Pub Date : 2023-01-01DOI: 10.1590/1980-549720230012.supl.1.1
Alan Cristian Marinho Ferreira, Alanna Gomes da Silva, Crizian Saar Gomes, Deborah Carvalho Malta
RESUMO Objetivo: Analisar o perfil sociodemográfico dos adolescentes que trabalham no Brasil e a associação do trabalho infantil com fatores de risco e proteção para doenças crônicas não transmissíveis. Métodos: Estudo transversal com dados da amostra 2 da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar de 2015. Analisaram-se as variáveis sexo, idade, raça/cor da pele, dependência administrativa da escola e escolaridade materna, variáveis acerca de alimentação, atividade física e uso de drogas. Realizaram-se análises por meio das prevalências e respectivos intervalos de confiança de 95% (IC95%) e cálculo da odds ratio bruta e ajustada. Resultados: Participaram da pesquisa 10.926 escolares, destes, 16,9% (IC95% 15,1–18,9) trabalhavam. O trabalho infantil foi maior nos adolescentes: do sexo masculino (ORaj: 1,82; IC95% 1,55–2,15); idade entre 16 e 17 anos (ORaj: 2,96; IC95% 2,37–3,69); que estudavam em escolas públicas (ORaj: 1,69; IC95% 1,14–2,52); com escolaridade materna igual ao ensino médio incompleto (ORaj: 1,54; IC95% 1,11–2,13); residentes da região Sul (ORaj: 2,17; IC95% 1,60–2,94). Esses adolescentes trabalhadores apresentaram maiores chances de: fumar (ORaj: 1,94; IC95% 1,52–2,48); consumir bebidas alcoólicas (ORaj: 2,01; IC95% 1,71–2,36); usar drogas ilícitas (ORaj: 1,76; IC95% 1,35–2,31); realizar atividade física (ORaj: 1,24; IC95% 1,07–1,44); consumir guloseimas (ORaj: 1,30; IC95% 1,13–1,49); consumir salgados fritos (ORaj: 1,41; IC95% 1,15–1,74), e refrigerantes (ORaj: 1,23; IC95% 1,06–1,44). Contudo apresentaram menor chance de comportamento sedentário (ORaj: 0,68; IC95% 0,59–0,79). Conclusão: Houve diferenças sociodemográficas em relação ao trabalho infantil no Brasil. Os que trabalhavam apresentaram maiores chances de manifestar comportamentos de risco para as DCNT, no entanto eram mais ativos fisicamente.
{"title":"Associação do trabalho infantil com fatores de risco e proteção para doenças crônicas não transmissíveis em escolares brasileiros: Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar 2015","authors":"Alan Cristian Marinho Ferreira, Alanna Gomes da Silva, Crizian Saar Gomes, Deborah Carvalho Malta","doi":"10.1590/1980-549720230012.supl.1.1","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/1980-549720230012.supl.1.1","url":null,"abstract":"RESUMO Objetivo: Analisar o perfil sociodemográfico dos adolescentes que trabalham no Brasil e a associação do trabalho infantil com fatores de risco e proteção para doenças crônicas não transmissíveis. Métodos: Estudo transversal com dados da amostra 2 da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar de 2015. Analisaram-se as variáveis sexo, idade, raça/cor da pele, dependência administrativa da escola e escolaridade materna, variáveis acerca de alimentação, atividade física e uso de drogas. Realizaram-se análises por meio das prevalências e respectivos intervalos de confiança de 95% (IC95%) e cálculo da odds ratio bruta e ajustada. Resultados: Participaram da pesquisa 10.926 escolares, destes, 16,9% (IC95% 15,1–18,9) trabalhavam. O trabalho infantil foi maior nos adolescentes: do sexo masculino (ORaj: 1,82; IC95% 1,55–2,15); idade entre 16 e 17 anos (ORaj: 2,96; IC95% 2,37–3,69); que estudavam em escolas públicas (ORaj: 1,69; IC95% 1,14–2,52); com escolaridade materna igual ao ensino médio incompleto (ORaj: 1,54; IC95% 1,11–2,13); residentes da região Sul (ORaj: 2,17; IC95% 1,60–2,94). Esses adolescentes trabalhadores apresentaram maiores chances de: fumar (ORaj: 1,94; IC95% 1,52–2,48); consumir bebidas alcoólicas (ORaj: 2,01; IC95% 1,71–2,36); usar drogas ilícitas (ORaj: 1,76; IC95% 1,35–2,31); realizar atividade física (ORaj: 1,24; IC95% 1,07–1,44); consumir guloseimas (ORaj: 1,30; IC95% 1,13–1,49); consumir salgados fritos (ORaj: 1,41; IC95% 1,15–1,74), e refrigerantes (ORaj: 1,23; IC95% 1,06–1,44). Contudo apresentaram menor chance de comportamento sedentário (ORaj: 0,68; IC95% 0,59–0,79). Conclusão: Houve diferenças sociodemográficas em relação ao trabalho infantil no Brasil. Os que trabalhavam apresentaram maiores chances de manifestar comportamentos de risco para as DCNT, no entanto eram mais ativos fisicamente.","PeriodicalId":35426,"journal":{"name":"Revista Brasileira de Epidemiologia","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135007633","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-01-01DOI: 10.1590/1980-549720230047.2
Isadora Gabriella Silva Palmieri, Lucas Vinícius de Lima, Gabriel Pavinati, José Arthur Paschoalotto Silva, Sonia Silva Marcon, Ana Paula Sayuri Sato, Gabriela Tavares Magnabosco
