Resumo Esta presente pesquisa tem como objetivo o estudo de como o Facebook foi apropriado entre os movimentos sociais antiausteridade em Portugal ao longo da Grande Recessão, num contexto marcado pela emergência das redes sociais digitais. Desta forma, podemos contribuir para o vasto debate em torno do papel das redes sociais digitais na participação política e cívica. Para a prossecução deste objetivo, realizamos uma análise do conteúdo de páginas do Facebook de oito movimentos sociais que se destacaram neste período e entrevistas semiestruturadas com ativistas destes. A principal descoberta feita pelo estudo consiste numa considerável desigualdade de recursos mobilizados nas práticas cívicas no Facebook entre ativistas e cidadãos utilizadores. Isso nos permite perceber que existem fatores que estão a montante, como a condição socioeconômica, educacional e até sofisticação política que impactam na apropriação das ferramentas digitais como o Facebook.
{"title":"DA REINVENÇÃO À REPRODUÇÃO DO ATIVISMO CÍVICO: OS MOVIMENTOS SOCIAIS ANTIAUSTERIDADE EM PORTUGAL NO FACEBOOK","authors":"J. Sousa","doi":"10.1590/0102-251282/118","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/0102-251282/118","url":null,"abstract":"Resumo Esta presente pesquisa tem como objetivo o estudo de como o Facebook foi apropriado entre os movimentos sociais antiausteridade em Portugal ao longo da Grande Recessão, num contexto marcado pela emergência das redes sociais digitais. Desta forma, podemos contribuir para o vasto debate em torno do papel das redes sociais digitais na participação política e cívica. Para a prossecução deste objetivo, realizamos uma análise do conteúdo de páginas do Facebook de oito movimentos sociais que se destacaram neste período e entrevistas semiestruturadas com ativistas destes. A principal descoberta feita pelo estudo consiste numa considerável desigualdade de recursos mobilizados nas práticas cívicas no Facebook entre ativistas e cidadãos utilizadores. Isso nos permite perceber que existem fatores que estão a montante, como a condição socioeconômica, educacional e até sofisticação política que impactam na apropriação das ferramentas digitais como o Facebook.","PeriodicalId":35204,"journal":{"name":"Lua Nova","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"48356972","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Resumo Na redemocratização, houve continuidades e rupturas em relação às disputas envolvendo discursos, vocabulário e práticas de direitos humanos. Presentes desde o início, as tensões se agravaram após 2010, com a formação de uma grande aliança contra os governos do PT e a “maré rosa” no continente. Atingiram, por fim, as bases do regime democrático. Em um cenário internacional de campanhas antiestablisment, com a expansão do uso de mídias e redes sociais digitais e crise econômica, a estratégia exitosa dessa aliança de centro-direita elegeu políticas de participação social e programas nacionais de direitos humanos como alvos preferenciais. Tal abordagem favoreceu contrapúblicos da extrema direita. Conjugando aportes teóricos sobre direitos humanos, participação social e esfera pública, esses fenômenos são analisados no período entre 1990 e 2020, a partir de banco de dados de reportagens, discursos, entrevistas e publicações em redes sociais.
{"title":"DO FRÁGIL CONSENSO AO RADICAL DISSENSO: RUPTURAS NAS DISPUTAS POR DIREITOS E FISSURA NO PROCESSO DEMOCRÁTICO (1990-2020)","authors":"Otávio Dias de Souza Ferreira","doi":"10.1590/0102-129166/118","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/0102-129166/118","url":null,"abstract":"Resumo Na redemocratização, houve continuidades e rupturas em relação às disputas envolvendo discursos, vocabulário e práticas de direitos humanos. Presentes desde o início, as tensões se agravaram após 2010, com a formação de uma grande aliança contra os governos do PT e a “maré rosa” no continente. Atingiram, por fim, as bases do regime democrático. Em um cenário internacional de campanhas antiestablisment, com a expansão do uso de mídias e redes sociais digitais e crise econômica, a estratégia exitosa dessa aliança de centro-direita elegeu políticas de participação social e programas nacionais de direitos humanos como alvos preferenciais. Tal abordagem favoreceu contrapúblicos da extrema direita. Conjugando aportes teóricos sobre direitos humanos, participação social e esfera pública, esses fenômenos são analisados no período entre 1990 e 2020, a partir de banco de dados de reportagens, discursos, entrevistas e publicações em redes sociais.","PeriodicalId":35204,"journal":{"name":"Lua Nova","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"47078808","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"O DESAFIO SEMPRE RENOVADO DE EDITAR UM PERIÓDICO CIENTÍFICO","authors":"B. Comparato","doi":"10.1590/0102-009012/118","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/0102-009012/118","url":null,"abstract":"","PeriodicalId":35204,"journal":{"name":"Lua Nova","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"46986656","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Resumo Este artigo objetiva dialogar com os pressupostos valorativos e metodológicos do materialismo histórico e dialético, estruturando-se em duas partes. A primeira diz respeito à compreensão desse método em eixos centrais e imbricados da obra de Marx (crítica da economia política, condições de surgimento do capitalismo, processo revolucionário e luta de classes). A segunda parte propõe uma análise comparativa e não estanque de possíveis tensões e aproximações com relação a escolhas metodológicas durkheimianas e weberianas, especialmente quanto à precedência entre indivíduo e sociedade, bem como quanto às preconcepções de mundo dos pesquisadores e às relações entre saber científico e ação política.
