O objetivo deste artigo é discutir a perspectiva de emancipação humana e de cidadania apresentada na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), fazendo, desse modo, uma conexão e um diálogo com a perspectiva freiriana. O problema norteador consiste na seguinte investigação: Qual a contribuição da BNCC para promover uma formação na perspectiva cidadã e de sujeitos humanamente emancipados? O estudo envolveu pesquisa bibliográfica e documental, pautada na hermenêutica dialógica e amparada em elementos da Análise Textual Discursiva (ATD). Os autores fundamentais para o estudo incluem Copatti e Andreis (2021), Simões e Andreis (2019), Freire (1974, 2004, 2001), Gadotti (2013) e Silva e Estormovski (2023). A pesquisa indica que a formação para a cidadania, a partir dessa política, caminha na direção de uma visão encurtada do mundo, com precária contribuição para a educação emancipatória humanística e, em boa medida, imputando à escola o compromisso de encontrar caminhos para responder a esta demanda. Interligando a BNCC aos princípios pedagógicos preconizados por Freire, refletimos sobre a educação que transcende os discursos mercadológicos, e seja voltada à emancipação humana. Concluímos que a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) desempenha um papel significativo na formação de sujeitos alinhados aos imperativos e demandas do sistema neoliberal por priorizar os interesses do mercado em detrimento da formação humana emancipatória, defendida pelo educador Paulo Freire. Destacamos, assim, um desafio à formação de sujeitos críticos que possam, de fato, contribuir para a construção de uma sociedade mais justa diante da priorização dos interesses do mercado subjacentes na BNCC.
{"title":"Diálogo sobre a cidadania na BNCC numa perspectiva freireana","authors":"Marlene Koldehoff, Adriana Maria Andreis","doi":"10.5216/signos.v5.77433","DOIUrl":"https://doi.org/10.5216/signos.v5.77433","url":null,"abstract":"O objetivo deste artigo é discutir a perspectiva de emancipação humana e de cidadania apresentada na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), fazendo, desse modo, uma conexão e um diálogo com a perspectiva freiriana. O problema norteador consiste na seguinte investigação: Qual a contribuição da BNCC para promover uma formação na perspectiva cidadã e de sujeitos humanamente emancipados? O estudo envolveu pesquisa bibliográfica e documental, pautada na hermenêutica dialógica e amparada em elementos da Análise Textual Discursiva (ATD). Os autores fundamentais para o estudo incluem Copatti e Andreis (2021), Simões e Andreis (2019), Freire (1974, 2004, 2001), Gadotti (2013) e Silva e Estormovski (2023). A pesquisa indica que a formação para a cidadania, a partir dessa política, caminha na direção de uma visão encurtada do mundo, com precária contribuição para a educação emancipatória humanística e, em boa medida, imputando à escola o compromisso de encontrar caminhos para responder a esta demanda. Interligando a BNCC aos princípios pedagógicos preconizados por Freire, refletimos sobre a educação que transcende os discursos mercadológicos, e seja voltada à emancipação humana. Concluímos que a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) desempenha um papel significativo na formação de sujeitos alinhados aos imperativos e demandas do sistema neoliberal por priorizar os interesses do mercado em detrimento da formação humana emancipatória, defendida pelo educador Paulo Freire. Destacamos, assim, um desafio à formação de sujeitos críticos que possam, de fato, contribuir para a construção de uma sociedade mais justa diante da priorização dos interesses do mercado subjacentes na BNCC.","PeriodicalId":413955,"journal":{"name":"Revista Signos Geográficos","volume":"120 2","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-12-07","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"138590547","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Gabrielle Bezerra da Silva, Victor Hugo Nedel Oliveira
Diante dos impactos gerados pelo “Novo” Ensino Médio, encontram-se aqueles que atingem os jovens escolares, sobretudo, os que frequentam as instituições públicas de ensino. É nesse contexto que escola e Geografia Escolar adquirem papéis indispensáveis no que tange a aproximar as juventudes dessas pautas, fomentando ainda mais o protagonismo juvenil. Este texto tem como objetivo principal investigar as relações de jovens estudantes com a Geografia no contexto do “Novo” Ensino Médio. A pesquisa qualitativa, em forma de um estudo de caso, produziu dados a partir da realização de um grupo focal com jovens estudantes do Ensino Médio Regular e membros do Grêmio Estudantil. Os sujeitos participantes, que vêm vivenciando na prática e em tempo real a implementação da “reforma” curricular, evidenciaram a situação da redução da carga horária da Geografia e de outros componentes na escola. Por sua vez, a Geografia apareceu associada a objetos do conhecimento como localização, orientação, tectônica de placas, biomas, relevo e clima, sendo, ao mesmo tempo, uma matéria capaz de dar informações, por vezes interessantes, mas, em geral, sem sentido. Considera-se que as relações e percepções dos jovens em relação à Geografia ao longo do estudo apontam para a necessidade de reflexão do papel e da relevância da Geografia Escolar, de modo que a defesa e a luta pelo seu espaço no currículo e na escola também façam sentido.
