Pub Date : 2022-09-01DOI: 10.5965/2175234614342022100
Francisco Freitas
A pandemia nos colocou diante da iminência do fim do mundo. As imagens do fim se manifestam em sonhos e atravessam o imaginário ocidental. Como o Ocidente pode pensar além de si mesmo? A partir das leituras de Ailton Krenak e Davi Kopenawa, procuramos analisar os sonhos como outra forma de conhecimento e de relação com a realidade. Para isso, dois conceitos são fundamentais na crítica de Ailton Krenak à civilização ocidental: de humanidade e de mundo. A ideia de humanidade homogênea, apartada do mundo, tem levado ao fim dos vários mundos que coexistem na Terra. Pois o mundo já acabou para os povos que foram exterminados. Diante dos fins dos mundos, da queda do céu, podemos aprender com os sonhos yanomamis a suspender o céu como forma de adiar os fins. Assim, a política dos sonhos ameríndios nos fornece outras perspectivas de transformação dos corpos e da realidade na longa noite contemporânea de insônias e pesadelos políticos.
{"title":"Sonhar a terra, suspender o céu: políticas do sonho para noites brancas","authors":"Francisco Freitas","doi":"10.5965/2175234614342022100","DOIUrl":"https://doi.org/10.5965/2175234614342022100","url":null,"abstract":"A pandemia nos colocou diante da iminência do fim do mundo. As imagens do fim se manifestam em sonhos e atravessam o imaginário ocidental. Como o Ocidente pode pensar além de si mesmo? A partir das leituras de Ailton Krenak e Davi Kopenawa, procuramos analisar os sonhos como outra forma de conhecimento e de relação com a realidade. Para isso, dois conceitos são fundamentais na crítica de Ailton Krenak à civilização ocidental: de humanidade e de mundo. A ideia de humanidade homogênea, apartada do mundo, tem levado ao fim dos vários mundos que coexistem na Terra. Pois o mundo já acabou para os povos que foram exterminados. Diante dos fins dos mundos, da queda do céu, podemos aprender com os sonhos yanomamis a suspender o céu como forma de adiar os fins. Assim, a política dos sonhos ameríndios nos fornece outras perspectivas de transformação dos corpos e da realidade na longa noite contemporânea de insônias e pesadelos políticos.","PeriodicalId":33720,"journal":{"name":"Palindromo","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-09-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"41712791","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Se a língua é fascista, pois obriga a dizer (BARTHES, 2013), há outros modos de usar a língua? A língua, aqui, é a que diz, que fala, mas também é a que saboreia e manifesta. Estamos falando (de) duas línguas e um manifesto contra o apagamento de outras tantas. A língua oficial do Brasil, o português, uma marca colonial que os obriga a dizer assim: em português; a língua do paladar, a que degusta e saboreia os alimentos; e, por fim, o Potyguês apresentado por Juão Nyn (2020) como um manifesto do que é possível criar por entre elas. A vogal cardíaca “y” retoma um som sagrado apagado pela língua oficial ao tempo em que saberes culinários transformados em sabores culinários comunicam memórias e nos reconectam com o tempo dos sonhos. Seja pela retomada de cosmogonias, seja pela evocação da memória, ambas propõem outros modos de (des)fazer a língua. Para esta receita: saberes ancestrais, boca, dentes e som. As mordidas de um passado colonial ecoam em outros modos de fazer e de (sub)verter a língua.
