Janaina Amorim da Silva, Giovanna Santana, Elison Antonio Paim
Este artigo segue os rastros do Capitão Pedro Leite em suas tramas vivenciadas no município de São José, no Estado de Santa Catarina, na virada do século XIX para o XX. Analisamos na trajetória do oficial de justiça afrodescendente, filho de mãe escravizada, as diferentes matrizes culturais de origem africana e europeia que se entrecruzam entre conciliações e conflitos de poder hegemônicos e contra hegemônicos. As fontes são registros da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito, documentos do Museu do Tribunal de Justiça e narrativas de moradores da cidade. Partindo da História Social e dos estudos pós-coloniais, observamos as práticas do Capitão do Cacumbi Pedro Leite, atentando para suas estratégias de resistência tecidas em redes de sociabilidades, e evidenciando o caráter da cultura como um corpo complexo de práticas, de necessidades e de expectativas.
{"title":"Capitão Pedro Leite","authors":"Janaina Amorim da Silva, Giovanna Santana, Elison Antonio Paim","doi":"10.22562/2021.55.13","DOIUrl":"https://doi.org/10.22562/2021.55.13","url":null,"abstract":"Este artigo segue os rastros do Capitão Pedro Leite em suas tramas vivenciadas no município de São José, no Estado de Santa Catarina, na virada do século XIX para o XX. Analisamos na trajetória do oficial de justiça afrodescendente, filho de mãe escravizada, as diferentes matrizes culturais de origem africana e europeia que se entrecruzam entre conciliações e conflitos de poder hegemônicos e contra hegemônicos. As fontes são registros da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito, documentos do Museu do Tribunal de Justiça e narrativas de moradores da cidade. Partindo da História Social e dos estudos pós-coloniais, observamos as práticas do Capitão do Cacumbi Pedro Leite, atentando para suas estratégias de resistência tecidas em redes de sociabilidades, e evidenciando o caráter da cultura como um corpo complexo de práticas, de necessidades e de expectativas.","PeriodicalId":33856,"journal":{"name":"Cadernos do CEOM","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-12-03","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"46650340","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Em um intervalo de trinta anos, dois ditadores brasileiros – Getúlio Vargas e Emílio Garrastazu Médici – se voltaram à região amazônica com um problema (o suposto vazio demográfico) e sua solução (migração de trabalhadores nordestinos castigados pela seca). No entanto, a ideia de um vasto território despovoado e consequentemente alvo fácil para invasores é bem mais antiga e surge praticamente com a colonização portuguesa na Amazônia, no início do século XVII. Ao fim e ao cabo, as duas ditaduras instaladas no Brasil no século XX possuíam uma visão muito semelhante acerca da Amazônia e chegaram a mesma conclusão, mesmo estando em contexto completamente diferentes.
{"title":"A Amazônia no discurso ditatorial brasileiro","authors":"Anderson Vieira Moura","doi":"10.22562/2021.55.01","DOIUrl":"https://doi.org/10.22562/2021.55.01","url":null,"abstract":"Em um intervalo de trinta anos, dois ditadores brasileiros – Getúlio Vargas e Emílio Garrastazu Médici – se voltaram à região amazônica com um problema (o suposto vazio demográfico) e sua solução (migração de trabalhadores nordestinos castigados pela seca). No entanto, a ideia de um vasto território despovoado e consequentemente alvo fácil para invasores é bem mais antiga e surge praticamente com a colonização portuguesa na Amazônia, no início do século XVII. Ao fim e ao cabo, as duas ditaduras instaladas no Brasil no século XX possuíam uma visão muito semelhante acerca da Amazônia e chegaram a mesma conclusão, mesmo estando em contexto completamente diferentes.","PeriodicalId":33856,"journal":{"name":"Cadernos do CEOM","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-12-03","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"46536786","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
L. Freitas, Irlanda do Socorro de Oliveira Miléo, F. A. Parente
Este estudo buscou identificar o sentido da esperança expressa nas ações sociais desenvolvidas pela Irmã Serafina Cinque na Transamazônica na década de 1970 a partir das aproximações teóricas sobre o sentido de esperança refletida à luz de Paul Ricoeur. Nos interessou investigar qual o sentido da esperança nas ações sociais voltadas às mulheres grávidas realizadas pela Irmã Serafina Cinque na Transamazônica, no Município de Altamira- PA e como esse trabalho se articula com as discussões teóricas ricoeuriana. Os caminhos metodológicos utilizados foi a pesquisa documental com abordagem qualitativa, fundamentado em Ricoeur nas obras “História e Verdade” (1968) e “o Conflito das interpretações” (1999); as fontes foram: acrósticos, poesias, literatura de cordel e Relatórios de Atividades (1970 - 1979) das ações de Irmã Serafina Cinque. Os resultados evidenciaram que o sentido da esperança para Ricoeur (1968; 1999) é um esperar, mas também um caminhar rumo à liberdade; a esperança como paciência de esperar, aguardar o livramento e a libertação chegar. E, para Irmã Serafina Cinque a esperança é uma espera de transformação social e de libertação.
