Pub Date : 2019-08-02DOI: 10.22456/1983-201X.88576
R. Boy
A tradição historiográfica marca o ano 476 como o fim do Império Romano no Ocidente, ficando a manutenção das estruturas imperiais, a partir de então, restrita aos territórios orientais de cultura grega. Uma questão a se pensar é: que tipo de relações políticas poderiam ser observadas entre o império oriental grego e o ocidente ‘bárbaro’ no Mediterrâneo a partir de fins do século V e início do VI? Para analisarmos especificamente sobre o período que se sucede à deposição de Romulus Augustulus na Itália, nos utilizaremos de dois historiadores do século VI que descreveram sobre as relações políticas entre Constantinopla e a Itália neste período, Jordanes e Procópio de Cesareia. O objetivo aqui será compreender como, a partir das narrativas destes dois historiadores, podemos repensar algumas das relações e disputas pelo exercício do poder e da autoridade política no mundo Mediterrânico tardo-antigo.
{"title":"As relações políticas entre romanos e bárbaros no Mediterrâneo tardo-antigo","authors":"R. Boy","doi":"10.22456/1983-201X.88576","DOIUrl":"https://doi.org/10.22456/1983-201X.88576","url":null,"abstract":"A tradição historiográfica marca o ano 476 como o fim do Império Romano no Ocidente, ficando a manutenção das estruturas imperiais, a partir de então, restrita aos territórios orientais de cultura grega. Uma questão a se pensar é: que tipo de relações políticas poderiam ser observadas entre o império oriental grego e o ocidente ‘bárbaro’ no Mediterrâneo a partir de fins do século V e início do VI? Para analisarmos especificamente sobre o período que se sucede à deposição de Romulus Augustulus na Itália, nos utilizaremos de dois historiadores do século VI que descreveram sobre as relações políticas entre Constantinopla e a Itália neste período, Jordanes e Procópio de Cesareia. O objetivo aqui será compreender como, a partir das narrativas destes dois historiadores, podemos repensar algumas das relações e disputas pelo exercício do poder e da autoridade política no mundo Mediterrânico tardo-antigo.","PeriodicalId":41524,"journal":{"name":"Anos 90","volume":"30 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-08-02","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"86119974","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2019-08-02DOI: 10.22456/1983-201X.88209
Maria Filomena Coelho
A presença de Cluny na Península Ibérica adquiriu uma importância extraordinária entre os séculos XI e XII, na medida em que sua marca identitária transcendeu aquilo que hoje classificaríamos como domínio religioso, para alcançar o cerne da política. Especialmente no reino de Leão, o cenário cluniacense conta com atores políticos, cujos nomes são amplamente conhecidos e de grande envergadura. Embora em cada reinado a relação com Cluny se caracterize politicamente com nuances específicas, para a historiografia, é durante o governo de Alfonso VI que a presença cluniacense assume conotações políticas mais pronunciadas, por meio, principalmente do abade Hugo de Semur. Para a historiografia em geral existem três momentos emblemáticos que evidenciariam a força política que o abade Hugo alcançou no reinado de Alfonso VI: a) o casamento do monarca com Constança da Borgonha, e das infantas Urraca e Teresa com Raimundo e Henrique da Borgonha; b) o pacto sucessório firmado por Raimundo e Henrique da Borgonha; c) o pagamento do censo a Cluny. Tentaremos, a seguir, apresentar algumas considerações que nos permitam delinear a problemática que do ponto de vista historiográfico configura as bases que sustentam a síntese narrativa sobre esses três momentos, que foram transformados em fatos históricos.