{"title":"Do paladar ao potyguês: a transtemporalidade da língua","authors":"Mariana Vogt Michaelsen, Alessandra Guterres Deifeld","doi":"10.5965/2175234614342022035","DOIUrl":"https://doi.org/10.5965/2175234614342022035","url":null,"abstract":"Se a língua é fascista, pois obriga a dizer (BARTHES, 2013), há outros modos de usar a língua? A língua, aqui, é a que diz, que fala, mas também é a que saboreia e manifesta. Estamos falando (de) duas línguas e um manifesto contra o apagamento de outras tantas. A língua oficial do Brasil, o português, uma marca colonial que os obriga a dizer assim: em português; a língua do paladar, a que degusta e saboreia os alimentos; e, por fim, o Potyguês apresentado por Juão Nyn (2020) como um manifesto do que é possível criar por entre elas. A vogal cardíaca “y” retoma um som sagrado apagado pela língua oficial ao tempo em que saberes culinários transformados em sabores culinários comunicam memórias e nos reconectam com o tempo dos sonhos. Seja pela retomada de cosmogonias, seja pela evocação da memória, ambas propõem outros modos de (des)fazer a língua. Para esta receita: saberes ancestrais, boca, dentes e som. As mordidas de um passado colonial ecoam em outros modos de fazer e de (sub)verter a língua.","PeriodicalId":33720,"journal":{"name":"Palindromo","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-09-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"42687572","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-09-01DOI: 10.5965/2175234614342022011
Alice de Carvalho Lino Lecci
O objetivo desse artigo é caracterizar, de forma introdutória, determinadas práticas artísticas rituais realizadas no Candomblé, da nação de Ketu, como os cantos entoados para as divindades africanas, nomeadas Orixás, as danças coreografadas, os toques dos atabaques e as indumentárias, de modo a compreendê-las a partir dos ìtàn, as mitologias relativas a estas divindades. Pretende-se também verificar a relação destas práticas artísticas com a fruição do axé, ou seja, os toques dos atabaques, os cantos e as danças ambientam os corpos dos Ẹlẹ́gùn para a personificação dos Orixás, durante o xirê, de maneira que quando se obtém a exatidão na execução das músicas, das danças, na composição das vestimentas, nas insígnias dos Orixás e mesmo nas condutas das/os filhas/os de santo durante o rito, tem-se a fruição do axé. Este, por sua vez, refere-se à potência inerente à vida, capaz de transformar e realizar, sendo que este processo criador assegura, então, o desenrolar da própria existência. Para sustentar a referida análise, consideram-se os diálogos estabelecidos, mediante entrevistas, com a Ìyálòrìsà Márcia Ty Ọ̀ṣun e com o Bàbálòrìsà Fábio ty Ọ̀ṣọ́ọ̀si, sacerdotes no Ilê Erô Opará Ofá Odé Asé Jaynã. Utilizam-se também da pesquisa bibliográfica, em especial, dirigida aos escritos da Ìyálòrìsà Gisselle Cossard-Binon, José Beniste, Muniz Sodré, Pierre Verger, Vilém Flusser, entre outros/as. Vale salientar, desde já, que tais práticas e saberes representam, no Brasil, aspectos da cultura e história do povo iorubá, originários de Benin, Togo e Nigéria, Serra Leoa, entre outros países.
{"title":"As práticas artísticas rituais e a fruição do axé no candomblé Ketu","authors":"Alice de Carvalho Lino Lecci","doi":"10.5965/2175234614342022011","DOIUrl":"https://doi.org/10.5965/2175234614342022011","url":null,"abstract":"O objetivo desse artigo é caracterizar, de forma introdutória, determinadas práticas artísticas rituais realizadas no Candomblé, da nação de Ketu, como os cantos entoados para as divindades africanas, nomeadas Orixás, as danças coreografadas, os toques dos atabaques e as indumentárias, de modo a compreendê-las a partir dos ìtàn, as mitologias relativas a estas divindades. Pretende-se também verificar a relação destas práticas artísticas com a fruição do axé, ou seja, os toques dos atabaques, os cantos e as danças ambientam os corpos dos Ẹlẹ́gùn para a personificação dos Orixás, durante o xirê, de maneira que quando se obtém a exatidão na execução das músicas, das danças, na composição das vestimentas, nas insígnias dos Orixás e mesmo nas condutas das/os filhas/os de santo durante o rito, tem-se a fruição do axé. Este, por sua vez, refere-se à potência inerente à vida, capaz de transformar e realizar, sendo que este processo criador assegura, então, o desenrolar da própria existência. Para sustentar a referida análise, consideram-se os diálogos estabelecidos, mediante entrevistas, com a Ìyálòrìsà Márcia Ty Ọ̀ṣun e com o Bàbálòrìsà Fábio ty Ọ̀ṣọ́ọ̀si, sacerdotes no Ilê Erô Opará Ofá Odé Asé Jaynã. Utilizam-se também da pesquisa bibliográfica, em especial, dirigida aos escritos da Ìyálòrìsà Gisselle Cossard-Binon, José Beniste, Muniz Sodré, Pierre Verger, Vilém Flusser, entre outros/as. Vale salientar, desde já, que tais práticas e saberes representam, no Brasil, aspectos da cultura e história do povo iorubá, originários de Benin, Togo e Nigéria, Serra Leoa, entre outros países.","PeriodicalId":33720,"journal":{"name":"Palindromo","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-09-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"44999666","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-09-01DOI: 10.5965/2175234614342022162
Bárbara Lissa de Campos, Maria Figueiredo Vaz, Rachel Cecília de Oliveira
O presente artigo faz uma análise do desastre ocorrido em Córrego do Feijão (Brumadinho- MG) a partir do trabalho visual Quando o Tempo Dura um Tonelada, das artistas Bárbara Lissa e Maria Vaz, que compõem o duo Paisagens Móveis. Enfatizando a importância de reconstituir os acontecimentos e traumas do passado para que seja possível construir outros futuros, o trabalho torna visíveis, através de um processo fotográfico experimental, os fantasmas deste local devastado pela ganância da mineração, encoberto pela lama e uma atmosfera tomada pela poeira de minério diariamente espalhada pelos trens. Por meio do ato de tornar visíveis os restos do evento é possível que haja, mesmo que simbolicamente, uma despedida.
