Resumo O artigo discute alguns aspectos abordados pela teoria crítica sobre o desenvolvimento do fascismo, em contraposição a interpretações marxistas tradicionais a respeito dos autores frankfurtianos. Por um lado, o artigo mostra como o exame da teoria crítica sobre o fascismo não se reduz a considerações psicológicas nem desconsidera as relações de classe para a evolução do fenômeno. Em contrapartida, o texto indica que a maneira como as relações entre indivíduo e sociedade e as transformações nas classes são peças-chave das análises da teoria crítica sobre o fascismo. Por fim, são discutidas algumas possibilidades de análise da atual situação brasileira a partir da reconstrução de aspectos da teoria crítica.
{"title":"RECONSTRUINDO ALGUNS TEMAS DA TEORIA CRÍTICA: CONTRIBUIÇÃO PARA O DEBATE SOBRE O FASCISMO","authors":"Vladimir Puzone","doi":"10.1590/0102-083110/116","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/0102-083110/116","url":null,"abstract":"Resumo O artigo discute alguns aspectos abordados pela teoria crítica sobre o desenvolvimento do fascismo, em contraposição a interpretações marxistas tradicionais a respeito dos autores frankfurtianos. Por um lado, o artigo mostra como o exame da teoria crítica sobre o fascismo não se reduz a considerações psicológicas nem desconsidera as relações de classe para a evolução do fenômeno. Em contrapartida, o texto indica que a maneira como as relações entre indivíduo e sociedade e as transformações nas classes são peças-chave das análises da teoria crítica sobre o fascismo. Por fim, são discutidas algumas possibilidades de análise da atual situação brasileira a partir da reconstrução de aspectos da teoria crítica.","PeriodicalId":35204,"journal":{"name":"Lua Nova","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-05-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"49485221","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Resumo O artigo destaca a dificuldade de se definir “fascismo”. Mesmo assim, nota como foram elaboradas concepções genéricas de fascismo, a partir das quais, variados casos podem ser confrontados. Chama igualmente a atenção para a existência de uma dimensão institucional e uma dimensão ideológica no fascismo; a primeira tendo sido enfrentada, a segunda negligenciada. Ao se confrontar o Brasil com “fascismo clássico”, indica que aqui não teríamos a criação de algo novo, mas a explicitação de traços profundamente arraigados de nossa sociedade. Nesse sentido, é sugerido que entre nós, mais do que falar propriamente em fascismo, se poderia apontar para a existência de algo como um “fascismo latente”, sempre capaz de vir à tona e, portanto, especialmente preocupante.
{"title":"O FASCISMO LATENTE","authors":"Gabriel Cohn","doi":"10.1590/0102-037052/116","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/0102-037052/116","url":null,"abstract":"Resumo O artigo destaca a dificuldade de se definir “fascismo”. Mesmo assim, nota como foram elaboradas concepções genéricas de fascismo, a partir das quais, variados casos podem ser confrontados. Chama igualmente a atenção para a existência de uma dimensão institucional e uma dimensão ideológica no fascismo; a primeira tendo sido enfrentada, a segunda negligenciada. Ao se confrontar o Brasil com “fascismo clássico”, indica que aqui não teríamos a criação de algo novo, mas a explicitação de traços profundamente arraigados de nossa sociedade. Nesse sentido, é sugerido que entre nós, mais do que falar propriamente em fascismo, se poderia apontar para a existência de algo como um “fascismo latente”, sempre capaz de vir à tona e, portanto, especialmente preocupante.","PeriodicalId":35204,"journal":{"name":"Lua Nova","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-05-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"47092736","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-05-01DOI: 10.1590/0102-019026//116
Gilberto Vergne Saboia
Resumo Este artigo é uma homenagem ao embaixador José Augusto Lindgren Alves e ao jurista Antônio Augusto Cançado Trindade, proferida no evento A Importância da Reconstrução das Políticas de Direitos Humanos no Brasil, realizado no Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (IEA-USP), em 30 de junho de 2022. O evento ocorreu na ocasião do lançamento dos Cadernos Cedec - editados em parceria com o Grupo de Pesquisa Direitos Humanos, Democracia, Política e Memória (GPDH-IEA) -, e abordou outros dois eventos do Ciclo de Memórias da Política Institucional de Direitos Humanos, realizados um ano antes, nos quais se debateu o passado, o presente e o futuro das políticas públicas nacionais de direitos humanos, a fim de construir coletivamente a memória institucional delas.
