O presente artigo tem por objetivo realizar uma leitura comparativa entre o texto de Walter Benjamin “Crítica da violência” ou “Crítica do poder” (Zur Kritik der Gewalt) e o “Segundo Tratado” de A genealogia da moral, de Friedrich Nietzsche. Pretende-se, com o estudo aqui apresentado, demonstrar a diferença de concepções de ambos os autores sobre o conceito de violência e sua legitimidade ou não como poder ou atribuição do Estado, pontuando a discrepância valorativa entre Benjamim e Nietzsche, sobretudo como fonte do poder totalitário.
本文旨在对本雅明的《暴力批判》或《权力批判》(Zur Kritik der Gewalt)的文本与尼采的《道德谱系》的“第二篇论文”进行比较阅读。本研究的目的是证明两位作者对暴力概念的不同概念及其作为权力或国家归属的合法性,指出本杰明和尼采之间的评价差异,特别是作为极权主义权力的来源。
{"title":"A violência como fonte do poder totalitário: Walter Benjamin e Friedrich Nietzsche","authors":"Ricardo André Ferreira Martins","doi":"10.5902/1679849x74709","DOIUrl":"https://doi.org/10.5902/1679849x74709","url":null,"abstract":"O presente artigo tem por objetivo realizar uma leitura comparativa entre o texto de Walter Benjamin “Crítica da violência” ou “Crítica do poder” (Zur Kritik der Gewalt) e o “Segundo Tratado” de A genealogia da moral, de Friedrich Nietzsche. Pretende-se, com o estudo aqui apresentado, demonstrar a diferença de concepções de ambos os autores sobre o conceito de violência e sua legitimidade ou não como poder ou atribuição do Estado, pontuando a discrepância valorativa entre Benjamim e Nietzsche, sobretudo como fonte do poder totalitário.","PeriodicalId":40985,"journal":{"name":"Literatura e Autoritarismo","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-09-13","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135786985","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
O presente artigo levanta aspectos gerais e as primeiras interpretações acerca da representação da violência no livro A Casa de Vidro, de autoria de Ivan Angelo, e suas relações com a violência na sociedade brasileira ao final da década de setenta.
{"title":"Espiando a Casa de vidro","authors":"Natália Pires Tiso De Melo","doi":"10.5902/1679849x74702","DOIUrl":"https://doi.org/10.5902/1679849x74702","url":null,"abstract":"O presente artigo levanta aspectos gerais e as primeiras interpretações acerca da representação da violência no livro A Casa de Vidro, de autoria de Ivan Angelo, e suas relações com a violência na sociedade brasileira ao final da década de setenta.","PeriodicalId":40985,"journal":{"name":"Literatura e Autoritarismo","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-09-13","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135786997","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
A proposta deste artigo é de, através da análise de uma carta de Caio Fernando Abreu enviada à escritora e amiga Hilda Hilst datada de 1970 e da leitura de dois de seus contos, respectivamente “O mar mais longe que eu vejo” e “O ovo”, esquadrinhar a postura crítica do autor em face do cenário político autoritário que se fazia presente entre o final da década de 1960 e início da década de 1970. Procurando também observar nas narrativas como Caio F. lida com as dificuldades formais de representação da violência.
{"title":"Um inventário da ditadura em Caio Fernando Abreu","authors":"Guilherme Fernandes","doi":"10.5902/1679849x74703","DOIUrl":"https://doi.org/10.5902/1679849x74703","url":null,"abstract":"A proposta deste artigo é de, através da análise de uma carta de Caio Fernando Abreu enviada à escritora e amiga Hilda Hilst datada de 1970 e da leitura de dois de seus contos, respectivamente “O mar mais longe que eu vejo” e “O ovo”, esquadrinhar a postura crítica do autor em face do cenário político autoritário que se fazia presente entre o final da década de 1960 e início da década de 1970. Procurando também observar nas narrativas como Caio F. lida com as dificuldades formais de representação da violência.","PeriodicalId":40985,"journal":{"name":"Literatura e Autoritarismo","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-09-13","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135786999","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Neste ensaio, será feita uma análise histórico-literária de alguns acontecimentos do romance Ponciá Vicêncio, de Conceição Evaristo, que revelam aspectos de exclusão vivenciados ao longo da história pela população negra e que subsistem até hoje. A visão originada de valores negativos arraigados em nossa cultura tem contribuído para a construção de uma identidade socialmente depreciativa do negro, que pode ser identificada nessa narrativa.