{"title":"As ações sociais da Irmã Serafina Cinque na Transamazônica (1970-1979) e as aproximações teóricas de Paul Ricoeur sobre o sentido de esperança","authors":"L. Freitas, Irlanda do Socorro de Oliveira Miléo, F. A. Parente","doi":"10.22562/2021.55.04","DOIUrl":"https://doi.org/10.22562/2021.55.04","url":null,"abstract":"Este estudo buscou identificar o sentido da esperança expressa nas ações sociais desenvolvidas pela Irmã Serafina Cinque na Transamazônica na década de 1970 a partir das aproximações teóricas sobre o sentido de esperança refletida à luz de Paul Ricoeur. Nos interessou investigar qual o sentido da esperança nas ações sociais voltadas às mulheres grávidas realizadas pela Irmã Serafina Cinque na Transamazônica, no Município de Altamira- PA e como esse trabalho se articula com as discussões teóricas ricoeuriana. Os caminhos metodológicos utilizados foi a pesquisa documental com abordagem qualitativa, fundamentado em Ricoeur nas obras “História e Verdade” (1968) e “o Conflito das interpretações” (1999); as fontes foram: acrósticos, poesias, literatura de cordel e Relatórios de Atividades (1970 - 1979) das ações de Irmã Serafina Cinque. Os resultados evidenciaram que o sentido da esperança para Ricoeur (1968; 1999) é um esperar, mas também um caminhar rumo à liberdade; a esperança como paciência de esperar, aguardar o livramento e a libertação chegar. E, para Irmã Serafina Cinque a esperança é uma espera de transformação social e de libertação.","PeriodicalId":33856,"journal":{"name":"Cadernos do CEOM","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-12-03","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"44773296","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
O processo de urbanização da cidade de Araranguá/SC teve seu início na virada do século XIX para o século XX, momento no qual foi formulado seu plano urbano pelo engenheiro Antônio Lopes de Mesquita. Com as mudanças territoriais ocorridas durante a primeira metade do século XX, houve uma mudança de perspectiva na aplicação de tal plano. Na década de 1970, há um impulso na urbanização, vinculando o discurso da criação da identidade da cidade com as suas avenidas, que, com os investimentos da administração municipal, passaram a interligar diversos bairros em distintas regiões. Recentemente, com a reformulação do Plano Diretor, a cidade passa por um novo ciclo de urbanização. Com este trabalho, procuramos observar os diferentes momentos da formação do espaço urbano de Araranguá. Para isso, cotejamos informações oriundas da bibliografia sobre a história local, jornais e fotos antigas e registro de edificações históricas situadas na área central da cidade. Assim, procuramos argumentar que as transformações urbanas ocorridas em âmbito local parecem estar alinhadas com um discurso de buscar a identificação da cidade com uma perspectiva de futuro, com pouca ênfase em sua trajetória histórica.
