Marina Dayrell de Oliveira Lima, P. Faggion, W. Cruz
Essa pesquisa teve como objetivo um estudo para a determinação da distância entre alvos de monitoramento, a partir de experimentos com observações coletadas com duas estações totais da marca Leica, de precisões nominais distintas, modelo TCRA1205, 5” angular e ±(2mm + 2ppm) linear, e a modelo TS15, 1” angular e ±(1mm + 1,5ppm) linear, e processados utilizando os modelos matemáticos da distância Euclidiana, tradicionalmente utilizada, e a Lei dos Cossenos, esta, com menor número de etapas de cálculo. Para avaliar a acurácia dos dois modelos matemáticos, foi realizada observações utilizando uma mira horizontal de ínvar, com a distância entre alvos calibrada utilizando um Interferômetro Laser, com precisão micrométrica, como Padrão de Referência para determinar a distância entre os alvos. A fase seguinte da pesquisa foi aplicar os dois modelos matemáticos com os dados obtidos com a estação total modelo TCRA1205 em duas campanhas de medições realizadas em épocas diferentes na UHE Salto Caxias no Estado do Paraná. As distâncias entre alvos na horizontal, obtidas pelos dois modelos matemáticos testados, de acordo com o teste T Student, a um nível e confiança de 90%, são iguais para os experimentos simulados. Os resultados estatísticos com os dados da UHE, em grande maioria também são iguais.
{"title":"DETERMINAÇÃO DA DISTÂNCIA ENTRE ALVOS DE MONITORAMENTO UTILIZANDO MODELOS MATEMÁTICOS DISTINTOS E ESTAÇÕES TOTAIS COM DIFERENTES PRECISÕES NOMINAIS","authors":"Marina Dayrell de Oliveira Lima, P. Faggion, W. Cruz","doi":"10.5380/geo.v79i0.69160","DOIUrl":"https://doi.org/10.5380/geo.v79i0.69160","url":null,"abstract":"Essa pesquisa teve como objetivo um estudo para a determinação da distância entre alvos de monitoramento, a partir de experimentos com observações coletadas com duas estações totais da marca Leica, de precisões nominais distintas, modelo TCRA1205, 5” angular e ±(2mm + 2ppm) linear, e a modelo TS15, 1” angular e ±(1mm + 1,5ppm) linear, e processados utilizando os modelos matemáticos da distância Euclidiana, tradicionalmente utilizada, e a Lei dos Cossenos, esta, com menor número de etapas de cálculo. Para avaliar a acurácia dos dois modelos matemáticos, foi realizada observações utilizando uma mira horizontal de ínvar, com a distância entre alvos calibrada utilizando um Interferômetro Laser, com precisão micrométrica, como Padrão de Referência para determinar a distância entre os alvos. A fase seguinte da pesquisa foi aplicar os dois modelos matemáticos com os dados obtidos com a estação total modelo TCRA1205 em duas campanhas de medições realizadas em épocas diferentes na UHE Salto Caxias no Estado do Paraná. As distâncias entre alvos na horizontal, obtidas pelos dois modelos matemáticos testados, de acordo com o teste T Student, a um nível e confiança de 90%, são iguais para os experimentos simulados. Os resultados estatísticos com os dados da UHE, em grande maioria também são iguais.","PeriodicalId":41628,"journal":{"name":"Boletim Paranaense de Geociencias","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.2,"publicationDate":"2021-12-21","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"41914224","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Fabiana Lopes da Silveira, Rodrigo Eurípedes da Silveira, A. D. B. E. S. Bongiolo, I. F. R. Figueira
O presente trabalho expõe uma metodologia de análise de dados de monitoramento de deformações de uma encosta natural atravessada por um duto pertencente a PETROBRAS, a partir de sensores distribuídos de fibra óptica. A encosta em questão localiza-se na Serra do Mar, município de Morretes (PR), distante a 40 km da cidade de Curitiba (PR) sob as posições geográficas UTM (716.332E - 7.172.000N) e (720.000E - 7.173.000N). Devido a uma ruptura na encosta, o duto sofreu esforços de tração rompendo em fevereiro de 2001. Tal ocorrência resultou no vazamento de aproximadamente 145 m³ de óleo diesel no meio ambiente. Em agosto de 2014 os institutos Lactec procederam com a instalação de sensores distribuídos