RESUMO Objetivo: Analisar a cobertura das vacinas tríplice viral e contra poliomielite, a tendência temporal e a dependência espacial em crianças de até um ano no Brasil, entre 2011 e 2021. Métodos: Estudo ecológico com dados secundários das taxas de cobertura vacinal (CV), disponibilizadas pelo Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunização. A análise de tendência ocorreu pelo método joinpoint, segundo regiões geográficas, estimando a variação percentual anual (APC) e seu respectivo intervalo de confiança (IC95%). Foram construídos mapas coropléticos de distribuição por região de saúde e, posteriormente, verificou-se a dependência espacial pela estatística de Moran. Resultados: Entre 2011 e 2021, as coberturas vacinais apresentaram queda no Brasil, tanto para tríplice viral (APC: −6,4%; IC95%: −9,0; −3,8) quanto para poliomielite (APC: −4,5%; IC95% −5,5; −3,6). Houve declínio da cobertura de ambas as vacinas em todas as regiões geográficas ao longo dos anos de estudo, exceto no Sul e no Centro-Oeste para a vacina tríplice viral. Desde 2015, poucas regionais de saúde do país atingiram a CV adequada (≥95 a <120%). As regiões sanitárias do Norte e do Nordeste apresentaram clusters do tipo baixo-baixo na análise univariada para ambos os imunobiológicos. Conclusão: É premente considerar estudos como este para o planejamento de estratégias mais eficazes à imunização de crianças, sobretudo em áreas de maior queda. Desse modo, pode-se romper as barreiras do acesso à imunização, dada a heterogeneidade brasileira, e ampliar o acesso a informações fidedignas que aumentem a confiança na eficácia vacinal.
{"title":"Cobertura vacinal da tríplice viral e poliomielite no Brasil, 2011-2021: tendência temporal e dependência espacial","authors":"Isadora Gabriella Silva Palmieri, Lucas Vinícius de Lima, Gabriel Pavinati, José Arthur Paschoalotto Silva, Sonia Silva Marcon, Ana Paula Sayuri Sato, Gabriela Tavares Magnabosco","doi":"10.1590/1980-549720230047.2","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/1980-549720230047.2","url":null,"abstract":"RESUMO Objetivo: Analisar a cobertura das vacinas tríplice viral e contra poliomielite, a tendência temporal e a dependência espacial em crianças de até um ano no Brasil, entre 2011 e 2021. Métodos: Estudo ecológico com dados secundários das taxas de cobertura vacinal (CV), disponibilizadas pelo Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunização. A análise de tendência ocorreu pelo método joinpoint, segundo regiões geográficas, estimando a variação percentual anual (APC) e seu respectivo intervalo de confiança (IC95%). Foram construídos mapas coropléticos de distribuição por região de saúde e, posteriormente, verificou-se a dependência espacial pela estatística de Moran. Resultados: Entre 2011 e 2021, as coberturas vacinais apresentaram queda no Brasil, tanto para tríplice viral (APC: −6,4%; IC95%: −9,0; −3,8) quanto para poliomielite (APC: −4,5%; IC95% −5,5; −3,6). Houve declínio da cobertura de ambas as vacinas em todas as regiões geográficas ao longo dos anos de estudo, exceto no Sul e no Centro-Oeste para a vacina tríplice viral. Desde 2015, poucas regionais de saúde do país atingiram a CV adequada (≥95 a <120%). As regiões sanitárias do Norte e do Nordeste apresentaram clusters do tipo baixo-baixo na análise univariada para ambos os imunobiológicos. Conclusão: É premente considerar estudos como este para o planejamento de estratégias mais eficazes à imunização de crianças, sobretudo em áreas de maior queda. Desse modo, pode-se romper as barreiras do acesso à imunização, dada a heterogeneidade brasileira, e ampliar o acesso a informações fidedignas que aumentem a confiança na eficácia vacinal.","PeriodicalId":35426,"journal":{"name":"Revista Brasileira de Epidemiologia","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135057066","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-01-01DOI: 10.1590/1980-549720230051
Fernanda Ferreira Corrêa, Thaís Rangel Bousquet Carrilho, Eliana de Aquino Bonilha, Victor Nahuel Keller, Tarcisio Cantos de Melo, Gilberto Kac, Carmen Simone Grilo Diniz
ABSTRACT Objective: To analyze the quality of data collected during prenatal care recorded in the Integrated Health Care Management System (SIGA) of the Municipal Department of Health of São Paulo from 2012 to 2020. Methods: Descriptive study using SIGA data and the variables: maternal height (cm), weight (kg) measured throughout pregnancy, gestational age at prenatal consultation, systolic (SBP) and diastolic (DBP) blood pressure (in mmHg), and body mass index (BMI) at the beginning of pregnancy (up to 8 weeks). Quality analysis was carried out by calculating the indicators: percentage of incompleteness and zero values of all variables studied, percentage of implausible values for height, weight, BMI; preference for terminal digit of weight and height, and normality of distributions. Results: The database of pregnant women made available for analysis included 8,046,608 records and 1,174,115 women. The percentage of incompleteness and zero values was low (<1%) in all original variables of the system. There are more records at the end of pregnancy. For the four original variables of interest in the database (weight, height, SBP, DBP), there is a clear preference for the terminal digit. The variables of interest did not present an approximately normal distribution during the evaluated period. Conclusion: The quality analysis showed the need for improving the standardization of information collection and recording, the rounding of measurements and the need for encouraging pregnant women to start prenatal care as soon as possible, in such a way that it is important to invest in data quality, through educational resources for professionals who work in health care.
