Pub Date : 2022-11-11DOI: 10.11606/1678-9857.ra.2022.195924
Adriana Facina
Este artigo busca identificar narrativas de esperança produzidas por artistas e grupos culturais que desenvolvem suas atividades tendo como referência cultural as periferias brasileiras. Tais sujeitos periféricos se encontram em um “momento de perigo”, na expressão de Walter Benjamin, ameaçados pelo recrudescimento da violência armada contra a população negra e favelada, pelo aprofundamento da desigualdade econômica, pela destruição das políticas públicas de cultura e pela pandemia de COVID-19. Em tal contexto, esses sujeitos buscam se reinventar para seguir realizando seus trabalhos artísticos e culturais. Essas narrativas de esperança são compreendidas aqui como prática, em diálogo com a linguística aplicada e a antropologia linguística, bem como com a ótica bakhtiniana da linguagem como interação. Este artigo se filia ainda às reflexões antropológicas propostas por Vincent Crapanzano, Arjun Appadurai e outros que vêm se dedicando a configurar uma Antropologia do Futuro e uma Antropologia da Esperança.
{"title":"Sujeitos de sorte: narrativas de esperança em produções artísticas no Brasil recente","authors":"Adriana Facina","doi":"10.11606/1678-9857.ra.2022.195924","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/1678-9857.ra.2022.195924","url":null,"abstract":"Este artigo busca identificar narrativas de esperança produzidas por artistas e grupos culturais que desenvolvem suas atividades tendo como referência cultural as periferias brasileiras. Tais sujeitos periféricos se encontram em um “momento de perigo”, na expressão de Walter Benjamin, ameaçados pelo recrudescimento da violência armada contra a população negra e favelada, pelo aprofundamento da desigualdade econômica, pela destruição das políticas públicas de cultura e pela pandemia de COVID-19. Em tal contexto, esses sujeitos buscam se reinventar para seguir realizando seus trabalhos artísticos e culturais. Essas narrativas de esperança são compreendidas aqui como prática, em diálogo com a linguística aplicada e a antropologia linguística, bem como com a ótica bakhtiniana da linguagem como interação. Este artigo se filia ainda às reflexões antropológicas propostas por Vincent Crapanzano, Arjun Appadurai e outros que vêm se dedicando a configurar uma Antropologia do Futuro e uma Antropologia da Esperança.","PeriodicalId":35264,"journal":{"name":"Revista de Antropologia","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-11-11","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"47631011","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-11-11DOI: 10.11606/1678-9857.ra.2022.197977
Paula Guerra
Notando a desadequação do entendimento da música como mero fenómeno superficial de uma expressão sociopolítica, mostraremos, neste artigo, como os Fado Bicha enfatizam a importância da performatividade numa improvável resistência fundada no fado. Na verdade, procuramos demonstrar como as performances e as canções do Fado Bicha se assumem como produtores de denúncia e de protesto e, sobretudo, são (re)criadoras de temáticas/problemáticas de género. A sua insurgência manifesta na realidade portuguesa, ao provocar-lhe agitação e mudança pela leitura que dela fazem, constitui-se em elemento integrante de uma identidade coletiva reconfigurada pelo artivismo. Assim, procurou-se romper com o facto de a música, enquanto meio que atinge um elevado número de pessoas a uma escala transglobal, ter sido ainda pouco estudada no seu impacto político, isto é, como instrumento de refutação de hegemonias, de resistência e de articulação de novas alternativas – e, justamente, onde menos se esperava - no fado.