{"title":"A imagem historiográfica de Hugo de Cluny em leão (séc. XI-XII)","authors":"Maria Filomena Coelho","doi":"10.22456/1983-201X.88209","DOIUrl":"https://doi.org/10.22456/1983-201X.88209","url":null,"abstract":"A presença de Cluny na Península Ibérica adquiriu uma importância extraordinária entre os séculos XI e XII, na medida em que sua marca identitária transcendeu aquilo que hoje classificaríamos como domínio religioso, para alcançar o cerne da política. Especialmente no reino de Leão, o cenário cluniacense conta com atores políticos, cujos nomes são amplamente conhecidos e de grande envergadura. Embora em cada reinado a relação com Cluny se caracterize politicamente com nuances específicas, para a historiografia, é durante o governo de Alfonso VI que a presença cluniacense assume conotações políticas mais pronunciadas, por meio, principalmente do abade Hugo de Semur. Para a historiografia em geral existem três momentos emblemáticos que evidenciariam a força política que o abade Hugo alcançou no reinado de Alfonso VI: a) o casamento do monarca com Constança da Borgonha, e das infantas Urraca e Teresa com Raimundo e Henrique da Borgonha; b) o pacto sucessório firmado por Raimundo e Henrique da Borgonha; c) o pagamento do censo a Cluny. Tentaremos, a seguir, apresentar algumas considerações que nos permitam delinear a problemática que do ponto de vista historiográfico configura as bases que sustentam a síntese narrativa sobre esses três momentos, que foram transformados em fatos históricos.","PeriodicalId":41524,"journal":{"name":"Anos 90","volume":"71 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-08-02","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"73525544","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2019-08-01DOI: 10.22456/1983-201X.87765
Leandro Alves Teodoro
A partir da primeira metade do século XIII, começaram a surgir obras escritas em castelhano destinadas a regular a celebração dos sacramentos da Igreja e das funções atribuídas ao clero diocesano da Coroa de Castela. Serializando livros em verso, constituições de sínodos e outros materiais voltados à formação basilar do clero que foram elaborados entre o século XIII e o XIV, o presente estudo visa examinar a promoção do poder da consagração da Eucaristia e o papel instrutivo da celebração da missa nesse momento de revigoramento da ação pastoral dos bispos ibéricos e de ampliação dos atributos das igrejas paroquianas. Em outras palavras, o alvo deste trabalho consiste em analisar as medidas adotadas por grandes autoridades eclesiásticas para a sacralização das falas e dos gestos articulados pelos clérigos ordenados nesse período.
{"title":"O poder sacralizado dos clérigos de Castela (século XIII e início do século XIV)","authors":"Leandro Alves Teodoro","doi":"10.22456/1983-201X.87765","DOIUrl":"https://doi.org/10.22456/1983-201X.87765","url":null,"abstract":"A partir da primeira metade do século XIII, começaram a surgir obras escritas em castelhano destinadas a regular a celebração dos sacramentos da Igreja e das funções atribuídas ao clero diocesano da Coroa de Castela. Serializando livros em verso, constituições de sínodos e outros materiais voltados à formação basilar do clero que foram elaborados entre o século XIII e o XIV, o presente estudo visa examinar a promoção do poder da consagração da Eucaristia e o papel instrutivo da celebração da missa nesse momento de revigoramento da ação pastoral dos bispos ibéricos e de ampliação dos atributos das igrejas paroquianas. Em outras palavras, o alvo deste trabalho consiste em analisar as medidas adotadas por grandes autoridades eclesiásticas para a sacralização das falas e dos gestos articulados pelos clérigos ordenados nesse período.","PeriodicalId":41524,"journal":{"name":"Anos 90","volume":"77 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-08-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"73184223","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2019-08-01DOI: 10.22456/1983-201X.88849
Armando Torres Fáuaz
El presente trabajo trata sobre los usos publicos dados a la tecnica romano-canonica del mandato en el ducado de Borgona durante el siglo XIII y principios del XIV. El articulo tiene como objetivo mostrar la centralidad de esta tecnica en las practicas de delegacion de facultades y de representacion, esenciales para el ejercicio del gobierno laico en el Occidente medieval.
{"title":"Representación y delegación de poderes. Los usos públicos del mandato en el ducado de Borgoña (siglos XIII-XIV)","authors":"Armando Torres Fáuaz","doi":"10.22456/1983-201X.88849","DOIUrl":"https://doi.org/10.22456/1983-201X.88849","url":null,"abstract":"El presente trabajo trata sobre los usos publicos dados a la tecnica romano-canonica del mandato en el ducado de Borgona durante el siglo XIII y principios del XIV. El articulo tiene como objetivo mostrar la centralidad de esta tecnica en las practicas de delegacion de facultades y de representacion, esenciales para el ejercicio del gobierno laico en el Occidente medieval.","PeriodicalId":41524,"journal":{"name":"Anos 90","volume":"31 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-08-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"90827430","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2019-07-31DOI: 10.22456/1983-201X.83564
Jośe Inaldo Chaves Júnior
No final do século XVIII, viajantes e naturalistas narravam outros cenários das paisagens nas capitanias do Norte, muitos dos quais desconhecidos ou, pelo menos, mal conhecidos. Muitas vezes sob o mecenato da Coroa, a tradicional cena protagonizada pelo canavial foi sendo recomposta por mais camadas de memória e conhecimento à moda da ilustração, encaminhadas pelas novas demandas que se apresentavam. Também se passou de uma América idealizada, oscilante entre o paraíso terreal e o lugar da danação da humanidade, para uma descrição pretensamente “científica” e utilitarista dos territórios. Foi nesse contexto que emblemáticas personagens como Bento Bandeira de Melo e Manoel de Arruda Câmara percorreram as capitanias do Norte e registraram o que viram, revelando como a diacronia natureza-cultura foi reposicionada pela chamada geração de 1790, que concluíra pela necessária transformação nas formas de produzir e utilizar os recursos naturais. Numa abordagem que aproxima a geografia do poder e a história das paisagens, o artigo também discute esses relatos da natureza como sintomas de uma regionalidade disputada no campo das identidades locais no Norte do Estado do Brasil, particularmente as ranhuras e descontinuidades impostas a secular capitalidade política e comercial do Recife.