Araranguá/SC市的城市化进程始于19世纪至20世纪之交,当时其城市规划由工程师Antônio Lopes de Mesquita制定。随着二十世纪上半叶发生的领土变化,在实施这一计划方面出现了观念上的转变。20世纪70年代,城市化得到了推动,将创造城市身份的话语与其道路联系起来,在市政当局的投资下,这些道路开始将不同地区的几个社区联系起来。最近,随着《总体规划》的重新制定,该市正经历一个新的城市化周期。通过这项工作,我们试图观察Araranguá城市空间形成的不同时刻。为此,我们比较了当地历史文献、报纸和旧照片以及位于城市中心地区的历史建筑记录中的信息。因此,我们试图辩称,地方层面发生的城市转型似乎与寻求从未来视角识别城市的话语相一致,而很少强调其历史轨迹。
{"title":"Do Plano Urbano ao heliponto","authors":"Richard Vieira Ronconi, Josiel Dos Santos","doi":"10.22562/2021.55.15","DOIUrl":"https://doi.org/10.22562/2021.55.15","url":null,"abstract":"O processo de urbanização da cidade de Araranguá/SC teve seu início na virada do século XIX para o século XX, momento no qual foi formulado seu plano urbano pelo engenheiro Antônio Lopes de Mesquita. Com as mudanças territoriais ocorridas durante a primeira metade do século XX, houve uma mudança de perspectiva na aplicação de tal plano. Na década de 1970, há um impulso na urbanização, vinculando o discurso da criação da identidade da cidade com as suas avenidas, que, com os investimentos da administração municipal, passaram a interligar diversos bairros em distintas regiões. Recentemente, com a reformulação do Plano Diretor, a cidade passa por um novo ciclo de urbanização. Com este trabalho, procuramos observar os diferentes momentos da formação do espaço urbano de Araranguá. Para isso, cotejamos informações oriundas da bibliografia sobre a história local, jornais e fotos antigas e registro de edificações históricas situadas na área central da cidade. Assim, procuramos argumentar que as transformações urbanas ocorridas em âmbito local parecem estar alinhadas com um discurso de buscar a identificação da cidade com uma perspectiva de futuro, com pouca ênfase em sua trajetória histórica.","PeriodicalId":33856,"journal":{"name":"Cadernos do CEOM","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-12-03","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"44692504","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
O presente texto apresenta três projetos desenvolvidos com os alunos do Programa de Educação de Jovens e Adultos (PEJA) do município do Rio de Janeiro no Museu da República, unidade museológica do Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM)/Ministério do Turismo. Um dos projetos foi agraciado com o V Prêmio Ibermuseus de Educação 2014, em primeiro lugar, na Categoria I, e com o prêmio Best Practice, concedido pelo Comitê Internacional de Educação e Ação Cultural (CECA) do Conselho Internacional de Museus (ICOM). A partir desses projetos e, principalmente, desses prêmios, o Museu conseguiu a abertura de suas portas uma vez por mês, à noite, para receber os alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA) com mais frequência, fazendo com que a EJA começasse a encontrar seu lugar num museu brasileiro e seus estudantes começassem a praticar a Cidadania.
{"title":"Qual o lugar da Educação de Jovens e Adultos nos museus brasileiros?","authors":"Magaly Cabral","doi":"10.22562/2021.55.16","DOIUrl":"https://doi.org/10.22562/2021.55.16","url":null,"abstract":"O presente texto apresenta três projetos desenvolvidos com os alunos do Programa de Educação de Jovens e Adultos (PEJA) do município do Rio de Janeiro no Museu da República, unidade museológica do Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM)/Ministério do Turismo. Um dos projetos foi agraciado com o V Prêmio Ibermuseus de Educação 2014, em primeiro lugar, na Categoria I, e com o prêmio Best Practice, concedido pelo Comitê Internacional de Educação e Ação Cultural (CECA) do Conselho Internacional de Museus (ICOM). A partir desses projetos e, principalmente, desses prêmios, o Museu conseguiu a abertura de suas portas uma vez por mês, à noite, para receber os alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA) com mais frequência, fazendo com que a EJA começasse a encontrar seu lugar num museu brasileiro e seus estudantes começassem a praticar a Cidadania.","PeriodicalId":33856,"journal":{"name":"Cadernos do CEOM","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-12-03","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"48521786","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Este artigo pretende discutir se houve e, em caso positivo, quais foram as mudanças na sociedade brasileira em relação ao papel da mulher na sociedade, partindo da compreensão do feminismo como agente condutor das transformações sociais entre os períodos de 1920 e 1960. Para tanto, a pesquisa recorre às mídias como fonte principal e dentro desta, uma perspectiva analítica acerca da dominação masculina e o papel da mulher entre as décadas de 1920 e 1960 na sociedade brasileira. Isto, por meio da novela O Cravo e a Rosa (2000) da Rede Globo, e a série Coisa Mais Linda (2019) produzida pela Netflix.