de fibra óptica na encosta para o monitoramento de movimentos de massa. Essas atividades foram desenvolvidas no contexto de um P&D em parceria com a PETROBRAS/CENPES. Os dados obtidos através dos sensores distribuídos de fibra óptica correspondem a dados de deformação e temperatura, os quais permitem verificar possíveis deslocamentos que podem resultar em movimentos de massa. Os dados foram coletados no período entre janeiro de 2015 a maio de 2016 com um interrogador DTSS e tratados pelos softwares MatLab, Excel e Surfer. Em janeiro de 2015 foram realizados ajustes nos sensores ópticos, a fim de melhorar a qualidade do sinal, resultando em uma campanha de leituras de referência para as análises posteriores, denominada 7ª campanha. Os dados coletados nas campanhas de monitoramento a partir da 7ª campanha até a 12ª campanha, realizada em maio de 2016, indicaram que a encosta apresentou deformações na ordem de 784 µɛ a -515 µɛ. Sendo que os valores de deformação registrados foram relativamente baixos e a metodologia de análise dos dados de deformação obtidos encontrava-se ainda em fase experimental, não foi possível afirmar que as deformações registradas correspondessem a possíveis deslocamentos na encosta. Portanto, na continuidade destes trabalhos, a metodologia aqui apresentada pode gerar mais informações ao longo do seu desenvolvimento, possibilitando uma correlação mais precisa entre deformação e deslocamento.
目前的工作揭示了一种数据分析方法,用于通过分布式光纤传感器监测PETROBRAS管道穿越的自然斜坡的变形。该斜坡位于Morretes市Serra do Mar,距离Curitiba市40公里,地理位置UTM(716.332E-7.172.000N)和(720.000E-7.173.000N)。这种情况导致约145 m³的柴油泄漏到环境中。2014年8月,Lactec研究所开始在斜坡上安装分布式光纤传感器,以监测群众运动。这些活动是在与PETROBRAS/CENPES合作进行研发的背景下开展的。通过分布式光纤传感器获得的数据对应于变形和温度数据,这允许验证可能导致质量运动的可能位移。2015年1月至2016年5月,使用DTSS询问器收集数据,并通过MatLab、Excel和Surfer软件进行处理。2015年1月,为了提高信号质量,对光学传感器进行了调整,产生了一场参考读数活动,用于后续分析,称为第七次活动。在2016年5月举行的第7次至第12次监测活动中收集的数据表明,斜坡呈现784µ至-515µ的变形。由于记录的变形值相对较低,并且对所获得的变形数据的分析方法仍处于实验阶段,因此无法确认记录的变形与斜坡上可能的位移相对应。因此,在这些研究的连续性中,本文提出的方法可以在其整个发展过程中产生更多信息,从而实现变形和位移之间更准确的相关性。
{"title":"ANÁLISE DE DADOS DE DEFORMAÇÃO A PARTIR DE SENSORES DISTRIBUÍDOS DE FIBRA ÓPTICA INSTALADOS EM UMA ENCOSTA","authors":"Fabiana Lopes da Silveira, Rodrigo Eurípedes da Silveira, A. D. B. E. S. Bongiolo, I. F. R. Figueira","doi":"10.5380/geo.v79i0.77900","DOIUrl":"https://doi.org/10.5380/geo.v79i0.77900","url":null,"abstract":"O presente trabalho expõe uma metodologia de análise de dados de monitoramento de deformações de uma encosta natural atravessada por um duto pertencente a PETROBRAS, a partir de sensores distribuídos de fibra óptica. A encosta em questão localiza-se na Serra do Mar, município de Morretes (PR), distante a 40 km da cidade de Curitiba (PR) sob as posições geográficas UTM (716.332E - 7.172.000N) e (720.000E - 7.173.000N). Devido a uma ruptura na encosta, o duto sofreu esforços de tração rompendo em fevereiro de 2001. Tal ocorrência resultou no vazamento de aproximadamente 145 m³ de óleo diesel no meio ambiente. Em agosto de 2014 os institutos Lactec procederam com a instalação de sensores distribuídos de fibra óptica na encosta para o monitoramento de movimentos de massa. Essas atividades foram desenvolvidas no contexto de um P&D em parceria com a PETROBRAS/CENPES. Os dados obtidos através dos sensores distribuídos de fibra óptica correspondem a dados de deformação e temperatura, os quais permitem verificar possíveis deslocamentos que podem resultar em movimentos de massa. Os dados foram coletados no período entre janeiro de 2015 a maio de 2016 com um interrogador DTSS e tratados pelos softwares MatLab, Excel e Surfer. Em janeiro de 2015 foram realizados ajustes nos sensores ópticos, a fim de melhorar a qualidade do sinal, resultando em uma campanha de leituras de referência para as análises posteriores, denominada 7ª campanha. Os dados coletados nas campanhas de monitoramento a partir da 7ª campanha até a 12ª campanha, realizada em maio de 2016, indicaram que a encosta apresentou deformações na ordem de 784 µɛ a -515 µɛ. Sendo que os valores de deformação registrados foram relativamente baixos e a