Pub Date : 2023-12-11DOI: 10.46906/caos.n31.67362.p316-336
Analouise Santos de Melo, Rosineide Pereira Muraback Garcia
A Responsabilidade Social Universitária (RSU) é uma temática que tem ganhado espaço e se tornado relevante nos debates sobre o papel das instituições de ensino superior na promoção de ações que contribuam para o desenvolvimento da sociedade em múltiplos aspectos. Existem na literatura modelos que buscam orientar as instituições na tarefa de colocar a responsabilidade social em ação. Este artigo objetiva discutir a responsabilidade social universitária a partir do modelo publicado pela União de Responsabilidade Social Universitária Latino Americana (URSULA), que possui uma metodologia de autodiagnóstico institucional alinhado aos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Organizações das Nações Unidas (ODS), entendendo-o como um método que tem enfoque na avaliação participativa. Perpassando pelo entendimento da responsabilidade social universitária não como um compromisso social, mas sim como uma obrigação, na qual se exige a imputabilidade do sujeito responsável que deve ser questionado e cobrado por suas atitudes, abordando o conceito e a importância da responsabilidade social universitária, apresentando o modelo e discorrendo sobre a avaliação centrada nos participantes. Para tanto, realizou-se pesquisa bibliográfica sobre a temática nas bases de publicações científicas acessíveis e fontes documentais, como relatórios e manual. Concluiu-se que, apesar de novo, o modelo enfatiza a sustentabilidade e as relações internas e externas das instituições, e seu enfoque na avaliação participativa possibilita que a instituição se desenvolva ao longo da avaliação, e as instituições quando se propõem a adotá-lo desvelam o seu compromisso em aprimorar as suas dinâmicas, analisando pontos a serem melhorados e potencializando transformações nas estratégias e políticas institucionais.
{"title":"A RESPONSABILIDADE SOCIAL NAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR NA PERSPECTIVA DO MODELO RSU URSULA: uma abordagem centrada na avaliação participativa","authors":"Analouise Santos de Melo, Rosineide Pereira Muraback Garcia","doi":"10.46906/caos.n31.67362.p316-336","DOIUrl":"https://doi.org/10.46906/caos.n31.67362.p316-336","url":null,"abstract":"A Responsabilidade Social Universitária (RSU) é uma temática que tem ganhado espaço e se tornado relevante nos debates sobre o papel das instituições de ensino superior na promoção de ações que contribuam para o desenvolvimento da sociedade em múltiplos aspectos. Existem na literatura modelos que buscam orientar as instituições na tarefa de colocar a responsabilidade social em ação. Este artigo objetiva discutir a responsabilidade social universitária a partir do modelo publicado pela União de Responsabilidade Social Universitária Latino Americana (URSULA), que possui uma metodologia de autodiagnóstico institucional alinhado aos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Organizações das Nações Unidas (ODS), entendendo-o como um método que tem enfoque na avaliação participativa. Perpassando pelo entendimento da responsabilidade social universitária não como um compromisso social, mas sim como uma obrigação, na qual se exige a imputabilidade do sujeito responsável que deve ser questionado e cobrado por suas atitudes, abordando o conceito e a importância da responsabilidade social universitária, apresentando o modelo e discorrendo sobre a avaliação centrada nos participantes. Para tanto, realizou-se pesquisa bibliográfica sobre a temática nas bases de publicações científicas acessíveis e fontes documentais, como relatórios e manual. Concluiu-se que, apesar de novo, o modelo enfatiza a sustentabilidade e as relações internas e externas das instituições, e seu enfoque na avaliação participativa possibilita que a instituição se desenvolva ao longo da avaliação, e as instituições quando se propõem a adotá-lo desvelam o seu compromisso em aprimorar as suas dinâmicas, analisando pontos a serem melhorados e potencializando transformações nas estratégias e políticas institucionais.\u0000 ","PeriodicalId":186260,"journal":{"name":"CAOS – Revista Eletrônica de Ciências Sociais","volume":"59 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-12-11","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"138978504","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-12-11DOI: 10.46906/caos.n31.68407.p11-19
Marcela Zamboni, Mariana Soares Pires Melo, H. J. S. D. Oliveira
Este dossiê é em grande parte fruto da reflexão e de debates promovidos no âmbito do Grupo de Relações Afetivas e Violência (GRAV), da Universidade Federal da Paraíba, acerca das diversas camadas de violências observadas pelos(as) pesquisadores(as) em trabalhos de campo, especialmente as relações e as interações entre aqueles ditos “desviantes” sociais. Aqui temos por objetivo adentrar na reflexão mais ampla destas experiências de violências, incorporando o debate necessário da interseccionalidade no campo sociológico, dando início a tensionamentos e construções observados entre gênero, sexualidade, classe, raça, território etc. Apresentamos assim análises das violências que partem das experiências, tomando-as como processos sociais complexos.