{"title":"“As partes do Norte”: império e identidades locais em relatos da natureza de Pernambuco e Paraíba (1790-1817)","authors":"Jośe Inaldo Chaves Júnior","doi":"10.22456/1983-201X.83564","DOIUrl":"https://doi.org/10.22456/1983-201X.83564","url":null,"abstract":"No final do século XVIII, viajantes e naturalistas narravam outros cenários das paisagens nas capitanias do Norte, muitos dos quais desconhecidos ou, pelo menos, mal conhecidos. Muitas vezes sob o mecenato da Coroa, a tradicional cena protagonizada pelo canavial foi sendo recomposta por mais camadas de memória e conhecimento à moda da ilustração, encaminhadas pelas novas demandas que se apresentavam. Também se passou de uma América idealizada, oscilante entre o paraíso terreal e o lugar da danação da humanidade, para uma descrição pretensamente “científica” e utilitarista dos territórios. Foi nesse contexto que emblemáticas personagens como Bento Bandeira de Melo e Manoel de Arruda Câmara percorreram as capitanias do Norte e registraram o que viram, revelando como a diacronia natureza-cultura foi reposicionada pela chamada geração de 1790, que concluíra pela necessária transformação nas formas de produzir e utilizar os recursos naturais. Numa abordagem que aproxima a geografia do poder e a história das paisagens, o artigo também discute esses relatos da natureza como sintomas de uma regionalidade disputada no campo das identidades locais no Norte do Estado do Brasil, particularmente as ranhuras e descontinuidades impostas a secular capitalidade política e comercial do Recife.","PeriodicalId":41524,"journal":{"name":"Anos 90","volume":"88 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-07-31","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"85251058","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2019-05-24DOI: 10.22456/1983-201X.78628
S. Morais
A proposta do artigo é apresentar e discutir um enquadramento de pesquisas no qual ações de sujeitos sociais foram postas como paradigma para interpretação de diversos temas importantes para as pesquisas históricas e para investigações sociológicas. Para tanto, observam-se influências internacionais e conjunturas políticas internas em produções acadêmicas realizadas ao término da ditadura militar no Brasil. Essas observaram a criação de sujeitos autônomos a partir da leitura de luta de classes, agência e de experiências sociais.
{"title":"Trabalhadores na condição de sujeitos autônomos: perspectivas acadêmicas e conjunturas políticas (Brasil, 1980-1990)","authors":"S. Morais","doi":"10.22456/1983-201X.78628","DOIUrl":"https://doi.org/10.22456/1983-201X.78628","url":null,"abstract":"A proposta do artigo é apresentar e discutir um enquadramento de pesquisas no qual ações de sujeitos sociais foram postas como paradigma para interpretação de diversos temas importantes para as pesquisas históricas e para investigações sociológicas. Para tanto, observam-se influências internacionais e conjunturas políticas internas em produções acadêmicas realizadas ao término da ditadura militar no Brasil. Essas observaram a criação de sujeitos autônomos a partir da leitura de luta de classes, agência e de experiências sociais.","PeriodicalId":41524,"journal":{"name":"Anos 90","volume":"40 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-05-24","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"82159978","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2019-05-24DOI: 10.22456/1983-201X.82322
B. Costa
A naturalidade do índio Felipe Camarão foi objeto de controvérsia durante o século XIX. Vários homens de letras espalhados pelo país, tais como: José de Alencar, Francisco Adolfo de Varnhagen, Antônio Joaquim de Mello, dentre outros, produziram textos a respeito da polêmica em torno do local em que Felipe Camarão havia nascido. Longe de ser unívoco, o debate foi acirrado. Documentos e argumentos foram arrolados pelos letrados envolvidos na querela, cujo intuito era provar o pertencimento do referido índio a uma determinada província. Esse esforço de convencimento e de estratégia argumentativa por parte de alguns homens de letras do Brasil, levou ao que chamamos de retórica da naturalidade. O objetivo desse artigo é analisar essa engenharia discursiva a partir do exame dos textos de dois letrados do período oitocentista que se dedicaram ao problema: Antônio Joaquim de Mello e Francisco Adolfo de Varnhagen.