{"title":"Heranças da escravidão na narrativa Ponciá Vicêncio, de Conceição Evaristo","authors":"Viviane C. M. Stringhini","doi":"10.5902/1679849x74758","DOIUrl":"https://doi.org/10.5902/1679849x74758","url":null,"abstract":"Neste ensaio, será feita uma análise histórico-literária de alguns acontecimentos do romance Ponciá Vicêncio, de Conceição Evaristo, que revelam aspectos de exclusão vivenciados ao longo da história pela população negra e que subsistem até hoje. A visão originada de valores negativos arraigados em nossa cultura tem contribuído para a construção de uma identidade socialmente depreciativa do negro, que pode ser identificada nessa narrativa.","PeriodicalId":40985,"journal":{"name":"Literatura e Autoritarismo","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-09-13","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135786855","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Ana Maria Baía Rodrigues, Augusto Sarmento- Pantoja
Este trabalho tem como objetivo fazer uma abordagem no que concerne a memória e ao trauma, tanto no âmbito coletivo quanto no individual, e fazer a relação entre memória e trauma, para evidenciar algumas estratégias da memória diante do trauma.
{"title":"As estratégias da memória perante o trauma","authors":"Ana Maria Baía Rodrigues, Augusto Sarmento- Pantoja","doi":"10.5902/1679849x74753","DOIUrl":"https://doi.org/10.5902/1679849x74753","url":null,"abstract":"Este trabalho tem como objetivo fazer uma abordagem no que concerne a memória e ao trauma, tanto no âmbito coletivo quanto no individual, e fazer a relação entre memória e trauma, para evidenciar algumas estratégias da memória diante do trauma.","PeriodicalId":40985,"journal":{"name":"Literatura e Autoritarismo","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-09-13","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135786856","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
O genocídio nazista foi uma das grandes catástrofes que marcaram o século XX. Entre os grupos perseguidos e assassinados estavam os homossexuais. Após o final da guerra, devido às leis que ainda estavam em vigor contra eles, os que sobreviveram não puderam prestar seu testemunho e contar o que havia passado nesse período. Isso só foi possível décadas depois, quando tais leis deixaram de existir e os homossexuais passaram a ter mais visibilidade, sendo, assim, possível falar. Um importante testemunho desse grupo é a autobiografia de um sobrevivente francês, Moi, Pierre Seel, déporté homosexuel (“Eu, Pierre Seel, deportado homossexual”, sem tradução para o português). Em sua obra, podemos vislumbrar as principais características desse tipo de narrativa testemunhal, como, por exemplo, a questão da denúncia e da violência sofrida. No entanto, sua homossexualidade traz algumas diferenças. Uma delas é a distância temporal entre o evento e a escrita. Passados muitos anos após o fim do regime, sua narrativa não só faz uma denúncia ao sistema nazista, como também ao período pós-guerra. Em seu livro, narra a dificuldade passada pelos homossexuais ao longo dos anos e a dificuldade de reconhecimento desse grupo como vítima do regime de Hitler.
纳粹种族灭绝是20世纪的重大灾难之一。在被迫害和杀害的群体中有同性恋者。战争结束后,由于对他们仍然有效的法律,幸存者无法提供证词,也无法讲述那段时间发生的事情。这直到几十年后才成为可能,当时这些法律不再存在,同性恋者变得更加引人注目,因此可以畅所欲言。这一群体的一个重要证据是法国幸存者的自传,Moi, Pierre Seel,被驱逐的同性恋者(“我,Pierre Seel,被驱逐的同性恋者”,没有英文翻译)。在他的作品中,我们可以瞥见这种叙述的主要特征,例如,谴责和遭受暴力的问题。然而,他的同性恋身份带来了一些不同。其中之一是事件和写作之间的时间距离。在政权结束多年后,他的叙述不仅是对纳粹制度的谴责,也是对战后时期的谴责。在他的书中,他描述了多年来同性恋者所经历的困难,以及承认这个群体是希特勒政权的受害者的困难。
{"title":"Nazismo e homossexualidade: o testemunho de um dos esquecidos da história","authors":"Tiago Elídio","doi":"10.5902/1679849x74707","DOIUrl":"https://doi.org/10.5902/1679849x74707","url":null,"abstract":"O genocídio nazista foi uma das grandes catástrofes que marcaram o século XX. Entre os grupos perseguidos e assassinados estavam os homossexuais. Após o final da guerra, devido às leis que ainda estavam em vigor contra eles, os que sobreviveram não puderam prestar seu testemunho e contar o que havia passado nesse período. Isso só foi possível décadas depois, quando tais leis deixaram de existir e os homossexuais passaram a ter mais visibilidade, sendo, assim, possível falar. Um importante testemunho desse grupo é a autobiografia de um sobrevivente francês, Moi, Pierre Seel, déporté homosexuel (“Eu, Pierre Seel, deportado homossexual”, sem