{"title":"REFLEXÕES INTERSECCIONAIS E VIOLÊNCIAS: apresentação do dossiê","authors":"Marcela Zamboni, Mariana Soares Pires Melo, H. J. S. D. Oliveira","doi":"10.46906/caos.n31.68407.p11-19","DOIUrl":"https://doi.org/10.46906/caos.n31.68407.p11-19","url":null,"abstract":"Este dossiê é em grande parte fruto da reflexão e de debates promovidos no âmbito do Grupo de Relações Afetivas e Violência (GRAV), da Universidade Federal da Paraíba, acerca das diversas camadas de violências observadas pelos(as) pesquisadores(as) em trabalhos de campo, especialmente as relações e as interações entre aqueles ditos “desviantes” sociais. Aqui temos por objetivo adentrar na reflexão mais ampla destas experiências de violências, incorporando o debate necessário da interseccionalidade no campo sociológico, dando início a tensionamentos e construções observados entre gênero, sexualidade, classe, raça, território etc. Apresentamos assim análises das violências que partem das experiências, tomando-as como processos sociais complexos.","PeriodicalId":186260,"journal":{"name":"CAOS – Revista Eletrônica de Ciências Sociais","volume":"10 2","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-12-11","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"138978708","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-12-11DOI: 10.46906/caos.n31.67521.p127-144
Mariana Soares Pires Melo
Este artigo tem como finalidade analisar o ódio enquanto característica mobilizada por operadores do Sistema de Justiça Criminal (SJC) para explicar crimes de homicídio contra pessoas fora da matriz cisheteronormativa de gênero e sexualidade. Nesta pesquisa, realizei entrevistas semiestruturadas com operadores do SJC em João Pessoa, Paraíba, entre 2017 e 2018. Na percepção dos entrevistados, o ódio é uma categoria que ajuda na caracterização da motivação para a morte, aproximando-o da falta de racionalidade ou de um momento de descontrole/loucura, e que também constantemente se entrelaça/confunde com a compreensão de crime de ódio. Ao compreendermos as noções apresentadas sobre ódio e homofobia, conseguimos refletir sobre o papel estrutural da violência baseada no gênero e na sexualidade.