{"title":"Barulho! Vamos deixar cantar o Fado Bicha. Cidadania, resistência e política na música popular contemporânea","authors":"Paula Guerra","doi":"10.11606/1678-9857.ra.2022.197977","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/1678-9857.ra.2022.197977","url":null,"abstract":"Notando a desadequação do entendimento da música como mero fenómeno superficial de uma expressão sociopolítica, mostraremos, neste artigo, como os Fado Bicha enfatizam a importância da performatividade numa improvável resistência fundada no fado. Na verdade, procuramos demonstrar como as performances e as canções do Fado Bicha se assumem como produtores de denúncia e de protesto e, sobretudo, são (re)criadoras de temáticas/problemáticas de género. A sua insurgência manifesta na realidade portuguesa, ao provocar-lhe agitação e mudança pela leitura que dela fazem, constitui-se em elemento integrante de uma identidade coletiva reconfigurada pelo artivismo. Assim, procurou-se romper com o facto de a música, enquanto meio que atinge um elevado número de pessoas a uma escala transglobal, ter sido ainda pouco estudada no seu impacto político, isto é, como instrumento de refutação de hegemonias, de resistência e de articulação de novas alternativas – e, justamente, onde menos se esperava - no fado.","PeriodicalId":35264,"journal":{"name":"Revista de Antropologia","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-11-11","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"45798618","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-11-11DOI: 10.11606/1678-9857.ra.2022.198226
R. S. Hikiji, Jasper Chalcraft
Ao acompanhar nos últimos anos músicos africanos recém-chegados ao Brasil, observamos como seu musicar em São Paulo cria um mundo de imaginação e potencialidade política, um espaço para a solidariedade, habitado por entidades africanas e afrodiaspóricas da história passada e presente, de lutas e manifestações artísticas anticoloniais, antiescravistas ou afropolitanas (Mbembe, 2015). Como estes músicos lidam com as políticas raciais e culturais do país? Como o racismo e os movimentos afro-brasileiros os interpelam? Que capitais transculturais (Glick-Schiller e Meinhof, 2011) ou formas de “ação social” (Blacking, 1995) mobilizam para navegar na cena artística brasileira? Como lidam com as instituições culturais e com os movimentos sociais? Ser africano no Brasil - seja no palco, no estúdio de gravação, em eventos artivistas ou solidários - é sempre um ato de resistência. “Gringos” ou “nômades” estes artistas constituem uma “comunidade musical” (Shelemay, 2011) com quem dialogamos num fazer etnográfico fílmico e compartilhado.
{"title":"Gringos, nômades, pretos – políticas do musicar africano em São Paulo","authors":"R. S. Hikiji, Jasper Chalcraft","doi":"10.11606/1678-9857.ra.2022.198226","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/1678-9857.ra.2022.198226","url":null,"abstract":"Ao acompanhar nos últimos anos músicos africanos recém-chegados ao Brasil, observamos como seu musicar em São Paulo cria um mundo de imaginação e potencialidade política, um espaço para a solidariedade, habitado por entidades africanas e afrodiaspóricas da história passada e presente, de lutas e manifestações artísticas anticoloniais, antiescravistas ou afropolitanas (Mbembe, 2015). Como estes músicos lidam com as políticas raciais e culturais do país? Como o racismo e os movimentos afro-brasileiros os interpelam? Que capitais transculturais (Glick-Schiller e Meinhof, 2011) ou formas de “ação social” (Blacking, 1995) mobilizam para navegar na cena artística brasileira? Como lidam com as instituições culturais e com os movimentos sociais? Ser africano no Brasil - seja no palco, no estúdio de gravação, em eventos artivistas ou solidários - é sempre um ato de resistência. “Gringos” ou “nômades” estes artistas constituem uma “comunidade musical” (Shelemay, 2011) com quem dialogamos num fazer etnográfico fílmico e compartilhado.","PeriodicalId":35264,"journal":{"name":"Revista de Antropologia","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-11-11","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"43724245","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-11-11DOI: 10.11606/1678-9857.ra.2022.198022
Roberto Marques
Ao longo dos quarenta anos de percurso como cantor e ativista, João do Crato valeu-se inúmeras vezes do fato de estar fora do lugar: foi cantor de rock no interior do Ceará nas décadas de 1970 e 1980; sustenta uma performatividade de gênero excessivamente sinuosa para os bairros periféricos onde se apresenta e milita; consegue transitar livremente entre grupos diversos de cultura popular e manifestações próximas às culturas de matrizes africanas na região do Cariri (CE). Apoiados em narrativas do cantor e companheiros(as) de militância, refletiremos sobre deslocamentos efetuados em torno da recepção de marcadores sociais expressos pelo artista. A ação contínua empreendida a partir dos palcos notabiliza a trajetória de João como forma expressiva das vivências no interior do Ceará, ao tempo que modula estereótipos sobre a imobilidade de uma cultura popular autêntica e fixidez das oposições entre masculino e feminino em áreas rurais e periféricas. Ao tratar mundo rural e cultura popular como cenários de diferenças, João potencializa o reconhecimento de um lugar para si e para seu público a partir dos deslocamentos que provoca.
