Pub Date : 2023-10-21DOI: 10.11606/issn.2446-7693i8p49-60
Fernando Louzada, Luca Moreno-Louzada
Nas últimas décadas surgiram inúmeras iniciativas com o objetivo de estabelecer uma ponte entre neurociências e educação. Algumas destas iniciativas tentaram precipitar o surgimento de novas disciplinas, como por exemplo a neuroeducação, criando a ideia de que neurociência poderia ser prescritiva para a educação. Neste artigo, discordamos dessa ideia e apresentamos quais as contribuições que a neurociência pode trazer para a educação diante dos desafios de se aproximar áreas de conhecimento tão distintas.
{"title":"Qual o lugar das neurociências na educação?","authors":"Fernando Louzada, Luca Moreno-Louzada","doi":"10.11606/issn.2446-7693i8p49-60","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/issn.2446-7693i8p49-60","url":null,"abstract":"Nas últimas décadas surgiram inúmeras iniciativas com o objetivo de estabelecer uma ponte entre neurociências e educação. Algumas destas iniciativas tentaram precipitar o surgimento de novas disciplinas, como por exemplo a neuroeducação, criando a ideia de que neurociência poderia ser prescritiva para a educação. Neste artigo, discordamos dessa ideia e apresentamos quais as contribuições que a neurociência pode trazer para a educação diante dos desafios de se aproximar áreas de conhecimento tão distintas.","PeriodicalId":34722,"journal":{"name":"Revista Lusofona de Estudos Culturais","volume":"89 4","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-10-21","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135514196","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-10-21DOI: 10.11606/issn.2446-7693i8p23-48
Regina Helena Silva, Marcela Becegato
As ciências biológicas como um todo, e as neurociências em particular, são usadas para chancelar papéis sociais de gênero à medida que partem do pressuposto da existência de cérebros masculino e feminino, que justificariam comportamentos naturais de macho e fêmea. Estudos que acabam por confirmar esse pressuposto não são isentos de vieses culturais dos pesquisadores, mesmo quando são realizados em animais de laboratório. Aqui discutimos como esses vieses influenciam os resultados e interpretações das pesquisas biomédicas, as quais funcionam como tecnologia de gênero. Especificamente, como o machismo moldou a neurociência comportamental. A abordagem científica sob uma perspectiva feminista é essencial para que seja feita uma ciência para mulheres e não apenas sobre mulheres.
{"title":"O viés de gênero na neurociência comportamental","authors":"Regina Helena Silva, Marcela Becegato","doi":"10.11606/issn.2446-7693i8p23-48","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/issn.2446-7693i8p23-48","url":null,"abstract":"As ciências biológicas como um todo, e as neurociências em particular, são usadas para chancelar papéis sociais de gênero à medida que partem do pressuposto da existência de cérebros masculino e feminino, que justificariam comportamentos naturais de macho e fêmea. Estudos que acabam por confirmar esse pressuposto não são isentos de vieses culturais dos pesquisadores, mesmo quando são realizados em animais de laboratório. Aqui discutimos como esses vieses influenciam os resultados e interpretações das pesquisas biomédicas, as quais funcionam como tecnologia de gênero. Especificamente, como o machismo moldou a neurociência comportamental. A abordagem científica sob uma perspectiva feminista é essencial para que seja feita uma ciência para mulheres e não apenas sobre mulheres.","PeriodicalId":34722,"journal":{"name":"Revista Lusofona de Estudos Culturais","volume":"87 6","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-10-21","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135514065","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-10-21DOI: 10.11606/issn.2446-7693i8p103-127
Manuella Vieira Reale
Este artigo compreenderá as diferentes estratégias enunciativas e os regimes de sentido e de interação dos vídeos do canal Nerdologia. O objeto de estudo é composto pelo canal Nerdologia no YouTube. A análise da enunciação do texto sincrético segue a corrente teórica da sociossemiótica, com base em Greimas (ano). Para a noção de divulgação científica, Bueno (ano), Vogt (ano) e Lewestein (ano). Em diferentes regimes de sentido e de interação Landowski (ano), verifica-se como o Nerdologia lança mão de narrativas estratégicas para impelir a construção de sentido conjuntamente com o destinatário a fim de acentuar o gosto pela ciência enquanto objeto de valor.
