Pub Date : 2023-06-01DOI: 10.46906/caos.n30.65842.p103-122
G. Oliveira
Este artigo aborda o caráter social do videogame como porta para o debate sobre as possibilidades de análise sociológica desse objeto. Trata-se de pesquisa qualitativa cujo resultado é a discussão aqui proposta, que parte de uma comparação das imagens de um mapa de um videogame e da relação entre imagens históricas e o imperialismo histórico com o que veio a se tornar a indústria dos jogos digitais como parte da indústria cultural. Isso é realizado apontando para conexões entre os papéis de objetos da cultura na teoria de Benedict Anderson sobre “comunidades imaginadas” e como é possível identificar nos videogames formas sociais que correspondem ao que a indústria dos jogos hoje representa para as produções culturais e de guerra de impérios.
{"title":"IMAGENS DIGITAIS E COMUNIDADES IMAGINADAS: uma analogia entre videogames, imperialismo e indústria cultural","authors":"G. Oliveira","doi":"10.46906/caos.n30.65842.p103-122","DOIUrl":"https://doi.org/10.46906/caos.n30.65842.p103-122","url":null,"abstract":"Este artigo aborda o caráter social do videogame como porta para o debate sobre as possibilidades de análise sociológica desse objeto. Trata-se de pesquisa qualitativa cujo resultado é a discussão aqui proposta, que parte de uma comparação das imagens de um mapa de um videogame e da relação entre imagens históricas e o imperialismo histórico com o que veio a se tornar a indústria dos jogos digitais como parte da indústria cultural. Isso é realizado apontando para conexões entre os papéis de objetos da cultura na teoria de Benedict Anderson sobre “comunidades imaginadas” e como é possível identificar nos videogames formas sociais que correspondem ao que a indústria dos jogos hoje representa para as produções culturais e de guerra de impérios.\u0000 ","PeriodicalId":186260,"journal":{"name":"CAOS – Revista Eletrônica de Ciências Sociais","volume":"24 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-06-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"131668856","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-06-01DOI: 10.46906/caos.n30.65843.p39-59
Rodrigo Ferreira
Este artigo objetiva discutir elementos teóricos e hipotéticos até aqui refletidas em uma pesquisa em andamento (dissertação de mestrado), partindo de recursos da teoria crítica, sobre a produção social da indiferença, inserida nos discursos de projetos políticos de expansão ou manutenção do capital. Imbuídos de uma racionalidade, reproduzem e centralizam a preocupação com o crescimento econômico sob a tutela de um bem coletivo, mas face a interesses individuais. Para traçar o contexto e a operacionalização do processo de expulsão dos moradores das comunidades Jardim Edith e Água Espraiada no município de São Paulo, partiremos dos dados etnográficos e das entrevistas coletadas e apresentadas na obra Parceiros da exclusão, de Mariana Fix (2001). Visualizamos que a produção social da indiferença, promovida em três etapas, é alicerçada em um conflito de interesses e operada no discurso dos trabalhadores incumbidos, através de uma moral, a provocar a saída dos moradores das favelas para que a expansão do capital possa ocorrer.