{"title":"Nordeste, contracultura e Cultura Popular: lugares cognitivos e ficções persistentes na poética de João do Crato","authors":"Roberto Marques","doi":"10.11606/1678-9857.ra.2022.198022","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/1678-9857.ra.2022.198022","url":null,"abstract":"Ao longo dos quarenta anos de percurso como cantor e ativista, João do Crato valeu-se inúmeras vezes do fato de estar fora do lugar: foi cantor de rock no interior do Ceará nas décadas de 1970 e 1980; sustenta uma performatividade de gênero excessivamente sinuosa para os bairros periféricos onde se apresenta e milita; consegue transitar livremente entre grupos diversos de cultura popular e manifestações próximas às culturas de matrizes africanas na região do Cariri (CE). Apoiados em narrativas do cantor e companheiros(as) de militância, refletiremos sobre deslocamentos efetuados em torno da recepção de marcadores sociais expressos pelo artista. A ação contínua empreendida a partir dos palcos notabiliza a trajetória de João como forma expressiva das vivências no interior do Ceará, ao tempo que modula estereótipos sobre a imobilidade de uma cultura popular autêntica e fixidez das oposições entre masculino e feminino em áreas rurais e periféricas. Ao tratar mundo rural e cultura popular como cenários de diferenças, João potencializa o reconhecimento de um lugar para si e para seu público a partir dos deslocamentos que provoca.","PeriodicalId":35264,"journal":{"name":"Revista de Antropologia","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-11-11","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"42529843","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-11-11DOI: 10.11606/1678-9857.ra.2022.202284
R. S. Hikiji, Vitor Grunvald, Paula Guerra
O que têm em comum o musicar (Small, 1998) de Apeshit, o videoclipe do casal de artistas estadunidenses Beyoncé e Jay-Z, as performances musicais de João do Crato no interior do Ceará, um projeto entre uma cantora lírica, um musicólogo e um líder indígena na Colômbia, o álbum AmerElo do rapper paulistano Emicida, o artivismo musical de Linn da Quebrada e a música de imigrantes africanos em São Paulo? À primeira vista, nada. Mas neste Dossiê estes fazeres musicais servem todos ao mesmo intuito: são formas de reXistência.[1] A ligação entre música e política é vetusta e nem sempre perceptível. Do clamor patente, ao simples comentário, do motim pessoal ao social, a música tem atuado para agitar consciências e – menos frequentemente – sistemas, instituições e estruturas (Blacking, 1995). Schreiber (2019) considera que a música é plena energia para a ação. Uma expressão de poder, não apenas sônica ou emocional. A música, especialmente quando criada em resposta aos problemas sociais do mundo, torna-se uma força única (Guerra et al., 2019). E talvez desse poder criador e criativo é que venha a insistência de DeNora (2003) para considerarmos a música uma prática social de fato e de direito e não apenas um mero reflexo da estrutura social. Portanto, a música é uma parte da nossa vida social. [1] Para a noção de reXistência com a qual trabalhamos, cf. Grunvald, neste dossiê.