{"title":"Analysis of the quality of prenatal data of pregnant women attended at Healthcare Services in the city of São Paulo between 2012 and 2020","authors":"Fernanda Ferreira Corrêa, Thaís Rangel Bousquet Carrilho, Eliana de Aquino Bonilha, Victor Nahuel Keller, Tarcisio Cantos de Melo, Gilberto Kac, Carmen Simone Grilo Diniz","doi":"10.1590/1980-549720230051","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/1980-549720230051","url":null,"abstract":"ABSTRACT Objective: To analyze the quality of data collected during prenatal care recorded in the Integrated Health Care Management System (SIGA) of the Municipal Department of Health of São Paulo from 2012 to 2020. Methods: Descriptive study using SIGA data and the variables: maternal height (cm), weight (kg) measured throughout pregnancy, gestational age at prenatal consultation, systolic (SBP) and diastolic (DBP) blood pressure (in mmHg), and body mass index (BMI) at the beginning of pregnancy (up to 8 weeks). Quality analysis was carried out by calculating the indicators: percentage of incompleteness and zero values of all variables studied, percentage of implausible values for height, weight, BMI; preference for terminal digit of weight and height, and normality of distributions. Results: The database of pregnant women made available for analysis included 8,046,608 records and 1,174,115 women. The percentage of incompleteness and zero values was low (<1%) in all original variables of the system. There are more records at the end of pregnancy. For the four original variables of interest in the database (weight, height, SBP, DBP), there is a clear preference for the terminal digit. The variables of interest did not present an approximately normal distribution during the evaluated period. Conclusion: The quality analysis showed the need for improving the standardization of information collection and recording, the rounding of measurements and the need for encouraging pregnant women to start prenatal care as soon as possible, in such a way that it is important to invest in data quality, through educational resources for professionals who work in health care.","PeriodicalId":35426,"journal":{"name":"Revista Brasileira de Epidemiologia","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135659129","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-01-01DOI: 10.1590/1980-549720230011.2
Roberta Carbonari Muzy, Aline de Piano Ganen, M. S. Alvarenga
RESUMO Objetivo: Conduzir adaptação transcultural, para o português brasileiro, da versão reduzida de 18 questões do Eating Belief Questionnaire (EBQ) ao público de meninas adolescentes. O instrumento avalia crenças positivas, negativas e permissivas do comer com relação a episódios de compulsão. Métodos: Realizou-se avaliação das equivalências conceitual, semântica, cultural e operacional dos itens. A equivalência semântica e cultural envolveu 12 bilíngues e 12 especialistas em comportamento alimentar. A equivalência operacional consistiu na aplicação da versão transcultural adaptada do EBQ-18 em 20 meninas, com média de idade de 17,55 anos (DP=1,00). O grau de clareza e compreensão das questões foi avaliado pelo coeficiente de validade de conteúdo. Resultados: Na avaliação semântica e cultural, 8 itens tiveram classificação adequada para todas as equivalências e não sofreram alterações; 10 itens foram alterados de forma mínima, conforme sugestões dos especialistas e mediante consenso entre pesquisadoras; e apenas o item 3 sofreu adaptação após resultados da equivalência operacional. O modelo adaptado para o português apresentou bom coeficiente de validade de conteúdo para clareza (CVC=0,975) e compreensão (CVC=0,971); com exceção do item 3, todos os itens foram avaliados com valores entre 0,88 e 1,00. Conclusão: A versão em português do EBQ-18 apresentou-se com boa compreensão do público adolescente para investigação do papel de crenças alimentares na manutenção de episódios de compulsão. Recomendam-se trabalhos futuros avaliando conjuntamente risco e presença de transtornos alimentares em amostras significativas clínicas e não clínicas, bem como suas propriedades psicométricas.
