Pub Date : 2023-06-11DOI: 10.34024/rbecotur.2023.v16.15168
Natália de Oliveira Maboni, C. Rodrigues, Celson Roberto Canto-Silva
A condução de visitantes, realizada por moradores locais, vem se consolidando na dinâmica do turismo em parques nacionais. Compondo uma alternativa socioeconômica que visa conciliar a conservação da natureza e a geração de trabalho e renda, a gestão de parques nacionais, em parceria com outras instituições, vem promovendo cursos de capacitação em condução de visitantes como uma das possibilidades de atuação no turismo. O Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros (GO) foi uma das primeiras unidades de conservação a propor um curso neste sentido, em 1991. O presente artigo buscou compreender o papel da condução de visitantes na dinâmica de visitação do Parque, considerando a contribuição da atividade na prestação de serviços de apoio à visitação e suas imbricações no que tange à sua relação com a gestão da área. A partir de levantamento e análise de referencial bibliográfico, com destaque para pesquisas recentes realizadas na região, e de entrevistas com condutores locais e analistas ambientais do Parque Nacional, os resultados da pesquisa evidenciam uma relação positiva entre a gestão e os condutores de visitantes. Foi registrada a atuação dos condutores em uma diversidade de iniciativas, a exemplo do manejo e abertura de trilhas, no combate a incêndios e condução de pesquisadores e escolas, entre outras. A mudança na dinâmica de visitação do Parque, devido ao início da atuação da concessão e à cobrança de ingressos, tem gerado diferentes opiniões dos condutores sobre esta modalidade de parceria, repercutindo questionamentos quanto às atividades de visitação que vêm sendo implementadas e às modificações da infraestrutura que a concessionária propõe. Neste contexto, salienta-se a relevância da promoção de uma gestão participativa, transparente e includente, das parcerias em curso no Parque, no intuito de fortalecer o controle social através da valorização das diferentes iniciativas do conselho gestor, do fomento de pesquisas acerca da experiência do visitante e do incentivo da corresponsabilidade mediante ao planejamento participativo das parcerias.
在国家公园的旅游动态中,由当地居民进行的游客驱动已经得到巩固。作为一种旨在协调自然保护与创造就业和收入的社会经济替代方案,国家公园管理与其他机构合作,一直在推广游客驾驶培训课程,作为旅游业的一种可能性。Chapada dos Veadeiros国家公园(GO)是1991年第一个提出这方面课程的保护单位之一。本文试图了解游客驱动在公园参观动态中的作用,考虑到该活动在提供参观支持服务方面的贡献,以及它与区域管理的关系。通过对文献参考文献的调查和分析,特别是最近在该地区进行的研究,以及对国家公园当地司机和环境分析师的采访,研究结果表明,管理人员和游客司机之间存在着积极的关系。记录了司机在各种倡议中的表现,例如管理和开辟道路、灭火、领导研究人员和学校等。有权在公园的动态的变化,由于性能的一票的发放和收集,产生了不同的驱动在这种类型的伙伴关系,反映出问题的探访活动来实施和基础设施特许经营者提出的修改。在这样的环境下,强调促进参与式管理的重要性、透明和includente公园的持续的伙伴关系,以加强社会控制通过评估不同方案的建议,促进管理的研究对游客的体验和分享的激励计划的参与合作。
{"title":"A condução de visitantes no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros (GO): parcerias e efeitos na gestão da visitação","authors":"Natália de Oliveira Maboni, C. Rodrigues, Celson Roberto Canto-Silva","doi":"10.34024/rbecotur.2023.v16.15168","DOIUrl":"https://doi.org/10.34024/rbecotur.2023.v16.15168","url":null,"abstract":"A condução de visitantes, realizada por moradores locais, vem se consolidando na dinâmica do turismo em parques nacionais. Compondo uma alternativa socioeconômica que visa conciliar a conservação da natureza e a geração de trabalho e renda, a gestão de parques nacionais, em parceria com outras instituições, vem promovendo cursos de capacitação em condução de visitantes como uma das possibilidades de atuação no turismo. O Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros (GO) foi uma das primeiras unidades de conservação a propor um curso neste sentido, em 1991. O presente artigo buscou compreender o papel da condução de visitantes na dinâmica de visitação do Parque, considerando a contribuição da atividade na prestação de serviços de apoio à visitação e suas imbricações no que tange à sua relação com a gestão da área. A partir de levantamento e análise de referencial bibliográfico, com destaque para pesquisas recentes realizadas na região, e de entrevistas com condutores locais e analistas ambientais do Parque Nacional, os resultados da pesquisa evidenciam uma relação positiva entre a gestão e os condutores de visitantes. Foi registrada a atuação dos condutores em uma diversidade de iniciativas, a exemplo do manejo e abertura de trilhas, no combate a incêndios e condução de pesquisadores e escolas, entre outras. A mudança na dinâmica de visitação do Parque, devido ao início da atuação da concessão e à cobrança de ingressos, tem gerado diferentes opiniões dos condutores sobre esta modalidade de parceria, repercutindo questionamentos quanto às atividades de visitação que vêm sendo implementadas e às modificações da infraestrutura que a concessionária propõe. Neste contexto, salienta-se a relevância da promoção de uma gestão participativa, transparente e includente, das parcerias em curso no Parque, no intuito de fortalecer o controle social através da valorização das diferentes iniciativas do conselho gestor, do fomento de pesquisas acerca da experiência do visitante e do incentivo da corresponsabilidade mediante ao planejamento participativo das parcerias.","PeriodicalId":348198,"journal":{"name":"Revista Brasileira de Ecoturismo (RBEcotur)","volume":"33 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-06-11","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"114767681","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-06-11DOI: 10.34024/rbecotur.2023.v16.15155