tradução para o português). Em sua obra, podemos vislumbrar as principais características desse tipo de narrativa testemunhal, como, por exemplo, a questão da denúncia e da violência sofrida. No entanto, sua homossexualidade traz algumas diferenças. Uma delas é a distância temporal entre o evento e a escrita. Passados muitos anos após o fim do regime, sua narrativa não só faz uma denúncia ao sistema nazista, como também ao período pós-guerra. Em seu livro, narra a dificuldade passada pelos homossexuais ao longo dos anos e a dificuldade de reconhecimento desse grupo como vítima do regime de Hitler.","PeriodicalId":40985,"journal":{"name":"Literatura e Autoritarismo","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-09-13","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135786987","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
O objetivo deste artigo é apresentar uma leitura do romance do escritor inglês Aldous Huxley, Admirável mundo novo, à luz dos conceitos de Utopia – visão ideal positiva de uma determinada ordem social, futura ou presente – e de Distopia – caracterização negativa, opressiva de uma ordenação social ideal – como proposições semelhantes, ambas configurando uma determinada visão do cenário futuro. Em comum, os dois termos revelam a tentativa de determinados romancistas de apresentar uma realidade social idealmente organizada, seja ela autoritária ou não. Para nossa análise, buscaremos primeiro contrastar o modo como o narrador de Admirável mundo novo apresenta tanto a realidade urbana quando a selvagem, buscando nas duas caracterizações os pontos dissonantes propostos por Huxley na sua caracterização de um futuro utópico/distópico. Posteriormente, aludiremos às principais personagens do romance, o civilizado Bernard Marx e o selvagem John Savage, para perceber como a realidade social nas quais cada uma delas está inserida altera suas percepções e sua tentativas de alteração dessa realidade. Nosso intento é aprofundar a discussão sobre as relações entre a arte literária e as diferentes caracterizações de utopia ou distopia no romance de Huxley.
{"title":"Discurso utópico e distópico nas paisagens narrativas de Admirável mundo novo, de Aldous Huxley","authors":"Enéias Farias Tavares","doi":"10.5902/1679849x74930","DOIUrl":"https://doi.org/10.5902/1679849x74930","url":null,"abstract":"O objetivo deste artigo é apresentar uma leitura do romance do escritor inglês Aldous Huxley, Admirável mundo novo, à luz dos conceitos de Utopia – visão ideal positiva de uma determinada ordem social, futura ou presente – e de Distopia – caracterização negativa, opressiva de uma ordenação social ideal – como proposições semelhantes, ambas configurando uma determinada visão do cenário futuro. Em comum, os dois termos revelam a tentativa de determinados romancistas de apresentar uma realidade social idealmente organizada, seja ela autoritária ou não. Para nossa análise, buscaremos primeiro contrastar o modo como o narrador de Admirável mundo novo apresenta tanto a realidade urbana quando a selvagem, buscando nas duas caracterizações os pontos dissonantes propostos por Huxley na sua caracterização de um futuro utópico/distópico. Posteriormente, aludiremos às principais personagens do romance, o civilizado Bernard Marx e o selvagem John Savage, para perceber como a realidade social nas quais cada uma delas está inserida altera suas percepções e sua tentativas de alteração dessa realidade. Nosso intento é aprofundar a discussão sobre as relações entre a arte literária e as diferentes caracterizações de utopia ou distopia no romance de Huxley.","PeriodicalId":40985,"journal":{"name":"Literatura e Autoritarismo","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-09-13","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135786989","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
O propósito deste trabalho é partir de estudos sobre a fisiologia da memória para chegar à literatura. Em um primeiro momento, esta área de pesquisa nos auxilia a entender os modos de funcionamento da memória, bem como suas formas de armazenar informações. O contraponto será feito, inicialmente, com o conhecimento dos gregos e dos romanos sobre a arte da memória e com a concepção de Benjamin sobre a história aberta. Finalmente, os limites entre história e ficção serão problematizados a partir da literatura de testemunho.