metodologia de análise dos dados de deformação obtidos encontrava-se ainda em fase experimental, não foi possível afirmar que as deformações registradas correspondessem a possíveis deslocamentos na encosta. Portanto, na continuidade destes trabalhos, a metodologia aqui apresentada pode gerar mais informações ao longo do seu desenvolvimento, possibilitando uma correlação mais precisa entre deformação e deslocamento.","PeriodicalId":41628,"journal":{"name":"Boletim Paranaense de Geociencias","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.2,"publicationDate":"2021-12-21","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"49440052","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Carla Medeiros Solidade dos Santos, João Marcelo Pais de Rezende, Luiza Corral Martins de Oliveira Ponciano
Coleções geopaleontológicas são os principais representantes do chamado Patrimônio Geológico ex situ. Com a degradação de afloramentos fossilíferos e sua consequente perda de informações, como ocorre na Formação Pimenteira, as coleções se tornam providenciais para a continuidade das pesquisas. Assim, foi feito um resgate do conteúdo ex situ da Formação Pimenteira, resultando em ao menos 54 fontes bibliográficas e 1.639 números de tombo, distribuídos entre quatro coleções visitadas e cinco analisadas por bibliografia. Foram contabilizados 1.871 espécimes, distribuídos em sete grupos invertebrados, três vertebrados, dois vegetais e icnofósseis. Foram exemplificadas também interrelações entre os materiais que compõe o Patrimônio Geológico ex situ.
{"title":"GEOCONSERVAÇÃO DA FORMAÇÃO PIMENTEIRA (DEVONIANO, NE BRASIL) POR MEIO DE COLEÇÕES PALEONTOLÓGICAS: A RELEVÂNCIA DO PATRIMÔNIO GEOLÓGICO EX SITU","authors":"Carla Medeiros Solidade dos Santos, João Marcelo Pais de Rezende, Luiza Corral Martins de Oliveira Ponciano","doi":"10.5380/geo.v79i0.80285","DOIUrl":"https://doi.org/10.5380/geo.v79i0.80285","url":null,"abstract":"Coleções geopaleontológicas são os principais representantes do chamado Patrimônio Geológico ex situ. Com a degradação de afloramentos fossilíferos e sua consequente perda de informações, como ocorre na Formação Pimenteira, as coleções se tornam providenciais para a continuidade das pesquisas. Assim, foi feito um resgate do conteúdo ex situ da Formação Pimenteira, resultando em ao menos 54 fontes bibliográficas e 1.639 números de tombo, distribuídos entre quatro coleções visitadas e cinco analisadas por bibliografia. Foram contabilizados 1.871 espécimes, distribuídos em sete grupos invertebrados, três vertebrados, dois vegetais e icnofósseis. Foram exemplificadas também interrelações entre os materiais que compõe o Patrimônio Geológico ex situ.","PeriodicalId":41628,"journal":{"name":"Boletim Paranaense de Geociencias","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.2,"publicationDate":"2021-12-21","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"49389120","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"Editorial: Registros geológicos da era glacial neopaleozoica no estado do Paraná e demais regiões do sul do Brasil: introdução ao volume temático","authors":"F. Vesely","doi":"10.5380/geo.v78i0.82348","DOIUrl":"https://doi.org/10.5380/geo.v78i0.82348","url":null,"abstract":"<jats:p>Não há</jats:p>","PeriodicalId":41628,"journal":{"name":"Boletim Paranaense de Geociencias","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.2,"publicationDate":"2021-09-10","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"42815145","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Mérolyn Camila Naves de Lima Rodrigues, B. Trzaskos, Fernando Farias Vesely, T. Mottin