Hanna Santana da Cruz, C. Rodrigues, C. Lemos
Envolvendo a perspectiva de investimentos expressivos, atividades e serviços que demandam uma maior complexidade de operação e prazo de vigência mais duradouro, a concessão de serviços em unidades de conservação deve ser analisada para além da sua capacidade econômica e técnica, avaliando-se, sobretudo, os seus efeitos para a experiência do visitante, a gestão do patrimônio natural e territórios envolvidos. Nesse sentido, este artigo visa apresentar parte dos resultados de um estudo sobre os aprendizados e os desafios da concessão de serviços de apoio à visitação no Parque Nacional da Serra dos Órgãos (RJ), a partir da perspectiva dos gestores públicos que atuam na área e das iniciativas desenvolvidas no conselho gestor da unidade. Esta análise considerou como ponto de partida a interface entre os princípios do ecoturismo e a gestão da visitação por meio da concessão. Assim, pautando-se pela análise documental, realização de entrevistas e observação participante, foi possível identificar aspectos relevantes no processo de concessão que podem funcionar como uma experiência para outras iniciativas de parcerias em curso. Como resultados, foi apresentado um conjunto de propostas para aprimorar o planejamento, a implementação e o monitoramento das parcerias no parque. Além disso, destaca-se que a ampliação da política de parcerias requer o aperfeiçoamento do monitoramento, que resultará em evidências para embasar a avaliação de seus resultados e fundamentar as decisões a respeito dos modelos mais adequados de parceria para cada contexto.
{"title":"Aprendizados e desafios da concessão de serviços de apoio à visitação no Parque Nacional da Serra dos Órgãos (RJ)","authors":"Hanna Santana da Cruz, C. Rodrigues, C. Lemos","doi":"10.34024/rbecotur.2023.v16.15155","DOIUrl":"https://doi.org/10.34024/rbecotur.2023.v16.15155","url":null,"abstract":"Envolvendo a perspectiva de investimentos expressivos, atividades e serviços que demandam uma maior complexidade de operação e prazo de vigência mais duradouro, a concessão de serviços em unidades de conservação deve ser analisada para além da sua capacidade econômica e técnica, avaliando-se, sobretudo, os seus efeitos para a experiência do visitante, a gestão do patrimônio natural e territórios envolvidos. Nesse sentido, este artigo visa apresentar parte dos resultados de um estudo sobre os aprendizados e os desafios da concessão de serviços de apoio à visitação no Parque Nacional da Serra dos Órgãos (RJ), a partir da perspectiva dos gestores públicos que atuam na área e das iniciativas desenvolvidas no conselho gestor da unidade. Esta análise considerou como ponto de partida a interface entre os princípios do ecoturismo e a gestão da visitação por meio da concessão. Assim, pautando-se pela análise documental, realização de entrevistas e observação participante, foi possível identificar aspectos relevantes no processo de concessão que podem funcionar como uma experiência para outras iniciativas de parcerias em curso. Como resultados, foi apresentado um conjunto de propostas para aprimorar o planejamento, a implementação e o monitoramento das parcerias no parque. Além disso, destaca-se que a ampliação da política de parcerias requer o aperfeiçoamento do monitoramento, que resultará em evidências para embasar a avaliação de seus resultados e fundamentar as decisões a respeito dos modelos mais adequados de parceria para cada contexto.","PeriodicalId":348198,"journal":{"name":"Revista Brasileira de Ecoturismo (RBEcotur)","volume":"37 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-06-11","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"125924252","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-06-11DOI: 10.34024/rbecotur.2023.v16.15147
C. Rodrigues, E. Botelho
O artigo apresenta uma contribuição para o estudo e a reflexão sobre o tema das parcerias entre as esferas pública e privada, considerando a repercussão e os possíveis efeitos para as áreas protegidas e os territórios envolvidos. Direciona ênfase às parcerias que visam apoiar os serviços e as atividades de visitação em áreas protegidas, como a modalidade de concessão, que será problematizada diante do viés mercadológico e de priorização dos aspectos econômico-financeiros no atual contexto de gestão das áreas protegidas. A partir da análise de referências bibliográficas e do mapeamento de parcerias em áreas protegidas, são apresentadas questões consideradas relevantes sobre os propósitos que fundamentam as parcerias no âmbito das políticas públicas, o controle social em todo o ciclo de parcerias, e finaliza com a apresentação das parcerias "público-comunitárias" como uma agenda necessária para promover as iniciativas locais de turismo. Destaca-se, no planejamento das parcerias, a composição de arranjos que valorizem a diversidade do país.
