Pub Date : 2022-12-30DOI: 10.11606/issn.2178-6224v17i2p181-194
Laurival Antonio De Luca Junior
Uma avaliação crítica recente da “homeostase”, elaborada por Walter Cannon (1871-1945), identifica contradições intrínsecas à associação condicional, feita por Claude Bernard (1813-1878), entre “constância do meio interno” e “vida livre”. Por um lado, a avaliação reitera a importância do “meio interno” - líquido onde vivem as células dos tecidos, estendendo-a à evolução dos compartimentos líquidos corporais. Entretanto, ela também mostra que a associação condicional não tem suporte empírico nem lógico. Portanto, é inválido assumir que “constância do meio interno” seja condição para “vida livre”. À parte de sua contradição intrínseca, outros trabalhos têm criticado o condicional presumindo que Bernard seguido por Cannon estava se referindo a uma rigidez regulatória das variáveis biológicas (da vida) em geral. O objetivo do presente trabalho é mostrar que essa crítica é também inválida, pois a nosso ver Bernard não faz esse tipo de generalização ao se referir a “vida livre”. Concluímos que evitar ambiguidades torna-se necessário para uma efetiva apreciação da contribuição teórica de Bernard para a fisiologia.
{"title":"A Bernard o que é de Bernard: resgatando o significado de “vida livre”","authors":"Laurival Antonio De Luca Junior","doi":"10.11606/issn.2178-6224v17i2p181-194","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/issn.2178-6224v17i2p181-194","url":null,"abstract":"Uma avaliação crítica recente da “homeostase”, elaborada por Walter Cannon (1871-1945), identifica contradições intrínsecas à associação condicional, feita por Claude Bernard (1813-1878), entre “constância do meio interno” e “vida livre”. Por um lado, a avaliação reitera a importância do “meio interno” - líquido onde vivem as células dos tecidos, estendendo-a à evolução dos compartimentos líquidos corporais. Entretanto, ela também mostra que a associação condicional não tem suporte empírico nem lógico. Portanto, é inválido assumir que “constância do meio interno” seja condição para “vida livre”. À parte de sua contradição intrínseca, outros trabalhos têm criticado o condicional presumindo que Bernard seguido por Cannon estava se referindo a uma rigidez regulatória das variáveis biológicas (da vida) em geral. O objetivo do presente trabalho é mostrar que essa crítica é também inválida, pois a nosso ver Bernard não faz esse tipo de generalização ao se referir a “vida livre”. Concluímos que evitar ambiguidades torna-se necessário para uma efetiva apreciação da contribuição teórica de Bernard para a fisiologia.","PeriodicalId":314079,"journal":{"name":"Filosofia e História da Biologia","volume":"2 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-12-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"128545600","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-07-03DOI: 10.11606/issn.2178-6224v17i1p47-71
J. G. S. Silva Junior
Além das pesquisas e aulas que ministrava em anatomia comparada, fisiologia, história natural e paleontologia, Thomas Henry Huxley (1825-1895) dedicou muito do seu tempo a dar palestras públicas. Estas, foram publicadas posteriormente como ensaios, contribuindo assim, para a difusão de suas ideias. Este artigo consiste em uma tradução de um desses ensaios “The rise and progress of paleontology” (O surgimento e a ascensão da paleontologia), em seu livro Collected essays: Science and the Hebrew em 1894. Neste trabalho Huxley apresentou à sua audiência um breve resumo sobre como a paleontologia surgiu, suas escolas, suas perspectivas e como a paleontologia se encaixava no contexto científico geral de sua época. Ele utilizou uma linguagem compreensível e convincente. Esperamos que este trabalho possa contribuir para o conhecimento das ideias paleontológicas de Huxley.