{"title":"Adaptação transcultural do Eating Beliefs Questionnaire para português do Brasil","authors":"Roberta Carbonari Muzy, Aline de Piano Ganen, M. S. Alvarenga","doi":"10.1590/1980-549720230011.2","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/1980-549720230011.2","url":null,"abstract":"RESUMO Objetivo: Conduzir adaptação transcultural, para o português brasileiro, da versão reduzida de 18 questões do Eating Belief Questionnaire (EBQ) ao público de meninas adolescentes. O instrumento avalia crenças positivas, negativas e permissivas do comer com relação a episódios de compulsão. Métodos: Realizou-se avaliação das equivalências conceitual, semântica, cultural e operacional dos itens. A equivalência semântica e cultural envolveu 12 bilíngues e 12 especialistas em comportamento alimentar. A equivalência operacional consistiu na aplicação da versão transcultural adaptada do EBQ-18 em 20 meninas, com média de idade de 17,55 anos (DP=1,00). O grau de clareza e compreensão das questões foi avaliado pelo coeficiente de validade de conteúdo. Resultados: Na avaliação semântica e cultural, 8 itens tiveram classificação adequada para todas as equivalências e não sofreram alterações; 10 itens foram alterados de forma mínima, conforme sugestões dos especialistas e mediante consenso entre pesquisadoras; e apenas o item 3 sofreu adaptação após resultados da equivalência operacional. O modelo adaptado para o português apresentou bom coeficiente de validade de conteúdo para clareza (CVC=0,975) e compreensão (CVC=0,971); com exceção do item 3, todos os itens foram avaliados com valores entre 0,88 e 1,00. Conclusão: A versão em português do EBQ-18 apresentou-se com boa compreensão do público adolescente para investigação do papel de crenças alimentares na manutenção de episódios de compulsão. Recomendam-se trabalhos futuros avaliando conjuntamente risco e presença de transtornos alimentares em amostras significativas clínicas e não clínicas, bem como suas propriedades psicométricas.","PeriodicalId":35426,"journal":{"name":"Revista Brasileira de Epidemiologia","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"67308553","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-01-01DOI: 10.1590/1980-549720230014.2
Maria Laura Muller da Fonseca e Silva, Shirlley Jackllanny Martins de Farias, Amanda Priscila de Santana Cabral Silva, Maria Olívia Soares Rodrigues, Emília Carolle Azevedo de Oliveira
RESUMO Objetivo: Analisar os padrões espaciais da hanseníase em Pernambuco no período de 2011 a 2021. Métodos: Trata-se de um estudo epidemiológico ecológico, realizado com dados do Sistema de Informações de Agravos de Notificação com base nos casos novos de hanseníase em residentes de Pernambuco, entre 2011–2021. Foi realizada uma análise bayesiana empírica local e de dependência espacial com os índices de Moran global e local. Resultados: Foram registrados 25.008 casos novos de hanseníase com coeficiente médio anual de detecção de casos novos na população geral de 16,51 casos/100 mil habitantes — classificado como alto. Na população menor de 15 anos, ocorreu 5,16 casos/100 mil habitantes (muito alto) e 0,89/100 mil habitantes com grau II de incapacidade física (baixo) com aglomerados de alto risco para ocorrência com índice global de Moran de 0,33 (p<0,001), transmissão ativa (0,26; p<0,001) e diagnóstico tardio da doença (0,12; p<0,006), localizados na macrorregião 1 e na macrorregião 4. Conclusão: Houve uma distribuição espacial heterogênea no estado, evidenciando dois panoramas, o primeiro, a presença de municípios com alto risco de transmissão da doença e, o segundo, aglomerados de municípios silenciosos reforçando o caráter de negligência da hanseníase como grande problema de saúde pública. Este estudo traz reflexões para ações de controle da hanseníase, dada a identificação de áreas prioritárias para o enfrentamento dessa doença em Pernambuco.
{"title":"Padrões espaciais dos casos novos de hanseníase em um estado nordestino do Brasil, 2011–2021","authors":"Maria Laura Muller da Fonseca e Silva, Shirlley Jackllanny Martins de Farias, Amanda Priscila de Santana Cabral Silva, Maria Olívia Soares Rodrigues, Emília Carolle Azevedo de Oliveira","doi":"10.1590/1980-549720230014.2","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/1980-549720230014.2","url":null,"abstract":"RESUMO Objetivo: Analisar os padrões espaciais da hanseníase em Pernambuco no período de 2011 a 2021. Métodos: Trata-se de um estudo epidemiológico ecológico, realizado com dados do Sistema de Informações de Agravos de Notificação com base nos casos novos de hanseníase em residentes de Pernambuco, entre 2011–2021. Foi realizada uma análise bayesiana empírica local e de dependência espacial com os índices de Moran global e local. Resultados: Foram registrados 25.008 casos novos de hanseníase com coeficiente médio anual de detecção de casos novos na população geral de 16,51 casos/100 mil habitantes — classificado como alto. Na população menor de 15 anos, ocorreu 5,16 casos/100 mil habitantes (muito alto) e 0,89/100 mil habitantes com grau II de incapacidade física (baixo) com aglomerados de alto risco para ocorrência com índice global de Moran de 0,33 (p<0,001), transmissão ativa (0,26; p<0,001) e diagnóstico tardio da doença (0,12; p<0,006), localizados na macrorregião 1 e na macrorregião 4. Conclusão: Houve uma distribuição espacial heterogênea no estado, evidenciando dois panoramas, o primeiro, a presença de municípios com alto risco de transmissão da doença e, o segundo, aglomerados de municípios silenciosos reforçando o caráter de negligência da hanseníase como grande problema de saúde pública. Este estudo traz reflexões para ações de controle da hanseníase, dada a identificação de áreas prioritárias para o enfrentamento dessa doença em Pernambuco.","PeriodicalId":35426,"journal":{"name":"Revista Brasileira de Epidemiologia","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"67308628","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-01-01DOI: 10.1590/1980-549720230030.2