{"title":"DA ESTRUTURA À (RE)PRODUÇÃO BUROCRÁTICA: a produção social da indiferença no processo de remoção dos moradores da comunidade Jardim Edith e Água Espraiada em São Paulo nos anos de 1990","authors":"Rodrigo Ferreira","doi":"10.46906/caos.n30.65843.p39-59","DOIUrl":"https://doi.org/10.46906/caos.n30.65843.p39-59","url":null,"abstract":"Este artigo objetiva discutir elementos teóricos e hipotéticos até aqui refletidas em uma pesquisa em andamento (dissertação de mestrado), partindo de recursos da teoria crítica, sobre a produção social da indiferença, inserida nos discursos de projetos políticos de expansão ou manutenção do capital. Imbuídos de uma racionalidade, reproduzem e centralizam a preocupação com o crescimento econômico sob a tutela de um bem coletivo, mas face a interesses individuais. Para traçar o contexto e a operacionalização do processo de expulsão dos moradores das comunidades Jardim Edith e Água Espraiada no município de São Paulo, partiremos dos dados etnográficos e das entrevistas coletadas e apresentadas na obra Parceiros da exclusão, de Mariana Fix (2001). Visualizamos que a produção social da indiferença, promovida em três etapas, é alicerçada em um conflito de interesses e operada no discurso dos trabalhadores incumbidos, através de uma moral, a provocar a saída dos moradores das favelas para que a expansão do capital possa ocorrer.","PeriodicalId":186260,"journal":{"name":"CAOS – Revista Eletrônica de Ciências Sociais","volume":"1 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-06-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"130320746","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-06-01DOI: 10.46906/caos.n30.65416.p175-201
Denise Clementino de Souza, M. Sá, Jessica Rani Ferreira de Sousa, Myrna Suely Silva Lorêto
As mulheres artesãs do Alto do Moura, centro de artes figurativas em Caruaru-PE, vêm ocupando espaços distintos na comunidade. Por um lado, projetam-se para o protagonismo no ofício, nos negócios e na política comunitária, por outro, são condicionadas a ocupar e permanecer em lugares menos valorizados socialmente, como é o caso das atividades domésticas e da pintura das peças. O objetivo deste trabalho é analisar os diferentes lugares que as mulheres artesãs vêm ocupando no Alto do Moura do século 21. A pesquisa teve natureza qualitativa. Foram realizadas 33 entrevistas com artesãos(ãs) e formadores(as) de opinião, além de 02 grupos focais, fotografias e observação de campo. Os resultados apontam que as artesãs, mesmo ocupando outros lugares nos últimos tempos, são oprimidas por vários mecanismos sociais, econômicos e culturais que, em geral, as mantêm em uma situação de poder desvantajosa na comunidade.
{"title":"ONDE ESTÃO AS MULHERES? Os lugares das artesãs na comunidade do Alto do Moura – PE","authors":"Denise Clementino de Souza, M. Sá, Jessica Rani Ferreira de Sousa, Myrna Suely Silva Lorêto","doi":"10.46906/caos.n30.65416.p175-201","DOIUrl":"https://doi.org/10.46906/caos.n30.65416.p175-201","url":null,"abstract":"As mulheres artesãs do Alto do Moura, centro de artes figurativas em Caruaru-PE, vêm ocupando espaços distintos na comunidade. Por um lado, projetam-se para o protagonismo no ofício, nos negócios e na política comunitária, por outro, são condicionadas a ocupar e permanecer em lugares menos valorizados socialmente, como é o caso das atividades domésticas e da pintura das peças. O objetivo deste trabalho é analisar os diferentes lugares que as mulheres artesãs vêm ocupando no Alto do Moura do século 21. A pesquisa teve natureza qualitativa. Foram realizadas 33 entrevistas com artesãos(ãs) e formadores(as) de opinião, além de 02 grupos focais, fotografias e observação de campo. Os resultados apontam que as artesãs, mesmo ocupando outros lugares nos últimos tempos, são oprimidas por vários mecanismos sociais, econômicos e culturais que, em geral, as mantêm em uma situação de poder desvantajosa na comunidade.","PeriodicalId":186260,"journal":{"name":"CAOS – Revista Eletrônica de Ciências Sociais","volume":"165 2","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-06-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"113986799","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-06-01DOI: 10.46906/caos.n30.66715.p11-17
Simone Magalhães Brito
O texto apresenta um conjunto de artigos produzidos como trabalho final da disciplina Teoria Crítica, oferecida a alunos de mestrado e doutorado do Programa de Pós-graduação em Sociologia da UFPB no segundo semestre de 2021. Os artigos buscam construir um debate com a primeira geração dos teóricos da Escola de Frankfurt para compreender os fundamentos do autoritarismo contemporâneo, mas também para criar diálogos com teorias críticas e diagnósticos contemporâneos, atualizando o núcleo do projeto crítico-emancipatório.