除了比较解剖学、生理学、自然史和古生物学方面的研究和教学,托马斯·亨利·赫胥黎(Thomas Henry Huxley, 1825-1895)还花了大量时间进行公开演讲。这些后来以散文的形式出版,从而有助于传播他的思想。这篇文章是他1894年出版的《古生物学的崛起和进步》一书中的一篇文章的翻译。在这篇论文中,赫胥利向他的听众简要介绍了古生物学是如何产生的,它的学派,它的观点,以及古生物学如何适应他那个时代的一般科学背景。他使用了易于理解和令人信服的语言。我们希望这项工作能为赫胥黎的古生物学思想的知识做出贡献。
{"title":"A ascensão da paleontologia no final do século XIX: algumas considerações por Thomas Henry Huxley","authors":"J. G. S. Silva Junior","doi":"10.11606/issn.2178-6224v17i1p47-71","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/issn.2178-6224v17i1p47-71","url":null,"abstract":"Além das pesquisas e aulas que ministrava em anatomia comparada, fisiologia, história natural e paleontologia, Thomas Henry Huxley (1825-1895) dedicou muito do seu tempo a dar palestras públicas. Estas, foram publicadas posteriormente como ensaios, contribuindo assim, para a difusão de suas ideias. Este artigo consiste em uma tradução de um desses ensaios “The rise and progress of paleontology” (O surgimento e a ascensão da paleontologia), em seu livro Collected essays: Science and the Hebrew em 1894. Neste trabalho Huxley apresentou à sua audiência um breve resumo sobre como a paleontologia surgiu, suas escolas, suas perspectivas e como a paleontologia se encaixava no contexto científico geral de sua época. Ele utilizou uma linguagem compreensível e convincente. Esperamos que este trabalho possa contribuir para o conhecimento das ideias paleontológicas de Huxley.","PeriodicalId":314079,"journal":{"name":"Filosofia e História da Biologia","volume":"103 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-07-03","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"129370504","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
O presente artigo se refere ao período da chamada genética clássica. Seu objetivo é discutir sobre as concepções e terminologia aplicadas ao material hereditário entre 1900 (“redescoberta” do trabalho de Mendel) e a publicação do livro The theory of the gene (1926) de Thomas Hunt Morgan (1866-1945), procurando averiguar se houve mudanças em relação a esses aspectos durante o período. O foco de nossa análise são as contribuições de dois grupos: o grupo britânico liderado por William Bateson (1861-1926) e o grupo norte-americano, liderado por Morgan. No período estudado, a terminologia foi mudando de “fator”, “caracteres”, “caracteres-unitários” e “gene”, que foi adotado a partir de 1926. Apesar de Bateson e Morgan considerarem que os agentes hereditários estivessem nas células germinativas, desconheciam sua composição. Esta pesquisa mostrou que durante o estabelecimento de uma nova área de estudo vão ocorrendo modificações em relação à terminologia empregada bem como à conotação dos termos, até que haja um consenso por parte da comunidade científica que os adote.
{"title":"Revisitando a história da genética clássica: dos caracteres unitários ao gene (1900-1926)","authors":"Larissa Nunes Durigan, Lilian Al-Chueyr Pereira Martins","doi":"10.11606/issn.2178-6224v16i2p209-236","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/issn.2178-6224v16i2p209-236","url":null,"abstract":"O presente artigo se refere ao período da chamada genética clássica. Seu objetivo é discutir sobre as concepções e terminologia aplicadas ao material hereditário entre 1900 (“redescoberta” do trabalho de Mendel) e a publicação do livro The theory of the gene (1926) de Thomas Hunt Morgan (1866-1945), procurando averiguar se houve mudanças em relação a esses aspectos durante o período. O foco de nossa análise são as contribuições de dois grupos: o grupo britânico liderado por William Bateson (1861-1926) e o grupo norte-americano, liderado por Morgan. No período estudado, a terminologia foi mudando de “fator”, “caracteres”, “caracteres-unitários” e “gene”, que foi adotado a partir de 1926. Apesar de Bateson e Morgan considerarem que os agentes hereditários estivessem nas células germinativas, desconheciam sua composição. Esta pesquisa mostrou que durante o estabelecimento de uma nova área de estudo vão ocorrendo modificações em relação à terminologia empregada bem como à conotação dos termos, até que haja um consenso por parte da comunidade científica que os adote.","PeriodicalId":314079,"journal":{"name":"Filosofia e História da Biologia","volume":"99 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-12-12","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"116795879","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-12-12DOI: 10.11606/issn.2178-6224v16i2p262-281
Tomás Antonio Freire de Pinho
O conceito de natureza humana é alvo de discussão entre especialistas das ciências humanas e naturais. Um marco incontornável do debate é o livro Sociobiology: the new synthesis de Edward Wilson e sua interpretação darwinista do comportamento humano. O presente artigo investiga os principais instrumentos teóricos e conhecimentos científicos usados pelo autor para realizar esse tipo de interpretação. Defendemos que, ao fazê-lo, Wilson almeja dialogar com especialistas de outras áreas e “biologizar” as humanidades. Exploraremos em particular como o autor explica a natureza humana a partir do dilema altruísmo-egoísmo. Identificamos que a análise de Wilson sobre o comportamento humano assume a forma de premissas e inferências envolvendo a ubiquidade, a origem genética, a adaptação e o tratamento matemático.