什么共同点的小型,将(1998)Apeshit夫妇的美国艺术家的音乐视频碧昂丝和杰斯的音乐表演中的约翰Crato巴西之间,一个项目一个女高音歌唱家,一个数学家和一个土著领导人在哥伦比亚,专辑黄色语言Emicida说唱歌手的音乐artivismo称坏了的非洲移民在圣保罗的音乐?乍一看,什么都没有。但在这个档案中,这些音乐表演都有相同的目的:它们是生存的形式。[1]音乐和政治之间的联系是古老的,并不总是显而易见的。从公开的喧嚣,到简单的评论,从个人的暴动到社会的暴动,音乐一直在动摇良知,很少动摇系统、机构和结构(Blacking, 1995)。Schreiber(2019)认为音乐是行动的充分能量。一种力量的表达,不仅仅是声音或情感上的。音乐,尤其是为应对世界社会问题而创作的音乐,成为一种独特的力量(Guerra et al., 2019)。也许这种创造性和创造性的力量来自于DeNora(2003)坚持认为音乐是一种事实和法律的社会实践,而不仅仅是社会结构的反映。所以音乐是我们社会生活的一部分。[1]关于我们研究的抵抗概念,参见Grunvald,在这个档案中。
{"title":"ReXistências musicais entre arte e política","authors":"R. S. Hikiji, Vitor Grunvald, Paula Guerra","doi":"10.11606/1678-9857.ra.2022.202284","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/1678-9857.ra.2022.202284","url":null,"abstract":"O que têm em comum o musicar (Small, 1998) de Apeshit, o videoclipe do casal de artistas estadunidenses Beyoncé e Jay-Z, as performances musicais de João do Crato no interior do Ceará, um projeto entre uma cantora lírica, um musicólogo e um líder indígena na Colômbia, o álbum AmerElo do rapper paulistano Emicida, o artivismo musical de Linn da Quebrada e a música de imigrantes africanos em São Paulo? À primeira vista, nada. Mas neste Dossiê estes fazeres musicais servem todos ao mesmo intuito: são formas de reXistência.[1] A ligação entre música e política é vetusta e nem sempre perceptível. Do clamor patente, ao simples comentário, do motim pessoal ao social, a música tem atuado para agitar consciências e – menos frequentemente – sistemas, instituições e estruturas (Blacking, 1995). Schreiber (2019) considera que a música é plena energia para a ação. Uma expressão de poder, não apenas sônica ou emocional. A música, especialmente quando criada em resposta aos problemas sociais do mundo, torna-se uma força única (Guerra et al., 2019). E talvez desse poder criador e criativo é que venha a insistência de DeNora (2003) para considerarmos a música uma prática social de fato e de direito e não apenas um mero reflexo da estrutura social. Portanto, a música é uma parte da nossa vida social. \u0000 \u0000[1] Para a noção de reXistência com a qual trabalhamos, cf. Grunvald, neste dossiê.","PeriodicalId":35264,"journal":{"name":"Revista de Antropologia","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-11-11","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"64737706","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-10-21DOI: 10.11606/1678-9857.ra.2022.197955
Júlia Vilaça Goyatá, Igor Rolemberg
{"title":"Diante da fera: engajamento e escrita etnográfica","authors":"Júlia Vilaça Goyatá, Igor Rolemberg","doi":"10.11606/1678-9857.ra.2022.197955","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/1678-9857.ra.2022.197955","url":null,"abstract":"","PeriodicalId":35264,"journal":{"name":"Revista de Antropologia","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-10-21","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"43423091","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-10-21DOI: 10.11606/1678-9857.ra.2022.198229
B. Iazzetti
e os possíveis benefícios de as mulheres largarem o termo. O que funciona em seu melhor interesse?
以及女性放弃这一任期可能带来的好处。什么最符合你的利益?
{"title":"Por uma teoria e prática transfeminista interseccional","authors":"B. Iazzetti","doi":"10.11606/1678-9857.ra.2022.198229","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/1678-9857.ra.2022.198229","url":null,"abstract":"e os possíveis benefícios de as mulheres largarem o termo. O que funciona em seu melhor interesse?","PeriodicalId":35264,"journal":{"name":"Revista de Antropologia","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-10-21","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"41346169","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-10-21DOI: 10.11606/1678-9857.ra.2022.197956
Bruna Triana
Neste ensaio, proponho pensar o arquivo como cidade e a cidade como arquivo. As análises formuladas ao longo desse itinerário de mão-dupla, que permeiam documentos e ruas, embasam-se em três imagens conceituais: rastro, ruína e decadência. A partir de Maputo, capital moçambicana, problematizo meu trabalho de campo mostrando como esse exercício afetivo e epistemológico de “caminhar-pesquisar” envolve um olhar duplicado sobre o arquivo e a cidade. Esse olhar me levou, de um lado, a analisar os meios de controle e de silenciamento que cercam histórias e memórias presentes em ambos os espaços; de outro, a escavar outros sentidos que ameaçam esses mecanismos. Meu argumento é que o arquivo, como a cidade, é um espaço vivo, repleto de tensões, hiatos e ambiguidades. Por isso, é preciso testar os limites de se pensar, conjunta e comparativamente, o arquivo institucional e o arquivo urbano. Com esse olhar duplicado, problematizo os rastros das histórias oficiais e como elas são negociadas e disputadas – em imagens guardadas pelo Estado ou em monumentos escondidos.