{"title":"HOMENAGEM AO EMBAIXADOR JOSÉ AUGUSTO LINDGREN ALVES E AO JUIZ ANTONIO AUGUSTO CANÇADO TRINDADE","authors":"Gilberto Vergne Saboia","doi":"10.1590/0102-019026//116","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/0102-019026//116","url":null,"abstract":"Resumo Este artigo é uma homenagem ao embaixador José Augusto Lindgren Alves e ao jurista Antônio Augusto Cançado Trindade, proferida no evento A Importância da Reconstrução das Políticas de Direitos Humanos no Brasil, realizado no Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (IEA-USP), em 30 de junho de 2022. O evento ocorreu na ocasião do lançamento dos Cadernos Cedec - editados em parceria com o Grupo de Pesquisa Direitos Humanos, Democracia, Política e Memória (GPDH-IEA) -, e abordou outros dois eventos do Ciclo de Memórias da Política Institucional de Direitos Humanos, realizados um ano antes, nos quais se debateu o passado, o presente e o futuro das políticas públicas nacionais de direitos humanos, a fim de construir coletivamente a memória institucional delas.","PeriodicalId":35204,"journal":{"name":"Lua Nova","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-05-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"44175160","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Resumo O artigo explora dois aspectos do triênio 2019-2021 na política brasileira. Investiga-se em qual rumo Jair Bolsonaro, desde a chefia do Poder Executivo, buscou modificar as instituições e, ao mesmo tempo, que tipo de mobilização social suscitou. Argumenta-se que, enquanto as transformações institucionais apontaram para um regime autocrático, o movimento bolsonariano utilizou metodologia fascista. Foram tomados como casos exemplares a luta em torno do controle da Polícia Federal e as técnicas de agitação e propaganda que culminaram nas manifestações de 7 de setembro de 2021.
{"title":"REGIME AUTOCRÁTICO E VIÉS FASCISTA: UM ROTEIRO EXPLORATÓRIO","authors":"A. Singer","doi":"10.1590/0102-053082/116","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/0102-053082/116","url":null,"abstract":"Resumo O artigo explora dois aspectos do triênio 2019-2021 na política brasileira. Investiga-se em qual rumo Jair Bolsonaro, desde a chefia do Poder Executivo, buscou modificar as instituições e, ao mesmo tempo, que tipo de mobilização social suscitou. Argumenta-se que, enquanto as transformações institucionais apontaram para um regime autocrático, o movimento bolsonariano utilizou metodologia fascista. Foram tomados como casos exemplares a luta em torno do controle da Polícia Federal e as técnicas de agitação e propaganda que culminaram nas manifestações de 7 de setembro de 2021.","PeriodicalId":35204,"journal":{"name":"Lua Nova","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-05-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"48163139","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Resumo O objetivo do artigo é situar e examinar a suposta inflexão de maior radicalização política na trajetória intelectual de Antonio Candido ocorrida na passagem da década de 1960 para 1970. Busca-se explicar a gênese e compreender o significado dessa radicalização, que teria se manifestado na produção intelectual do crítico no período, como, por exemplo, nos ensaios “Dialética da malandragem” (1970), “Literatura e subdesenvolvimento” (1970) e “De cortiço a cortiço” (1973). Nesse sentido, o artigo reconstrói brevemente a trajetória global de Candido, discute os principais condicionantes das suas ideias na época e sugere uma interpretação sobre o significado “radical” dessas ideias, tal como aparecem nos ensaios acima mencionados.