{"title":"TEORIA CRÍTICA: apresentação do dossiê","authors":"Simone Magalhães Brito","doi":"10.46906/caos.n30.66715.p11-17","DOIUrl":"https://doi.org/10.46906/caos.n30.66715.p11-17","url":null,"abstract":"O texto apresenta um conjunto de artigos produzidos como trabalho final da disciplina Teoria Crítica, oferecida a alunos de mestrado e doutorado do Programa de Pós-graduação em Sociologia da UFPB no segundo semestre de 2021. Os artigos buscam construir um debate com a primeira geração dos teóricos da Escola de Frankfurt para compreender os fundamentos do autoritarismo contemporâneo, mas também para criar diálogos com teorias críticas e diagnósticos contemporâneos, atualizando o núcleo do projeto crítico-emancipatório.","PeriodicalId":186260,"journal":{"name":"CAOS – Revista Eletrônica de Ciências Sociais","volume":"17 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-06-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"121964398","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-06-01DOI: 10.46906/caos.n30.65853.p139-155
R. J. C. Lima
Este artigo discorre sobre aspectos fundamentais da crítica radical ao sistema produtor de mercadorias feita pela primeira geração da escola de Frankfurt, notadamente por Adorno, Horkheimer e Benjamin. Sua finalidade é investigar a relação entre a crítica negativa proposta pela primeira geração, que não visava uma alteração parcial, por meio do Estado ou de outro agente institucional, no sentido de reformar a sociedade moderna e seus reflexos nas teorias do grupo Krisis e nas formulações de Paulo Arantes. Para tal, analisaremos aspectos fundamentais dessa crítica, cotejando aspectos históricos decisivos para seu relativo apagamento e ressurgimento. Uma de nossas conclusões é que a crítica radical tornaria a primeira geração de Frankfurt alvo de críticas e de isolamento político por parte das forças que tentaram tanto a via de reformas sociais quanto as tentativas de socialismos de Estado ao longo do século XX. Entretanto, com a crise instaurada pós-anos 1970, cada vez mais a teoria crítica proposta retornou ao centro das análises sobre o caráter essencialmente destrutivo e totalizante do sistema com repercussões mesmo nas formulações teóricas no Brasil contemporâneo.
{"title":"A RADICALIDADE DA TEORIA CRÍTICA, SEUS REFLEXOS NO GRUPO KRISIS E NAS FORMULAÇÕES DE PAULO ARANTES","authors":"R. J. C. Lima","doi":"10.46906/caos.n30.65853.p139-155","DOIUrl":"https://doi.org/10.46906/caos.n30.65853.p139-155","url":null,"abstract":"Este artigo discorre sobre aspectos fundamentais da crítica radical ao sistema produtor de mercadorias feita pela primeira geração da escola de Frankfurt, notadamente por Adorno, Horkheimer e Benjamin. Sua finalidade é investigar a relação entre a crítica negativa proposta pela primeira geração, que não visava uma alteração parcial, por meio do Estado ou de outro agente institucional, no sentido de reformar a sociedade moderna e seus reflexos nas teorias do grupo Krisis e nas formulações de Paulo Arantes. Para tal, analisaremos aspectos fundamentais dessa crítica, cotejando aspectos históricos decisivos para seu relativo apagamento e ressurgimento. Uma de nossas conclusões é que a crítica radical tornaria a primeira geração de Frankfurt alvo de críticas e de isolamento político por parte das forças que tentaram tanto a via de reformas sociais quanto as tentativas de socialismos de Estado ao longo do século XX. Entretanto, com a crise instaurada pós-anos 1970, cada vez mais a teoria crítica proposta retornou ao centro das análises sobre o caráter essencialmente destrutivo e totalizante do sistema com repercussões mesmo nas formulações teóricas no Brasil contemporâneo.","PeriodicalId":186260,"journal":{"name":"CAOS – Revista Eletrônica de Ciências Sociais","volume":"1 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-06-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"116731628","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-06-01DOI: 10.46906/caos.n30.65860.p18-38
Isaura Tupiniquim
Neste artigo, busca-se analisar e discutir paradigmas da arte política a partir de Herbert Marcuse, especialmente por meio dos conceitos de “alienação da arte” e “dessublimação repressiva”. Nesta análise, observa-se os sentidos dados à arte, sua dimensão revolucionária ou reificada tendo em vista o contexto recente de censura e perseguição às artes com a ascensão da extrema direita no Brasil. A aproximação com a teoria crítica se estabelece, inicialmente, considerando a crítica à noção de progresso e de razão instrumental feitas por Adorno e Horkheimer no livro Dialética do esclarecimento, de modo a identificar convergências acerca do fenômeno da fascistização do pensamento político e do potencial revolucionário da arte nos diferentes contextos históricos. Em diálogo com autores contemporâneos, como o crítico de arte Hal Foster, a escritora Walidah Imarisha, e a performance-instalação Vote nu de Natasha de Albuquerque, o artigo aponta caminhos para pensar as dimensões emancipatórias da arte na contemporaneidade.