{"title":"Jovens e Geografia escolar no contexto do “novo” Ensino Médio","authors":"Gabrielle Bezerra da Silva, Victor Hugo Nedel Oliveira","doi":"10.5216/signos.v5.77604","DOIUrl":"https://doi.org/10.5216/signos.v5.77604","url":null,"abstract":"Diante dos impactos gerados pelo “Novo” Ensino Médio, encontram-se aqueles que atingem os jovens escolares, sobretudo, os que frequentam as instituições públicas de ensino. É nesse contexto que escola e Geografia Escolar adquirem papéis indispensáveis no que tange a aproximar as juventudes dessas pautas, fomentando ainda mais o protagonismo juvenil. Este texto tem como objetivo principal investigar as relações de jovens estudantes com a Geografia no contexto do “Novo” Ensino Médio. A pesquisa qualitativa, em forma de um estudo de caso, produziu dados a partir da realização de um grupo focal com jovens estudantes do Ensino Médio Regular e membros do Grêmio Estudantil. Os sujeitos participantes, que vêm vivenciando na prática e em tempo real a implementação da “reforma” curricular, evidenciaram a situação da redução da carga horária da Geografia e de outros componentes na escola. Por sua vez, a Geografia apareceu associada a objetos do conhecimento como localização, orientação, tectônica de placas, biomas, relevo e clima, sendo, ao mesmo tempo, uma matéria capaz de dar informações, por vezes interessantes, mas, em geral, sem sentido. Considera-se que as relações e percepções dos jovens em relação à Geografia ao longo do estudo apontam para a necessidade de reflexão do papel e da relevância da Geografia Escolar, de modo que a defesa e a luta pelo seu espaço no currículo e na escola também façam sentido.","PeriodicalId":413955,"journal":{"name":"Revista Signos Geográficos","volume":"94 5","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-12-06","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"138595861","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
El paisaje constituye un referente curricular en la geografía, siendo base en la estructura conceptual de esta disciplina. Los diarios de viaje, las biografías y las novelas son documentos literarios, que permiten contextualizar el significado de los conceptos geográficos. El pensamiento narrativo opera en la construcción de conceptos, ideas y analogías relacionadas con el paisaje. Este tipo de pensamiento permite una aproximación a las creaciones ajenas, orales y escritas, y a impulsar las construcciones propias, desde la experiencia vivida y el conocimiento de lugares. Los planteamientos didácticos donde el pensamiento narrativo está en estrecha relación con el paisaje son los itinerarios didácticos y los talleres. El taller de narrativa en geografía se plantea como un espacio donde se sugieren utilizar los textos narrativos para analizar, asociar y estructurar los contenidos geográficos. La experiencia científica del taller proviene del desarrollo del taller de narrativa científica sobre un determinado tema, que oriente el centro de interés del alumnado. En este caso, los relatos deben referirse al paisaje, y desde este concepto construir otros conceptos geográficos y otros conceptos, relacionados con valores humanos. El diálogo y la escritura promueven el pensamiento narrativo y el pensamiento crítico.