{"title":"ÓDIO, CRIME DE ÓDIO E HOMICÍDIO DE PESSOAS LGBTQIA+ SEGUNDO OPERADORES DO SISTEMA DE JUSTIÇA CRIMINAL NA PARAÍBA","authors":"Mariana Soares Pires Melo","doi":"10.46906/caos.n31.67521.p127-144","DOIUrl":"https://doi.org/10.46906/caos.n31.67521.p127-144","url":null,"abstract":"Este artigo tem como finalidade analisar o ódio enquanto característica mobilizada por operadores do Sistema de Justiça Criminal (SJC) para explicar crimes de homicídio contra pessoas fora da matriz cisheteronormativa de gênero e sexualidade. Nesta pesquisa, realizei entrevistas semiestruturadas com operadores do SJC em João Pessoa, Paraíba, entre 2017 e 2018. Na percepção dos entrevistados, o ódio é uma categoria que ajuda na caracterização da motivação para a morte, aproximando-o da falta de racionalidade ou de um momento de descontrole/loucura, e que também constantemente se entrelaça/confunde com a compreensão de crime de ódio. Ao compreendermos as noções apresentadas sobre ódio e homofobia, conseguimos refletir sobre o papel estrutural da violência baseada no gênero e na sexualidade.","PeriodicalId":186260,"journal":{"name":"CAOS – Revista Eletrônica de Ciências Sociais","volume":"104 4","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-12-11","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"138979534","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-12-11DOI: 10.46906/caos.n31.68434.p338-361
M. O. D. Andrade, G. Oliveira
Maristela Oliveira de Andrade é professora titular universitária aposentada, graduada em psicologia pela Universidade Católica de Pernambuco (1978). Tem pós-graduação em antropologia cultural (UFPE) (1984). Doutora em Études Latino-americaines/Anthropossociologie des Religions pela Université de Paris III (Sorbonne-Nouvelle) (1983). Seus estudos apresentam interfaces com as temáticas de território, populações tradicionais, desenvolvimento e meio ambiente, bem como no campo da religião e religiosidades, movimentos religiosos contemporâneos. Autora dos livros: 500 Anos de catolicismos & sincretismos no Brasil (2002); Cultura e tradição nordestina: ensaios de história cultural e intelectual (2000); Anotações sobre a obra etnográfica de Câmara Cascudo (1999), entre outros. Dentre os livros organizados destaque para Roger Bastide e o Brasil (2004) e o mais recente Relações entre universidades e comunidades: o circuito da dádiva e a sustentabilidade dos territórios (2021). Recebeu dois prêmios: em 1998, o Prêmio Manoel Ferreira Nobre pelo Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte; e em 1997, recebeu a Menção Honrosa na área de ciências humanas no Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica – PIBIC, na Universidade Federal da Paraíba. Aposentou-se do magistério em 2016. Criou o Grupo Interdisciplinar de Pesquisa em Cultura, Sociedade e Ambiente (2012), do qual é coordenadora adjunta. A entrevista foi realizada a partir de um roteiro semiestruturado, e aconteceu de forma remota, via plataforma de vídeo conferência Zoom.us, no dia 29 de setembro de 2023.
{"title":"MUDANDO DE ROTA NO TRAJETO E SEGUINDO CAMINHOS NAS FRONTEIRAS DA ANTROPOLOGIA: entrevista com Maristela Andrade","authors":"M. O. D. Andrade, G. Oliveira","doi":"10.46906/caos.n31.68434.p338-361","DOIUrl":"https://doi.org/10.46906/caos.n31.68434.p338-361","url":null,"abstract":"Maristela Oliveira de Andrade é professora titular universitária aposentada, graduada em psicologia pela Universidade Católica de Pernambuco (1978). Tem pós-graduação em antropologia cultural (UFPE) (1984). Doutora em Études Latino-americaines/Anthropossociologie des Religions pela Université de Paris III (Sorbonne-Nouvelle) (1983). Seus estudos apresentam interfaces com as temáticas de território, populações tradicionais, desenvolvimento e meio ambiente, bem como no campo da religião e religiosidades, movimentos religiosos contemporâneos. Autora dos livros: 500 Anos de catolicismos & sincretismos no Brasil (2002); Cultura e tradição nordestina: ensaios de história cultural e intelectual (2000); Anotações sobre a obra etnográfica de Câmara Cascudo (1999), entre outros. Dentre os livros organizados destaque para Roger Bastide e o Brasil (2004) e o mais recente Relações entre universidades e comunidades: o circuito da dádiva e a sustentabilidade dos territórios (2021). Recebeu dois prêmios: em 1998, o Prêmio Manoel Ferreira Nobre pelo Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte; e em 1997, recebeu a Menção Honrosa na área de ciências humanas no Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica – PIBIC, na Universidade Federal da Paraíba. Aposentou-se do magistério em 2016. Criou o Grupo Interdisciplinar de Pesquisa em Cultura, Sociedade e Ambiente (2012), do qual é coordenadora adjunta. A entrevista foi realizada a partir de um roteiro semiestruturado, e aconteceu de forma remota, via plataforma de vídeo conferência Zoom.us, no dia 29 de setembro de 2023.","PeriodicalId":186260,"journal":{"name":"CAOS – Revista Eletrônica de Ciências Sociais","volume":"210 4","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-12-11","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"139010157","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-12-11DOI: 10.46906/caos.n31.67037.p294-315