{"title":"Rastros, ruínas e decadência: contribuições para uma antropologia dos arquivos","authors":"Bruna Triana","doi":"10.11606/1678-9857.ra.2022.197956","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/1678-9857.ra.2022.197956","url":null,"abstract":"Neste ensaio, proponho pensar o arquivo como cidade e a cidade como arquivo. As análises formuladas ao longo desse itinerário de mão-dupla, que permeiam documentos e ruas, embasam-se em três imagens conceituais: rastro, ruína e decadência. A partir de Maputo, capital moçambicana, problematizo meu trabalho de campo mostrando como esse exercício afetivo e epistemológico de “caminhar-pesquisar” envolve um olhar duplicado sobre o arquivo e a cidade. Esse olhar me levou, de um lado, a analisar os meios de controle e de silenciamento que cercam histórias e memórias presentes em ambos os espaços; de outro, a escavar outros sentidos que ameaçam esses mecanismos. Meu argumento é que o arquivo, como a cidade, é um espaço vivo, repleto de tensões, hiatos e ambiguidades. Por isso, é preciso testar os limites de se pensar, conjunta e comparativamente, o arquivo institucional e o arquivo urbano. Com esse olhar duplicado, problematizo os rastros das histórias oficiais e como elas são negociadas e disputadas – em imagens guardadas pelo Estado ou em monumentos escondidos.","PeriodicalId":35264,"journal":{"name":"Revista de Antropologia","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-10-21","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"44100141","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-05-04DOI: 10.11606/1678-9857.ra.2022.192797
Edilson Pereira
O artigo revisita a obra de Pierre Verger para analisar as condições de formação do seu olhar, acompanhando-o desde a França até o Brasil, o Benin e a Nigéria. Com apoio na literatura especializada, analiso os usos sociais da fotografia e abordo quatro modulações da alteridade expressas pela fotografia de Verger e de seus contemporâneos: indo da tipificação científica-moderna; passando pelo objeto de interesse etnográfico/antropológico; seguindo pelo englobamento da perspectiva religiosa e ritual; até o tratamento estereotipado do candomblé pelo mercado editorial. Considero, enfim, a contribuição de Verger para a transformação da cultura visual associada aos cultos afro no país.
{"title":"Fotografia e sagrados afro-brasileiros: modulações da diferença em Pierre Verger e seus contemporâneos","authors":"Edilson Pereira","doi":"10.11606/1678-9857.ra.2022.192797","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/1678-9857.ra.2022.192797","url":null,"abstract":"O artigo revisita a obra de Pierre Verger para analisar as condições de formação do seu olhar, acompanhando-o desde a França até o Brasil, o Benin e a Nigéria. Com apoio na literatura especializada, analiso os usos sociais da fotografia e abordo quatro modulações da alteridade expressas pela fotografia de Verger e de seus contemporâneos: indo da tipificação científica-moderna; passando pelo objeto de interesse etnográfico/antropológico; seguindo pelo englobamento da perspectiva religiosa e ritual; até o tratamento estereotipado do candomblé pelo mercado editorial. Considero, enfim, a contribuição de Verger para a transformação da cultura visual associada aos cultos afro no país.","PeriodicalId":35264,"journal":{"name":"Revista de Antropologia","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-05-04","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"45344236","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-05-04DOI: 10.11606/1678-9857.ra.2022.195038
P. Cesarino, H. Almeida, J. Gonçalves
{"title":"Repensando os pactos da antropologia","authors":"P. Cesarino, H. Almeida, J. Gonçalves","doi":"10.11606/1678-9857.ra.2022.195038","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/1678-9857.ra.2022.195038","url":null,"abstract":"","PeriodicalId":35264,"journal":{"name":"Revista de Antropologia","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-05-04","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"47532505","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}