人性的概念是人文和自然科学专家讨论的主题。这场辩论的一个重要里程碑是爱德华·威尔逊(Edward Wilson)的《社会生物学:新综合》(Sociobiology: the new synthesis)及其对人类行为的达尔文主义解释。本文考察了作者在进行这类解释时所使用的主要理论工具和科学知识。我们认为,通过这样做,威尔逊旨在与其他领域的专家进行对话,并将人文学科“生物学化”。我们将特别探讨作者如何从利他主义-利己主义的困境来解释人性。我们发现威尔逊对人类行为的分析采取了假设和推断的形式,包括普遍性、遗传起源、适应和数学处理。
{"title":"A natureza humana e o altruísmo em Sociobiology: the new synthesis de Edward Wilson","authors":"Tomás Antonio Freire de Pinho","doi":"10.11606/issn.2178-6224v16i2p262-281","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/issn.2178-6224v16i2p262-281","url":null,"abstract":"O conceito de natureza humana é alvo de discussão entre especialistas das ciências humanas e naturais. Um marco incontornável do debate é o livro Sociobiology: the new synthesis de Edward Wilson e sua interpretação darwinista do comportamento humano. O presente artigo investiga os principais instrumentos teóricos e conhecimentos científicos usados pelo autor para realizar esse tipo de interpretação. Defendemos que, ao fazê-lo, Wilson almeja dialogar com especialistas de outras áreas e “biologizar” as humanidades. Exploraremos em particular como o autor explica a natureza humana a partir do dilema altruísmo-egoísmo. Identificamos que a análise de Wilson sobre o comportamento humano assume a forma de premissas e inferências envolvendo a ubiquidade, a origem genética, a adaptação e o tratamento matemático.","PeriodicalId":314079,"journal":{"name":"Filosofia e História da Biologia","volume":"21 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-12-12","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"127850986","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-12-12DOI: 10.11606/issn.2178-6224v16i2p131-171
Anderson Ricardo Carlos, Maria Elice de Brzezinski Prestes
O presente artigo faz uma discussão do livro de Charles Darwin (1809-1882) The Descent of Man and Selection in Relation to Sex, de 1871, cuja primeira edição completa 150 anos de publicação em 2021. Embora tão famoso, e importante, quanto A origem das espécies, o Descent é, contudo, menos lido e o mais controvertido livro de Darwin, desde seu lançamento até os dias atuais. Os objetivos são o de recolher aspectos do contexto em que o livro foi escrito e problematizar algumas das questões polêmicas que o cercam. Para isso, inicialmente, por aproximações aos estudos de Darwin publicados a partir dos anos 1980, a abordagem historiográfica adotada é caracterizada como pós-positivista, contextualista e enriquecida por teorias multiculturais do conhecimento. O escopo e objetivos do Descent são apresentados, tendo em vista seu autor como representante da elite intelectual inglesa do século XIX. A seleção das polêmicas vivas hoje ocorreu em dois fóruns acadêmicos de 2021, uma disciplina sobre Darwin e um congresso internacional de estudos metacientíficos da biologia. As polêmicas foram reunidas em três grupos: 1) a escola craniométrica e a hierarquia das raças e civilizações; 2) a seleção sexual e os estereótipos culturais de gênero; 3) a seleção natural no âmbito humano e os movimentos eugênicos. As conclusões são desenhadas em convergência com os achados da historiografia recente, reconhecendo que a construção da teoria evolucionista de Darwin se deu na interação de mão dupla entre a ciência e a cultura, como é da natureza da construção de todo conhecimento científico. O seu trabalho teórico reflete elementos da sociedade vitoriana, com a qual o naturalista compartilhava as virtudes e os vícios.