{"title":"Pensamiento narrativo y construcción de conceptos sobre paisaje. Taller de narrativa en Geografía","authors":"Alfonso García de la Vega","doi":"10.5216/signos.v5.77428","DOIUrl":"https://doi.org/10.5216/signos.v5.77428","url":null,"abstract":"El paisaje constituye un referente curricular en la geografía, siendo base en la estructura conceptual de esta disciplina. Los diarios de viaje, las biografías y las novelas son documentos literarios, que permiten contextualizar el significado de los conceptos geográficos. El pensamiento narrativo opera en la construcción de conceptos, ideas y analogías relacionadas con el paisaje. Este tipo de pensamiento permite una aproximación a las creaciones ajenas, orales y escritas, y a impulsar las construcciones propias, desde la experiencia vivida y el conocimiento de lugares. Los planteamientos didácticos donde el pensamiento narrativo está en estrecha relación con el paisaje son los itinerarios didácticos y los talleres. El taller de narrativa en geografía se plantea como un espacio donde se sugieren utilizar los textos narrativos para analizar, asociar y estructurar los contenidos geográficos. La experiencia científica del taller proviene del desarrollo del taller de narrativa científica sobre un determinado tema, que oriente el centro de interés del alumnado. En este caso, los relatos deben referirse al paisaje, y desde este concepto construir otros conceptos geográficos y otros conceptos, relacionados con valores humanos. El diálogo y la escritura promueven el pensamiento narrativo y el pensamiento crítico.","PeriodicalId":413955,"journal":{"name":"Revista Signos Geográficos","volume":"27 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-11-27","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"139234113","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
No atual período globalizado, distintos agentes organizam os territórios para atenderem suas necessidades e, nesse processo, na busca pela formulação de imaginários sociais favoráveis a seus interesses, tais agentes econômicos auxiliam a consolidação de verdadeiras Tecnosferas e Psicosferas. Dentre as regiões especializadas estão regiões em diferentes setores do agronegócio sempre amparadas e ancoradas por uma base material (técnica) e uma base imaterial (das ações), tais âncoras surgem do trabalho realizado por esses agentes que condicionam o ordenamento territorial desses subespaços, sendo uma questão da Geografia questionar e investigar a produção de tais “imaginações geográficas”. Tomando como partida isso, o presente ensaio procura realizar, como objetivo, reflexões acerca de como a educação geográfica, enquanto uma formação cidadã, pode servir como meio de esclarecimento e reflexão acerca da constituição de psicosferas em torno do Agronegócio. Para realizar esse esforço, metodologicamente, o ensaio parte de revisões bibliográficas, obtendo como resultado, primeiro, a discussão de conceitos de Psicosfera e Tecnosfera, segundo, a realização de análise de estudos já feitos sobre como se dá a consolidação de psicosferas do agronegócio em regiões especializadas, e por fim a realização de algumas análises e ponderações acerca de como a educação geográfica pode ser um caminho possível para elucidação de tais temáticas.