Gabriela Corrêa da Gama Oliveira, Luiz Henrique Arroyo, Aline Mendes Vimieiro, Josianne Dias Gusmão, Valéria Conceição de Oliveira, E. Guimarães
RESUMO Objetivo: Analisar o comportamento espacial da cobertura vacinal da hepatite A, tríplice viral e varicela em crianças e a relação com determinantes socioeconômicos, no estado de Minas Gerais. Métodos: Estudo ecológico que considerou os registros de doses aplicadas em crianças extraídos do Sistema de Informação de Imunização de 853 municípios mineiros, em 2020. Analisaram-se as coberturas vacinais e os fatores socioeconômicos. A estatística scan espacial foi utilizada para identificar agrupamentos espaciais e medir o risco relativo pelo indicador de cobertura vacinal e o Índice de Moran Bivariado para identificar os fatores socioeconômicos correlacionados com a distribuição espacial da vacinação. Utilizou-se a base cartográfica do estado e de seus municípios e os softwares ArcGIS e SPSS. Resultados: Observaram-se baixas coberturas para as vacinas de hepatite A (89,0%), tríplice viral (75,7%) e varicela (89,0%). Foram identificados aglomerados significativos em todas as vacinas analisadas. Os aglomerados de maior chance de a população ser vacinada se alocaram majoritariamente nas regiões Centro, Centro-Oeste, Centro-Sul, Noroeste, e as de menor propensão para a vacinação encontram-se nas regiões Norte, Nordeste e Triângulo do Sul. O índice de desenvolvimento humano municipal, a taxa de urbanização e o produto interno bruto tiveram dependência espacial com a cobertura vacinal. Conclusões: Há heterogeneidades no comportamento espacial das coberturas para as vacinas hepatite A, tríplice viral e varicela, e essa condição se encontra associada a fatores socioeconômicos. Destaca-se que os registros de vacinação requerem atenção e devem ser continuamente acompanhados para aprimoramento da qualidade das informações utilizadas nos serviços e nas pesquisas.
{"title":"Comportamento espacial da cobertura vacinal de hepatite A, tríplice viral e varicela no estado de Minas Gerais, 2020","authors":"Gabriela Corrêa da Gama Oliveira, Luiz Henrique Arroyo, Aline Mendes Vimieiro, Josianne Dias Gusmão, Valéria Conceição de Oliveira, E. Guimarães","doi":"10.1590/1980-549720230030.2","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/1980-549720230030.2","url":null,"abstract":"RESUMO Objetivo: Analisar o comportamento espacial da cobertura vacinal da hepatite A, tríplice viral e varicela em crianças e a relação com determinantes socioeconômicos, no estado de Minas Gerais. Métodos: Estudo ecológico que considerou os registros de doses aplicadas em crianças extraídos do Sistema de Informação de Imunização de 853 municípios mineiros, em 2020. Analisaram-se as coberturas vacinais e os fatores socioeconômicos. A estatística scan espacial foi utilizada para identificar agrupamentos espaciais e medir o risco relativo pelo indicador de cobertura vacinal e o Índice de Moran Bivariado para identificar os fatores socioeconômicos correlacionados com a distribuição espacial da vacinação. Utilizou-se a base cartográfica do estado e de seus municípios e os softwares ArcGIS e SPSS. Resultados: Observaram-se baixas coberturas para as vacinas de hepatite A (89,0%), tríplice viral (75,7%) e varicela (89,0%). Foram identificados aglomerados significativos em todas as vacinas analisadas. Os aglomerados de maior chance de a população ser vacinada se alocaram majoritariamente nas regiões Centro, Centro-Oeste, Centro-Sul, Noroeste, e as de menor propensão para a vacinação encontram-se nas regiões Norte, Nordeste e Triângulo do Sul. O índice de desenvolvimento humano municipal, a taxa de urbanização e o produto interno bruto tiveram dependência espacial com a cobertura vacinal. Conclusões: Há heterogeneidades no comportamento espacial das coberturas para as vacinas hepatite A, tríplice viral e varicela, e essa condição se encontra associada a fatores socioeconômicos. Destaca-se que os registros de vacinação requerem atenção e devem ser continuamente acompanhados para aprimoramento da qualidade das informações utilizadas nos serviços e nas pesquisas.","PeriodicalId":35426,"journal":{"name":"Revista Brasileira de Epidemiologia","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"67309046","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-01-01DOI: 10.1590/1980-549720230043
Elisabeth Barboza França, Daisy Maria Xavier de Abreu, Fatima Marinho, Giovanny Vinicius Araújo de França, Juan Córtez-Escalante, Ada Ávila Assunção
ABSTRACT The 11th International Statistical Classification of Diseases and Related Health Problems (ICD-11) represents an advance in the focus on knowledge and new disease approaches. The ICD is used for different practical purposes, enabling assessment of progress in the global health agenda, resource allocation, patient safety, health care qualification, and health insurance reimbursement. It is entirely digital, with technological resources that allow periodic updating. In early 2022, ICD-11 entered into official force, having been made available in several official ICD languages such as Arabic, Chinese, Spanish, French, and English. The translation process into Brazilian Portuguese, coordinated by the Federal University of Minas Gerais (UFMG), with support from the Brazilian Ministry of Health (MS) and PAHO/WHO, is presented here. The work was carried out in three stages between August 2021 and December 2022 by translators with different backgrounds: medical specialists (49), physiotherapists (1), pharmacologists (1), and dentists (1). This methodological article aims to broaden the discussion of perspectives on implementing the ICD-11 in Brazil and build an opportunity for its adaptation and use by other Portuguese-speaking countries.