{"title":"A ARTE DESAFIA O PRINCÍPIO DA RAZÃO? Reflexões sobre arte e política a partir do pensamento de Herbert Marcuse","authors":"Isaura Tupiniquim","doi":"10.46906/caos.n30.65860.p18-38","DOIUrl":"https://doi.org/10.46906/caos.n30.65860.p18-38","url":null,"abstract":"Neste artigo, busca-se analisar e discutir paradigmas da arte política a partir de Herbert Marcuse, especialmente por meio dos conceitos de “alienação da arte” e “dessublimação repressiva”. Nesta análise, observa-se os sentidos dados à arte, sua dimensão revolucionária ou reificada tendo em vista o contexto recente de censura e perseguição às artes com a ascensão da extrema direita no Brasil. A aproximação com a teoria crítica se estabelece, inicialmente, considerando a crítica à noção de progresso e de razão instrumental feitas por Adorno e Horkheimer no livro Dialética do esclarecimento, de modo a identificar convergências acerca do fenômeno da fascistização do pensamento político e do potencial revolucionário da arte nos diferentes contextos históricos. Em diálogo com autores contemporâneos, como o crítico de arte Hal Foster, a escritora Walidah Imarisha, e a performance-instalação Vote nu de Natasha de Albuquerque, o artigo aponta caminhos para pensar as dimensões emancipatórias da arte na contemporaneidade.","PeriodicalId":186260,"journal":{"name":"CAOS – Revista Eletrônica de Ciências Sociais","volume":"1 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-06-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"130529959","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-06-01DOI: 10.46906/caos.n30.65835.p123-138
Esdras Bezerra Fernandes de Araújo
A intenção deste texto é abordar os aspectos de uma antropologia filosófica apreensível a partir da elaboração adorniana acerca da ideologia e da experiência sob o capitalismo tardio. Para desenvolver esse argumento, é necessário: (i) apresentar sumariamente a interpretação e o lugar da ideologia na composição teórica de Adorno; em seguida, (ii) indicar que o entendimento adorniano acerca de uma condição humana irrealizável, especialmente sob o capitalismo, é o verdadeiro continuum histórico, ao invés de um sujeito histórico e/ou político; e, assim, (iii) esboçar como a relação entre constituição de uma estrutura de personalidade e a própria condição humana, fruto da interseção entre teoria crítica e psicanálise, são fundamentais para uma crítica do capitalismo em prol de um novo mundo e uma nova humanidade. Para alcançar os objetivos indicados, foi realizada uma revisão teórica, cotejando os textos de Theodor Adorno com análises de comentadores contemporâneos, destacando as suas conclusões críticas acerca da noção de subjetividade na teoria social de seu tempo — especialmente psicologia e psicanálise —, imbricada com sua permanente crítica da ideologia como aspecto basilar de sua crítica ao capitalismo.