在19世纪,印第安人费利佩camarao的自然性一直是争议的主题。全国各地的几位文人,如jose de Alencar、Francisco Adolfo de Varnhagen、antonio Joaquim de Mello等,都写了关于Felipe camarao出生地点的争议的文章。这场辩论远非一刀切,而是激烈的。参与争端的律师提出了文件和论点,其目的是证明上述印第安人属于某一特定省份。一些巴西文人的这种说服和辩论策略的努力,导致了我们所说的自然修辞。本文的目的是通过对19世纪致力于这一问题的两位学者antonio Joaquim de Mello和Francisco Adolfo de Varnhagen的文本的考察来分析这一话语工程。
{"title":"A retórica da naturalidade: a pátria de Felipe Camarão como um problema historiográfico","authors":"B. Costa","doi":"10.22456/1983-201X.82322","DOIUrl":"https://doi.org/10.22456/1983-201X.82322","url":null,"abstract":"A naturalidade do índio Felipe Camarão foi objeto de controvérsia durante o século XIX. Vários homens de letras espalhados pelo país, tais como: José de Alencar, Francisco Adolfo de Varnhagen, Antônio Joaquim de Mello, dentre outros, produziram textos a respeito da polêmica em torno do local em que Felipe Camarão havia nascido. Longe de ser unívoco, o debate foi acirrado. Documentos e argumentos foram arrolados pelos letrados envolvidos na querela, cujo intuito era provar o pertencimento do referido índio a uma determinada província. Esse esforço de convencimento e de estratégia argumentativa por parte de alguns homens de letras do Brasil, levou ao que chamamos de retórica da naturalidade. O objetivo desse artigo é analisar essa engenharia discursiva a partir do exame dos textos de dois letrados do período oitocentista que se dedicaram ao problema: Antônio Joaquim de Mello e Francisco Adolfo de Varnhagen.","PeriodicalId":41524,"journal":{"name":"Anos 90","volume":"49 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-05-24","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"74734453","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2019-05-24DOI: 10.22456/1983-201X.78607
C. G. Monti
Neste artigo estudamos a loja que o Coronel Joaquim da Cunha Diniz Junqueira teve em Ribeirão Preto, um estabelecimento comercial que vendia produtos industrializados e produzidos localmente. Isso nos possibilitou verificar o curso do comércio em várias esferas, em um trabalho que teve como base a análise do livro-caixa da loja, existente no Arquivo Pessoal – Documentação da Fazenda Boa Vista (APFBV), para os anos de 1891 e 1892; também desvendar a forma de relação econômica que se dava entre a loja, os clientes e os fornecedores; e, ainda, identificar a função desse comércio na cadeia de negócios de seu proprietário. Verificamos a importância da comercialização do café, que servia de moeda para muitas das combinações realizadas na trama do crédito. O café foi a alavanca para a concessão de crédito, de tal modo que a loja não fornecia somente produtos industrializados ou agrícolas, mas, também, crédito.