Depósitos de transporte em massa (mass-transport deposits - MTDs) resultam de importantes processos de remobilização gravitacional e ressedimentação em ambiente subaquático. Esses depósitos são recorrentes ao longo da seção estratigráfica do Grupo Itararé, na Bacia do Paraná. Portanto, são considerados importantes elementos deposicionais para compreender a evolução tectonoestratigráfica da bacia durante a deposição dessa unidade estratigráfica. A deformação é uma característica importante desses depósitos e resulta do transporte talude abaixo de sedimentos pouco ou não-litificados. Os MTDs do Grupo Itararé apresentam diferentes estruturas, tais como dobras, falhas, boudins, feições de cisalhamento, injetitos, entre outras. O estudo dessas estruturas pode fornecer informações importantes sobre evolução desses depósitos e a sua relação com os demais depósitos que compõem o Grupo Itararé. Além disso, a compreensão da anisotropia desses depósitos pode auxiliar em estudos sobre seu impacto em sistemas petrolíferos. No presente artigo, as estruturas descritas em MTDs do Grupo Itararé foram agrupadas em quatro diferentes estilos estruturais de deformação, que incluem: compressivo, distensivo, cisalhante e de liquefação/fluidificação/injeção. A diversidade de estilos estruturais parece resultar de diferentes fatores associados a relação espacial e temporal de formação das estruturas, incluindo mudanças de reologia.
{"title":"Diversidade de estilos estruturais em depósitos de transporte em massa","authors":"Mérolyn Camila Naves de Lima Rodrigues, B. Trzaskos, Fernando Farias Vesely, T. Mottin","doi":"10.5380/geo.v78i0.79402","DOIUrl":"https://doi.org/10.5380/geo.v78i0.79402","url":null,"abstract":"Depósitos de transporte em massa (mass-transport deposits - MTDs) resultam de importantes processos de remobilização gravitacional e ressedimentação em ambiente subaquático. Esses depósitos são recorrentes ao longo da seção estratigráfica do Grupo Itararé, na Bacia do Paraná. Portanto, são considerados importantes elementos deposicionais para compreender a evolução tectonoestratigráfica da bacia durante a deposição dessa unidade estratigráfica. A deformação é uma característica importante desses depósitos e resulta do transporte talude abaixo de sedimentos pouco ou não-litificados. Os MTDs do Grupo Itararé apresentam diferentes estruturas, tais como dobras, falhas, boudins, feições de cisalhamento, injetitos, entre outras. O estudo dessas estruturas pode fornecer informações importantes sobre evolução desses depósitos e a sua relação com os demais depósitos que compõem o Grupo Itararé. Além disso, a compreensão da anisotropia desses depósitos pode auxiliar em estudos sobre seu impacto em sistemas petrolíferos. No presente artigo, as estruturas descritas em MTDs do Grupo Itararé foram agrupadas em quatro diferentes estilos estruturais de deformação, que incluem: compressivo, distensivo, cisalhante e de liquefação/fluidificação/injeção. A diversidade de estilos estruturais parece resultar de diferentes fatores associados a relação espacial e temporal de formação das estruturas, incluindo mudanças de reologia.","PeriodicalId":41628,"journal":{"name":"Boletim Paranaense de Geociencias","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.2,"publicationDate":"2021-09-10","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"46097945","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
A Era Glacial Neopaleozoica e a transição completa para condições pós-glaciais são considerados eventos climáticos únicos na história geológica. O principal registro de tais eventos está nas bacias sedimentares gondwânicas, que sugerem uma glaciação dinâmica marcada por repetidos períodos glaciais e interglaciais. A Bacia do Paraná abriga o registro mais espesso e geograficamente extenso da glaciação, referido como Grupo Itararé. Este trabalho pretende analisar o registro da última influência das geleiras neopaleozoicas no norte da Bacia do Paraná e a natureza da transição para os estratos pós-glaciais da Formação Rio Bonito. A região de Ibaiti, no nordeste do Paraná, foi escolhida como área de estudo por conter uma das maiores espessuras da Formação Taciba na bacia e por necessitar de estudos de maior detalhe, capazes de refinar a estratigrafia e história deposicional. Para tal, foram empregados métodos sedimentológicos (levantamento de fácies, associações de fácies, perfis estratigráficos verticais) e mapeamento geológico. Ademais, foram traçadas correlações