本文分析了corrego do feijao (Brumadinho- MG)中发生的灾难,通过视觉作品Quando O Tempo Dura um ton,艺术家barbara Lissa和Maria Vaz组成了移动景观二人组。强调过去重组事件的重要性和创伤让其他未来的工作则是可行的,通过一个实验过程中,矿业,这个地方被贪婪的幽灵用泥和大气层由灰尘矿石每天到处询问了。通过使事件的残余可见,有可能有一个告别,即使是象征性的。
{"title":"\"Quando o tempo dura uma tonelada\": memórias de um desastre","authors":"Bárbara Lissa de Campos, Maria Figueiredo Vaz, Rachel Cecília de Oliveira","doi":"10.5965/2175234614342022162","DOIUrl":"https://doi.org/10.5965/2175234614342022162","url":null,"abstract":"O presente artigo faz uma análise do desastre ocorrido em Córrego do Feijão (Brumadinho- MG) a partir do trabalho visual Quando o Tempo Dura um Tonelada, das artistas Bárbara Lissa e Maria Vaz, que compõem o duo Paisagens Móveis. Enfatizando a importância de reconstituir os acontecimentos e traumas do passado para que seja possível construir outros futuros, o trabalho torna visíveis, através de um processo fotográfico experimental, os fantasmas deste local devastado pela ganância da mineração, encoberto pela lama e uma atmosfera tomada pela poeira de minério diariamente espalhada pelos trens. Por meio do ato de tornar visíveis os restos do evento é possível que haja, mesmo que simbolicamente, uma despedida.","PeriodicalId":33720,"journal":{"name":"Palindromo","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-09-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"45463255","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-09-01DOI: 10.5965/2175234614342022203
Rocio Francela Reyes Carrera
A seguinte proposição artística aborda a obra “Desarmar o Brasão de Guatemala”, uma releitura teórica e prática sobre a independência da Guatemala. Este símbolo patriótico "reforça" uma identidade nacional com a qual a população não se identifica e agora cobra outra simbologia, desarmando artisticamente os elementos presentes no brasão atual. Retirando símbolos de violência, morte e conquista, busco abrir espaço a elementos de revolução, liberdade e força das lutas coletivas dos movimentos populares indígenas, que arduamente vem atravessando todo tipo de opressão militar e social mas sempre seguem firmes e fortes nos seus propósitos. Neste trabalho desenvolvo um novo brasão, constituído de elementos de lutas revolucionárias.