在这篇文章中,我们研究了上校Joaquim da Cunha Diniz Junqueira在ribeirao Preto的商店,这是一个销售当地生产的工业化产品的商业机构。这使我们能够验证不同领域的贸易进程,在一项工作中,基于对商店的书盒的分析,存在于Arquivo Pessoal - Arquivo da Fazenda Boa Vista (APFBV)的1891年和1892年;也揭示了商店、顾客和供应商之间的经济关系;并确定这种贸易在其所有者的商业链中的作用。我们验证了咖啡商业化的重要性,它是信贷阴谋中许多组合的货币。咖啡是信贷的杠杆,因此商店不仅提供工业化或农产品,还提供信贷。
{"title":"A trama do crédito: entre o café e o consumo conspícuo em uma loja de Ribeirão Preto – 1891 e 1892","authors":"C. G. Monti","doi":"10.22456/1983-201X.78607","DOIUrl":"https://doi.org/10.22456/1983-201X.78607","url":null,"abstract":"Neste artigo estudamos a loja que o Coronel Joaquim da Cunha Diniz Junqueira teve em Ribeirão Preto, um estabelecimento comercial que vendia produtos industrializados e produzidos localmente. Isso nos possibilitou verificar o curso do comércio em várias esferas, em um trabalho que teve como base a análise do livro-caixa da loja, existente no Arquivo Pessoal – Documentação da Fazenda Boa Vista (APFBV), para os anos de 1891 e 1892; também desvendar a forma de relação econômica que se dava entre a loja, os clientes e os fornecedores; e, ainda, identificar a função desse comércio na cadeia de negócios de seu proprietário. Verificamos a importância da comercialização do café, que servia de moeda para muitas das combinações realizadas na trama do crédito. O café foi a alavanca para a concessão de crédito, de tal modo que a loja não fornecia somente produtos industrializados ou agrícolas, mas, também, crédito.","PeriodicalId":41524,"journal":{"name":"Anos 90","volume":"100 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-05-24","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"73600863","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2019-05-24DOI: 10.22456/1983-201X.76771
A. P. D. Costa
Neste artigo busca-se apresentar algumas reflexões sobre a construção de redes clientelares feitas entre a elite local da comarca de Vila Rica na primeira metade do século XVIII com escravas e forras estabelecidas através do amadrinhamento que teciam com os cativos (adultos e crianças) pertencentes aos membros dessa elite. Tomaremos como estudo de caso a escravaria do mestre-de-campo Antônio Ramos dos Reis, homem de destacado poder econômico e político na região. Pretende-se ainda revelar como as redes clientelares intermediadas pelo compadrio proporcionavam a essas mulheres escravas e forras alcançar elementos considerados pela historiografia mais recente sobre o período colonial brasileiro como fulcrais para se pensar perspectivas de mobilidade social (não só econômica, mas também, social) entre os grupos subalternos em uma sociedade escravista e de Antigo Regime.
{"title":"Mobilidade, compadrio e clientela no Antigo Regime: interações entre escravas, forras e elites na Comarca de Vila Rica, século XVIII","authors":"A. P. D. Costa","doi":"10.22456/1983-201X.76771","DOIUrl":"https://doi.org/10.22456/1983-201X.76771","url":null,"abstract":"Neste artigo busca-se apresentar algumas reflexões sobre a construção de redes clientelares feitas entre a elite local da comarca de Vila Rica na primeira metade do século XVIII com escravas e forras estabelecidas através do amadrinhamento que teciam com os cativos (adultos e crianças) pertencentes aos membros dessa elite. Tomaremos como estudo de caso a escravaria do mestre-de-campo Antônio Ramos dos Reis, homem de destacado poder econômico e político na região. Pretende-se ainda revelar como as redes clientelares intermediadas pelo compadrio proporcionavam a essas mulheres escravas e forras alcançar elementos considerados pela historiografia mais recente sobre o período colonial brasileiro como fulcrais para se pensar perspectivas de mobilidade social (não só econômica, mas também, social) entre os grupos subalternos em uma sociedade escravista e de Antigo Regime.","PeriodicalId":41524,"journal":{"name":"Anos 90","volume":"43 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-05-24","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"84764135","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2019-05-24DOI: 10.22456/1983-201X.82710
Claudio Carlan
Nesse artigo, realizaremos uma análise iconográfica, das representações da Cidade de Constantinopla, fundada pelo Imperador Constantino, como nova capital e rival de Roma. Tal fundação provocou uma inversão do eixo político, cultural e econômico no mundo mediterrâneo, no qual Oriente ganha um destaque fundamental, como propagador da cultura greco-romana. Como corpus principal, apresentaremos a coleção numismática do Museu Histórico Nacional, Rio de Janeiro, importante acervo arqueológico brasileiro, ainda pouco estudado.
{"title":"Cidade e Moeda na História: Constantino e Constantinopla, uma nova capital para o Império Romano","authors":"Claudio Carlan","doi":"10.22456/1983-201X.82710","DOIUrl":"https://doi.org/10.22456/1983-201X.82710","url":null,"abstract":"Nesse artigo, realizaremos uma análise iconográfica, das representações da Cidade de Constantinopla, fundada pelo Imperador Constantino, como nova capital e rival de Roma. Tal fundação provocou uma inversão do eixo político, cultural e econômico no mundo mediterrâneo, no qual Oriente ganha um destaque fundamental, como propagador da cultura greco-romana. Como corpus principal, apresentaremos a coleção numismática do Museu Histórico Nacional, Rio de Janeiro, importante acervo arqueológico brasileiro, ainda pouco estudado.","PeriodicalId":41524,"journal":{"name":"Anos 90","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2019-05-24","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"86962648","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}