本文旨在从对1920年至1960年间女权主义作为社会变革驱动因素的理解出发,讨论巴西社会是否存在以及如果存在,与女性在社会中的角色相关的变化是什么。因此,这项研究以媒体为主要来源,从媒体的角度分析了20世纪20年代至60年代巴西社会中男性的统治和女性的作用。这是通过Rede Globo的肥皂剧《O Cravo e a Rosa》(2000年)和Netflix制作的连续剧《Coisa Mais Linda》(2019年)实现的。
{"title":"Um estudo sobre o papel da mulher na sociedade brasileira por meio de O Cravo e a Rosa e Coisa Mais Linda","authors":"M. Leite, Ana Carolina Alves da Silva","doi":"10.22562/2021.55.17","DOIUrl":"https://doi.org/10.22562/2021.55.17","url":null,"abstract":"Este artigo pretende discutir se houve e, em caso positivo, quais foram as mudanças na sociedade brasileira em relação ao papel da mulher na sociedade, partindo da compreensão do feminismo como agente condutor das transformações sociais entre os períodos de 1920 e 1960. Para tanto, a pesquisa recorre às mídias como fonte principal e dentro desta, uma perspectiva analítica acerca da dominação masculina e o papel da mulher entre as décadas de 1920 e 1960 na sociedade brasileira. Isto, por meio da novela O Cravo e a Rosa (2000) da Rede Globo, e a série Coisa Mais Linda (2019) produzida pela Netflix.","PeriodicalId":33856,"journal":{"name":"Cadernos do CEOM","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-12-03","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"47377097","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Matilde de Souza, Guillermina Elias, Victor Nascimento
A rodovia Transamazônica teve ampla repercussão na imprensa nacional quando foi inaugurada na década de 1970. Passados cinquenta anos, considerando que a estrada segue inacabada, indaga-se quais representações estão presentes no imaginário social sobre ela. O objetivo deste artigo é identificar a percepção que se tem construído sobre a Transamazônica, utilizando a metodologia da análise de discurso. Foram selecionados reportagens e textos jornalísticos de quatro veículos da grande imprensa nacional, entre 1970 e 2020. Foram destacados os seguintes marcadores: desenvolvimento, esperança, integração e devastação. Concluímos que a percepção sobre a rodovia muda com o tempo, evidenciando as contradições nos conceitos que expressam a trajetória da estrada.