{"title":"A divulgação científica do canal Nerdologia no YouTube","authors":"Manuella Vieira Reale","doi":"10.11606/issn.2446-7693i8p103-127","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/issn.2446-7693i8p103-127","url":null,"abstract":"Este artigo compreenderá as diferentes estratégias enunciativas e os regimes de sentido e de interação dos vídeos do canal Nerdologia. O objeto de estudo é composto pelo canal Nerdologia no YouTube. A análise da enunciação do texto sincrético segue a corrente teórica da sociossemiótica, com base em Greimas (ano). Para a noção de divulgação científica, Bueno (ano), Vogt (ano) e Lewestein (ano). Em diferentes regimes de sentido e de interação Landowski (ano), verifica-se como o Nerdologia lança mão de narrativas estratégicas para impelir a construção de sentido conjuntamente com o destinatário a fim de acentuar o gosto pela ciência enquanto objeto de valor.","PeriodicalId":34722,"journal":{"name":"Revista Lusofona de Estudos Culturais","volume":"36 3","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-10-21","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135514194","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-10-21DOI: 10.11606/issn.2446-7693i8p61-83
José Felipe Rodriguez de Sá, Sérgio Arthuro Mota-Rolim
A paralisia do sono (PS) é um estado dissociativo que ocorre principalmente durante o despertar. A PS caracteriza-se por uma alteração das funções motoras, perceptivas, emocionais e cognitivas, como a incapacidade de realizar movimentos voluntários, alucinações visuais, delírios sobre uma presença assustadora, sensação de pressão no peito, falta de ar, e, em alguns casos, medo de morte iminente. A maioria das pessoas experimenta a PS raramente, e principalmente quando está dormindo em posição supina; no entanto, a PS é considerada uma doença (parasonia) quando recorrente e/ou associada à carga emocional intensa e negativa. Curiosamente, ao longo da história da civilização humana, diferentes povos interpretaram a PS sob uma visão sobrenatural ou mística. Esquimós canadenses, por exemplo, atribuem a PS a feitiços de xamãs, que impedem o movimento e provocam alucinações de uma presença maligna. Na tradição japonesa, ocorre devido a um espírito vingativo que sufoca seus inimigos ao dormir. Na cultura nigeriana, uma personagem demoníaca ataca durante o sono e provoca paralisia. Uma manifestação moderna da PS é o relato de "abduções alienígenas", experimentadas como incapacidade de se mover durante o despertar, associadas a alucinações visuais de alienígenas. Desta forma, podemos dizer que a PS é um exemplo significativo de como um fenômeno neurobiológico específico pode ser interpretado e moldado por diferentes contextos culturais. Para explorar ainda mais a etnopsicologia da PS, nesta breve revisão apresentamos a "Pisadeira", uma personagem do folclore brasileiro originada no Sudeste do país, mas também encontrada em outras regiões com nomes variados. A Pisadeira é descrita como uma mulher idosa, feia, magra e com unhas compridas, que espreita nos telhados à noite e pisa no peito dos que dormem de estômago cheio. Esta lenda é mencionada em muitos trabalhos antropológicos, no entanto, não encontramos uma referência abrangente sobre a Pisadeira sob a perspectiva da ciência do sono. Nesta breve revisão pretendemos preencher essa lacuna. Primeiro, analisamos os aspectos neuropsicológicos da PS, e depois apresentamos o relato popular da Pisadeira. Finalmente, resumimos as muitas manifestações históricas e artísticas da PS em diferentes culturas, enfatizando as semelhanças e diferenças com a Pisadeira.