{"title":"A psicosfera do agronegócio: a educação geográfica como possibilidade para o esclarecimento e reflexão","authors":"Tiago Wilian Rocha Dalmora","doi":"10.5216/signos.v5.77415","DOIUrl":"https://doi.org/10.5216/signos.v5.77415","url":null,"abstract":"No atual período globalizado, distintos agentes organizam os territórios para atenderem suas necessidades e, nesse processo, na busca pela formulação de imaginários sociais favoráveis a seus interesses, tais agentes econômicos auxiliam a consolidação de verdadeiras Tecnosferas e Psicosferas. Dentre as regiões especializadas estão regiões em diferentes setores do agronegócio sempre amparadas e ancoradas por uma base material (técnica) e uma base imaterial (das ações), tais âncoras surgem do trabalho realizado por esses agentes que condicionam o ordenamento territorial desses subespaços, sendo uma questão da Geografia questionar e investigar a produção de tais “imaginações geográficas”. Tomando como partida isso, o presente ensaio procura realizar, como objetivo, reflexões acerca de como a educação geográfica, enquanto uma formação cidadã, pode servir como meio de esclarecimento e reflexão acerca da constituição de psicosferas em torno do Agronegócio. Para realizar esse esforço, metodologicamente, o ensaio parte de revisões bibliográficas, obtendo como resultado, primeiro, a discussão de conceitos de Psicosfera e Tecnosfera, segundo, a realização de análise de estudos já feitos sobre como se dá a consolidação de psicosferas do agronegócio em regiões especializadas, e por fim a realização de algumas análises e ponderações acerca de como a educação geográfica pode ser um caminho possível para elucidação de tais temáticas.","PeriodicalId":413955,"journal":{"name":"Revista Signos Geográficos","volume":"42 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-11-03","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"139290022","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Este artigo objetiva evidenciar a ideia de que há uma didática específica para ensinar Geografia na escola, a qual encaminha os educandos para a construção de uma forma de pensamento específico, denominado de pensamento geográfico. Para isso, apresenta-se, primeiramente, uma discussão do ponto de vista teórico sobre as características que compõem a didática da Geografia, na perspectiva de construção do pensamento geográfico na aula expositiva. Em seguida, realiza-se uma análise da prática docente, buscando visualizar as características da didática da Geografia nas aulas expositivas desenvolvidas pelos professores. A investigação mostrou que ainda é necessário potencializar os conhecimentos sobre a didática da Geografia para que haja maior autonomia e participação dos estudantes no processo de aprendizagem. Porém, de forma geral, aportes teóricos e práticos que fundamentam a presente pesquisa direcionam para uma forma específica de ensinar, qual seja a didática da Geografia, a qual é norteada pela elaboração dos conceitos elementares, dos raciocínios geográficos e desenvolvimento do pensamento geográfico, utilizando, para tanto, o método geográfico, que suscitará uma forma de ver a espacialidade e o desenvolvimento de funções mentais capazes de fazer os educandos conceberem mais uma forma de pensar sobre a realidade.
{"title":"Uma didática da Geografia para a construção do pensamento geográfico na aula expositiva","authors":"Lidiane Bezerra Oliveira","doi":"10.5216/signos.v5.75494","DOIUrl":"https://doi.org/10.5216/signos.v5.75494","url":null,"abstract":"Este artigo objetiva evidenciar a ideia de que há uma didática específica para ensinar Geografia na escola, a qual encaminha os educandos para a construção de uma forma de pensamento específico, denominado de pensamento geográfico. Para isso, apresenta-se, primeiramente, uma discussão do ponto de vista teórico sobre as características que compõem a didática da Geografia, na perspectiva de construção do pensamento geográfico na aula expositiva. Em seguida, realiza-se uma análise da prática docente, buscando visualizar as características da didática da Geografia nas aulas expositivas desenvolvidas pelos professores. A investigação mostrou que ainda é necessário potencializar os conhecimentos sobre a didática da Geografia para que haja maior autonomia e participação dos estudantes no processo de aprendizagem. Porém, de forma geral, aportes teóricos e práticos que fundamentam a presente pesquisa direcionam para uma forma específica de ensinar, qual seja a didática da Geografia, a qual é norteada pela elaboração dos conceitos elementares, dos raciocínios geográficos e desenvolvimento do pensamento geográfico, utilizando, para tanto, o método geográfico, que suscitará uma forma de ver a espacialidade e o desenvolvimento de funções mentais capazes de fazer os educandos conceberem mais uma forma de pensar sobre a realidade.","PeriodicalId":413955,"journal":{"name":"Revista Signos Geográficos","volume":"67 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-07-12","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"126305673","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Rosalvo Nobre Carneiro, Raimundo Lenilde de Araújo