{"title":"Contextualizando The descent of man, de Charles Darwin: debates calorosos persistem após 150 anos de sua publicação","authors":"Anderson Ricardo Carlos, Maria Elice de Brzezinski Prestes","doi":"10.11606/issn.2178-6224v16i2p131-171","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/issn.2178-6224v16i2p131-171","url":null,"abstract":"O presente artigo faz uma discussão do livro de Charles Darwin (1809-1882) The Descent of Man and Selection in Relation to Sex, de 1871, cuja primeira edição completa 150 anos de publicação em 2021. Embora tão famoso, e importante, quanto A origem das espécies, o Descent é, contudo, menos lido e o mais controvertido livro de Darwin, desde seu lançamento até os dias atuais. Os objetivos são o de recolher aspectos do contexto em que o livro foi escrito e problematizar algumas das questões polêmicas que o cercam. Para isso, inicialmente, por aproximações aos estudos de Darwin publicados a partir dos anos 1980, a abordagem historiográfica adotada é caracterizada como pós-positivista, contextualista e enriquecida por teorias multiculturais do conhecimento. O escopo e objetivos do Descent são apresentados, tendo em vista seu autor como representante da elite intelectual inglesa do século XIX. A seleção das polêmicas vivas hoje ocorreu em dois fóruns acadêmicos de 2021, uma disciplina sobre Darwin e um congresso internacional de estudos metacientíficos da biologia. As polêmicas foram reunidas em três grupos: 1) a escola craniométrica e a hierarquia das raças e civilizações; 2) a seleção sexual e os estereótipos culturais de gênero; 3) a seleção natural no âmbito humano e os movimentos eugênicos. As conclusões são desenhadas em convergência com os achados da historiografia recente, reconhecendo que a construção da teoria evolucionista de Darwin se deu na interação de mão dupla entre a ciência e a cultura, como é da natureza da construção de todo conhecimento científico. O seu trabalho teórico reflete elementos da sociedade vitoriana, com a qual o naturalista compartilhava as virtudes e os vícios.","PeriodicalId":314079,"journal":{"name":"Filosofia e História da Biologia","volume":"38 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-12-12","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"123855342","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-12-12DOI: 10.11606/issn.2178-6224v16i2p237-259
Pedro de Lima Navarro
De modo análogo a outros estudiosos no período do Renascimento, Pierre Belon (1517-1564), se dedicou ao estudo de vários aspectos do mundo natural, porém ele é geralmente lembrado por uma ilustração presente na obra L’histoire de la nature des oyseaux (1555) onde chama a atenção para as semelhanças anatômicas entre os esqueletos de aves e do homem. O propósito principal deste artigo é tornar o capítulo da referida obra onde figura a comparação entre o esqueleto humano e o das aves, mais acessível para os falantes de português. Acrescentamos também informações sobre sua vida, obra e recepção de suas ideias. Esperamos que este trabalho possa contribuir para a difusão das ideias de Belon e seu contexto.
{"title":"Belon, as aves e os ossos: tradução do capítulo XII da Histoire de la nature des oyseaux (1555)","authors":"Pedro de Lima Navarro","doi":"10.11606/issn.2178-6224v16i2p237-259","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/issn.2178-6224v16i2p237-259","url":null,"abstract":"De modo análogo a outros estudiosos no período do Renascimento, Pierre Belon (1517-1564), se dedicou ao estudo de vários aspectos do mundo natural, porém ele é geralmente lembrado por uma ilustração presente na obra L’histoire de la nature des oyseaux (1555) onde chama a atenção para as semelhanças anatômicas entre os esqueletos de aves e do homem. O propósito principal deste artigo é tornar o capítulo da referida obra onde figura a comparação entre o esqueleto humano e o das aves, mais acessível para os falantes de português. Acrescentamos também informações sobre sua vida, obra e recepção de suas ideias. Esperamos que este trabalho possa contribuir para a difusão das ideias de Belon e seu contexto.","PeriodicalId":314079,"journal":{"name":"Filosofia e História da Biologia","volume":"71 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-12-12","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"115650249","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-07-23DOI: 10.11606/ISSN.2178-6224V16I1P29-57
Daniela Frey, R. Waizbort
Nosso objetivo é fomentar a articulação entre o ensino de doenças infectocontagiosas e de evolução, a partir do filme (como estratégia de ensino) “O despertar de uma paixão” (2006), que retrata uma epidemia de cólera na China. A metodologia envolveu uma abordagem qualitativa, de intervenção, com alunos de um curso técnico integrado ao Ensino Médio, de uma escola pública, em Petrópolis (RJ). Após responderem a um questionário inicial, eles assistiram ao referido filme e a trechos do documentário “A corrida das espécies”, que apresenta aspectos evolutivos de doenças. Depois, houve um debate e um estudo sobre possíveis relações entre Epidemiologia e Evolução. Por fim, aplicamos outro questionário para tentar reconhecer mudanças nas respostas. Os resultados indicam que certos conceitos evolutivos passaram a coexistir com conceitos prévios.