{"title":"Desarmar o brasão de Guatemala","authors":"Rocio Francela Reyes Carrera","doi":"10.5965/2175234614342022203","DOIUrl":"https://doi.org/10.5965/2175234614342022203","url":null,"abstract":"A seguinte proposição artística aborda a obra “Desarmar o Brasão de Guatemala”, uma releitura teórica e prática sobre a independência da Guatemala. Este símbolo patriótico \"reforça\" uma identidade nacional com a qual a população não se identifica e agora cobra outra simbologia, desarmando artisticamente os elementos presentes no brasão atual. Retirando símbolos de violência, morte e conquista, busco abrir espaço a elementos de revolução, liberdade e força das lutas coletivas dos movimentos populares indígenas, que arduamente vem atravessando todo tipo de opressão militar e social mas sempre seguem firmes e fortes nos seus propósitos. Neste trabalho desenvolvo um novo brasão, constituído de elementos de lutas revolucionárias.","PeriodicalId":33720,"journal":{"name":"Palindromo","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-09-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"42245141","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-09-01DOI: 10.5965/2175234614342022249
Flávia Roberta Alves Costa, Fabiana Souto Lima Vidal
Este artigo é fruto da pesquisa que estamos desenvolvendo no mestrado em Artes Visuais da UFPB/UFPE e surge da necessidade de nos debruçarmos sobre as produções acadêmicas da pós-graduação brasileira de pesquisadores que investigaram as artes indígenas no ensino das Artes Visuais na educação básica, tendo em vista a pouca visibilidade desses estudos. Assim, tomamos como objetivo investigar as teses e dissertações brasileiras em torno da temática indígena no ensino das Artes Visuais. Metodologicamente, optamos por uma revisão bibliográfica, explorando a base de dados da Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD) do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT) no recorte temporal de 2010 a 2020, a partir dos seguintes descritores: Ensino de Arte, Artes Visuais e Artes indígenas. A análise do conteúdo de cinco dissertações trouxe aporte para entender algumas lacunas, silenciamentos e estereotipização sobre as artes indígenas e nos faz refletir sobre a necessidade de trabalhar essa temática numa perspectiva intercultural e decolonial.
{"title":"Artes indígenas no ensino das artes visuais: uma revisão bibliográfica a partir da produção da pós-graduação brasileira","authors":"Flávia Roberta Alves Costa, Fabiana Souto Lima Vidal","doi":"10.5965/2175234614342022249","DOIUrl":"https://doi.org/10.5965/2175234614342022249","url":null,"abstract":"Este artigo é fruto da pesquisa que estamos desenvolvendo no mestrado em Artes Visuais da UFPB/UFPE e surge da necessidade de nos debruçarmos sobre as produções acadêmicas da pós-graduação brasileira de pesquisadores que investigaram as artes indígenas no ensino das Artes Visuais na educação básica, tendo em vista a pouca visibilidade desses estudos. Assim, tomamos como objetivo investigar as teses e dissertações brasileiras em torno da temática indígena no ensino das Artes Visuais. Metodologicamente, optamos por uma revisão bibliográfica, explorando a base de dados da Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD) do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT) no recorte temporal de 2010 a 2020, a partir dos seguintes descritores: Ensino de Arte, Artes Visuais e Artes indígenas. A análise do conteúdo de cinco dissertações trouxe aporte para entender algumas lacunas, silenciamentos e estereotipização sobre as artes indígenas e nos faz refletir sobre a necessidade de trabalhar essa temática numa perspectiva intercultural e decolonial.","PeriodicalId":33720,"journal":{"name":"Palindromo","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-09-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"47895625","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-09-01DOI: 10.5965/2175234614342022078
Mateus Raynner André de Souza
Esta pesquisa parte de reflexões sobre a Plantation enquanto figura paradigmática e conceitual para pensar a redução da pluralidade ontológica das expressões artísticas na modernidade. Implantada durante o regime colonial europeu, a figura da Plantation no novo mundo modificou as formas de pensar, ver, cultivar e tecer relações, por esse motivo, uma série de pesquisadores nas ciências humanas nomearam esse novo regime de Plantationoceno. Partindo dessas investigações e utilizando a criação da categoria “arte africana” nesse período, será investigado, através de uma revisão bibliográfica, como a Plantation modifica conceitualmente as relações do fazer artístico. Como contraponto e possibilidade de resistência, é defendido olhares localizados e endógenos sobre produções artísticas e estéticas, em que é apresentado como exemplo e possibilidade a estética do axé em suas imbricações com as artes iorubás e a produção mundial.