{"title":"Parcerias em áreas protegidas: diversidade de modalidades, propósitos e efeitos envolvidos","authors":"C. Rodrigues, E. Botelho","doi":"10.34024/rbecotur.2023.v16.15147","DOIUrl":"https://doi.org/10.34024/rbecotur.2023.v16.15147","url":null,"abstract":"O artigo apresenta uma contribuição para o estudo e a reflexão sobre o tema das parcerias entre as esferas pública e privada, considerando a repercussão e os possíveis efeitos para as áreas protegidas e os territórios envolvidos. Direciona ênfase às parcerias que visam apoiar os serviços e as atividades de visitação em áreas protegidas, como a modalidade de concessão, que será problematizada diante do viés mercadológico e de priorização dos aspectos econômico-financeiros no atual contexto de gestão das áreas protegidas. A partir da análise de referências bibliográficas e do mapeamento de parcerias em áreas protegidas, são apresentadas questões consideradas relevantes sobre os propósitos que fundamentam as parcerias no âmbito das políticas públicas, o controle social em todo o ciclo de parcerias, e finaliza com a apresentação das parcerias \"público-comunitárias\" como uma agenda necessária para promover as iniciativas locais de turismo. Destaca-se, no planejamento das parcerias, a composição de arranjos que valorizem a diversidade do país.","PeriodicalId":348198,"journal":{"name":"Revista Brasileira de Ecoturismo (RBEcotur)","volume":"30 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-06-11","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"115514689","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-06-11DOI: 10.34024/rbecotur.2023.v16.15162
N. Bahia, Paula Chamy
A atividade turística é considerada um indutor de desenvolvimento sustentável, conservação da biodiversidade e instrumento para consolidação das áreas naturais protegidas. Dado o histórico de conflitos socioambientais por desconsiderar a presença de populações locais dependentes diretamente do uso dos recursos naturais quando da implantação dessas áreas, o turismo pode representar uma importante estratégia de mitigação desses conflitos. O objetivo deste trabalho é identificar os obstáculos e as oportunidades para a implantação de empreendimentos comunitários na gestão do uso público de um parque nacional - o Parque Nacional da Serra da Bocaina. Partimos da experiência de um projeto de intervenção social realizado entre 2012 e 2020 e alicerçado na pesquisa-ação e aprendizagem dialógica que, reconhecendo as demandas de uma associação local que desenvolve atividades turísticas no interior do parque, regulamentou o empreendimento comunitário e estabeleceu a primeira parceria público-comunitária nessa unidade de conservação. As análises mostram que a cooperação público-comunitária pode ser bem-sucedida e resultar em transformação social positiva desde que diálogos plurais sejam estabelecidos. Detectamos também que há necessidade de aprimoramento dos dispositivos legais existentes, já que os modelos dominantes de gestão de áreas naturais protegidas desconsideram a capacidade de organização dos arranjos produtivos comunitários.