摘要本文的目的是定位和检验安东尼奥·坎迪多在20世纪60年代至70年代的知识轨迹中政治激进化的假定转变。它试图解释这种激进化的起源和理解这种激进化的意义,这种激进化在这一时期的批评家的智力生产中表现出来,例如,在散文《malandragem的辩证法》(1970)、《文学与发展》(1970)和《De corco a corco》(1973)中。在这个意义上,本文简要地重建了坎迪多的全球轨迹,讨论了他当时思想的主要制约因素,并对上述文章中出现的这些思想的“激进”意义提出了解释。
{"title":"A RADICALIZAÇÃO POLÍTICA DE ANTONIO CANDIDO NOS ANOS 1970","authors":"Max Luiz Gimenes, Gabriel dos Santos Lima","doi":"10.1590/0102-139164/116","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/0102-139164/116","url":null,"abstract":"Resumo O objetivo do artigo é situar e examinar a suposta inflexão de maior radicalização política na trajetória intelectual de Antonio Candido ocorrida na passagem da década de 1960 para 1970. Busca-se explicar a gênese e compreender o significado dessa radicalização, que teria se manifestado na produção intelectual do crítico no período, como, por exemplo, nos ensaios “Dialética da malandragem” (1970), “Literatura e subdesenvolvimento” (1970) e “De cortiço a cortiço” (1973). Nesse sentido, o artigo reconstrói brevemente a trajetória global de Candido, discute os principais condicionantes das suas ideias na época e sugere uma interpretação sobre o significado “radical” dessas ideias, tal como aparecem nos ensaios acima mencionados.","PeriodicalId":35204,"journal":{"name":"Lua Nova","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-05-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"45555407","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Resumo O artigo busca dar uma contribuição ao rico debate entre a tese da individualização de Ulrich Beck e o paradigma da desigualdade social estruturada. Enquanto os defensores da tese da individualização postulam um desacoplamento entre ação social e origem de classe, os adeptos do paradigma da desigualdade estruturada o negam. A tese principal do artigo é que não se trata de um desacoplamento entre origem de classe e ação social, mas sim de um afrouxamento nas relações de interdependência entre as formas de desigualdade e ação dos diferentes sistemas sociais, de modo que o seu significado para a ação social no interior de outro sistema torna-se contingente.
{"title":"DIFERENCIAÇÃO DA SOCIEDADE, DESIGUALDADE SOCIAL E INDIVIDUALIZAÇÃO: UMA REINTERPRETAÇÃO DA TESE DE ULRICH BECK","authors":"Roberto Dutra","doi":"10.1590/0102-197228/116","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/0102-197228/116","url":null,"abstract":"Resumo O artigo busca dar uma contribuição ao rico debate entre a tese da individualização de Ulrich Beck e o paradigma da desigualdade social estruturada. Enquanto os defensores da tese da individualização postulam um desacoplamento entre ação social e origem de classe, os adeptos do paradigma da desigualdade estruturada o negam. A tese principal do artigo é que não se trata de um desacoplamento entre origem de classe e ação social, mas sim de um afrouxamento nas relações de interdependência entre as formas de desigualdade e ação dos diferentes sistemas sociais, de modo que o seu significado para a ação social no interior de outro sistema torna-se contingente.","PeriodicalId":35204,"journal":{"name":"Lua Nova","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-05-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"42426956","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Resumo Esfera pública e democracia são temas que se entrelaçam de vários modos em grande parte dos estudos normativos e democráticos dos últimos quarenta anos. Neste artigo, procuramos mostrar como essa relação tem sido pensada, a partir da teorização de pensadoras(es) de três importantes vertentes das teorias políticas e democráticas contemporâneas: (1) o liberalismo político de J. Rawls, cuja ideia de democracia vincula as noções de sociedade democrática, cultura política e amizade cívica; (2) a teoria crítica de J. Habermas, que propõe um modelo procedimental de democracia articulado às concepções de publicidade e solidariedade; e (3) o pluralismo agonístico radical de matriz pós-estruturalista de C. Mouffe, que postula um elo estreito entre democracia e uma compreensão agonística da sociedade. Por fim, (4) apontamos como diagnósticos atuais em torno da crise da democracia põem sob suspeita a disponibilidade e a permanência da esfera pública em suas diversas proposituras contemporâneas.