{"title":"MATERIALISMO HISTÓRICO E DIALÉTICO: ENTRE APROXIMAÇÕES E TENSÕES","authors":"Bruna da Penha de Mendonça Coelho","doi":"10.1590/0102-075100/118","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/0102-075100/118","url":null,"abstract":"Resumo Este artigo objetiva dialogar com os pressupostos valorativos e metodológicos do materialismo histórico e dialético, estruturando-se em duas partes. A primeira diz respeito à compreensão desse método em eixos centrais e imbricados da obra de Marx (crítica da economia política, condições de surgimento do capitalismo, processo revolucionário e luta de classes). A segunda parte propõe uma análise comparativa e não estanque de possíveis tensões e aproximações com relação a escolhas metodológicas durkheimianas e weberianas, especialmente quanto à precedência entre indivíduo e sociedade, bem como quanto às preconcepções de mundo dos pesquisadores e às relações entre saber científico e ação política.","PeriodicalId":35204,"journal":{"name":"Lua Nova","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"46250886","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
João Marcos Francisco Sampaio, Jayme Benvenuto Lima Júnior
Resumo Este artigo tem por intuito compreender os dilemas e as fricções nas relações disciplinares que se estabelecem em processos judiciais de demarcação de terras indígenas. Para tanto, analisar-se-á um laudo de assistência técnica elaborado no curso do processo judicial de demarcação da Terra Indígena Potrero Guaçu, ocupada por indígenas Guarani no estado de Mato Grosso do Sul. Para realizar a análise, buscou-se identificar os principais conceitos expostos no supramencionado laudo e confrontá-los com a literatura estabelecida sobre o tema. Dessa forma, procurou-se demonstrar que para um eficaz exercício da jurisdição no transcurso de lides fundiárias que envolvam populações indígenas, não basta o mero conhecimento dos dispositivos legais. Além disso, é preciso compreender quais as especificidades, saberes, metodologias e técnicas permitem que o perito antropólogo elabore um laudo cientificamente embasado, a fim de que possa ser realizada uma adequada apreciação da prova pericial nesse contexto de conflito fundiário.
{"title":"TERRITÓRIOS EM DISPUTA: COMENTÁRIOS SOBRE O CONTRALAUDO ELABORADO SOBRE A TERRA INDÍGENA POTRERO GUAÇU","authors":"João Marcos Francisco Sampaio, Jayme Benvenuto Lima Júnior","doi":"10.1590/0102-195216/118","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/0102-195216/118","url":null,"abstract":"Resumo Este artigo tem por intuito compreender os dilemas e as fricções nas relações disciplinares que se estabelecem em processos judiciais de demarcação de terras indígenas. Para tanto, analisar-se-á um laudo de assistência técnica elaborado no curso do processo judicial de demarcação da Terra Indígena Potrero Guaçu, ocupada por indígenas Guarani no estado de Mato Grosso do Sul. Para realizar a análise, buscou-se identificar os principais conceitos expostos no supramencionado laudo e confrontá-los com a literatura estabelecida sobre o tema. Dessa forma, procurou-se demonstrar que para um eficaz exercício da jurisdição no transcurso de lides fundiárias que envolvam populações indígenas, não basta o mero conhecimento dos dispositivos legais. Além disso, é preciso compreender quais as especificidades, saberes, metodologias e técnicas permitem que o perito antropólogo elabore um laudo cientificamente embasado, a fim de que possa ser realizada uma adequada apreciação da prova pericial nesse contexto de conflito fundiário.","PeriodicalId":35204,"journal":{"name":"Lua Nova","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"44295004","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Resumo Em 2022 o teórico social Jurgen Habermas escreveu uma avaliação do seu livro Mudança estrutural da esfera pública, um texto clássico produzido 60 anos antes. Nesse texto, o teórico alemão liga a crise da democracia à perda do papel da imprensa e dos jornalistas na esfera pública. Nesse texto, dialogo com Habermas e procuro inserir uma análise complementar, mas não alternativa, com base no livro A tradição anti-iluminista, do historiador israelense Zeev Sternhell. A última parte do artigo dedica-se a aplicar a discussão ao Brasil.