{"title":"Artes de resistir ao plantationoceno: reflexões sobre uma estética do axé","authors":"Mateus Raynner André de Souza","doi":"10.5965/2175234614342022078","DOIUrl":"https://doi.org/10.5965/2175234614342022078","url":null,"abstract":"Esta pesquisa parte de reflexões sobre a Plantation enquanto figura paradigmática e conceitual para pensar a redução da pluralidade ontológica das expressões artísticas na modernidade. Implantada durante o regime colonial europeu, a figura da Plantation no novo mundo modificou as formas de pensar, ver, cultivar e tecer relações, por esse motivo, uma série de pesquisadores nas ciências humanas nomearam esse novo regime de Plantationoceno. Partindo dessas investigações e utilizando a criação da categoria “arte africana” nesse período, será investigado, através de uma revisão bibliográfica, como a Plantation modifica conceitualmente as relações do fazer artístico. Como contraponto e possibilidade de resistência, é defendido olhares localizados e endógenos sobre produções artísticas e estéticas, em que é apresentado como exemplo e possibilidade a estética do axé em suas imbricações com as artes iorubás e a produção mundial.","PeriodicalId":33720,"journal":{"name":"Palindromo","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-09-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"44834495","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-09-01DOI: 10.5965/2175234614342022269
L. Soares, Ana Laura Barros Paiva, Silvana Rocha Ferraz, P. G. Lima
Este artigo tem como objetivo socializar as experiências vivenciadas durante uma pesquisa envolvendo a produção de narrativas digitais no Ensino Fundamental II, realizado no município de Dom Pedrito - RS, em contexto de pandemia. Como problemática central temos: Como a produção de narrativas digitais pode contribuir para o processo de desenvolvimento do protagonismo estudantil no contexto de pandemia? Para buscar as respostas, realizamos pesquisa bibliográfica, embasando o trabalho em teóricos como Caldart (2012), Barbosa (2011), Sibilia (2012) e Bogo (2012). Posteriormente realizamos uma pesquisa de campo, na qual utilizamos celulares para produção de fotografias e posterior montagem de vídeos em stop motion com foco no cotidiano dos estudantes. A produção de narrativas digitais se apresenta como uma possibilidade metodológica híbrida, que atende não apenas à necessidade de letramento digital dos estudantes, mas também a necessidade de adaptação das famílias ao digital, de modo que os estudantes assumiram o protagonismo na realização da proposta partindo da seleção das imagens e culminando no manuseio dos dispositivos e softwares.
{"title":"Narrativas digitais: possibilidade de protagonismo estudantil em contexto de pandemia","authors":"L. Soares, Ana Laura Barros Paiva, Silvana Rocha Ferraz, P. G. Lima","doi":"10.5965/2175234614342022269","DOIUrl":"https://doi.org/10.5965/2175234614342022269","url":null,"abstract":"Este artigo tem como objetivo socializar as experiências vivenciadas durante uma pesquisa envolvendo a produção de narrativas digitais no Ensino Fundamental II, realizado no município de Dom Pedrito - RS, em contexto de pandemia. Como problemática central temos: Como a produção de narrativas digitais pode contribuir para o processo de desenvolvimento do protagonismo estudantil no contexto de pandemia? Para buscar as respostas, realizamos pesquisa bibliográfica, embasando o trabalho em teóricos como Caldart (2012), Barbosa (2011), Sibilia (2012) e Bogo (2012). Posteriormente realizamos uma pesquisa de campo, na qual utilizamos celulares para produção de fotografias e posterior montagem de vídeos em stop motion com foco no cotidiano dos estudantes. A produção de narrativas digitais se apresenta como uma possibilidade metodológica híbrida, que atende não apenas à necessidade de letramento digital dos estudantes, mas também a necessidade de adaptação das famílias ao digital, de modo que os estudantes assumiram o protagonismo na realização da proposta partindo da seleção das imagens e culminando no manuseio dos dispositivos e softwares.","PeriodicalId":33720,"journal":{"name":"Palindromo","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-09-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"47041138","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-09-01DOI: 10.5965/2175234614342022058
Guilherme Altmayer
O presente artigo busca refletir sobre modos de escrita de histórias sexo e gênero dissidentes a partir de práticas artísticas, através da promoção de dialógos com diversos manuscritos do artista Hélio Oticica e um exercício experimental acerca do termo tropicuir, por mim cunhado durante o mestrado e doutorado, inspirado no manuscrito Tropicamp de Oiticica, a partir dos quais o presente texto deriva. A partir de reflexões teóricas queer e cuir - em diálogo com autores como Oiticica, Foucault, Preciado, Guattari, Rolnik, Hija de Perra e Gómez-Peña, defendo a hipótese de que produções estéticas insurgentes de pessoas gênero e sexo dissidentes atuam como máquinas geradoras de novas subjetivações contranormativas, ou seja, configuram ações micropolíticas (Rolnik, 2000), contrassexualidades (Preciado, 2002) que através de devires bicha, sapatão, travesti, puta vêm se conformando, ao longo de muitas décadas de luta estético-política, em memórias coletivas de existências historicamente invisibilizadas com, e pelas artes, no movediço e violento território brasileiro.