{"title":"A trajetória de uma estrada","authors":"Matilde de Souza, Guillermina Elias, Victor Nascimento","doi":"10.22562/2021.55.02","DOIUrl":"https://doi.org/10.22562/2021.55.02","url":null,"abstract":"A rodovia Transamazônica teve ampla repercussão na imprensa nacional quando foi inaugurada na década de 1970. Passados cinquenta anos, considerando que a estrada segue inacabada, indaga-se quais representações estão presentes no imaginário social sobre ela. O objetivo deste artigo é identificar a percepção que se tem construído sobre a Transamazônica, utilizando a metodologia da análise de discurso. Foram selecionados reportagens e textos jornalísticos de quatro veículos da grande imprensa nacional, entre 1970 e 2020. Foram destacados os seguintes marcadores: desenvolvimento, esperança, integração e devastação. Concluímos que a percepção sobre a rodovia muda com o tempo, evidenciando as contradições nos conceitos que expressam a trajetória da estrada.","PeriodicalId":33856,"journal":{"name":"Cadernos do CEOM","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-12-03","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"45775877","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Museus têm utilizado tecnologias digitais para enriquecer a experiência de visitação dos seus públicos. Apesar de existirem na literatura várias iniciativas que propõem o emprego das tecnologias digitais em museus, pouco tem se investigado sobre o uso que os visitantes fazem desses recursos. Este trabalho começa com o relato do emprego de QRCodes na exposição “Vibrantes Caminhos: ideais modernos para cidade do Natal” do Museu Câmara Cascudo no final de 2019. Em seguida, relata um estudo descritivo quantitativo do acesso aos QRCodes durante três meses após a inauguração da exposição. Analisou-se as quantidades de: visitantes totais do museu, visitantes que acessaram algum QRCode na exposição, QRCodes acessados e tempo em que os visitantes mantiveram o conteúdo digital aberto. Calculou-se totais, médias, porcentagens, desvios padrão e distribuições no tempo. Apenas 2,29% dos visitantes do museu consultaram algum QRCode da exposição de “Vibrantes Caminhos”, com uma média de 1,75 QRCodes consultados durante 1 minuto e 45 segundos por visitante por dia. Os resultados do uso de QRCodes na exposição de “Vibrantes Caminhos” foram comparados com os resultados da exposição de Icnologia (SILVA, 2020), que ocorreu anteriormente no mesmo museu. Por fim, essa comparação foi discutida com questionamentos para investigações futuras.
{"title":"Um estudo sobre o uso de QRCodes na exposição Vibrantes Caminhos","authors":"B. Silva","doi":"10.22562/2021.55.18","DOIUrl":"https://doi.org/10.22562/2021.55.18","url":null,"abstract":"Museus têm utilizado tecnologias digitais para enriquecer a experiência de visitação dos seus públicos. Apesar de existirem na literatura várias iniciativas que propõem o emprego das tecnologias digitais em museus, pouco tem se investigado sobre o uso que os visitantes fazem desses recursos. Este trabalho começa com o relato do emprego de QRCodes na exposição “Vibrantes Caminhos: ideais modernos para cidade do Natal” do Museu Câmara Cascudo no final de 2019. Em seguida, relata um estudo descritivo quantitativo do acesso aos QRCodes durante três meses após a inauguração da exposição. Analisou-se as quantidades de: visitantes totais do museu, visitantes que acessaram algum QRCode na exposição, QRCodes acessados e tempo em que os visitantes mantiveram o conteúdo digital aberto. Calculou-se totais, médias, porcentagens, desvios padrão e distribuições no tempo. Apenas 2,29% dos visitantes do museu consultaram algum QRCode da exposição de “Vibrantes Caminhos”, com uma média de 1,75 QRCodes consultados durante 1 minuto e 45 segundos por visitante por dia. Os resultados do uso de QRCodes na exposição de “Vibrantes Caminhos” foram comparados com os resultados da exposição de Icnologia (SILVA, 2020), que ocorreu anteriormente no mesmo museu. Por fim, essa comparação foi discutida com questionamentos para investigações futuras.","PeriodicalId":33856,"journal":{"name":"Cadernos do CEOM","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-12-03","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"45261912","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
César Martins de Souza, Maria Cândida de Oliveira Batista Souza