{"title":"\"UM FRAGMENTO DA LIBIDO E O REPRESENTANTE DO MUNDO\": elementos para uma antropologia filosófica a partir de Theodor Adorno","authors":"Esdras Bezerra Fernandes de Araújo","doi":"10.46906/caos.n30.65835.p123-138","DOIUrl":"https://doi.org/10.46906/caos.n30.65835.p123-138","url":null,"abstract":"A intenção deste texto é abordar os aspectos de uma antropologia filosófica apreensível a partir da elaboração adorniana acerca da ideologia e da experiência sob o capitalismo tardio. Para desenvolver esse argumento, é necessário: (i) apresentar sumariamente a interpretação e o lugar da ideologia na composição teórica de Adorno; em seguida, (ii) indicar que o entendimento adorniano acerca de uma condição humana irrealizável, especialmente sob o capitalismo, é o verdadeiro continuum histórico, ao invés de um sujeito histórico e/ou político; e, assim, (iii) esboçar como a relação entre constituição de uma estrutura de personalidade e a própria condição humana, fruto da interseção entre teoria crítica e psicanálise, são fundamentais para uma crítica do capitalismo em prol de um novo mundo e uma nova humanidade. Para alcançar os objetivos indicados, foi realizada uma revisão teórica, cotejando os textos de Theodor Adorno com análises de comentadores contemporâneos, destacando as suas conclusões críticas acerca da noção de subjetividade na teoria social de seu tempo — especialmente psicologia e psicanálise —, imbricada com sua permanente crítica da ideologia como aspecto basilar de sua crítica ao capitalismo.","PeriodicalId":186260,"journal":{"name":"CAOS – Revista Eletrônica de Ciências Sociais","volume":"8 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-06-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"121303191","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-06-01DOI: 10.46906/caos.n30.65865.p60-76
Roberto E. Alexandre de Abreu
Este artigo discute a possibilidade de articulação entre a teoria crítica e as relações étnico-raciais, destacando as categorias de reconhecimento e decolonialidade nas contribuições teóricas de Axel Honneth e Amy Allen, respectivamente. Embora a teoria crítica seja uma macro teoria baseada na lógica de indivíduo universal, os recentes avanços na pesquisa social exigem uma transposição desses conceitos para áreas particulares, como a raça e o feminismo. Estudos contemporâneos em teoria crítica têm se orientado para o estudo de áreas particulares que permitem uma compreensão de fenômenos sociais localizados. Nesse sentido, a conexão entre a teoria crítica e as relações étnico-raciais é uma oportunidade para desenvolver uma teoria crítica mais adequada e relevante para o mundo atual. Axel Honneth destaca a importância do reconhecimento social na teoria crítica, enquanto Amy Allen aborda a decolonialidade, que busca desconstruir as relações coloniais de poder ainda presentes em nossas sociedades. Ambas as categorias podem ser úteis para conectar a teoria crítica com as relações étnico-raciais, a fim de compreender as complexidades das relações sociais e poder estabelecidas em nossa sociedade. Este trabalho utiliza uma metodologia bibliográfica para apresentar uma discussão preliminar dessas contribuições teóricas. A conexão entre a teoria crítica e as relações étnico-raciais é importante para refletir fenômenos sociais específicos e atender às novas demandas explicativas para antigos problemas sociais e sociológicos, logo, percebe-se que é necessário atualizar e revisar a teoria crítica para refletir as complexidades das relações sociais e poder em nossa sociedade.