Fernanda Cavalheiro Ruffino Rauber, Fernanda de Aguiar Zanola, M. C. A. Cappelle
Este artigo explora a presença e o papel das mulheres no campo da tatuagem, uma prática que tem evoluído ao longo da história com diversos significados e contextos sociais. Apesar do aumento atual do número de mulheres tatuadoras, a desigualdade de gênero ainda persiste nessa profissão. A tatuagem e a ocupação de tatuador têm sido objeto de debates e estigmas, mas também estão passando por um processo de transformação cultural. Neste artigo, propomos uma investigação sobre a representação e a experiência das mulheres tatuadoras em estudos acadêmicos, por meio de uma revisão integrativa de literatura. Além disso, discutimos as barreiras enfrentadas pelas mulheres no mercado de trabalho de forma mais ampla, incluindo os estereótipos de gênero e a desigualdade de oportunidades. Os procedimentos metodológicos adotados abrangem a busca sistemática de teses, dissertações e artigos científicos relacionados ao tema, com o objetivo de contribuir para uma compreensão mais aprofundada das questões de gênero no campo da tatuagem. Por meio da análise proposta, percebemos que as mulheres ainda são minoria nesse ambiente de trabalho, enfrentando barreiras como, o preconceito, falta de reconhecimento, desigualdade e outros problemas relacionados a gênero.
{"title":"MULHERES NA TATUAGEM: uma revisão integrativa sobre a representação e experiências","authors":"Fernanda Cavalheiro Ruffino Rauber, Fernanda de Aguiar Zanola, M. C. A. Cappelle","doi":"10.46906/caos.n31.67037.p294-315","DOIUrl":"https://doi.org/10.46906/caos.n31.67037.p294-315","url":null,"abstract":"Este artigo explora a presença e o papel das mulheres no campo da tatuagem, uma prática que tem evoluído ao longo da história com diversos significados e contextos sociais. Apesar do aumento atual do número de mulheres tatuadoras, a desigualdade de gênero ainda persiste nessa profissão. A tatuagem e a ocupação de tatuador têm sido objeto de debates e estigmas, mas também estão passando por um processo de transformação cultural. Neste artigo, propomos uma investigação sobre a representação e a experiência das mulheres tatuadoras em estudos acadêmicos, por meio de uma revisão integrativa de literatura. Além disso, discutimos as barreiras enfrentadas pelas mulheres no mercado de trabalho de forma mais ampla, incluindo os estereótipos de gênero e a desigualdade de oportunidades. Os procedimentos metodológicos adotados abrangem a busca sistemática de teses, dissertações e artigos científicos relacionados ao tema, com o objetivo de contribuir para uma compreensão mais aprofundada das questões de gênero no campo da tatuagem. Por meio da análise proposta, percebemos que as mulheres ainda são minoria nesse ambiente de trabalho, enfrentando barreiras como, o preconceito, falta de reconhecimento, desigualdade e outros problemas relacionados a gênero.","PeriodicalId":186260,"journal":{"name":"CAOS – Revista Eletrônica de Ciências Sociais","volume":"97 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-12-11","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"138979567","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-12-11DOI: 10.46906/caos.n31.66825.p248-271
Marlon Kauã Silva Cardoso, Leonardo Figueiredo de Souza, Fernanda Lemos
O objetivo deste artigo é analisar a revolução burguesa à luz do pensamento social, econômico e político brasileiro. Para tanto, fizemos um estudo bibliográfico destacando autores do pensamento sociológico clássico e do pensamento social, econômico e político brasileiro. O trabalho é dividido em duas partes; na primeira, discutimos a revolução burguesa na Europa à luz do pensamento sociológico clássico; em seguida, refletimos sobre a revolução burguesa no contexto brasileiro, a partir da discussão teórica das décadas de 1950/60, ressaltando autores do pensamento social, econômico e político brasileiro que se debruçaram sobre esse tema no cenário histórico brasileiro. Os autores divergem quanto à interpretação sociológica da revolução burguesa brasileira, lembrando-a como um fato histórico lento, datado com a abolição do trabalho escravo ou com a expansão da cafeicultura, destacando-a como uma contrarrevolução ou revolução que existiu ou não, mas convergem no sentido de que ela foi determinada por fatores sociais, econômicos e políticos, internos e externos ao Brasil.