{"title":"Desafios para inclusão de empreendimentos comunitários na gestão de uso público do Parque Nacional da Serra da Bocaina","authors":"N. Bahia, Paula Chamy","doi":"10.34024/rbecotur.2023.v16.15162","DOIUrl":"https://doi.org/10.34024/rbecotur.2023.v16.15162","url":null,"abstract":"A atividade turística é considerada um indutor de desenvolvimento sustentável, conservação da biodiversidade e instrumento para consolidação das áreas naturais protegidas. Dado o histórico de conflitos socioambientais por desconsiderar a presença de populações locais dependentes diretamente do uso dos recursos naturais quando da implantação dessas áreas, o turismo pode representar uma importante estratégia de mitigação desses conflitos. O objetivo deste trabalho é identificar os obstáculos e as oportunidades para a implantação de empreendimentos comunitários na gestão do uso público de um parque nacional - o Parque Nacional da Serra da Bocaina. Partimos da experiência de um projeto de intervenção social realizado entre 2012 e 2020 e alicerçado na pesquisa-ação e aprendizagem dialógica que, reconhecendo as demandas de uma associação local que desenvolve atividades turísticas no interior do parque, regulamentou o empreendimento comunitário e estabeleceu a primeira parceria público-comunitária nessa unidade de conservação. As análises mostram que a cooperação público-comunitária pode ser bem-sucedida e resultar em transformação social positiva desde que diálogos plurais sejam estabelecidos. Detectamos também que há necessidade de aprimoramento dos dispositivos legais existentes, já que os modelos dominantes de gestão de áreas naturais protegidas desconsideram a capacidade de organização dos arranjos produtivos comunitários.","PeriodicalId":348198,"journal":{"name":"Revista Brasileira de Ecoturismo (RBEcotur)","volume":"33 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-06-11","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"133185749","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-06-11DOI: 10.34024/rbecotur.2023.v16.15154
Paula Normandia Moreira Brumatti, Kerlei Eniele Sonaglio
As frequentes inconsistências relacionadas ao turismo como vetor de desenvolvimento local e instrumento de conservação das áreas protegidas (AP), pelos diferentes arranjos institucionais, leva este estudo a apontar questões fundamentais que emergem das políticas de concessões turísticas em AP na América Latina decorrentes de suas fragilidades e limitações. A pesquisa de natureza descritiva e exploratória, utilizou-se de uma abordagem qualitativa de dados, a partir de uma revisão bibliográfica e documental para busca de casos de concessões em países latino-americanos e suas implicações, assim como para a identificação dos instrumentos políticos e regulatórios. O contexto histórico e político das concessões turísticas, nos 10 países analisados, revela fragilidades basilares e convergentes que interferem no desempenho destes arranjos institucionais. Por conseguinte, identificou-se uma série de limitações associadas aos programas e processos, destacando-se a exclusão social e agravamento de conflitos territoriais; formação de monopólios; falta de responsabilidade ambiental privada; debilidade no controle sobre impactos socioambientais; e a inviabilidade de aplicação integral dos projetos e seus objetivos. Os principais desafios destes arranjos dialogam com cumprimento dos objetivos fundamentais na promoção do turismo em AP, como a efetiva geração e distribuição de oportunidades socioeconômicas, o engajamento de populações locais nos processos, a capacidade de controle de impactos e o desenvolvimento da transparência e responsabilização, considerando os princípios de sustentabilidade.
{"title":"Limitações e desafios das concessões turísticas em áreas protegidas na América Latina.","authors":"Paula Normandia Moreira Brumatti, Kerlei Eniele Sonaglio","doi":"10.34024/rbecotur.2023.v16.15154","DOIUrl":"https://doi.org/10.34024/rbecotur.2023.v16.15154","url":null,"abstract":"As frequentes inconsistências relacionadas ao turismo como vetor de desenvolvimento local e instrumento de conservação das áreas protegidas (AP), pelos diferentes arranjos institucionais, leva este estudo a apontar questões fundamentais que emergem das políticas de concessões turísticas em AP na América Latina decorrentes de suas fragilidades e limitações. A pesquisa de natureza descritiva e exploratória, utilizou-se de uma abordagem qualitativa de dados, a partir de uma revisão bibliográfica e documental para busca de casos de concessões em países latino-americanos e suas implicações, assim como para a identificação dos instrumentos políticos e regulatórios. O contexto histórico e político das concessões turísticas, nos 10 países analisados, revela fragilidades basilares e convergentes que interferem no desempenho destes arranjos institucionais. Por conseguinte, identificou-se uma série de limitações associadas aos programas e processos, destacando-se a exclusão social e agravamento de conflitos territoriais; formação de monopólios; falta de responsabilidade ambiental privada; debilidade no controle sobre impactos socioambientais; e a inviabilidade de aplicação integral dos projetos e seus objetivos. Os principais desafios destes arranjos dialogam com cumprimento dos objetivos fundamentais na promoção do turismo em AP, como a efetiva geração e distribuição de oportunidades socioeconômicas, o engajamento de populações locais nos processos, a capacidade de controle de impactos e o desenvolvimento da transparência e responsabilização, considerando os princípios de sustentabilidade.","PeriodicalId":348198,"journal":{"name":"Revista Brasileira de Ecoturismo (RBEcotur)","volume":"52 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-06-11","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"129495461","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-05-11DOI: 10.34024/rbecotur.2023.v16.14154
A. Calderan, N. M. R. Guedes
A pandemia da Covid-19 exigiu mudanças de hábitos. O turismo foi um dos setores mais afetado. O objetivo do artigo foi analisar os impactos negativos decorrentes da pandemia nos projetos de conservação, com ênfase no Instituto Arara Azul. A pesquisa foi desenvolvida por meio de revisão bibliográfica e documentos do IAA. Nos anos de 2018 e 2019 o Instituto Arara Azul recebeu em média 299 turistas por ano, em 2020 essa média caiu 60%. Com as restrições impostas pela pandemia, as pessoas deixaram de viajar e visitar os projetos, com isso, a estrutura de arrecadação foi afetada. Porém, o ecoturismo foi uma das primeiras atividades a serem retomadas, após um longo período de isolamento, as pessoas procuram por atividades que proporcionem o bem-estar físico e mental.