{"title":"Cinema, doença infecciosa e teoria da evolução: uma estratégia possível ao Ensino Médio","authors":"Daniela Frey, R. Waizbort","doi":"10.11606/ISSN.2178-6224V16I1P29-57","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/ISSN.2178-6224V16I1P29-57","url":null,"abstract":"Nosso objetivo é fomentar a articulação entre o ensino de doenças infectocontagiosas e de evolução, a partir do filme (como estratégia de ensino) “O despertar de uma paixão” (2006), que retrata uma epidemia de cólera na China. A metodologia envolveu uma abordagem qualitativa, de intervenção, com alunos de um curso técnico integrado ao Ensino Médio, de uma escola pública, em Petrópolis (RJ). Após responderem a um questionário inicial, eles assistiram ao referido filme e a trechos do documentário “A corrida das espécies”, que apresenta aspectos evolutivos de doenças. Depois, houve um debate e um estudo sobre possíveis relações entre Epidemiologia e Evolução. Por fim, aplicamos outro questionário para tentar reconhecer mudanças nas respostas. Os resultados indicam que certos conceitos evolutivos passaram a coexistir com conceitos prévios.","PeriodicalId":314079,"journal":{"name":"Filosofia e História da Biologia","volume":"122 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-07-23","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"116369205","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-07-23DOI: 10.11606/ISSN.2178-6224V16I1P113-129
Viviane Arruda do Carmo
Desde o início da carreira de Alfred Russel Wallace (1823-1913) como naturalista, além de se interessar pela origem das espécies, ele se preocupou com a distribuição geográfica dos animais e plantas. Contudo, Wallace não foi o único autor de sua época a se interessar por esse assunto. Philip Lutley Sclater (1829-1913) zoólogo inglês, propôs em 1858 um modelo de para explicar a distribuição geográfica das aves. O objetivo deste artigo é discutir sobre a proposta de Sclater no contexto da biogeografia da época, procurando apontar em que evidências ele se baseou. Adicionalmente, esclarecer quais aspectos da proposta de Sclater foram aceitos por Wallace, bem como o que Sclater acrescentou de novo em relação ao assunto. Este estudo levou à conclusão de que embora Wallace tenha defendido e se baseado no modelo de distribuição biogeográfica de Sclater para explicar a distribuição geográfica de outras classes de animais, ele não negou os problemas a ela inerentes. Apontou a existência de casos da distribuição geográfica de alguns grupos que não se enquadravam na proposta de Sclater.
{"title":"Wallace, Sclater e os modelos de distribuição biogeográfica","authors":"Viviane Arruda do Carmo","doi":"10.11606/ISSN.2178-6224V16I1P113-129","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/ISSN.2178-6224V16I1P113-129","url":null,"abstract":"Desde o início da carreira de Alfred Russel Wallace (1823-1913) como naturalista, além de se interessar pela origem das espécies, ele se preocupou com a distribuição geográfica dos animais e plantas. Contudo, Wallace não foi o único autor de sua época a se interessar por esse assunto. Philip Lutley Sclater (1829-1913) zoólogo inglês, propôs em 1858 um modelo de para explicar a distribuição geográfica das aves. O objetivo deste artigo é discutir sobre a proposta de Sclater no contexto da biogeografia da época, procurando apontar em que evidências ele se baseou. Adicionalmente, esclarecer quais aspectos da proposta de Sclater foram aceitos por Wallace, bem como o que Sclater acrescentou de novo em relação ao assunto. Este estudo levou à conclusão de que embora Wallace tenha defendido e se baseado no modelo de distribuição biogeográfica de Sclater para explicar a distribuição geográfica de outras classes de animais, ele não negou os problemas a ela inerentes. Apontou a existência de casos da distribuição geográfica de alguns grupos que não se enquadravam na proposta de Sclater.","PeriodicalId":314079,"journal":{"name":"Filosofia e História da Biologia","volume":"66 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-07-23","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"124282128","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-07-23DOI: 10.11606/ISSN.2178-6224V16I1P59-85
Diogenes Rafael de Camargo, Kátia Vanessa Tarantini Silvestri