{"title":"A paralisia do sono no folclore brasileiro e em outras culturas","authors":"José Felipe Rodriguez de Sá, Sérgio Arthuro Mota-Rolim","doi":"10.11606/issn.2446-7693i8p61-83","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/issn.2446-7693i8p61-83","url":null,"abstract":"A paralisia do sono (PS) é um estado dissociativo que ocorre principalmente durante o despertar. A PS caracteriza-se por uma alteração das funções motoras, perceptivas, emocionais e cognitivas, como a incapacidade de realizar movimentos voluntários, alucinações visuais, delírios sobre uma presença assustadora, sensação de pressão no peito, falta de ar, e, em alguns casos, medo de morte iminente. A maioria das pessoas experimenta a PS raramente, e principalmente quando está dormindo em posição supina; no entanto, a PS é considerada uma doença (parasonia) quando recorrente e/ou associada à carga emocional intensa e negativa. Curiosamente, ao longo da história da civilização humana, diferentes povos interpretaram a PS sob uma visão sobrenatural ou mística. Esquimós canadenses, por exemplo, atribuem a PS a feitiços de xamãs, que impedem o movimento e provocam alucinações de uma presença maligna. Na tradição japonesa, ocorre devido a um espírito vingativo que sufoca seus inimigos ao dormir. Na cultura nigeriana, uma personagem demoníaca ataca durante o sono e provoca paralisia. Uma manifestação moderna da PS é o relato de \"abduções alienígenas\", experimentadas como incapacidade de se mover durante o despertar, associadas a alucinações visuais de alienígenas. Desta forma, podemos dizer que a PS é um exemplo significativo de como um fenômeno neurobiológico específico pode ser interpretado e moldado por diferentes contextos culturais. Para explorar ainda mais a etnopsicologia da PS, nesta breve revisão apresentamos a \"Pisadeira\", uma personagem do folclore brasileiro originada no Sudeste do país, mas também encontrada em outras regiões com nomes variados. A Pisadeira é descrita como uma mulher idosa, feia, magra e com unhas compridas, que espreita nos telhados à noite e pisa no peito dos que dormem de estômago cheio. Esta lenda é mencionada em muitos trabalhos antropológicos, no entanto, não encontramos uma referência abrangente sobre a Pisadeira sob a perspectiva da ciência do sono. Nesta breve revisão pretendemos preencher essa lacuna. Primeiro, analisamos os aspectos neuropsicológicos da PS, e depois apresentamos o relato popular da Pisadeira. Finalmente, resumimos as muitas manifestações históricas e artísticas da PS em diferentes culturas, enfatizando as semelhanças e diferenças com a Pisadeira.","PeriodicalId":34722,"journal":{"name":"Revista Lusofona de Estudos Culturais","volume":"39 12","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-10-21","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135514066","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-10-21DOI: 10.11606/issn.2446-7693i8p06-22
Catherine Vidal, Viviane Ramos
Apesar dos avanços no conhecimento em neurociências, percebemos que os preconceitos e estereótipos sobre as diferenças de atitudes e comportamentos entre os sexos estão ainda presentes no espaço público. A mídia e a internet nos inundam de velhos clichês que consideram as mulheres naturalmente dotadas para a empatia, mas incapazes de ler um mapa rodoviário, enquanto os homens seriam essencialmente bons em matemática e competitivos. Estes discursos fazem crer que nossas aptidões e personalidades são programadas em nossos cérebros e imutáveis. As pesquisas recentes mostram o contrário. Graças a suas formidáveis propriedades de “plasticidade”, o cérebro fabrica constantemente novos circuitos neurais, dependendo das aprendizagens e experiências de vida. O conceito de plasticidade cerebral é primordial para abordar a questão da origem das diferenças e semelhanças entre ossexos. Ele traz uma explicação neurobiológica fundamental para entender os mecanismos que participam da construção das nossas identidades de mulheres e homens, reforçando e enriquecendo as pesquisas em ciências humanas sobre o gênero.
{"title":"O sexo do cérebro: entre ciência e ideologia","authors":"Catherine Vidal, Viviane Ramos","doi":"10.11606/issn.2446-7693i8p06-22","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/issn.2446-7693i8p06-22","url":null,"abstract":"Apesar dos avanços no conhecimento em neurociências, percebemos que os preconceitos e estereótipos sobre as diferenças de atitudes e comportamentos entre os sexos estão ainda presentes no espaço público. A mídia e a internet nos inundam de velhos clichês que consideram as mulheres naturalmente dotadas para a empatia, mas incapazes de ler um mapa rodoviário, enquanto os homens seriam essencialmente bons em matemática e competitivos. Estes discursos fazem crer que nossas aptidões e personalidades são programadas em nossos cérebros e imutáveis. As pesquisas recentes mostram o contrário. Graças a suas formidáveis propriedades de “plasticidade”, o cérebro fabrica constantemente novos circuitos neurais, dependendo das aprendizagens e experiências de vida. O conceito de plasticidade cerebral é primordial para abordar a questão da origem das diferenças e semelhanças entre ossexos. Ele traz uma explicação neurobiológica fundamental para entender os mecanismos que participam da construção das nossas identidades de mulheres e homens, reforçando e enriquecendo as pesquisas em ciências humanas sobre o gênero.","PeriodicalId":34722,"journal":{"name":"Revista Lusofona de Estudos Culturais","volume":"1 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-10-21","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135514195","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-10-21DOI: 10.11606/issn.2446-7693i8p84-102
Adriana Pedrosa Biscaia Tufaile, Alberto Tufaile
Discutimos algumas formas de interpretação do tempo no campo das Ciências da Natureza e Cultura, um assunto que estudamos e sobre o qual escrevemos um ensaio com o título “Questões de Tempo para Gurus, Cientistas, Filósofos e Terapeutas”. Neste trabalho revisitamos o capítulo II desse ensaio, no qual citamos o escritor da literatura fantástica Jorge Luis Borges, que discute a evolução dos estudos do tempo na metafísica, que se fixa no conceito de Eternidade. A seguir adicionamos uma interpretação do conceito de Efêmero nas obras do pintor do Rococó francês Jean Simeon Chardin. Adicionamos também aspectos físicos dos relógios mais precisos da atualidade, associando a medida mais precisa do tempo com conceito de Instantâneo.