{"title":"Impactos negativos da Covid-19 sobre o turismo nos projetos de conservação – com ênfase no Instituto Arara Azul","authors":"A. Calderan, N. M. R. Guedes","doi":"10.34024/rbecotur.2023.v16.14154","DOIUrl":"https://doi.org/10.34024/rbecotur.2023.v16.14154","url":null,"abstract":"A pandemia da Covid-19 exigiu mudanças de hábitos. O turismo foi um dos setores mais afetado. O objetivo do artigo foi analisar os impactos negativos decorrentes da pandemia nos projetos de conservação, com ênfase no Instituto Arara Azul. A pesquisa foi desenvolvida por meio de revisão bibliográfica e documentos do IAA. Nos anos de 2018 e 2019 o Instituto Arara Azul recebeu em média 299 turistas por ano, em 2020 essa média caiu 60%. Com as restrições impostas pela pandemia, as pessoas deixaram de viajar e visitar os projetos, com isso, a estrutura de arrecadação foi afetada. Porém, o ecoturismo foi uma das primeiras atividades a serem retomadas, após um longo período de isolamento, as pessoas procuram por atividades que proporcionem o bem-estar físico e mental.","PeriodicalId":348198,"journal":{"name":"Revista Brasileira de Ecoturismo (RBEcotur)","volume":"17 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-05-11","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"126850455","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-05-11DOI: 10.34024/rbecotur.2023.v16.14013
J. Choé, Rogério Filipe Mário
O objetivo central do presente artigo é analisar a importância do contexto turístico cultural local de modo a contribuir para a redefinição de práticas turísticas inovadoras e repensadas a partir de um conjunto de ações, programas e estratégias de implementação do turismo em Moçambique. Os discursos relativos a este setor, de reconhecida importância em termos de contributo para a economia moçambicana, quando confrontados com os dados estatísticos produzidos, revelam alguma disparidade entre o que se defende como receita do turismo e o que se torna palpável em termos de ganhos a partir do desenvolvimento da atividade turística. A metodologia adotada teve uma abordagem qualitativa com um viés descritivo e analítico. A partir dos resultados desse ensaio constatou-se que o planejamento turístico em Moçambique tem poucas vezes refletido às reais condições dos locais sobre os quais se projeta implementar algum tipo de atividade turística. O aspecto mais saliente desta constatação diz respeito a fraca qualidade ou mesmo inexistência de infraestruturas capazes de assegurar um turismo competitivo e, por tal, garante de desenvolvimento econômico. As facilidades turísticas, o conteúdo da informação turística divulgada, a qualidade dos serviços de transporte, acomodação, restauração e afins comprometem e muito a implementação de um turismo mais bem sucedido e que de facto contribua com receitas visível e economicamente sustentáveis. Por isso defendemos que para o desenvolvimento pleno do turismo em Moçambique só será possível se forem concebidos programas e estratégias de desenvolvimento turísticos que tenham em conta a solução de problemas locais a partir dos recursos locais, processo no qual se deve ter em conta uma ação colaborativa e integrada de diversos atores.
{"title":"Do turismo cultural ao “turismo contextualizado”: uma prática diferente do modelo em curso em Moçambique","authors":"J. Choé, Rogério Filipe Mário","doi":"10.34024/rbecotur.2023.v16.14013","DOIUrl":"https://doi.org/10.34024/rbecotur.2023.v16.14013","url":null,"abstract":"O objetivo central do presente artigo é analisar a importância do contexto turístico cultural local de modo a contribuir para a redefinição de práticas turísticas inovadoras e repensadas a partir de um conjunto de ações, programas e estratégias de implementação do turismo em Moçambique. Os discursos relativos a este setor, de reconhecida importância em termos de contributo para a economia moçambicana, quando confrontados com os dados estatísticos produzidos, revelam alguma disparidade entre o que se defende como receita do turismo e o que se torna palpável em termos de ganhos a partir do desenvolvimento da atividade turística. A metodologia adotada teve uma abordagem qualitativa com um viés descritivo e analítico. A partir dos resultados desse ensaio constatou-se que o planejamento turístico em Moçambique tem poucas vezes refletido