Fala-se em Didática na área de Geografia, ao menos, desde a primeira metade do século XX, ainda que, no tempo presente, não tenha se constituído como um campo temático sistematizado de estudo. Neste contexto, objetiva-se compreender os sentidos de Didática na Geografia Progressiva ou Moderna que se desenvolveu até 1970 aproximadamente. Especificamente, busca-se identificar se há a predominância do sentido instrumental de Didática e o lugar que ocupa, nela, a linguagem. Optou-se pela pesquisa bibliográfica, mediante a análise de artigos e manuais, publicados, entre 1950 e 1960, em bases de pesquisa e em periódicos. Este estudo está associado ao projeto de pós-doutorado junto ao Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal do Piauí. Os achados indicam que nem sempre se verifica o sentido manifesto de Didática nos estudos e propostas didáticas em Geografia. Além disso, a concepção de Didática se relaciona à racionalidade e à ação instrumental. A linguagem, em sua função de entendimento, não é referida nos estudos analisados. Conclui-se que há confusões entre Didática e Metodologia, que os elementos da Didática da Geografia são variáveis e que a linguagem não ocupa centralidade nas Didáticas da Geografia produzidas no período.
{"title":"Didática da Geografia Progressiva: sentidos, racionalidade e linguagem","authors":"Rosalvo Nobre Carneiro, Raimundo Lenilde de Araújo","doi":"10.5216/signos.v5.74205","DOIUrl":"https://doi.org/10.5216/signos.v5.74205","url":null,"abstract":"Fala-se em Didática na área de Geografia, ao menos, desde a primeira metade do século XX, ainda que, no tempo presente, não tenha se constituído como um campo temático sistematizado de estudo. Neste contexto, objetiva-se compreender os sentidos de Didática na Geografia Progressiva ou Moderna que se desenvolveu até 1970 aproximadamente. Especificamente, busca-se identificar se há a predominância do sentido instrumental de Didática e o lugar que ocupa, nela, a linguagem. Optou-se pela pesquisa bibliográfica, mediante a análise de artigos e manuais, publicados, entre 1950 e 1960, em bases de pesquisa e em periódicos. Este estudo está associado ao projeto de pós-doutorado junto ao Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal do Piauí. Os achados indicam que nem sempre se verifica o sentido manifesto de Didática nos estudos e propostas didáticas em Geografia. Além disso, a concepção de Didática se relaciona à racionalidade e à ação instrumental. A linguagem, em sua função de entendimento, não é referida nos estudos analisados. Conclui-se que há confusões entre Didática e Metodologia, que os elementos da Didática da Geografia são variáveis e que a linguagem não ocupa centralidade nas Didáticas da Geografia produzidas no período.","PeriodicalId":413955,"journal":{"name":"Revista Signos Geográficos","volume":"82 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-06-27","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"127650898","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Ana Letícia Pena Pereira Timóteo, Valéria De Oliveira Roque Ascenção
Este trabalho pretende tecer uma análise acerca dos currículos que foram elaborados por estados e Distrito Federal, a partir da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) (BRASIL, 2017), com o intuito de contextualizar as diretrizes nacionais à realidade local e servir como referência para os professores que lecionam nos respectivos lugares. A análise tem como objetivo responder à questão: os currículos, na seção destinada à Geografia Ensino Fundamental anos finais, utilizaram os princípios do raciocínio geográfico, conforme proposto pela BNCC (BRASIL, 2017)? Os currículos a serem analisados foram sorteados, por meio da metodologia de seleção aleatória, e a metodologia principal deste trabalho foi a análise documental. Com este estudo, pretende-se contribuir para a área de pesquisa de Currículo e para os estudos destinados à BNCC (BRASIL, 2017), política educacional nacional relevante para o contexto atual e que vem propondo e provocando inúmeras mudanças no cenário da educação brasileira.