{"title":"The translation into Portuguese of the 11th International Statistical Classification of Diseases and Related Health Problems (ICD-11)","authors":"Elisabeth Barboza França, Daisy Maria Xavier de Abreu, Fatima Marinho, Giovanny Vinicius Araújo de França, Juan Córtez-Escalante, Ada Ávila Assunção","doi":"10.1590/1980-549720230043","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/1980-549720230043","url":null,"abstract":"ABSTRACT The 11th International Statistical Classification of Diseases and Related Health Problems (ICD-11) represents an advance in the focus on knowledge and new disease approaches. The ICD is used for different practical purposes, enabling assessment of progress in the global health agenda, resource allocation, patient safety, health care qualification, and health insurance reimbursement. It is entirely digital, with technological resources that allow periodic updating. In early 2022, ICD-11 entered into official force, having been made available in several official ICD languages such as Arabic, Chinese, Spanish, French, and English. The translation process into Brazilian Portuguese, coordinated by the Federal University of Minas Gerais (UFMG), with support from the Brazilian Ministry of Health (MS) and PAHO/WHO, is presented here. The work was carried out in three stages between August 2021 and December 2022 by translators with different backgrounds: medical specialists (49), physiotherapists (1), pharmacologists (1), and dentists (1). This methodological article aims to broaden the discussion of perspectives on implementing the ICD-11 in Brazil and build an opportunity for its adaptation and use by other Portuguese-speaking countries.","PeriodicalId":35426,"journal":{"name":"Revista Brasileira de Epidemiologia","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"136203390","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-01-01DOI: 10.1590/1980-549720230002.2
J. F. Batista, Marília Ramalho Oliveira, Débora Lorena Melo Pereira, Maria Laura Sales da Silva Matos, Isabela Teles de Souza, M. O. Menezes
RESUMO: Objetivo: Analisar a distribuição espacial e a tendência temporal da taxa de incidência de AIDS no Brasil no período de 2005 a 2020. Métodos: Estudo ecológico, temporal e espacial sobre os casos de AIDS no Brasil. Dados provenientes do Sistema de Informação de Agravos de Notificação do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde foram estratificados por ano do diagnóstico, região do país/municípios de residência e faixa etária (acima de 13 anos). Foram calculadas as taxas de incidência (TI) para a estimativa temporal por meio do modelo de joinpoint, bem como as taxas bayesianas empíricas espaciais (TBEE) para a distribuição espacial pelo estimador de densidade de Kernel. Resultados: A TI no Brasil no ano de 2020 foi de 17,69 casos para cada 100 mil habitantes. A tendência geral (2005–2020) foi de diminuição no Brasil (variação percentual anual — VPA=-2,0%), Sudeste (VPA=-4,4%) e Sul (VPA=-3,0%). O Norte (VPA=2,3%) demonstrou aumento, enquanto o Sudeste e Centro-oeste foram estacionários (p>0,05). O Brasil, Sudeste, Sul e Centro-oeste apresentaram tendência de diminuição na maioria das faixas etárias. O Nordeste e Norte apresentaram aumento nas faixas etárias de 13 a 29 anos e 13 a 24 anos, respectivamente. O estimador de Kernel demonstrou conglomerados com TBEE acima de 30/10 mil habitantes nos estados de Paraíba, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, São Paulo, Minas Gerais, Pará, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Conclusão: O Brasil e as Regiões Sudeste e Sul apresentaram diminuição da TI, enquanto o Norte aumentou e o Nordeste e Centro-oeste foram estacionários. As Regiões Sudeste, Sul e Nordeste apresentaram os maiores conglomerados das TBEE.
