Este artigo tem como objetivo refletir sobre a construção de um imaginário acerca da nação angolana nas páginas dos romances do escritor Pepetela, mais especificamente em A geração da utopia, escrito entre 1991 e 1992. A partir de um debate sobre como os conceitos de nação e raça ainda permaneciam problemáticos no período pós-independência, podemos visualizar através do romance a tensão ainda existente na sociedade angolana nos anos 1990, parte de um debate político dentro do MPLA que influenciou diretamente o desenvolvimento de uma ideia de Estado e nação do país. Nesse sentido, os romances de Pepetela vão muito além de uma concepção de literatura pautada pela escrita ficcional, e passam a ser fundamentais para refletirmos sobre o imaginário angolano sob uma perspectiva histórica e política.
Palavras-chave: Pepetela | Angola | Nação.
Abstract:
This article analyzes the construction of a collective imaginary about Angola in the novels of the writer known as Pepetela[1] , more specifically, the novel A Geração da Utopia, written between 1991 and 1992. By discussing how the concepts of nation and race remained problematic in the post-independence period, we can see through the novel the tension still existing in Angolan society at that time he 1990s and which was part of a political debate within the MPLA, directly influencing the development of an idea of State and nation. In this sense, Pepetela's novels go far beyond a conception of literature as merely fictional writing, becoming fundamental for reflections on the Angolan imaginary from historical and political perspectives.
Keywords: Pepetela | Angola | Nation.
Este artigo analisa o não lugar da questão racial e das epistemologias afrodiaspóricas no pensamento social e na sociologia latino-americana. Argumentamos que ainda é incipiente uma produção do conhecimento no campo sociológico que atente para o caráter marginal conferido às epistemologias africanas e afrodiaspóricas, resultado do racismo científico e da invisibilização dessas epistemologias. Problematizamos este debate enfatizando a necessidade histórica de uma produção sociológica que leve em consideração as epistemologias diaspóricas no processo de teorização sociológica e de seu papel na interpelação do suposto caráter universal de uma ciência eurocentrada e branca em detrimento de outros referentes epistêmicos do fazer sociológico.
Palavras-chave: questão racial | epistemologias afrodiaspóricas | sociologia Latino-Americana | racismo epistêmico | descolonização científica.
Abstract:
This article analyzes the absence of the racial question and African diasporic epistemologies in Latin American sociology and social thought. We argue that the production of knowledge that addresses the marginalization of African and African diasporic epistemologies in Latin American sociology is still incipient, as the result of scientific racism and the lack of visibility of these epistemologies. We further this debate by emphasizing the historical need for a sociological production that takes into account diasporic epistemologies in the process of sociological theorizing, and their role in questioning the supposedly universal character of an Eurocentric and white science, to the detriment of other epistemic referents of sociology.
Keywords: racial question | afro-diasporic epistemologies | Latin American sociology | epistemic racism | scientific decolonization.
Neste texto, Michel-Rolph Trouillot (1949-2012) procede a uma revisão bibliográfica crítica da produção caribeanista, focando, sobretudo, em trabalhos publicados em língua inglesa entre meados da década de 1970 e 1992. O ensaio se organiza em torno de três grandes temas e suas ramificações: heterogeneidade, historicidade e articulação, este último relativo à natureza e aos limites das unidades de observação ou de análise. No artigo, Trouillot trata tanto do Caribe, tal como visto pela antropologia, quanto da antropologia, tal como vista a partir do Caribe, e discute, também, a questão do estatuto epistemológico dos discursos nativos na disciplina.
Palavras-chave: teoria cultural - sociedades complexas - história - vozes nativas - unidades de análise.
A região do Caribe.
Uma fronteira aberta na teoria antropológica
Michel-Rolph Trouillot