estratigráficas entre perfis de afloramento e perfis de raios-gama de poços profundos. A Formação Taciba apresenta espessuras de cerca de 150 m e foi subdividida em três unidades genéticas mapeáveis: 1) depósitos proglaciais, dispostos em um padrão de granodecrescência ascendente e que incluem conglomerados, arenitos, diamictitos e lamitos; 2) depósitos deltaicos, compreendendo ritmitos, heterolitos e arenitos empilhados em um padrão de granocrescência ascendente; e 3) depósitos glácio-marinhos ressedimentados, englobando diamictitos que definem um padrão granocrescente ascendente. Afinidade glacial nas unidades 1 e 3, e decréscimo/ausência de evidência glacial na unidade 2 sugerem dois episódios distintos de avanço glacial, separados por uma fase interglacial. As tendências deposicionais definidas em superfície prolongam-se por centenas de quilômetros bacia adentro. A passagem glacial-pós-glacial no norte da bacia é abrupta, definida por uma superfície erosiva associada à formação de paleossolo e vales incisos no topo da unidade 3.
{"title":"Formação Taciba: última manifestação glacial no Paraná","authors":"T. Mottin, F. Vesely","doi":"10.5380/geo.v78i0.79352","DOIUrl":"https://doi.org/10.5380/geo.v78i0.79352","url":null,"abstract":"A Era Glacial Neopaleozoica e a transição completa para condições pós-glaciais são considerados eventos climáticos únicos na história geológica. O principal registro de tais eventos está nas bacias sedimentares gondwânicas, que sugerem uma glaciação dinâmica marcada por repetidos períodos glaciais e interglaciais. A Bacia do Paraná abriga o registro mais espesso e geograficamente extenso da glaciação, referido como Grupo Itararé. Este trabalho pretende analisar o registro da última influência das geleiras neopaleozoicas no norte da Bacia do Paraná e a natureza da transição para os estratos pós-glaciais da Formação Rio Bonito. A região de Ibaiti, no nordeste do Paraná, foi escolhida como área de estudo por conter uma das maiores espessuras da Formação Taciba na bacia e por necessitar de estudos de maior detalhe, capazes de refinar a estratigrafia e história deposicional. Para tal, foram empregados métodos sedimentológicos (levantamento de fácies, associações de fácies, perfis estratigráficos verticais) e mapeamento geológico. Ademais, foram traçadas correlações estratigráficas entre perfis de afloramento e perfis de raios-gama de poços profundos. A Formação Taciba apresenta espessuras de cerca de 150 m e foi subdividida em três unidades genéticas mapeáveis: 1) depósitos proglaciais, dispostos em um padrão de granodecrescência ascendente e que incluem conglomerados, arenitos, diamictitos e lamitos; 2) depósitos deltaicos, compreendendo ritmitos, heterolitos e arenitos empilhados em um padrão de granocrescência ascendente; e 3) depósitos glácio-marinhos ressedimentados, englobando diamictitos que definem um padrão granocrescente ascendente. Afinidade glacial nas unidades 1 e 3, e decréscimo/ausência de evidência glacial na unidade 2 sugerem dois episódios distintos de avanço glacial, separados por uma fase interglacial. As tendências deposicionais definidas em superfície prolongam-se por centenas de quilômetros bacia adentro. A passagem glacial-pós-glacial no norte da bacia é abrupta, definida por uma superfície erosiva associada à formação de paleossolo e vales incisos no topo da unidade 3.","PeriodicalId":41628,"journal":{"name":"Boletim Paranaense de Geociencias","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.2,"publicationDate":"2021-09-10","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"42671954","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
E.L.M. da Rosa, F. Vesely, J. Isbell, Nicholas D. Fedorchuk