às reais condições dos locais sobre os quais se projeta implementar algum tipo de atividade turística. O aspecto mais saliente desta constatação diz respeito a fraca qualidade ou mesmo inexistência de infraestruturas capazes de assegurar um turismo competitivo e, por tal, garante de desenvolvimento econômico. As facilidades turísticas, o conteúdo da informação turística divulgada, a qualidade dos serviços de transporte, acomodação, restauração e afins comprometem e muito a implementação de um turismo mais bem sucedido e que de facto contribua com receitas visível e economicamente sustentáveis. Por isso defendemos que para o desenvolvimento pleno do turismo em Moçambique só será possível se forem concebidos programas e estratégias de desenvolvimento turísticos que tenham em conta a solução de problemas locais a partir dos recursos locais, processo no qual se deve ter em conta uma ação colaborativa e integrada de diversos atores.","PeriodicalId":348198,"journal":{"name":"Revista Brasileira de Ecoturismo (RBEcotur)","volume":"83 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-05-11","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"121771492","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-05-11DOI: 10.34024/rbecotur.2023.v16.14092
Alana Alice Balbino, Mariana Cristina Cunha Souza
A preferência dos turistas pelos atrativos ecológicos foi potencializada no pós-Covid-19 e reforçou a importância do ecoturismo em todo o mundo, com a valorização das viagens domésticas aos destinos comercializados como sustentáveis. Sendo assim, o objetivo geral deste artigo é refletir sobre potencialidades e desafios para o ecoturismo no município de Rancharia (SP). Destaca-se que Rancharia integra o Circuito “Sol do Oeste” e do “Oeste Rios”, logo, existe uma articulação regional voltada a uma política de turismo. A metodologia de pesquisa consistiu na revisão teórica sobre o tema do ecoturismo, do planejamento turístico e sustentabilidade turística, destacando-se conceitos e perspectivas de estudo. Foram consultados documentos cedidos pelo governo municipal, como o Plano Diretor, o Plano Diretor de Desenvolvimento Turístico e o Plano Diretor Urbanístico e Ambiental. Para complementar as análises, realizou-se entrevista com a Diretora do Departamento Municipal de Turismo, principal setor de gestão da atividade na escala local. Os resultados demonstram que Rancharia tem potencial para perpetuar práticas de ecoturismo, sobretudo quando se verifica a presença de recursos naturais expressivos em seu território e o título de Município de Interesse Turístico (MIT) conquistado em 2007, quando passou a receber verbas para investimentos em infraestrutura turística, bem como recursos do Fundo de Melhorias dos Municípios Turísticos para beneficiamento da atividade. Por outro lado, os desafios relacionam-se à abertura de propriedades privadas à visitação pública, pois contam com atrativos naturais que já motivam fluxos de pessoas, todavia, também carecem de investimentos em infraestrutura para acesso e permanência dos visitantes. Igualmente, faz-se necessária a sensibilização da comunidade para a valorização do ecoturismo como alternativa ao desenvolvimento socioeconômico. A partir disso, seria possível estruturar um roteiro de ecoturismo com ênfase em práticas e atividades de lazer em contato com a natureza, atraindo mais fluxos turísticos para o município.
covid -19之后,游客对生态景点的偏好得到了加强,并加强了全球生态旅游的重要性,因为国内旅游的价值被营销为可持续的目的地。因此,本文的总体目标是反思兰查里亚市生态旅游的潜力和挑战。值得注意的是,Rancharia整合了“Sol do Oeste”和“Oeste Rios”巡回,因此,有一个面向旅游政策的区域衔接。研究方法包括对生态旅游、旅游规划和旅游可持续性主题的理论回顾,突出概念和研究视角。我们查阅了市政府提供的文件,如总体规划、旅游发展总体规划和城市与环境总体规划。为了补充分析,我们采访了市旅游部门的负责人,这是地方一级活动管理的主要部门。结果表明Rancharia有潜力增强生态旅游实践,尤其是当一个表达的存在自然资源在其领土和旅游城市的头衔(麻省理工学院)已在2007年的时候,竟得到资金支持旅游基础设施投资,以及资源的改善城市旅游活动的捐赠基金。另一方面,挑战与向公众开放私人财产有关,因为它们有自然景点,已经激发了人流,但也缺乏基础设施投资,以进入和停留游客。同样,有必要提高社区对生态旅游作为社会经济发展替代方案的认识。由此,可以构建一个生态旅游路线,强调与自然接触的实践和休闲活动,吸引更多的游客到城市。