{"title":"TEORIA CRÍTICA E RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS: reflexões e possibilidades no campo teórico","authors":"Roberto E. Alexandre de Abreu","doi":"10.46906/caos.n30.65865.p60-76","DOIUrl":"https://doi.org/10.46906/caos.n30.65865.p60-76","url":null,"abstract":"Este artigo discute a possibilidade de articulação entre a teoria crítica e as relações étnico-raciais, destacando as categorias de reconhecimento e decolonialidade nas contribuições teóricas de Axel Honneth e Amy Allen, respectivamente. Embora a teoria crítica seja uma macro teoria baseada na lógica de indivíduo universal, os recentes avanços na pesquisa social exigem uma transposição desses conceitos para áreas particulares, como a raça e o feminismo. Estudos contemporâneos em teoria crítica têm se orientado para o estudo de áreas particulares que permitem uma compreensão de fenômenos sociais localizados. Nesse sentido, a conexão entre a teoria crítica e as relações étnico-raciais é uma oportunidade para desenvolver uma teoria crítica mais adequada e relevante para o mundo atual. Axel Honneth destaca a importância do reconhecimento social na teoria crítica, enquanto Amy Allen aborda a decolonialidade, que busca desconstruir as relações coloniais de poder ainda presentes em nossas sociedades. Ambas as categorias podem ser úteis para conectar a teoria crítica com as relações étnico-raciais, a fim de compreender as complexidades das relações sociais e poder estabelecidas em nossa sociedade. Este trabalho utiliza uma metodologia bibliográfica para apresentar uma discussão preliminar dessas contribuições teóricas. A conexão entre a teoria crítica e as relações étnico-raciais é importante para refletir fenômenos sociais específicos e atender às novas demandas explicativas para antigos problemas sociais e sociológicos, logo, percebe-se que é necessário atualizar e revisar a teoria crítica para refletir as complexidades das relações sociais e poder em nossa sociedade.","PeriodicalId":186260,"journal":{"name":"CAOS – Revista Eletrônica de Ciências Sociais","volume":"4 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-06-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"124949387","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-06-01DOI: 10.46906/caos.n30.65545.p202-224
Andréa Joana Sodré de Sousa Garcia, A. Pereira, K. Araujo
O artigo apresenta análise teórica e crítica sobre as relações Estado/governo/indivíduos, a partir de três situações reais nas quais o governo de Jair Messias Bolsonaro (2019-2022), utilizou de mecanismos e instrumentos coercitivos para punir indivíduos que se manifestaram contra seu governo. O objetivo deste artigo é analisar o discurso e a ação do governo Bolsonaro frente às manifestações contrárias ao seu exercício. Reflete também sobre os conceitos de Estado, democracia, e como eles são utilizados pelos governantes em uma dinâmica de interesse e manutenção de poder, resgatando-os como elementos simbólicos presentes no imaginário social. Balizados por fatores presentes na antropologia política, que, através de suas percepções aproximadas da realidade objetiva e subjetiva dos indivíduos, orientam-nos a um entendimento da realidade social mais ampla, em que elementos que aparentemente demonstram-se incongruentes, a exemplo das falas autoritárias e antidemocráticas do presidente Bolsonaro, fazem sentido na dinâmica subjetiva e simbólica de alguns grupos sociais. Questionou-se então, por que, mesmo diante de gestos antidemocráticos, o referido governo se manteve no poder? Metodologicamente adotou-se a pesquisa bibliográfica, bem como a análise de três reportagens de repercussão nacional. Assim, foi possível observar os jogos de interesse e de poder que permeiam as relações políticas nos estados democráticos. A análise desse campo teórico, com as comparações de material jornalístico, demonstrou a realidade ampliada, para além de modelos e conceitos estabelecidos, compreendendo a singularidade da democracia brasileira a partir da realidade social dos indivíduos e de seus grupos.