A Era Glacial Neopaleozoica (362 a 256 Ma) deixou um registro nas bacias sedimentares Gondwânicas na forma de depósitos e feições erosivas glaciogênicas. A glaciação é registrada na Bacia do Paraná nos estratos do Grupo Itararé e em sua discordância basal caracterizada por diversas estruturas erosivas. Estruturas erosivas, como superfícies estriadas, e diamictitos são amplamente empregados tanto na caracterização de aspectos paleoglaciológicos como na definição do paleofluxo de geleiras e suas áreas-fontes. Entretanto, superfícies estriadas também são geradas por quilhas de icebergs, assim como diamictitos são gerados por outros processos não-glaciais. No sul do Brasil, o avanço das geleiras carboníferas esculpiu diferentes feições sobre o embasamento do Grupo Itararé, sendo interpretadas como produto de diferentes cenários de glaciação. No Paraná, geleiras não confinadas e de base plana avançaram predominantemente sobre arenitos devonianos da Formação Furnas. Em Santa Catarina, o avanço de geleiras sobre terrenos ígneos e metamórficos resultou em uma discordância de topografia muito irregular que sugere a presença de corredores de gelo. No Rio Grande do Sul, uma série de paleovales glaciais são interpretados como o produto da ação glacial sobre o escudo riograndense. Entretanto, há controvérsia sobre o controle tectônico versus glacial na geração destes paleovales. O estudo detalhado da ação glacial vem refinando o entendimento sobre a complexa glaciação que ocorreu no sul do Brasil durante o Carbonífero.
{"title":"As geleiras carboníferas no sul do Brasil","authors":"E.L.M. da Rosa, F. Vesely, J. Isbell, Nicholas D. Fedorchuk","doi":"10.5380/geo.v78i0.78669","DOIUrl":"https://doi.org/10.5380/geo.v78i0.78669","url":null,"abstract":"A Era Glacial Neopaleozoica (362 a 256 Ma) deixou um registro nas bacias sedimentares Gondwânicas na forma de depósitos e feições erosivas glaciogênicas. A glaciação é registrada na Bacia do Paraná nos estratos do Grupo Itararé e em sua discordância basal caracterizada por diversas estruturas erosivas. Estruturas erosivas, como superfícies estriadas, e diamictitos são amplamente empregados tanto na caracterização de aspectos paleoglaciológicos como na definição do paleofluxo de geleiras e suas áreas-fontes. Entretanto, superfícies estriadas também são geradas por quilhas de icebergs, assim como diamictitos são gerados por outros processos não-glaciais. No sul do Brasil, o avanço das geleiras carboníferas esculpiu diferentes feições sobre o embasamento do Grupo Itararé, sendo interpretadas como produto de diferentes cenários de glaciação. No Paraná, geleiras não confinadas e de base plana avançaram predominantemente sobre arenitos devonianos da Formação Furnas. Em Santa Catarina, o avanço de geleiras sobre terrenos ígneos e metamórficos resultou em uma discordância de topografia muito irregular que sugere a presença de corredores de gelo. No Rio Grande do Sul, uma série de paleovales glaciais são interpretados como o produto da ação glacial sobre o escudo riograndense. Entretanto, há controvérsia sobre o controle tectônico versus glacial na geração destes paleovales. O estudo detalhado da ação glacial vem refinando o entendimento sobre a complexa glaciação que ocorreu no sul do Brasil durante o Carbonífero.","PeriodicalId":41628,"journal":{"name":"Boletim Paranaense de Geociencias","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.2,"publicationDate":"2021-09-10","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"46462672","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
F. Vesely, Ronaldo Paulo Kraft, Tiago Rossoni Mattos, Danielle Cristina Buzatto Schemiko, Fábio Berton, Letícia Betezek Monteiro, Hugo Seiti Yamassaki
No sul do Paraná e boa parte do estado de Santa Catarina aflora uma sucessão de arenitos e ritmitos de idade eopermiana, cuja gênese está relacionada à ação de correntes de turbidez. Esses depósitos foram identificados por Salamuni e colaboradores em 1966, sendo assim os primeiros turbiditos descritos no Brasil. No entanto, esse trabalho pioneiro tem sido esquecido na literatura geológica brasileira. O intervalo turbidítico situa-se no Membro Rio Segredo da Formação Taciba, terço superior do Grupo Itararé, Bacia do Paraná. As fácies incluem desde turbiditos delgados em camadas centimétricas de arenito muito fino que grada para folhelho até camadas mais espessas, até mesmo métricas, de arenitos