{"title":"Reflexões sobre o ecoturismo no município de Rancharia (SP): possibilidades e desafios","authors":"Alana Alice Balbino, Mariana Cristina Cunha Souza","doi":"10.34024/rbecotur.2023.v16.14092","DOIUrl":"https://doi.org/10.34024/rbecotur.2023.v16.14092","url":null,"abstract":"A preferência dos turistas pelos atrativos ecológicos foi potencializada no pós-Covid-19 e reforçou a importância do ecoturismo em todo o mundo, com a valorização das viagens domésticas aos destinos comercializados como sustentáveis. Sendo assim, o objetivo geral deste artigo é refletir sobre potencialidades e desafios para o ecoturismo no município de Rancharia (SP). Destaca-se que Rancharia integra o Circuito “Sol do Oeste” e do “Oeste Rios”, logo, existe uma articulação regional voltada a uma política de turismo. A metodologia de pesquisa consistiu na revisão teórica sobre o tema do ecoturismo, do planejamento turístico e sustentabilidade turística, destacando-se conceitos e perspectivas de estudo. Foram consultados documentos cedidos pelo governo municipal, como o Plano Diretor, o Plano Diretor de Desenvolvimento Turístico e o Plano Diretor Urbanístico e Ambiental. Para complementar as análises, realizou-se entrevista com a Diretora do Departamento Municipal de Turismo, principal setor de gestão da atividade na escala local. Os resultados demonstram que Rancharia tem potencial para perpetuar práticas de ecoturismo, sobretudo quando se verifica a presença de recursos naturais expressivos em seu território e o título de Município de Interesse Turístico (MIT) conquistado em 2007, quando passou a receber verbas para investimentos em infraestrutura turística, bem como recursos do Fundo de Melhorias dos Municípios Turísticos para beneficiamento da atividade. Por outro lado, os desafios relacionam-se à abertura de propriedades privadas à visitação pública, pois contam com atrativos naturais que já motivam fluxos de pessoas, todavia, também carecem de investimentos em infraestrutura para acesso e permanência dos visitantes. Igualmente, faz-se necessária a sensibilização da comunidade para a valorização do ecoturismo como alternativa ao desenvolvimento socioeconômico. A partir disso, seria possível estruturar um roteiro de ecoturismo com ênfase em práticas e atividades de lazer em contato com a natureza, atraindo mais fluxos turísticos para o município.","PeriodicalId":348198,"journal":{"name":"Revista Brasileira de Ecoturismo (RBEcotur)","volume":"1 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-05-11","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"125686569","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-05-11DOI: 10.34024/rbecotur.2023.v16.13910
Rodrigo de Sousa Melo, Tércia da Silva Gomes, Naellen Costa dos Santos, Anna Rachel dos Santos Veras, Ruceline Paiva Melo Lins
O turismo é uma atividade socioeconômica de grande relevância para os destinos turísticos costeiros, mas quando não desenvolvida em bases sustentáveis pode contribuir com as mudanças climáticas em curso, a partir do acréscimo da pegada de dióxido de carbono (CO2) do setor. Cajueiro da Praia (PI) é um emergente destino costeiro do estado do Piauí, com fluxo crescente de visitantes domésticos e internacionais, e sem o devido monitoramento das emissões de CO2 produzidas pela população flutuante. Assim, este artigo objetivou estimar a pegada de CO2 direta do turismo no referido destino, com ênfase nos setores de transporte e meios de hospedagem (consumo de energia elétrica). A metodologia proposta baseou-se na aplicação de entrevistas estruturadas com visitantes e gestores dos meios de hospedagem para coleta de dados primários, e no emprego de fatores de conversão reconhecidos internacionalmente para a estimativa da pegada de CO2. Os resultados apontaram a predominância do uso de transportes rodoviários (93,79%), principalmente automóveis próprios (61,8%), para chegar ao destino investigado, estes responderam por 35,14% (4.166,43 KgCO2) da pegada de carbono dos transportes no munícipio. A despeito do transporte aéreo ter sido utilizado por 6% dos visitantes, dado a significativa pegada de carbono da aviação, este respondeu por 58,75% (6.966,61 KgCO2) das emissões totais de CO2 da categoria transporte. Em relação ao consumo de energia elétrica nos meios de hospedagem, registrou-se o consumo diário por UH de 41,68 kWh, com a pegada de carbono em 143,40 KgCO2, derivado sobretudo dos usos de aparelhos de ar-condicionado e chuveiro elétrico. Com isso, observou-se que a pegada de carbono do turismo na cidade de Cajueiro da Praia (PI), pode ser minimizada através da adoção de ações educativas, gerenciais e tecnológicas para promover a mobilidade e a hospedagem em bases sustentáveis.