Mediante às proposições de desenvolvimento sustentável, recursos naturais e sustentabilidade, deve se compreender a natureza em um contexto polivalente permeado pelos discursos políticos, científicos, sociais, artísticos e filosóficos. De abordagem qualitativa, o procedimento metodológico fez revisão sistemática acerca do conceito physis na história da filosofia objetivando traçar 1. um percurso semântico até a função desenvolvimento sustentável, 2. propor uma inflexão às proposições de desenvolvimento sustentável e, 3. evitar ambiguidades dos termos homem e humano. Para tanto, fundamenta-se a revisão sistemática em Heidegger (1989; 2017), Deleuze e Guattari (2016), Loureiro (2012), Montibeller-Filho (2008), Unger (2006), Guattari (2006), Singer (2000). A pesquisa desenvolvida mostrou que após as grandes catástrofes sociais e ambientais que o mundo assistiu na primeira metade do século XX, ocorreu a emergência de muitas correntes ambientalistas. Algumas dessas correntes partiram de um viés propagandista e ideológico oficial pelo qual se propagaram os sistemas discursivos mais bem estruturados e, um pouco mais estagnados na dinâmica entre supra e infraestrutura, utilizando o discurso ambiental. Este que começava a brotar na sociedade, como ferramenta de garantia da manutenção de uma hegemonia econômica e política contribuiu historicamente para o abismo da dicotomia Homem versus Natureza.
{"title":"As diferentes concepções de natureza na sociedade ocidental: da physis ao desenvolvimento sustentável","authors":"Diogenes Rafael de Camargo, Kátia Vanessa Tarantini Silvestri","doi":"10.11606/ISSN.2178-6224V16I1P59-85","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/ISSN.2178-6224V16I1P59-85","url":null,"abstract":"Mediante às proposições de desenvolvimento sustentável, recursos naturais e sustentabilidade, deve se compreender a natureza em um contexto polivalente permeado pelos discursos políticos, científicos, sociais, artísticos e filosóficos. De abordagem qualitativa, o procedimento metodológico fez revisão sistemática acerca do conceito physis na história da filosofia objetivando traçar 1. um percurso semântico até a função desenvolvimento sustentável, 2. propor uma inflexão às proposições de desenvolvimento sustentável e, 3. evitar ambiguidades dos termos homem e humano. Para tanto, fundamenta-se a revisão sistemática em Heidegger (1989; 2017), Deleuze e Guattari (2016), Loureiro (2012), Montibeller-Filho (2008), Unger (2006), Guattari (2006), Singer (2000). A pesquisa desenvolvida mostrou que após as grandes catástrofes sociais e ambientais que o mundo assistiu na primeira metade do século XX, ocorreu a emergência de muitas correntes ambientalistas. Algumas dessas correntes partiram de um viés propagandista e ideológico oficial pelo qual se propagaram os sistemas discursivos mais bem estruturados e, um pouco mais estagnados na dinâmica entre supra e infraestrutura, utilizando o discurso ambiental. Este que começava a brotar na sociedade, como ferramenta de garantia da manutenção de uma hegemonia econômica e política contribuiu historicamente para o abismo da dicotomia Homem versus Natureza.","PeriodicalId":314079,"journal":{"name":"Filosofia e História da Biologia","volume":"13 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-07-23","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"134070020","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2021-07-23DOI: 10.11606/ISSN.2178-6224V16I1P87-112
Víctor Emilio Parra Leal
This paper assesses some challenges posed by evolutionary debunking arguments in Joyce’s function and Street’s contingency versions to moral realism, understood as the metaethical theory according to which there are moral facts that are absolute, universal and context-independent. Some argue that Copp’s society centred realism is untenable given that it cannot support counterfactuals. Shafer-Landau and Huemer’s arguments are also subject to debunking because they cannot persuasively show that human morality is unaffected by evolutionary forces. In Huemer’s view, moral progress is proof of moral facts. It requires moral realism due to progress being context-dependent. From an evolutionary point of view, there are no previous standards and ideals concerning the direction of progress. Finally, a possible answer to the function version of the evolutionary debunking arguments is the possibility that the nature of human language (including moral language) is such that, in essence, it cannot be convincingly divided in language about facts and language about value.
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