{"title":"ESFERA PÚBLICA E DEMOCRACIA NO PENSAMENTO DE J. RAWLS, J. HABERMAS E C. MOUFFE: TEORIAS POLÍTICAS E DEMOCRÁTICAS EM DEBATE","authors":"Raquel Kritsch, André Luiz da Silva","doi":"10.1590/0102-275334/116","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/0102-275334/116","url":null,"abstract":"Resumo Esfera pública e democracia são temas que se entrelaçam de vários modos em grande parte dos estudos normativos e democráticos dos últimos quarenta anos. Neste artigo, procuramos mostrar como essa relação tem sido pensada, a partir da teorização de pensadoras(es) de três importantes vertentes das teorias políticas e democráticas contemporâneas: (1) o liberalismo político de J. Rawls, cuja ideia de democracia vincula as noções de sociedade democrática, cultura política e amizade cívica; (2) a teoria crítica de J. Habermas, que propõe um modelo procedimental de democracia articulado às concepções de publicidade e solidariedade; e (3) o pluralismo agonístico radical de matriz pós-estruturalista de C. Mouffe, que postula um elo estreito entre democracia e uma compreensão agonística da sociedade. Por fim, (4) apontamos como diagnósticos atuais em torno da crise da democracia põem sob suspeita a disponibilidade e a permanência da esfera pública em suas diversas proposituras contemporâneas.","PeriodicalId":35204,"journal":{"name":"Lua Nova","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-05-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"42889247","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Resumo O artigo se propõe a apresentar dois eixos comuns a dois autores paradigmáticos da interpretação da formação social brasileira: Oliveira Vianna e Gilberto Freyre. De um lado, evidencia-se os caminhos que buscaram para velar e diluir o antagonismo entre dominados e dominadores, o que passou pela modernização do discurso conservador que acompanhou a amplitude e a intensidade das tensões sociais. De outro lado, destaca-se as saídas que estes autores sugeriram para acomodar as crescentes tensões entre as oligarquias regionais. Para tanto, mostramos que ambos idealizaram o passado colonial com o intuito de forjar uma narrativa sobre a cultura nacional que legitimasse um equilíbrio mais estável das estruturas de poder no Brasil, coincidindo com suas defesas da segregação social.
{"title":"CONTINUIDADES E MODERNIZAÇÃO ENTRE OLIVEIRA VIANNA E GILBERTO FREYRE","authors":"Gustavo Zullo, U. Silva","doi":"10.1590/0102-165196/116","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/0102-165196/116","url":null,"abstract":"Resumo O artigo se propõe a apresentar dois eixos comuns a dois autores paradigmáticos da interpretação da formação social brasileira: Oliveira Vianna e Gilberto Freyre. De um lado, evidencia-se os caminhos que buscaram para velar e diluir o antagonismo entre dominados e dominadores, o que passou pela modernização do discurso conservador que acompanhou a amplitude e a intensidade das tensões sociais. De outro lado, destaca-se as saídas que estes autores sugeriram para acomodar as crescentes tensões entre as oligarquias regionais. Para tanto, mostramos que ambos idealizaram o passado colonial com o intuito de forjar uma narrativa sobre a cultura nacional que legitimasse um equilíbrio mais estável das estruturas de poder no Brasil, coincidindo com suas defesas da segregação social.","PeriodicalId":35204,"journal":{"name":"Lua Nova","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-05-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"47544170","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Resumo Por volta do final do século XX, o fascismo tinha praticamente deixado de ser um tema de apelo; o que se relaciona com o aparente triunfo do liberalismo, cuja queda do Muro de Berlim, em 1989, seria um marco. No entanto, a eleição recente de uma série de governos de extrema-direita, entre eles o de Jair Bolsonaro no Brasil, fez com que a questão recobrasse força. Apresentamos aqui os artigos que tratam do assunto, presentes no dossiê da Lua Nova: A variedade de temas, abrangências e perspectivas é notável, mas, em comum, eles não tratam “fascismo” como uma categoria rígida, e, sim, como um recurso para apreender a complexidade da realidade que o Brasil e o mundo enfrentam.
{"title":"FASCISMO: ONTEM E HOJE","authors":"Bernardo Ricupero","doi":"10.1590/0102-027036/116","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/0102-027036/116","url":null,"abstract":"Resumo Por volta do final do século XX, o fascismo tinha praticamente deixado de ser um tema de apelo; o que se relaciona com o aparente triunfo do liberalismo, cuja queda do Muro de Berlim, em 1989, seria um marco. No entanto, a eleição recente de uma série de governos de extrema-direita, entre eles o de Jair Bolsonaro no Brasil, fez com que a questão recobrasse força. Apresentamos aqui os artigos que tratam do assunto, presentes no dossiê da Lua Nova: A variedade de temas, abrangências e perspectivas é notável, mas, em comum, eles não tratam “fascismo” como uma categoria rígida, e, sim, como um recurso para apreender a complexidade da realidade que o Brasil e o mundo enfrentam.","PeriodicalId":35204,"journal":{"name":"Lua Nova","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-05-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"44361684","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"OS DIREITOS HUMANOS COMO ANTÍDOTO AO FASCISMO","authors":"B. Comparato","doi":"10.1590/0102-009018/116","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/0102-009018/116","url":null,"abstract":"","PeriodicalId":35204,"journal":{"name":"Lua Nova","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-05-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"42000555","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}