{"title":"Pegada de dióxido de carbono (CO2) dos visitantes do município de Cajueiro da Praia (PI)","authors":"Rodrigo de Sousa Melo, Tércia da Silva Gomes, Naellen Costa dos Santos, Anna Rachel dos Santos Veras, Ruceline Paiva Melo Lins","doi":"10.34024/rbecotur.2023.v16.13910","DOIUrl":"https://doi.org/10.34024/rbecotur.2023.v16.13910","url":null,"abstract":"O turismo é uma atividade socioeconômica de grande relevância para os destinos turísticos costeiros, mas quando não desenvolvida em bases sustentáveis pode contribuir com as mudanças climáticas em curso, a partir do acréscimo da pegada de dióxido de carbono (CO2) do setor. Cajueiro da Praia (PI) é um emergente destino costeiro do estado do Piauí, com fluxo crescente de visitantes domésticos e internacionais, e sem o devido monitoramento das emissões de CO2 produzidas pela população flutuante. Assim, este artigo objetivou estimar a pegada de CO2 direta do turismo no referido destino, com ênfase nos setores de transporte e meios de hospedagem (consumo de energia elétrica). A metodologia proposta baseou-se na aplicação de entrevistas estruturadas com visitantes e gestores dos meios de hospedagem para coleta de dados primários, e no emprego de fatores de conversão reconhecidos internacionalmente para a estimativa da pegada de CO2. Os resultados apontaram a predominância do uso de transportes rodoviários (93,79%), principalmente automóveis próprios (61,8%), para chegar ao destino investigado, estes responderam por 35,14% (4.166,43 KgCO2) da pegada de carbono dos transportes no munícipio. A despeito do transporte aéreo ter sido utilizado por 6% dos visitantes, dado a significativa pegada de carbono da aviação, este respondeu por 58,75% (6.966,61 KgCO2) das emissões totais de CO2 da categoria transporte. Em relação ao consumo de energia elétrica nos meios de hospedagem, registrou-se o consumo diário por UH de 41,68 kWh, com a pegada de carbono em 143,40 KgCO2, derivado sobretudo dos usos de aparelhos de ar-condicionado e chuveiro elétrico. Com isso, observou-se que a pegada de carbono do turismo na cidade de Cajueiro da Praia (PI), pode ser minimizada através da adoção de ações educativas, gerenciais e tecnológicas para promover a mobilidade e a hospedagem em bases sustentáveis.","PeriodicalId":348198,"journal":{"name":"Revista Brasileira de Ecoturismo (RBEcotur)","volume":"212 11 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-05-11","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"116113416","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-05-11DOI: 10.34024/rbecotur.2023.v16.14243
Beatriz Roque dos Santos, Alan Faber do Nascimento, Hugo Rodrigues de Araújo
Muito se tem discutido sobre o desenvolvimento das Unidades de Conservação (UCs) e a relação destas com os conflitos fundiários e socioambientais. Nos últimos anos, o Turismo de Base Comunitária (TBC) tem sido visto como possibilidade de resolução de tais conflitos e como forma de promover inovação tecnológica e local. Pensando nesta perspectiva é que se chega ao turismo no Parque Estadual do Biribiri (PEBI) e sua relação com a comunidade de Pinheiro. Diante disso, o objetivo é realizar uma análise dos atrativos da comunidade do Pinheiro e os conflitos com o PEBI. O método foi à pesquisa documental no qual foi analisado o Plano de Manejo do PEBI e as atlas das reuniões comunitárias de Pinheiro, observação participante e a aplicação de entrevistas com os representantes da comunidade de Pinheiro. Como resultado notou-se que Pinheiro tem diversificados atrativos que podem ser desenvolvidos através do TBC, porém ainda precisa-se resolver os conflitos locais relacionados a questão fundiária e de uso das áreas naturais. Diante de todos os apontamentos aqui elencados conclui-se que é preciso traçar estratégicas coletivas para elaborar soluções para a resolução dos empecilhos socioambientais. Por fim, a aposta analítica é que o desenvolvimento do TBC no PEBI possa gerar resultados satisfatórios, promovendo a aproximação de ambos os atores e assim, promova a atividade de forma sustentável e socialmente inclusiva.
{"title":"Narrativas sobre conflitos socioambientais e inserção do Turismo Comunitário na comunidade de Pinheiro (MG)","authors":"Beatriz Roque dos Santos, Alan Faber do Nascimento, Hugo Rodrigues de Araújo","doi":"10.34024/rbecotur.2023.v16.14243","DOIUrl":"https://doi.org/10.34024/rbecotur.2023.v16.14243","url":null,"abstract":"Muito se tem discutido sobre o desenvolvimento das Unidades de Conservação (UCs) e a relação destas com os conflitos fundiários e socioambientais. Nos últimos anos, o Turismo de Base Comunitária (TBC) tem sido visto como possibilidade de resolução de tais conflitos e como forma de promover inovação tecnológica e local. Pensando nesta perspectiva é que se chega ao turismo no Parque Estadual do Biribiri (PEBI) e sua relação com a comunidade de Pinheiro. Diante disso, o objetivo é realizar uma análise dos atrativos da comunidade do Pinheiro e os conflitos com o PEBI. O método foi à pesquisa documental no qual foi analisado o Plano de Manejo do PEBI e as atlas das reuniões comunitárias de Pinheiro, observação participante e a aplicação de entrevistas com os representantes da comunidade de Pinheiro. Como resultado notou-se que Pinheiro tem diversificados atrativos que podem ser desenvolvidos através do TBC, porém ainda precisa-se resolver os conflitos locais relacionados a questão fundiária e de uso das áreas naturais. Diante de todos os apontamentos aqui elencados conclui-se que é preciso traçar estratégicas coletivas para elaborar soluções para a resolução dos empecilhos socioambientais. Por fim, a aposta analítica é que o desenvolvimento do TBC no PEBI possa gerar resultados satisfatórios, promovendo a aproximação de ambos os atores e assim, promova a atividade de forma sustentável e socialmente inclusiva.","PeriodicalId":348198,"journal":{"name":"Revista Brasileira de Ecoturismo (RBEcotur)","volume":"173 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-05-11","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"121333758","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}