{"title":"O raciocínio geográfico nos documentos curriculares do Rio Grande do Sul e do Distrito Federal elaborados a partir da Base Nacional Comum Curricular","authors":"Ana Letícia Pena Pereira Timóteo, Valéria De Oliveira Roque Ascenção","doi":"10.5216/signos.v5.74378","DOIUrl":"https://doi.org/10.5216/signos.v5.74378","url":null,"abstract":"Este trabalho pretende tecer uma análise acerca dos currículos que foram elaborados por estados e Distrito Federal, a partir da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) (BRASIL, 2017), com o intuito de contextualizar as diretrizes nacionais à realidade local e servir como referência para os professores que lecionam nos respectivos lugares. A análise tem como objetivo responder à questão: os currículos, na seção destinada à Geografia Ensino Fundamental anos finais, utilizaram os princípios do raciocínio geográfico, conforme proposto pela BNCC (BRASIL, 2017)? Os currículos a serem analisados foram sorteados, por meio da metodologia de seleção aleatória, e a metodologia principal deste trabalho foi a análise documental. Com este estudo, pretende-se contribuir para a área de pesquisa de Currículo e para os estudos destinados à BNCC (BRASIL, 2017), política educacional nacional relevante para o contexto atual e que vem propondo e provocando inúmeras mudanças no cenário da educação brasileira.","PeriodicalId":413955,"journal":{"name":"Revista Signos Geográficos","volume":"46 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-05-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"139372423","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Vanderson Rafael Muller Dapper, Ericson Hideki Hayakawa, Terezinha Correa Lindino
A linguagem cartográfica é uma ferramenta fundamental da Geografia Escolar, pois permite a representação visual do espaço geográfico e de suas características. Ela possibilita a construção de mapas e outras representações gráficas que ajudam a compreender as relações entre os fenômenos geográficos e suas interações. Apesar da importância da cartografia para a humanidade, as metodologias de ensino sobre cartografia nem sempre estiveram presentes nos currículos escolares e os mapas eram utilizados apenas como meio de localização dos objetos de estudo. Neste contexto, o presente artigo analisa e discute como os mapas foram utilizados ao longo da história da Geografia Escolar e como a linguagem cartográfica conquistou o seu espaço nos currículos escolares brasileiros. Para tanto, realizou-se uma revisão bibliográfica de autores clássicos da História da Geografia Escolar, da Cartografia Escolar e dos documentos curriculares que nortearam a educação brasileira. Os resultados indicam que, de modo geral, a linguagem cartográfica conquistou o seu espaço no campo de batalhas do currículo escolar por meio de pesquisas acadêmicas iniciadas no final da década de 1970 que ressaltavam a sua importância desde os Anos Iniciais do Ensino Fundamental. As universidades e a Associação dos Geógrafos Brasileiros foram importantes para os debates sobre os paradigmas teóricos da Cartografia Escolar e as suas mudanças de perspectivas ao longo da história. Destarte os apontamentos críticos, os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), e mais recentemente, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) ressaltam a importância da Cartografia Escolar e da linguagem cartográfica entendida como uma ferramenta fundamental para o ensino de Geografia, que deve ser abordada de forma integrada com outros conteúdos e desenvolvida de forma crítica e reflexiva.