{"title":"ENSAIO SOBRE A REVOLUÇÃO BURGUESA À LUZ DO PENSAMENTO SOCIAL, ECONÔMICO E POLÍTICO BRASILEIRO","authors":"Marlon Kauã Silva Cardoso, Leonardo Figueiredo de Souza, Fernanda Lemos","doi":"10.46906/caos.n31.66825.p248-271","DOIUrl":"https://doi.org/10.46906/caos.n31.66825.p248-271","url":null,"abstract":"O objetivo deste artigo é analisar a revolução burguesa à luz do pensamento social, econômico e político brasileiro. Para tanto, fizemos um estudo bibliográfico destacando autores do pensamento sociológico clássico e do pensamento social, econômico e político brasileiro. O trabalho é dividido em duas partes; na primeira, discutimos a revolução burguesa na Europa à luz do pensamento sociológico clássico; em seguida, refletimos sobre a revolução burguesa no contexto brasileiro, a partir da discussão teórica das décadas de 1950/60, ressaltando autores do pensamento social, econômico e político brasileiro que se debruçaram sobre esse tema no cenário histórico brasileiro. Os autores divergem quanto à interpretação sociológica da revolução burguesa brasileira, lembrando-a como um fato histórico lento, datado com a abolição do trabalho escravo ou com a expansão da cafeicultura, destacando-a como uma contrarrevolução ou revolução que existiu ou não, mas convergem no sentido de que ela foi determinada por fatores sociais, econômicos e políticos, internos e externos ao Brasil.","PeriodicalId":186260,"journal":{"name":"CAOS – Revista Eletrônica de Ciências Sociais","volume":"27 6","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-12-11","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"139010306","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-12-11DOI: 10.46906/caos.n31.67597.p45-69
Elaine Martins dos Santos Silva
Neste artigo, é proposta uma abordagem interseccional para analisar a experiência de jovens egressos da Fundação de Atendimento Socioeducativo (FUNASE) que enfrentam a criminalização. O foco central deste estudo reside na investigação do papel que categorias como raça e classe social desempenham na criminalização e incriminação desses ex-socioeducandos da FUNASE, bem como esses fatores afetam suas vulnerabilidades. As análises das narrativas apresentadas baseiam-se em entrevistas em profundidade realizadas com jovens egressos do sistema socioeducativo de Pernambuco, fruto da minha dissertação de mestrado (SILVA, 2022). A abordagem interseccional permitiu o reconhecimento das desigualdades estruturais que moldam a incriminação desses jovens, contribuindo para a perpetuação de estereótipos e preconceitos, ajudando, assim, a compreender a complexidade e interconexão dos sistemas de opressão presentes na sujeição criminal. As observações realizadas demonstram como as complexas interações entre identidades e opressões influenciam a experiência de sujeição criminal, destacando questões, como estigmatização, obstáculos na reintegração social, dificuldades no acesso a oportunidades e direitos.