{"title":"Tempos Fantásticos e Onde Habitam: O Oxímoro do Efêmero Eterno","authors":"Adriana Pedrosa Biscaia Tufaile, Alberto Tufaile","doi":"10.11606/issn.2446-7693i8p84-102","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/issn.2446-7693i8p84-102","url":null,"abstract":"Discutimos algumas formas de interpretação do tempo no campo das Ciências da Natureza e Cultura, um assunto que estudamos e sobre o qual escrevemos um ensaio com o título “Questões de Tempo para Gurus, Cientistas, Filósofos e Terapeutas”. Neste trabalho revisitamos o capítulo II desse ensaio, no qual citamos o escritor da literatura fantástica Jorge Luis Borges, que discute a evolução dos estudos do tempo na metafísica, que se fixa no conceito de Eternidade. A seguir adicionamos uma interpretação do conceito de Efêmero nas obras do pintor do Rococó francês Jean Simeon Chardin. Adicionamos também aspectos físicos dos relógios mais precisos da atualidade, associando a medida mais precisa do tempo com conceito de Instantâneo.","PeriodicalId":34722,"journal":{"name":"Revista Lusofona de Estudos Culturais","volume":"14 2","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-10-21","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135514193","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-12-02DOI: 10.11606/issn.2446-7693i7p98-115
M. M. Ribeiro
A esfera pública, especialmente em países periféricos, se formou de maneira seletiva, marginalizando diversos públicos alternativos ou contrapúblicos. Argumentamos que as mídias sociais têm efeitos contraditórios na formação de contrapúblicos e na sua relação com os públicos hegemônicos. Por um lado, as mídias sociais promovem a fragmentação dos públicos e o encontro de pessoas com interesses e características comuns, facilitando a formação e expansão de contrapúblicos. Por outro, elas oferecem um espaço híbrido entre o público e o privado, em que diferentes contextos estão colapsados, provocando constantes choques entre públicos conflitantes.
{"title":"Fragmentação e colapso de públicos em rede","authors":"M. M. Ribeiro","doi":"10.11606/issn.2446-7693i7p98-115","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/issn.2446-7693i7p98-115","url":null,"abstract":"A esfera pública, especialmente em países periféricos, se formou de maneira seletiva, marginalizando diversos públicos alternativos ou contrapúblicos. Argumentamos que as mídias sociais têm efeitos contraditórios na formação de contrapúblicos e na sua relação com os públicos hegemônicos. Por um lado, as mídias sociais promovem a fragmentação dos públicos e o encontro de pessoas com interesses e características comuns, facilitando a formação e expansão de contrapúblicos. Por outro, elas oferecem um espaço híbrido entre o público e o privado, em que diferentes contextos estão colapsados, provocando constantes choques entre públicos conflitantes.","PeriodicalId":34722,"journal":{"name":"Revista Lusofona de Estudos Culturais","volume":"7 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-12-02","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"73274708","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-12-02DOI: 10.11606/issn.2446-7693i7p155-167
N. Marques
O cinema é mais um dos variados modos de expressão cultural da sociedade industrial e tecnológica contemporânea. Desde os seus primórdios, produtores e diretores de cinema o consideravam como uma poderosa ferramenta para instrução, educação e reflexão humanas. O empenho em impressionar a plateia pode ser entendido inclusive como uma operação de caráter ideológico. Destacamos no comentário quanto o cinema pode ser e é político, através da análise de três momentos na produção cinematográfica: a propaganda ideológica feita pela mídia tendo orientação ideológica, tanto nazista, do Partido Nazista de 1934, em Nuremberg, quanto socialista russa de 1929; os filmes produzidos de forma maciça por Hollywood; o embate de dois institutos de pesquisa brasileiros, o CPC e o IPES, às vésperas do golpe militar de 1964 no Brasil.