{"title":"O trabalho da memória: entre a história e o testemunho","authors":"Débora Racy Soares","doi":"10.5902/1679849x74752","DOIUrl":"https://doi.org/10.5902/1679849x74752","url":null,"abstract":"O propósito deste trabalho é partir de estudos sobre a fisiologia da memória para chegar à literatura. Em um primeiro momento, esta área de pesquisa nos auxilia a entender os modos de funcionamento da memória, bem como suas formas de armazenar informações. O contraponto será feito, inicialmente, com o conhecimento dos gregos e dos romanos sobre a arte da memória e com a concepção de Benjamin sobre a história aberta. Finalmente, os limites entre história e ficção serão problematizados a partir da literatura de testemunho.","PeriodicalId":40985,"journal":{"name":"Literatura e Autoritarismo","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-09-13","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135786992","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
biografia sumária que ensaia situar o pensamento do filósofo Emmanuel Lévinas no lugar de testemunho do esquecimento da alteridade dos sujeitos por parte da política, como portador das cicatrizes do século XX e suas contradições. Não só a narrativa autobiográfica, mas também toda sua filosofia consistem numa crítica da violência contra o outro e num resgate do sentido das relações interpessoais fundado numa sensibilidade ética que se descobre desperta pela alteridade. O esquecimento do outro, e da responsabilidade que nos liga a ele, está sugerido na literatura (russa, sobretudo) e denunciado pela tradição hebraica. Lévinas está atento a isso e caminha entre tais influências por uma via original, onde filosofia e literatura pontuam “o pré-filosófico” que nutre seu filosofar.
{"title":"Nó-vivo - lévinas entre “o capote” e “totalidade e infinito”: os vestígios filosóficos das lágrimas secretas de Akakiévitch","authors":"Cristiano Cerezer","doi":"10.5902/1679849x74754","DOIUrl":"https://doi.org/10.5902/1679849x74754","url":null,"abstract":"biografia sumária que ensaia situar o pensamento do filósofo Emmanuel Lévinas no lugar de testemunho do esquecimento da alteridade dos sujeitos por parte da política, como portador das cicatrizes do século XX e suas contradições. Não só a narrativa autobiográfica, mas também toda sua filosofia consistem numa crítica da violência contra o outro e num resgate do sentido das relações interpessoais fundado numa sensibilidade ética que se descobre desperta pela alteridade. O esquecimento do outro, e da responsabilidade que nos liga a ele, está sugerido na literatura (russa, sobretudo) e denunciado pela tradição hebraica. Lévinas está atento a isso e caminha entre tais influências por uma via original, onde filosofia e literatura pontuam “o pré-filosófico” que nutre seu filosofar.","PeriodicalId":40985,"journal":{"name":"Literatura e Autoritarismo","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-09-13","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135786852","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Este artigo objetiva analisar o diário de Anônima: uma mulher em Berlim, sob a perspectiva da violência e da assimetria de poder entre homens e mulheres durante a Segunda Guerra Mundial. Este diário detém-se em narrar a saga da protagonista e autora do texto, a qual não tem seu nome, em momento algum, revelado na narrativa, tampouco das companheiras que estiveram dispostas a mesma situação de subserviência e deleite masculino, através da força. O texto que prima pelo anonimato em virtude da vergonha, fruto da violência e abuso sexual sofrido pelas mulheres durante a invasão dos russos em Berlim.
{"title":"Sob os véus do anonimato e da violência humana: Anônima: uma mulher em Berlim","authors":"Suzana Raquel Bisognin Zanon","doi":"10.5902/1679849x74764","DOIUrl":"https://doi.org/10.5902/1679849x74764","url":null,"abstract":"Este artigo objetiva analisar o diário de Anônima: uma mulher em Berlim, sob a perspectiva da violência e da assimetria de poder entre homens e mulheres durante a Segunda Guerra Mundial. Este diário detém-se em narrar a saga da protagonista e autora do texto, a qual não tem seu nome, em momento algum, revelado na narrativa, tampouco das companheiras que estiveram dispostas a mesma situação de subserviência e deleite masculino, através da força. O texto que prima pelo anonimato em virtude da vergonha, fruto da violência e abuso sexual sofrido pelas mulheres durante a invasão dos russos em Berlim.","PeriodicalId":40985,"journal":{"name":"Literatura e Autoritarismo","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-09-13","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135786991","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}