tabulares, frequentemente amalgamados. Estruturas de sobrecarga, marcas basais de arraste e impacto de detritos, turboglifos, aspecto dominantemente maciço, feições de escape de fluidos, estrados gradados e deformação plástica penecontemporânea formam conjunto de evidências que corrobora a atividade de fluxos gravitacionais. Além disso, a associação repousa sobre o folhelho Lontras, cujas fácies, atributos geoquímicos e conteúdo fossilífero indicam deposição em ambiente marinho restrito, de baixa oxigenação e relativamente profundo. A sucessão acima dos turbiditos registra ainda a progradação de taludes deltaicos suscetíveis a escorregamentos, que culminam com sedimentação fluvial e costeira já pertencente à Formação Rio Bonito. As relações estratigráficas permitem concluir que os turbiditos compõem um complexo com no mínimo 220 km de extensão lateral, desenvolvido durante a progradação de deltas que preencheram a bacia após seu máximo afogamento causado pela deglaciação do final do Pensilvaniano. Em subsuperfície, os arenitos turbidíticos são potenciais reservatórios para hidrocarboneto gerado em folhelhos do Devoniano da Bacia do Paraná. Podem ainda constituir bons análogos de afloramento para reservatórios turbidíticos inseridos em cunhas progradacionais de outras bacias.
{"title":"Os primeiros turbiditos do Brasil","authors":"F. Vesely, Ronaldo Paulo Kraft, Tiago Rossoni Mattos, Danielle Cristina Buzatto Schemiko, Fábio Berton, Letícia Betezek Monteiro, Hugo Seiti Yamassaki","doi":"10.5380/geo.v78i0.79539","DOIUrl":"https://doi.org/10.5380/geo.v78i0.79539","url":null,"abstract":"No sul do Paraná e boa parte do estado de Santa Catarina aflora uma sucessão de arenitos e ritmitos de idade eopermiana, cuja gênese está relacionada à ação de correntes de turbidez. Esses depósitos foram identificados por Salamuni e colaboradores em 1966, sendo assim os primeiros turbiditos descritos no Brasil. No entanto, esse trabalho pioneiro tem sido esquecido na literatura geológica brasileira. O intervalo turbidítico situa-se no Membro Rio Segredo da Formação Taciba, terço superior do Grupo Itararé, Bacia do Paraná. As fácies incluem desde turbiditos delgados em camadas centimétricas de arenito muito fino que grada para folhelho até camadas mais espessas, até mesmo métricas, de arenitos tabulares, frequentemente amalgamados. Estruturas de sobrecarga, marcas basais de arraste e impacto de detritos, turboglifos, aspecto dominantemente maciço, feições de escape de fluidos, estrados gradados e deformação plástica penecontemporânea formam conjunto de evidências que corrobora a atividade de fluxos gravitacionais. Além disso, a associação repousa sobre o folhelho Lontras, cujas fácies, atributos geoquímicos e conteúdo fossilífero indicam deposição em ambiente marinho restrito, de baixa oxigenação e relativamente profundo. A sucessão acima dos turbiditos registra ainda a progradação de taludes deltaicos suscetíveis a escorregamentos, que culminam com sedimentação fluvial e costeira já pertencente à Formação Rio Bonito. As relações estratigráficas permitem concluir que os turbiditos compõem um complexo com no mínimo 220 km de extensão lateral, desenvolvido durante a progradação de deltas que preencheram a bacia após seu máximo afogamento causado pela deglaciação do final do Pensilvaniano. Em subsuperfície, os arenitos turbidíticos são potenciais reservatórios para hidrocarboneto gerado em folhelhos do Devoniano da Bacia do Paraná. Podem ainda constituir bons análogos de afloramento para reservatórios turbidíticos inseridos em cunhas progradacionais de outras bacias.","PeriodicalId":41628,"journal":{"name":"Boletim Paranaense de Geociencias","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.2,"publicationDate":"2021-09-10","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"48034405","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Aurora Machado Garcia, B. Trzaskos, F. Vesely, Eduardo Menozzo da Rosa, John Isbell