{"title":"O cinema do terceiro mundo e a hegemonia política: o papel social do cinema","authors":"N. Marques","doi":"10.11606/issn.2446-7693i7p155-167","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/issn.2446-7693i7p155-167","url":null,"abstract":"O cinema é mais um dos variados modos de expressão cultural da sociedade industrial e tecnológica contemporânea. Desde os seus primórdios, produtores e diretores de cinema o consideravam como uma poderosa ferramenta para instrução, educação e reflexão humanas. O empenho em impressionar a plateia pode ser entendido inclusive como uma operação de caráter ideológico. Destacamos no comentário quanto o cinema pode ser e é político, através da análise de três momentos na produção cinematográfica: a propaganda ideológica feita pela mídia tendo orientação ideológica, tanto nazista, do Partido Nazista de 1934, em Nuremberg, quanto socialista russa de 1929; os filmes produzidos de forma maciça por Hollywood; o embate de dois institutos de pesquisa brasileiros, o CPC e o IPES, às vésperas do golpe militar de 1964 no Brasil.","PeriodicalId":34722,"journal":{"name":"Revista Lusofona de Estudos Culturais","volume":"196 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-12-02","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"72901774","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-12-02DOI: 10.11606/issn.2446-7693i7p53-68
Nivaldo Alexandre de Freitas
O texto busca refletir acerca de alguns impasses que os museus enfrentam hoje em meio ao uso das chamadas tecnologias digitais no intuito de favorecer sua comunicação com seu público. Para isso, considera-se tanto o museu em sua forma tradicional como também as suas novas configurações no âmbito virtual das redes de computadores. Procura-se evocar os conceitos de mediação e de experiência, com base nas reflexões de Adorno e Benjamin, que podem contribuir para pensar a situação dos museus e as questões inerentes à chamada Era Digital.
{"title":"Museus, experiência e mediação interativa na Era Digital","authors":"Nivaldo Alexandre de Freitas","doi":"10.11606/issn.2446-7693i7p53-68","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/issn.2446-7693i7p53-68","url":null,"abstract":"O texto busca refletir acerca de alguns impasses que os museus enfrentam hoje em meio ao uso das chamadas tecnologias digitais no intuito de favorecer sua comunicação com seu público. Para isso, considera-se tanto o museu em sua forma tradicional como também as suas novas configurações no âmbito virtual das redes de computadores. Procura-se evocar os conceitos de mediação e de experiência, com base nas reflexões de Adorno e Benjamin, que podem contribuir para pensar a situação dos museus e as questões inerentes à chamada Era Digital. ","PeriodicalId":34722,"journal":{"name":"Revista Lusofona de Estudos Culturais","volume":"20 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-12-02","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"74476953","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-12-02DOI: 10.11606/issn.2446-7693i7p173-182
Charles Soulié, J. Mello
Se no século 19 as principais figuras intelectuais vinham do mundo literário ou do mundo jurídico, a segunda metade do século 20 é dominada por autores oriundos cada vez mais do mundo acadêmico literário, onde se desdobram múltiplos conflitos entre disciplinas, faculdades e projetos intelectuais. Em razão da forte politização do mundo universitário, essas lutas se encontram direta ou indiretamente em certas polêmicas da esfera cultural e midiática. Após o conflito dos anos 60, entre os antigos e os modernos dos anos 1960, seguem, sem que este desapareça, novos debates entre as várias concepções de modernidade acadêmica, que reduzem um pouco mais ainda a autonomia conquistada à época das reformas universitárias da Terceira República.3F3
{"title":"Do estudo das palavras ao estudo das coisas","authors":"Charles Soulié, J. Mello","doi":"10.11606/issn.2446-7693i7p173-182","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/issn.2446-7693i7p173-182","url":null,"abstract":"Se no século 19 as principais figuras intelectuais vinham do mundo literário ou do mundo jurídico, a segunda metade do século 20 é dominada por autores oriundos cada vez mais do mundo acadêmico literário, onde se desdobram múltiplos conflitos entre disciplinas, faculdades e projetos intelectuais. Em razão da forte politização do mundo universitário, essas lutas se encontram direta ou indiretamente em certas polêmicas da esfera cultural e midiática. Após o conflito dos anos 60, entre os antigos e os modernos dos anos 1960, seguem, sem que este desapareça, novos debates entre as várias concepções de modernidade acadêmica, que reduzem um pouco mais ainda a autonomia conquistada à época das reformas universitárias da Terceira República.3F3","PeriodicalId":34722,"journal":{"name":"Revista Lusofona de Estudos Culturais","volume":"1994 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-12-02","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"89095955","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}