Em 1970, o general-presidente Emilio Médici anunciou a construção da rodovia Transamazônica que atravessaria o país no sentido Leste-Oeste visando integrar e ocupar a Amazônia com migrantes nordestinos flagelados pela seca e sulistas despossuídos de terras. A análise de obras de jornalistas, de projetos oficiais, de entrevistas com migrantes, bem como de reportagens em jornais e revistas de circulação nacional na década de 1970, permite problematizar visões sobre a rodovia e também sobre os dramas enfrentados por nordestinos na migração para a Transamazônica. Os discursos, memórias e reportagens muitas vezes são marcados por visões estereotipadas sobre nordestinos, quando se pensa o desenvolvimento do Brasil a partir da Amazônia. Estas visões são predominantemente etnocêntricas e pensam apenas em um progresso de fora para fora da Amazônia, vista apenas pelo potencial para gerar riquezas para o país, o que veio a causar impactos socioambientais na região
{"title":"Entre esperanças e desafios","authors":"César Martins de Souza, Maria Cândida de Oliveira Batista Souza","doi":"10.22562/2021.55.07","DOIUrl":"https://doi.org/10.22562/2021.55.07","url":null,"abstract":"Em 1970, o general-presidente Emilio Médici anunciou a construção da rodovia Transamazônica que atravessaria o país no sentido Leste-Oeste visando integrar e ocupar a Amazônia com migrantes nordestinos flagelados pela seca e sulistas despossuídos de terras. A análise de obras de jornalistas, de projetos oficiais, de entrevistas com migrantes, bem como de reportagens em jornais e revistas de circulação nacional na década de 1970, permite problematizar visões sobre a rodovia e também sobre os dramas enfrentados por nordestinos na migração para a Transamazônica. Os discursos, memórias e reportagens muitas vezes são marcados por visões estereotipadas sobre nordestinos, quando se pensa o desenvolvimento do Brasil a partir da Amazônia. Estas visões são predominantemente etnocêntricas e pensam apenas em um progresso de fora para fora da Amazônia, vista apenas pelo potencial para gerar riquezas para o país, o que veio a causar impactos socioambientais na região","PeriodicalId":33856,"journal":{"name":"Cadernos do CEOM","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-12-03","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"45805669","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
R. Trevisan, Simone Buiate Brandão, Lucas Felício Costa, Richardson Thomas Da Silva Moraes, Talita Rocha Reis, Nádia Botelho Trindade Vilela, Carolina Guida Teixeira
A rodovia Transamazônica perfaz 50 anos de existência. O texto, ao delimitar esse período, expõe aos interessados cinco leituras possíveis de sua história. Certos de que um retrato fidedigno de sua trajetória é infactível em estudos de História, assumimos a seleção deliberada de episódios encontrados em fontes e documentos consultados, para, de algum modo, representar as inúmeras faces do objeto. Partimos do prefixo “trans” como dispositivo de interpretação da palavra “transamazônica”. Ao determinar tal prefixo como um potencializador de significados, pudemos identificar outras qualidades e entendimentos para a rodovia que não somente a de uma infraestrutura de transporte. A rodovia Transamazônica é, sobretudo, uma ação envolta por inúmeros atributos: é transfigurar por simbologias, é transpassar por escalas, é transformar pela tecnificação, é transparecer por paisagens utópicas, é transtornar pelos invisibilizados. São retratos de uma rodovia que a floresta, a seu modo, conseguiu domar. Mas, até quando?
{"title":"Transamazônica trans","authors":"R. Trevisan, Simone Buiate Brandão, Lucas Felício Costa, Richardson Thomas Da Silva Moraes, Talita Rocha Reis, Nádia Botelho Trindade Vilela, Carolina Guida Teixeira","doi":"10.22562/2021.55.11","DOIUrl":"https://doi.org/10.22562/2021.55.11","url":null,"abstract":"A rodovia Transamazônica perfaz 50 anos de existência. O texto, ao delimitar esse período, expõe aos interessados cinco leituras possíveis de sua história. Certos de que um retrato fidedigno de sua trajetória é infactível em estudos de História, assumimos a seleção deliberada de episódios encontrados em fontes e documentos consultados, para, de algum modo, representar as inúmeras faces do objeto. Partimos do prefixo “trans” como dispositivo de interpretação da palavra “transamazônica”. Ao determinar tal prefixo como um potencializador de significados, pudemos identificar outras qualidades e entendimentos para a rodovia que não somente a de uma infraestrutura de transporte. A rodovia Transamazônica é, sobretudo, uma ação envolta por inúmeros atributos: é transfigurar por simbologias, é transpassar por escalas, é transformar pela tecnificação, é transparecer por paisagens utópicas, é transtornar pelos invisibilizados. São retratos de uma rodovia que a floresta, a seu modo, conseguiu domar. Mas, até quando?","PeriodicalId":33856,"journal":{"name":"Cadernos do CEOM","volume":"119 30","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-12-03","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"41250722","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}