{"title":"EXPERIÊNCIAS DE SUJEIÇÃO CRIMINAL DE JOVENS EGRESSOS DA FUNDAÇÃO DE ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO DE PERNAMBUCO (FUNASE/PE): um olhar interseccional","authors":"Elaine Martins dos Santos Silva","doi":"10.46906/caos.n31.67597.p45-69","DOIUrl":"https://doi.org/10.46906/caos.n31.67597.p45-69","url":null,"abstract":"Neste artigo, é proposta uma abordagem interseccional para analisar a experiência de jovens egressos da Fundação de Atendimento Socioeducativo (FUNASE) que enfrentam a criminalização. O foco central deste estudo reside na investigação do papel que categorias como raça e classe social desempenham na criminalização e incriminação desses ex-socioeducandos da FUNASE, bem como esses fatores afetam suas vulnerabilidades. As análises das narrativas apresentadas baseiam-se em entrevistas em profundidade realizadas com jovens egressos do sistema socioeducativo de Pernambuco, fruto da minha dissertação de mestrado (SILVA, 2022). A abordagem interseccional permitiu o reconhecimento das desigualdades estruturais que moldam a incriminação desses jovens, contribuindo para a perpetuação de estereótipos e preconceitos, ajudando, assim, a compreender a complexidade e interconexão dos sistemas de opressão presentes na sujeição criminal. As observações realizadas demonstram como as complexas interações entre identidades e opressões influenciam a experiência de sujeição criminal, destacando questões, como estigmatização, obstáculos na reintegração social, dificuldades no acesso a oportunidades e direitos.","PeriodicalId":186260,"journal":{"name":"CAOS – Revista Eletrônica de Ciências Sociais","volume":"22 7","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-12-11","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"138981051","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-12-11DOI: 10.46906/caos.n31.67626.p20-44
Ricardo Bandeira de Melo
Esta pesquisa foi realizada em São Lourenço da Mata entre 2018 e 2019. A partir de entrevistas semiestruturadas com consumidores recreativos de cannabis, apresentando um estudo comparado, baseado em diversificação interna, entre usuários das camadas populares. Durante a análise dos dados (análise temática), foi percebido que a escolaridade era a variável que gerava nas respostas uma grande distinção. Desse modo, as entrevistas foram divididas em dois conjuntos, sendo o A, formado por estudantes do ensino superior ou graduados, e o B, constituído por pessoas com no máximo o ensino médio completo. Foram analisados os perfis dos consumidores, os perfis de consumo e os controles sociais sobre a prática, exercidos pelos núcleos familiares, a vizinhança, as pessoas em geral e aqueles desempenhados pelo Estado. Entre os consumidores do conjunto B, pôde ser percebida maior intensidade no consumo, menor controle parental, menor preocupação com a vizinhança e baixa ou nenhuma estratégia em relação à polícia. Já no conjunto A, a prática se mostrou mais cautelosa. Quanto à atuação violenta da polícia, os mais vulneráveis se mostraram alvos preferenciais.