{"title":"“EU SOU A CONSTITUIÇÃO!”: governo Bolsonaro e utilização de instrumentos coercitivos em nome do Estado","authors":"Andréa Joana Sodré de Sousa Garcia, A. Pereira, K. Araujo","doi":"10.46906/caos.n30.65545.p202-224","DOIUrl":"https://doi.org/10.46906/caos.n30.65545.p202-224","url":null,"abstract":"O artigo apresenta análise teórica e crítica sobre as relações Estado/governo/indivíduos, a partir de três situações reais nas quais o governo de Jair Messias Bolsonaro (2019-2022), utilizou de mecanismos e instrumentos coercitivos para punir indivíduos que se manifestaram contra seu governo. O objetivo deste artigo é analisar o discurso e a ação do governo Bolsonaro frente às manifestações contrárias ao seu exercício. Reflete também sobre os conceitos de Estado, democracia, e como eles são utilizados pelos governantes em uma dinâmica de interesse e manutenção de poder, resgatando-os como elementos simbólicos presentes no imaginário social. Balizados por fatores presentes na antropologia política, que, através de suas percepções aproximadas da realidade objetiva e subjetiva dos indivíduos, orientam-nos a um entendimento da realidade social mais ampla, em que elementos que aparentemente demonstram-se incongruentes, a exemplo das falas autoritárias e antidemocráticas do presidente Bolsonaro, fazem sentido na dinâmica subjetiva e simbólica de alguns grupos sociais. Questionou-se então, por que, mesmo diante de gestos antidemocráticos, o referido governo se manteve no poder? Metodologicamente adotou-se a pesquisa bibliográfica, bem como a análise de três reportagens de repercussão nacional. Assim, foi possível observar os jogos de interesse e de poder que permeiam as relações políticas nos estados democráticos. A análise desse campo teórico, com as comparações de material jornalístico, demonstrou a realidade ampliada, para além de modelos e conceitos estabelecidos, compreendendo a singularidade da democracia brasileira a partir da realidade social dos indivíduos e de seus grupos.","PeriodicalId":186260,"journal":{"name":"CAOS – Revista Eletrônica de Ciências Sociais","volume":"139 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-06-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"132842744","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-12-08DOI: 10.46906/caos.n29.62787.p35-54
Alberto dos Santos Cabral, Marisa Pires Rodrigues, David Holanda de Oliveira
Os museus universitários e espaços museais possuem o potencial de encorajar a participação da comunidade em diferentes contextos culturais, estimulando a diversidade e aceitação das diferenças, sendo espaços dinâmicos e veículos de desenvolvimento e transformação social. Eles participam das ações da UFPB para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), junto ao Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). A Pinacoteca da UFPB criada em 1987, pela carência de um plano museológico e pela importância do seu acervo, foi selecionada por uma equipe da Rede Universitária de Museus REUMUS para sua elaboração. A metodologia proposta para o plano museológico da Pinacoteca foi definida em etapas que contemplaram a elaboração do diagnóstico museológico; a capacitação da sua equipe interna com especialistas convidados; a realização de pesquisa junto ao público estudantil. Os resultados relativos ao Plano Museológico como também a participação dos estudantes são apresentados neste artigo com o propósito de contribuir para que seu potencial e missão possam ser efetivamente alcançados, assim como o cumprimento do compromisso com os ODS.
{"title":"CULTURA COMO UM EIXO DE DESENVOLVIMENTO: os museus universitários e os espaços museais da Universidade Federal da Paraíba (UFPB)","authors":"Alberto dos Santos Cabral, Marisa Pires Rodrigues, David Holanda de Oliveira","doi":"10.46906/caos.n29.62787.p35-54","DOIUrl":"https://doi.org/10.46906/caos.n29.62787.p35-54","url":null,"abstract":"Os museus universitários e espaços museais possuem o potencial de encorajar a participação da comunidade em diferentes contextos culturais, estimulando a diversidade e aceitação das diferenças, sendo espaços dinâmicos e veículos de desenvolvimento e transformação social. Eles participam das ações da UFPB para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), junto ao Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). A Pinacoteca da UFPB criada em 1987, pela carência de um plano museológico e pela importância do seu acervo, foi selecionada por uma equipe da Rede Universitária de Museus REUMUS para sua elaboração. A metodologia proposta para o plano museológico da Pinacoteca foi definida em etapas que contemplaram a elaboração do diagnóstico museológico; a capacitação da sua equipe interna com especialistas convidados; a realização de pesquisa junto ao público estudantil. Os resultados relativos ao Plano Museológico como também a participação dos estudantes são apresentados neste artigo com o propósito de contribuir para que seu potencial e missão possam ser efetivamente alcançados, assim como o cumprimento do compromisso com os ODS.","PeriodicalId":186260,"journal":{"name":"CAOS – Revista Eletrônica de Ciências Sociais","volume":"13 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-12-08","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"116829830","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}