda, ao passo que busca considerar a possibilidade de uma potência perturbadora em certos momentos e passagens da vida, em certos gestos e acontecimentos, que contêm simultaneamente o belo e o terrível.","PeriodicalId":509880,"journal":{"name":"Rapsódia","volume":"7 2","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-12-09","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"139184880","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-12-09DOI: 10.11606/issn.2447-9772.i17p42-64
Flávia Falleiros
Esse artigo apresenta algumas reflexões sobre a crítica de arte de Denis Diderot relativa ao pintor Hubert Robert (1733-1808). Partindo de algumas considerações quanto ao sentido da emergência do motivo pictórico da ruína no século XVIII, a autora propõe uma análise de alguns excertos sobre o pintor, contidos no Salão de 1767; ao mesmo tempo, apresenta a tradução de um florilégio dos fragmentos sobre Robert, analisando-os. Ao cabo da reflexão, a autora conclui que a “poética das ruínas” de Diderot se inscreve na ruptura com alguns dos mais importantes preceitos da estética clássica, na medida em que questiona o ideal iluminista que, confiante no progresso, via, na arte, um meio para instruir e elevar moralmente. Nesse sentido, a crítica de Diderot a Robert pode ser considerada moderna.
{"title":"Poética das ruínas e modernidade: acerca de alguns fragmentos da crítica de arte de Denis Diderot sobre Hubert Robert","authors":"Flávia Falleiros","doi":"10.11606/issn.2447-9772.i17p42-64","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/issn.2447-9772.i17p42-64","url":null,"abstract":"Esse artigo apresenta algumas reflexões sobre a crítica de arte de Denis Diderot relativa ao pintor Hubert Robert (1733-1808). Partindo de algumas considerações quanto ao sentido da emergência do motivo pictórico da ruína no século XVIII, a autora propõe uma análise de alguns excertos sobre o pintor, contidos no Salão de 1767; ao mesmo tempo, apresenta a tradução de um florilégio dos fragmentos sobre Robert, analisando-os. Ao cabo da reflexão, a autora conclui que a “poética das ruínas” de Diderot se inscreve na ruptura com alguns dos mais importantes preceitos da estética clássica, na medida em que questiona o ideal iluminista que, confiante no progresso, via, na arte, um meio para instruir e elevar moralmente. Nesse sentido, a crítica de Diderot a Robert pode ser considerada moderna.","PeriodicalId":509880,"journal":{"name":"Rapsódia","volume":"29 6","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-12-09","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"139184938","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}