{"title":"O histórico da presença da linguagem cartográfica nos currículos escolares brasileiros dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental","authors":"Vanderson Rafael Muller Dapper, Ericson Hideki Hayakawa, Terezinha Correa Lindino","doi":"10.5216/signos.v5.74111","DOIUrl":"https://doi.org/10.5216/signos.v5.74111","url":null,"abstract":"A linguagem cartográfica é uma ferramenta fundamental da Geografia Escolar, pois permite a representação visual do espaço geográfico e de suas características. Ela possibilita a construção de mapas e outras representações gráficas que ajudam a compreender as relações entre os fenômenos geográficos e suas interações. Apesar da importância da cartografia para a humanidade, as metodologias de ensino sobre cartografia nem sempre estiveram presentes nos currículos escolares e os mapas eram utilizados apenas como meio de localização dos objetos de estudo. Neste contexto, o presente artigo analisa e discute como os mapas foram utilizados ao longo da história da Geografia Escolar e como a linguagem cartográfica conquistou o seu espaço nos currículos escolares brasileiros. Para tanto, realizou-se uma revisão bibliográfica de autores clássicos da História da Geografia Escolar, da Cartografia Escolar e dos documentos curriculares que nortearam a educação brasileira. Os resultados indicam que, de modo geral, a linguagem cartográfica conquistou o seu espaço no campo de batalhas do currículo escolar por meio de pesquisas acadêmicas iniciadas no final da década de 1970 que ressaltavam a sua importância desde os Anos Iniciais do Ensino Fundamental. As universidades e a Associação dos Geógrafos Brasileiros foram importantes para os debates sobre os paradigmas teóricos da Cartografia Escolar e as suas mudanças de perspectivas ao longo da história. Destarte os apontamentos críticos, os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), e mais recentemente, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) ressaltam a importância da Cartografia Escolar e da linguagem cartográfica entendida como uma ferramenta fundamental para o ensino de Geografia, que deve ser abordada de forma integrada com outros conteúdos e desenvolvida de forma crítica e reflexiva.","PeriodicalId":413955,"journal":{"name":"Revista Signos Geográficos","volume":"26 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-04-13","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"132135565","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Este texto apresenta reflexões que emergem da docência e o ensino de Geografia nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental (AIEF). Para tanto, o enfoque dado é sobre a formação de professores para ensinar Geografia nessa etapa do ensino e as possibilidades de sua atuação profissional, destacando o papel desse componente curricular na escola e seu sentido para a vida das crianças. Ainda nessa perspectiva, foca-se nas possibilidades de práticas educativas que o professor pode realizar com diferentes linguagens para tornar a aprendizagem em Geografia mais significativa aos sujeitos escolares. Têm-se como referenciais teóricos autores que dedicam suas pesquisas à temática delimitada, com destaque, para Callai (2010), Silva e Leão (2021), Rudolf e Rosinski (2021), Theves (2020), dentre outros. As reflexões apresentadas são um fio condutor por destacar que a formação inicial do professor de Pedagogia precisa estar assentada numa concepção teórico-conceitual que possibilite pensar geograficamente os fatos e fenômenos sociais a partir de seu objeto de estudo e suas categorias de análise. Além disso, o ensino de Geografia nos Anos Iniciais pode potencializar nas crianças seu entendimento sobre o mundo, ampliando a leitura que fazem dele, bem como ajudá-las a compreender as relações entre o homem e a natureza. Nesse sentido, por considerar que nesse momento particular são construídas as primeiras habilidades espaciais, o uso de linguagens, impregnadas de artefatos culturais, precisa estar articulado às vivências espaciais infantis.