{"title":"ESFERA PÚBLICA SEM MEDIAÇÃO? HABERMAS, ANTI-ILUMINISMO E DEMOCRACIA","authors":"Leonardo Avritzer","doi":"10.1590/0102-013040/118","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/0102-013040/118","url":null,"abstract":"Resumo Em 2022 o teórico social Jurgen Habermas escreveu uma avaliação do seu livro Mudança estrutural da esfera pública, um texto clássico produzido 60 anos antes. Nesse texto, o teórico alemão liga a crise da democracia à perda do papel da imprensa e dos jornalistas na esfera pública. Nesse texto, dialogo com Habermas e procuro inserir uma análise complementar, mas não alternativa, com base no livro A tradição anti-iluminista, do historiador israelense Zeev Sternhell. A última parte do artigo dedica-se a aplicar a discussão ao Brasil.","PeriodicalId":35204,"journal":{"name":"Lua Nova","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"41765162","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Resumo A relação entre os poderes de ação do indivíduo e os poderes condicionantes da sociedade não constitui apenas uma questão teórica das ciências sociais, mas um problema existencial que se impõe, na prática, a todo ser humano. Com base nessa premissa, o trabalho aplica à dicotomia subjetivismo/objetivismo na teoria social uma tese da psicopatologia fenomenológica, i.e., a ideia de que algumas formas de doença mental consistem em atitudes intelectuais existencialmente vividas. No “objetivismo” esquizofrênico, os indivíduos experimentam a si próprios como os “fantoches” das teorias hiperdeterministas. O “subjetivismo” psicótico envolve, por seu turno, uma inflação delirante do senso de controle do mundo que leva ao paroxismo as visões “heroicamente” voluntaristas da agência humana. Como parte de um programa de pesquisa em “heurística da insanidade”, o trabalho explora, assim, a relevância da teoria social para a fenomenologia da psicopatologia e vice-versa.
{"title":"A TEORIA VIVIDA (COMO PSICOSE): OBJETIVISMO, SUBJETIVISMO E ESQUIZOFRENIA","authors":"Gabriel Peters","doi":"10.1590/0102-217250/118","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/0102-217250/118","url":null,"abstract":"Resumo A relação entre os poderes de ação do indivíduo e os poderes condicionantes da sociedade não constitui apenas uma questão teórica das ciências sociais, mas um problema existencial que se impõe, na prática, a todo ser humano. Com base nessa premissa, o trabalho aplica à dicotomia subjetivismo/objetivismo na teoria social uma tese da psicopatologia fenomenológica, i.e., a ideia de que algumas formas de doença mental consistem em atitudes intelectuais existencialmente vividas. No “objetivismo” esquizofrênico, os indivíduos experimentam a si próprios como os “fantoches” das teorias hiperdeterministas. O “subjetivismo” psicótico envolve, por seu turno, uma inflação delirante do senso de controle do mundo que leva ao paroxismo as visões “heroicamente” voluntaristas da agência humana. Como parte de um programa de pesquisa em “heurística da insanidade”, o trabalho explora, assim, a relevância da teoria social para a fenomenologia da psicopatologia e vice-versa.","PeriodicalId":35204,"journal":{"name":"Lua Nova","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"67485076","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Resumo Este estudo buscou realizar uma reconstrução histórica da deserção de atletas cubanos durante a Guerra Fria. A partir da consulta e da análise dos documentos secretos dos serviços de inteligência do governo dos Estados Unidos, recentemente colocados à disposição nos acervos digitais da CIA e dos National Archives, concluímos que esse fenômeno foi induzido de forma sistemática, planejada e intencional por agentes da CIA e grupos cubano-americanos sediados nos Estados Unidos.