这项研究于 2018 年至 2019 年期间在圣卢伦索达马塔市进行。在对休闲大麻使用者进行半结构式访谈的基础上,研究以内部多样化为依据,对来自下层阶级的使用者进行了比较研究。在数据分析(主题分析)过程中,人们意识到,学校教育是在回答中产生最大差异的变量。因此,访谈被分为两组:A 组,由接受过高等教育的学生或毕业生组成;B 组,由未接受过中等教育的人组成。我们分析了消费者的特征、消费特征以及家庭、邻里、普通人和国家对消费行为的社会控制。B 组消费者的消费强度更大,父母的控制更少,对邻里的关心更少,对警察的策略很少或根本没有。而 A 组的做法则更为谨慎。至于警察的暴力行动,最易受伤害的人是首选目标。
{"title":"CONSUMO DE CANNABIS, CONTROLES SOCIAIS E SEUS EFEITOS","authors":"Ricardo Bandeira de Melo","doi":"10.46906/caos.n31.67626.p20-44","DOIUrl":"https://doi.org/10.46906/caos.n31.67626.p20-44","url":null,"abstract":"Esta pesquisa foi realizada em São Lourenço da Mata entre 2018 e 2019. A partir de entrevistas semiestruturadas com consumidores recreativos de cannabis, apresentando um estudo comparado, baseado em diversificação interna, entre usuários das camadas populares. Durante a análise dos dados (análise temática), foi percebido que a escolaridade era a variável que gerava nas respostas uma grande distinção. Desse modo, as entrevistas foram divididas em dois conjuntos, sendo o A, formado por estudantes do ensino superior ou graduados, e o B, constituído por pessoas com no máximo o ensino médio completo. Foram analisados os perfis dos consumidores, os perfis de consumo e os controles sociais sobre a prática, exercidos pelos núcleos familiares, a vizinhança, as pessoas em geral e aqueles desempenhados pelo Estado. Entre os consumidores do conjunto B, pôde ser percebida maior intensidade no consumo, menor controle parental, menor preocupação com a vizinhança e baixa ou nenhuma estratégia em relação à polícia. Já no conjunto A, a prática se mostrou mais cautelosa. Quanto à atuação violenta da polícia, os mais vulneráveis se mostraram alvos preferenciais.","PeriodicalId":186260,"journal":{"name":"CAOS – Revista Eletrônica de Ciências Sociais","volume":"225 4","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-12-11","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"138981410","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-12-11DOI: 10.46906/caos.n31.67624.p95-126
Emylli Tavares do Nascimento, L. M. Fernandes, Muana Moura de Oliveira
Nos últimos anos, o Acre tem despontado entre os estados no topo do ranking nacional como um dos estados que mais mata mulheres por razões de gênero. No período que compreende os anos de 2018 a 2022, sessenta mortes violentas de mulheres foram como feminicídios em inquéritos e processos que tramitam no território acreano. Diante dessa realidade, este trabalho é resultado preliminar de uma pesquisa documental realizada, em 2022 e 2023, com processos de feminicídio no Acre. A partir de dois casos analisados, busca-se evidenciar em quais contextos as mortes violentas de mulheres são enquadradas por agentes de Estado enquanto feminicídios, investigando o (não) uso da hipótese legal de “menosprezo e discriminação” (art. 121, § 2o-A, II do Código Penal) para (des)caracterizar o crime. De modo específico, almeja-se também analisar as relações de poder que operam de forma interseccional para garantir ou impedir a inteligibilidade de feminicídio nos processos. Para tanto, tem-se como fonte de pesquisa os laudos periciais e processos criminais, disponibilizados no Sistema de Automação Judicial do Tribunal de Justiça do Estado do Acre (SAJ/TJ), e os dados gerais sobre feminicídio produzidos pelo Centro de Atendimento à Vítima (CAV) — órgão vinculado ao Ministério Público do Acre. Adotando-se a literatura sociológica e jurídica sobre feminicídio e os estudos sobre interseccionalidades, percebe-se que relações de gênero, raça, classe e território perfazem os processos e que as mortes de mulheres fora do contexto de violência doméstica e familiar são ininteligíveis perante as instâncias do Sistema de Justiça Criminal Acreano.