{"title":"Distribuição espacial e tendência temporal da AIDS no Brasil e regiões entre 2005 e 2020","authors":"J. F. Batista, Marília Ramalho Oliveira, Débora Lorena Melo Pereira, Maria Laura Sales da Silva Matos, Isabela Teles de Souza, M. O. Menezes","doi":"10.1590/1980-549720230002.2","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/1980-549720230002.2","url":null,"abstract":"RESUMO: Objetivo: Analisar a distribuição espacial e a tendência temporal da taxa de incidência de AIDS no Brasil no período de 2005 a 2020. Métodos: Estudo ecológico, temporal e espacial sobre os casos de AIDS no Brasil. Dados provenientes do Sistema de Informação de Agravos de Notificação do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde foram estratificados por ano do diagnóstico, região do país/municípios de residência e faixa etária (acima de 13 anos). Foram calculadas as taxas de incidência (TI) para a estimativa temporal por meio do modelo de joinpoint, bem como as taxas bayesianas empíricas espaciais (TBEE) para a distribuição espacial pelo estimador de densidade de Kernel. Resultados: A TI no Brasil no ano de 2020 foi de 17,69 casos para cada 100 mil habitantes. A tendência geral (2005–2020) foi de diminuição no Brasil (variação percentual anual — VPA=-2,0%), Sudeste (VPA=-4,4%) e Sul (VPA=-3,0%). O Norte (VPA=2,3%) demonstrou aumento, enquanto o Sudeste e Centro-oeste foram estacionários (p>0,05). O Brasil, Sudeste, Sul e Centro-oeste apresentaram tendência de diminuição na maioria das faixas etárias. O Nordeste e Norte apresentaram aumento nas faixas etárias de 13 a 29 anos e 13 a 24 anos, respectivamente. O estimador de Kernel demonstrou conglomerados com TBEE acima de 30/10 mil habitantes nos estados de Paraíba, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, São Paulo, Minas Gerais, Pará, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Conclusão: O Brasil e as Regiões Sudeste e Sul apresentaram diminuição da TI, enquanto o Norte aumentou e o Nordeste e Centro-oeste foram estacionários. As Regiões Sudeste, Sul e Nordeste apresentaram os maiores conglomerados das TBEE.","PeriodicalId":35426,"journal":{"name":"Revista Brasileira de Epidemiologia","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"67308485","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-01-01DOI: 10.1590/1980-549720230001.2
Viviane Gomes Parreira Dutra, José Carlos Domingos da Silva, Rafael Tavares Jomar, H. C. Silveira, Camila Drumond Muzi, R. Guimarães
RESUMO: Objetivo: Analisar a carga de câncer relacionado ao trabalho no Brasil e unidades da federação, entre 1990 e 2019. Métodos: Extraímos os dados do estudo Carga Global de Doenças (GBD). Consideramos as mortes por câncer cujo fator de risco atribuível fossem agentes ocupacionais carcinogênicos. A análise espacial foi realizada com o primeiro e último anos da série (1990 e 2019). As taxas de mortalidade ajustadas por idade foram utilizadas para calcular o índice de Moran global (I de Moran) e o indicador local de associação espacial (LISA). A taxa de mortalidade por câncer relacionado ao trabalho, ajustada por idade, foi analisada com base em sua tendência, para Brasil e unidades da federação, no período entre 1990 e 2019. Resultados: No período citado, a taxa de mortalidade por câncer relacionado ao trabalho exibiu tendência de decréscimo (R2=0,62; p<0,001), assim como o indicador de carga de doença — DALY (R2=0,84; p<0,001). Contudo, a mortalidade é crescente na maioria dos estados, o que sugere que uma minoria de unidades induz a tendência global do país. Há ainda formação de um padrão espacial de autocorrelação, indicando agrupamentos de estados com baixas taxas de mortalidade e DALY no Nordeste e valores altos no Sul do país. Conclusão: A tendência global de decréscimo na tendência do câncer relacionado ao trabalho mascara a heterogeneidade entre estados. Esse cenário pode estar associado à diversidade de atividades econômicas e sugere um plano descentralizado e equitativo da vigilância do câncer relacionado ao trabalho.
{"title":"Carga de câncer relacionado ao trabalho no Brasil e unidades da federação, 1990–2019","authors":"Viviane Gomes Parreira Dutra, José Carlos Domingos da Silva, Rafael Tavares Jomar, H. C. Silveira, Camila Drumond Muzi, R. Guimarães","doi":"10.1590/1980-549720230001.2","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/1980-549720230001.2","url":null,"abstract":"RESUMO: Objetivo: Analisar a carga de câncer relacionado ao trabalho no Brasil e unidades da federação, entre 1990 e 2019. Métodos: Extraímos os dados do estudo Carga Global de Doenças (GBD). Consideramos as mortes por câncer cujo fator de risco atribuível fossem agentes ocupacionais carcinogênicos. A análise espacial foi realizada com o primeiro e último anos da série (1990 e 2019). As taxas de mortalidade ajustadas por idade foram utilizadas para calcular o índice de Moran global (I de Moran) e o indicador local de associação espacial (LISA). A taxa de mortalidade por câncer relacionado ao trabalho, ajustada por idade, foi analisada com base em sua tendência, para Brasil e unidades da federação, no período entre 1990 e 2019. Resultados: No período