这篇文章试图从艺术实践中反思写持不同政见的性和性别故事的方式,通过促进与艺术家赫利奥·奥蒂西卡的几篇手稿的对话,以及我在硕士和博士学位期间创造的关于“热带”一词的实验练习,灵感来自于《热带营地》的手稿本文来源于此。在与Oitica、Foucault、Preciado、Guattari、Rolnik、Hija de Perra和Gómez Peña等作家的对话中,我从酷儿和cuir的理论反思中,捍卫了一种假设,即持不同政见的性别和性的人的反叛美学作品是新的反规范主观主义的产生者,即他们配置了微观政治行动(Rolnik,2000),反性行为(Preciado,2002),通过成为酷儿、鞋匠、异装癖者、荡妇,在几十年的美学政治斗争中,在对快速暴力的巴西领土上历史上看不见的存在和艺术的集体记忆中一直保持着一致。
{"title":"De tropicamp a tropicuir: escritas das histórias da arte sexo e gênero dissidentes","authors":"Guilherme Altmayer","doi":"10.5965/2175234614342022058","DOIUrl":"https://doi.org/10.5965/2175234614342022058","url":null,"abstract":"O presente artigo busca refletir sobre modos de escrita de histórias sexo e gênero dissidentes a partir de práticas artísticas, através da promoção de dialógos com diversos manuscritos do artista Hélio Oticica e um exercício experimental acerca do termo tropicuir, por mim cunhado durante o mestrado e doutorado, inspirado no manuscrito Tropicamp de Oiticica, a partir dos quais o presente texto deriva. A partir de reflexões teóricas queer e cuir - em diálogo com autores como Oiticica, Foucault, Preciado, Guattari, Rolnik, Hija de Perra e Gómez-Peña, defendo a hipótese de que produções estéticas insurgentes de pessoas gênero e sexo dissidentes atuam como máquinas geradoras de novas subjetivações contranormativas, ou seja, configuram ações micropolíticas (Rolnik, 2000), contrassexualidades (Preciado, 2002) que através de devires bicha, sapatão, travesti, puta vêm se conformando, ao longo de muitas décadas de luta estético-política, em memórias coletivas de existências historicamente invisibilizadas com, e pelas artes, no movediço e violento território brasileiro.\u0000 ","PeriodicalId":33720,"journal":{"name":"Palindromo","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-09-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"47051771","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-09-01DOI: 10.5965/2175234614342022188
José Milton Turcato
Trata-se de um conjunto de representações visuais em gravura de estampa, em xilogravura, especificamente, construídas a partir dos sentimentos vivenciados durante uma visita a Paracatu de Baixo, Distrito da cidade de Mariana, Minas Gerais, em 2017, dois anos após o mesmo ter sido atingido por derramamento de lama de barragem de mineradora de ferro. Como parte da visita, aconteceu a realização de uma oficina de arte com habitantes da região, a convite do Festival de Inverno de Ouro Preto da UFOP - campus Mariana. Ao conjunto de xilogravuras sobre Mariana, somaram-se mais algumas em 2019, gravadas após a ocorrência de outro derramamento, agora na cidade de Brumadinho, também em Minas Gerais, dizimando centenas de pessoas. As gravuras deste ensaio gráfico foram construídas pela observação, memória, imaginação, intuição sobre imagens veiculadas pela mídia da tragédia de Brumadinho e pela poética visual própria do artista. São tentativas de expressão artística visual dos fatos ocorridos, de homenagem às pessoas falecidas nos dois derramamentos de lama e de solidariedade aos moradores atingidos pelas barragens.
这是一组版画和木刻的视觉表现,特别是根据2017年访问米纳斯吉拉斯州马里亚纳市Paracatu de Baixo时的感受构建的,两年前,该市被一座铁矿大坝的泥浆溢出击中。作为访问的一部分,应UFOP-Mariana校区Ouro Preto冬季节的邀请,与该地区的居民一起举办了一个艺术研讨会。玛丽安娜的木刻集在2019年又增加了一些,这是在另一次漏油事件发生后记录的,现在发生在同样位于米纳斯吉拉斯的布鲁马迪尼奥市,造成数百人死亡。这篇平面文章的版画是通过对布鲁马迪尼奥悲剧媒介所传达的图像的观察、记忆、想象和直觉,以及艺术家特有的视觉诗学来构建的。它们试图用视觉艺术表达所发生的事件,向在两次泥浆泄漏中丧生的人们致敬,并声援受大坝影响的居民。
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