{"title":"O QUE OS “ARQUIVOS DO IMPERIALISMO” NOS ENSINAM SOBRE O FENÔMENO DA DESERÇÃO DE ATLETAS CUBANOS DURANTE A GUERRA FRIA","authors":"R. Valentin","doi":"10.1590/0102-101128/118","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/0102-101128/118","url":null,"abstract":"Resumo Este estudo buscou realizar uma reconstrução histórica da deserção de atletas cubanos durante a Guerra Fria. A partir da consulta e da análise dos documentos secretos dos serviços de inteligência do governo dos Estados Unidos, recentemente colocados à disposição nos acervos digitais da CIA e dos National Archives, concluímos que esse fenômeno foi induzido de forma sistemática, planejada e intencional por agentes da CIA e grupos cubano-americanos sediados nos Estados Unidos.","PeriodicalId":35204,"journal":{"name":"Lua Nova","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"47623045","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Resumo O artigo reconstrói o diálogo intelectual do crítico e diplomata José Guilherme Merquior com marxistas brasileiros, vários dos quais pertenciam a uma geração intelectual comum e partilhavam com o autor uma mesma estrutura de sociabilidade. Destacam-se as ásperas polêmicas nas páginas da imprensa brasileira e troca de ideias na revista Presença, no final dos anos 1980 e início da década de 1990. Argumenta-se que o diálogo de Merquior com o marxismo foi, principalmente, uma conversa crítica, nem sempre explícita, com seus amigos Leandro Konder e Carlos Nelson Coutinho, com os quais partilhou um terreno comum, caracterizado filosoficamente pela crítica ao irracionalismo e ao dogmatismo e, politicamente, pela defesa da Democracia.
{"title":"JOSÉ GUILHERME MERQUIOR E OS MARXISTAS BRASILEIROS: DIÁLOGOS E CONFLITOS","authors":"Alvaro Bianchi","doi":"10.1590/0102-041074/118","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/0102-041074/118","url":null,"abstract":"Resumo O artigo reconstrói o diálogo intelectual do crítico e diplomata José Guilherme Merquior com marxistas brasileiros, vários dos quais pertenciam a uma geração intelectual comum e partilhavam com o autor uma mesma estrutura de sociabilidade. Destacam-se as ásperas polêmicas nas páginas da imprensa brasileira e troca de ideias na revista Presença, no final dos anos 1980 e início da década de 1990. Argumenta-se que o diálogo de Merquior com o marxismo foi, principalmente, uma conversa crítica, nem sempre explícita, com seus amigos Leandro Konder e Carlos Nelson Coutinho, com os quais partilhou um terreno comum, caracterizado filosoficamente pela crítica ao irracionalismo e ao dogmatismo e, politicamente, pela defesa da Democracia.","PeriodicalId":35204,"journal":{"name":"Lua Nova","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"47455332","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
C. Marconi, Rafael de Souza Nascimento Miranda, Isabela Agostinelli dos Santos
Resumo O artigo parte das paisagens de morte das duas maiores democracias das Américas - Brasil e Estados Unidos - na crise de covid-19, oferecendo uma engrenagem conceitual denominada binômio vulnerabilidade-morte para ponderar em que medida a política da tragédia é um ponto de inflexão no tratamento das vulnerabilidades e da morte na política institucional, enfatizando o trabalho da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH). Analisando as respostas normativas da CIDH, percebeu-se não a articulação, mas a bifurcação da vulnerabilidade e da morte. Embora revele um não entrelaçamento normativo, a bifurcação não significa uma escolha entre caminhos binários. Ainda que as duas democracias das Américas tenham suscitado desafios institucionais, a CIDH revelou um aprofundamento do sentido da vulnerabilidade e empreendeu normativamente em torno da morte: questões historicamente ausentes da estrutura básica internacional e capazes de lançar um desafio produtivo para a teoria da justiça internacional.
{"title":"AS PAISAGENS DE MORTE E A COVID-19 NAS AMÉRICAS: AS RESPOSTAS NORMATIVAS DA COMISSÃO INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS EM TORNO DA VULNERABILIDADE-MORTE","authors":"C. Marconi, Rafael de Souza Nascimento Miranda, Isabela Agostinelli dos Santos","doi":"10.1590/0102-167194/118","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/0102-167194/118","url":null,"abstract":"Resumo O artigo parte das paisagens de morte das duas maiores democracias das Américas - Brasil e Estados Unidos - na crise de covid-19, oferecendo uma engrenagem conceitual denominada binômio vulnerabilidade-morte para ponderar em que medida a política da tragédia é um ponto de inflexão no tratamento das vulnerabilidades e da morte na política institucional, enfatizando o trabalho da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH). Analisando as respostas normativas da CIDH, percebeu-se não a articulação, mas a bifurcação da vulnerabilidade e da morte. Embora revele um não entrelaçamento normativo, a bifurcação não significa uma escolha entre caminhos binários. Ainda que as duas democracias das Américas tenham suscitado desafios institucionais, a CIDH revelou um aprofundamento do sentido da vulnerabilidade e empreendeu normativamente em torno da morte: questões historicamente ausentes da estrutura básica internacional e capazes de lançar um desafio produtivo para a teoria da justiça internacional.","PeriodicalId":35204,"journal":{"name":"Lua Nova","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"48836874","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}