{"title":"Docência e o ensino de Geografia nos Anos Iniciais","authors":"Claudia do Carmo Rosa, Laís Rodrigues Campos","doi":"10.5216/signos.v5.75295","DOIUrl":"https://doi.org/10.5216/signos.v5.75295","url":null,"abstract":"Este texto apresenta reflexões que emergem da docência e o ensino de Geografia nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental (AIEF). Para tanto, o enfoque dado é sobre a formação de professores para ensinar Geografia nessa etapa do ensino e as possibilidades de sua atuação profissional, destacando o papel desse componente curricular na escola e seu sentido para a vida das crianças. Ainda nessa perspectiva, foca-se nas possibilidades de práticas educativas que o professor pode realizar com diferentes linguagens para tornar a aprendizagem em Geografia mais significativa aos sujeitos escolares. Têm-se como referenciais teóricos autores que dedicam suas pesquisas à temática delimitada, com destaque, para Callai (2010), Silva e Leão (2021), Rudolf e Rosinski (2021), Theves (2020), dentre outros. As reflexões apresentadas são um fio condutor por destacar que a formação inicial do professor de Pedagogia precisa estar assentada numa concepção teórico-conceitual que possibilite pensar geograficamente os fatos e fenômenos sociais a partir de seu objeto de estudo e suas categorias de análise. Além disso, o ensino de Geografia nos Anos Iniciais pode potencializar nas crianças seu entendimento sobre o mundo, ampliando a leitura que fazem dele, bem como ajudá-las a compreender as relações entre o homem e a natureza. Nesse sentido, por considerar que nesse momento particular são construídas as primeiras habilidades espaciais, o uso de linguagens, impregnadas de artefatos culturais, precisa estar articulado às vivências espaciais infantis.\u0000 ","PeriodicalId":413955,"journal":{"name":"Revista Signos Geográficos","volume":"485 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-03-27","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"133731318","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
O artigo em tela apresenta investigação sobre o processo de construção da identidade profissional docente de licenciandas em Geografia de uma universidade estadual do Paraná. Para tal investigação, realizou-se uma revisão bibliográfica concernente ao ensino de Geografia, à formação de professores e à pesquisa (auto)biográfica. A pesquisa de campo abrange a adoção do método (auto)biográfico, a metodologia da pesquisa-formação e as fontes das narrativas (auto)biográficas das licenciandas. Estas foram analisadas em diálogo com os referenciais teóricos a partir das dimensões: Primeira Geografia (história de vida), Geografia escolar (memórias de escola), Geografia do outro (professores marcantes) e Geografias em construção (projeto de si). Observou-se que a identidade pessoal é indissociável da identidade profissional e que seus principais referenciais se associam à origem do campo e à ressignificação de suas memórias de ensino de Geografia na escola marcadamente tradicional e empirista. Isto as conduz para um projeto de si que se inspira em modelos de professores e que almeja a construção de uma Geografia escolar distinta da vivenciada na condição de alunas, isto é, um ensino que propicie a construção do conhecimento geográfico de forma crítico-reflexiva e contextualizada à realidade dos alunos. Portanto, verificou-se que a identidade docente é alimentada ao longo da caminhada existencial por meio dos itinerários de vida pessoal, de formação e de atuação profissional.
{"title":"O que me tornou quem sou?: (Geo)grafias de si na formação inicial de professores","authors":"Victória Sabbado Menezes","doi":"10.5216/signos.v5.74411","DOIUrl":"https://doi.org/10.5216/signos.v5.74411","url":null,"abstract":"O artigo em tela apresenta investigação sobre o processo de construção da identidade profissional docente de licenciandas em Geografia de uma universidade estadual do Paraná. Para tal investigação, realizou-se uma revisão bibliográfica concernente ao ensino de Geografia, à formação de professores e à pesquisa (auto)biográfica. A pesquisa de campo abrange a adoção do método (auto)biográfico, a metodologia da pesquisa-formação e as fontes das narrativas (auto)biográficas das licenciandas. Estas foram analisadas em diálogo com os referenciais teóricos a partir das dimensões: Primeira Geografia (história de vida), Geografia escolar (memórias de escola), Geografia do outro (professores marcantes) e Geografias em construção (projeto de si). Observou-se que a identidade pessoal é indissociável da identidade profissional e que seus principais referenciais se associam à origem do campo e à ressignificação de suas memórias de ensino de Geografia na escola marcadamente tradicional e empirista. Isto as conduz para um projeto de si que se inspira em modelos de professores e que almeja a construção de uma Geografia escolar distinta da vivenciada na condição de alunas, isto é, um ensino que propicie a construção do conhecimento geográfico de forma crítico-reflexiva e contextualizada à realidade dos alunos. Portanto, verificou-se que a identidade docente é alimentada ao longo da caminhada existencial por meio dos itinerários de vida pessoal, de formação e de atuação profissional.","PeriodicalId":413955,"journal":{"name":"Revista Signos Geográficos","volume":"31 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-03-14","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"116253768","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
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