citado, a taxa de mortalidade por câncer relacionado ao trabalho exibiu tendência de decréscimo (R2=0,62; p<0,001), assim como o indicador de carga de doença — DALY (R2=0,84; p<0,001). Contudo, a mortalidade é crescente na maioria dos estados, o que sugere que uma minoria de unidades induz a tendência global do país. Há ainda formação de um padrão espacial de autocorrelação, indicando agrupamentos de estados com baixas taxas de mortalidade e DALY no Nordeste e valores altos no Sul do país. Conclusão: A tendência global de decréscimo na tendência do câncer relacionado ao trabalho mascara a heterogeneidade entre estados. Esse cenário pode estar associado à diversidade de atividades econômicas e sugere um plano descentralizado e equitativo da vigilância do câncer relacionado ao trabalho.","PeriodicalId":35426,"journal":{"name":"Revista Brasileira de Epidemiologia","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"67308917","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-01-01DOI: 10.1590/1980-549720230029.2
Laryssa Fialho de Oliveira Sousa, E. Santos, Rayssa Mendonça Oliveira, Renata Lima Batalha de Andrade, J. F. Batista, S. Lima
RESUMO Objetivo: Analisar a distribuição espacial e a tendência temporal da taxa de mortalidade por hepatites no Brasil no período de 2001 a 2020. Métodos: Estudo ecológico, temporal e espacial sobre a mortalidade por hepatites no Brasil com dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM/Datasus). As informações foram estratificadas por ano do diagnóstico, região do país, municípios (de residência). Foram calculadas as taxas padronizadas de mortalidade (TPM). A tendência temporal foi estimada pela regressão de Prais-Winsten e a distribuição espacial pelo Índice Global de Moran (IGM). Resultados: As maiores médias da TPM no Brasil foram para hepatite viral crônica, com 0,88 mortes para cada 100 mil habitantes (desvio padrão — DP=0,16), seguida de outras hepatites virais, com 0,22/100 mil (DP=0,11). No Brasil, a tendência temporal da mortalidade por hepatite A foi de −8,11% ao ano (intervalo de confiança de 95% — IC95% −9,38; −6,82), enquanto por hepatite B foi de −4,13% (IC95% −6,03; −2,20); de outras hepatites virais, foi de −7,84% (IC95% −14,11; −1,11) e de hepatite não especificada, de −5,67% ao ano (IC95% −6,22; −5,10). A mortalidade por hepatite viral crônica cresceu 5,74% (IC95%3,47; 8,06) no norte e 4,95% no nordeste (IC95% 0,27; 9,85). O Índice de Moran (I) para hepatite A foi de 0,470 (p<0,001), para hepatite B de 0,846 (p<0,001), hepatite viral crônica=0,666 (p<0,001), outras hepatites virais=0,713 (p<0,001) e hepatites não especificadas=0,712 (p<0,001). Conclusão: A tendência temporal das hepatites A, B, de outras hepatites virais e das não especificadas foi de diminuição no Brasil, enquanto a mortalidade por hepatites crônicas foi de crescimento nas Regiões Norte e Nordeste.
{"title":"Mortalidade por hepatites no Brasil e regiões, 2001–2020: tendência temporal e análise espacial","authors":"Laryssa Fialho de Oliveira Sousa, E. Santos, Rayssa Mendonça Oliveira, Renata Lima Batalha de Andrade, J. F. Batista, S. Lima","doi":"10.1590/1980-549720230029.2","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/1980-549720230029.2","url":null,"abstract":"RESUMO Objetivo: Analisar a distribuição espacial e a tendência temporal da taxa de mortalidade por hepatites no Brasil no período de 2001 a 2020. Métodos: Estudo ecológico, temporal e espacial sobre a mortalidade por hepatites no Brasil com dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM/Datasus). As informações foram estratificadas por ano do diagnóstico, região do país, municípios (de residência). Foram calculadas as taxas padronizadas de mortalidade (TPM). A tendência temporal foi estimada pela regressão de Prais-Winsten e a distribuição espacial pelo Índice Global de Moran (IGM). Resultados: As maiores médias da TPM no Brasil foram para hepatite viral crônica, com 0,88 mortes para cada 100 mil habitantes (desvio padrão — DP=0,16), seguida de outras hepatites virais, com 0,22/100 mil (DP=0,11). No Brasil, a tendência temporal da mortalidade por hepatite A foi de −8,11% ao ano (intervalo de confiança de 95% — IC95% −9,38; −6,82), enquanto por hepatite B foi de −4,13% (IC95% −6,03; −2,20); de outras hepatites virais, foi de −7,84% (IC95% −14,11; −1,11) e de hepatite não especificada, de −5,67% ao ano (IC95% −6,22; −5,10). A mortalidade por hepatite viral crônica cresceu 5,74% (IC95%3,47; 8,06) no norte e 4,95% no nordeste (IC95% 0,27; 9,85). O Índice de Moran (I) para hepatite A foi de 0,470 (p<0,001), para hepatite B de 0,846 (p<0,001), hepatite viral crônica=0,666 (p<0,001), outras hepatites virais=0,713 (p<0,001) e hepatites não especificadas=0,712 (p<0,001). Conclusão: A tendência temporal das hepatites A, B, de outras hepatites virais e das não especificadas foi de diminuição no Brasil, enquanto a mortalidade por hepatites crônicas foi de crescimento nas Regiões Norte e Nordeste.","PeriodicalId":35426,"journal":{"name":"Revista Brasileira de Epidemiologia","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"67309002","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}