{"title":"OLHARES INTERSECCIONAIS SOBRE PROCESSOS JUDICIAIS DE FEMINICÍDIO NA AMAZÔNIA ACREANA","authors":"Emylli Tavares do Nascimento, L. M. Fernandes, Muana Moura de Oliveira","doi":"10.46906/caos.n31.67624.p95-126","DOIUrl":"https://doi.org/10.46906/caos.n31.67624.p95-126","url":null,"abstract":"Nos últimos anos, o Acre tem despontado entre os estados no topo do ranking nacional como um dos estados que mais mata mulheres por razões de gênero. No período que compreende os anos de 2018 a 2022, sessenta mortes violentas de mulheres foram como feminicídios em inquéritos e processos que tramitam no território acreano. Diante dessa realidade, este trabalho é resultado preliminar de uma pesquisa documental realizada, em 2022 e 2023, com processos de feminicídio no Acre. A partir de dois casos analisados, busca-se evidenciar em quais contextos as mortes violentas de mulheres são enquadradas por agentes de Estado enquanto feminicídios, investigando o (não) uso da hipótese legal de “menosprezo e discriminação” (art. 121, § 2o-A, II do Código Penal) para (des)caracterizar o crime. De modo específico, almeja-se também analisar as relações de poder que operam de forma interseccional para garantir ou impedir a inteligibilidade de feminicídio nos processos. Para tanto, tem-se como fonte de pesquisa os laudos periciais e processos criminais, disponibilizados no Sistema de Automação Judicial do Tribunal de Justiça do Estado do Acre (SAJ/TJ), e os dados gerais sobre feminicídio produzidos pelo Centro de Atendimento à Vítima (CAV) — órgão vinculado ao Ministério Público do Acre. Adotando-se a literatura sociológica e jurídica sobre feminicídio e os estudos sobre interseccionalidades, percebe-se que relações de gênero, raça, classe e território perfazem os processos e que as mortes de mulheres fora do contexto de violência doméstica e familiar são ininteligíveis perante as instâncias do Sistema de Justiça Criminal Acreano.","PeriodicalId":186260,"journal":{"name":"CAOS – Revista Eletrônica de Ciências Sociais","volume":"4 4","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-12-11","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"138980994","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-12-11DOI: 10.46906/caos.n31.67352.p161-178
L. Chamma, Vinícius Azevedo
O presente ensaio tem como objetivo introduzir as ideias e as contribuições do sociólogo italiano Luciano Gallino (1927-2015) para a compreensão do finanzcapitalismo — capitalismo financeiro —, bem como o contexto de emergência, a caracterização e atuação nas últimas décadas dessa nova etapa do capitalismo globalizado. Para Gallino, esse cenário político e econômico conduziu a sucessivas reformas e mudanças na vida econômica, no trabalho, nas manifestações culturais e sociais que criaram uma nova forma de extrair valor. O modo como o trabalho precário e flexibilizado funda uma forma de luta de classes gestada dentro do projeto político e econômico da globalização é utilizado como uma ilustração. Concluímos que as contribuições de Gallino para a compreensão dos limites do capitalismo financeiro e da flexibilização do trabalho têm potencial de inspirar a superação dessas condições.
{"title":"O PROJETO POLÍTICO DO CAPITALISMO FINANCEIRO E A FLEXIBILIZAÇÃO DO TRABALHO: contribuições de Luciano Gallino","authors":"L. Chamma, Vinícius Azevedo","doi":"10.46906/caos.n31.67352.p161-178","DOIUrl":"https://doi.org/10.46906/caos.n31.67352.p161-178","url":null,"abstract":"O presente ensaio tem como objetivo introduzir as ideias e as contribuições do sociólogo italiano Luciano Gallino (1927-2015) para a compreensão do finanzcapitalismo — capitalismo financeiro —, bem como o contexto de emergência, a caracterização e atuação nas últimas décadas dessa nova etapa do capitalismo globalizado. Para Gallino, esse cenário político e econômico conduziu a sucessivas reformas e mudanças na vida econômica, no trabalho, nas manifestações culturais e sociais que criaram uma nova forma de extrair valor. O modo como o trabalho precário e flexibilizado funda uma forma de luta de classes gestada dentro do projeto político e econômico da globalização é utilizado como uma ilustração. Concluímos que as contribuições de Gallino para a compreensão dos limites do capitalismo financeiro e da flexibilização do trabalho têm potencial de inspirar a superação dessas condições.","PeriodicalId":186260,"journal":{"name":"CAOS – Revista Eletrônica de Ciências Sociais","volume":"38 6","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-12-11","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"138981038","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}