A Era Glacial Neopaleozoica (LPIA – Late Paleozoic Ice Age) é representada na Bacia do Paraná pelo Grupo Itararé, cujos estratos fornecem um registro glacial dominado por sucessões glácio-marinhas e raros intervalos deformados por geleiras. Depósitos glaciotectonizados possuem macroestruturas como dobras, falhas e zonas de cisalhamento geradas sob ou na margem da geleira, formados quando a margem glacial avança sobre os sedimentos. Poucos estudos existem em estruturas microscópicas glaciotectônicas em estratos pré-Cenozoicos. Este estudo tem como objetivo utilizar as microestruturas como ferramenta auxiliar na interpretação de depósitos sedimentares deformados em contexto glacial. Os resultados são utilizados para avaliar criticamente a aplicabilidade da micromorfologia no registro glacial pré-pleistocênico e como essas estruturas podem ser modificadas ao longo do tempo em resposta à litificação e à diagênese. O estudo combina dados de campo com a análise micromorfológica e microestrutural detalhada de 18 lâminas petrográficas de rochas coletadas na porção basal do Grupo Itararé no município de Balsa Nova. As amostras laminadas foram coletadas em litotipos diferentes, incluindo diamictitos, arenitos e lamitos, deformados por glaciotectonismo. As microestruturas encontradas incluem uniastrial e skelsepic plasmic fabrics, foliações tipo SC, plasma bandado, estruturas rotacionais, grain turbates,alinhamento de grãos, microzonas e microplanos de cisalhamento, clastos cisalhados, falhas, dobras, ‘boudins’, estruturas de escape de fluidos e intraclastos. Em fácies bem selecionadas, com pouca ou nenhuma matriz, ocorrem também estruturas tipicamente relacionadas à compactação e diagênese, como grãos fraturados, redução da porosidade primária, contatos suturados e estilolitos. Os resultados mostram grande variedade de assembleias possíveis para as microestruturas, não necessariamente relacionáveis com a posição dos sedimentos em relação ao gelo no momento da deformação. Além disso, a porcentagem de matriz na amostra desempenha papel fundamental na preservação de estruturas primárias e feições de deformação em sedimentos. Fácies com pouca matriz sofrem grandes mudanças texturais devido à diagênese, que podem se sobrepor ou obliterar completamente as microestruturas glaciais.
{"title":"Rochas glaciais sob o microscópio: microtexturas e microestruturas em fácies do Grupo Itararé","authors":"Aurora Machado Garcia, B. Trzaskos, F. Vesely, Eduardo Menozzo da Rosa, John Isbell","doi":"10.5380/geo.v78i0.80090","DOIUrl":"https://doi.org/10.5380/geo.v78i0.80090","url":null,"abstract":"A Era Glacial Neopaleozoica (LPIA – Late Paleozoic Ice Age) é representada na Bacia do Paraná pelo Grupo Itararé, cujos estratos fornecem um registro glacial dominado por sucessões glácio-marinhas e raros intervalos deformados por geleiras. Depósitos glaciotectonizados possuem macroestruturas como dobras, falhas e zonas de cisalhamento geradas sob ou na margem da geleira, formados quando a margem glacial avança sobre os sedimentos. Poucos estudos existem em estruturas microscópicas glaciotectônicas em estratos pré-Cenozoicos. Este estudo tem como objetivo utilizar as microestruturas como ferramenta auxiliar na interpretação de depósitos sedimentares deformados em contexto glacial. Os resultados são utilizados para avaliar criticamente a aplicabilidade da micromorfologia no registro glacial pré-pleistocênico e como essas estruturas podem ser modificadas ao longo do tempo em resposta à litificação e à diagênese. O estudo combina dados de campo com a análise micromorfológica e microestrutural detalhada de 18 lâminas petrográficas de rochas coletadas na porção basal do Grupo Itararé no município de Balsa Nova. As amostras laminadas foram coletadas em litotipos diferentes, incluindo diamictitos, arenitos e lamitos, deformados por glaciotectonismo. As microestruturas encontradas incluem uniastrial e skelsepic plasmic fabrics, foliações tipo SC, plasma bandado, estruturas rotacionais, grain turbates,alinhamento de grãos, microzonas e microplanos de cisalhamento, clastos cisalhados, falhas, dobras, ‘boudins’, estruturas de escape de fluidos e intraclastos. Em fácies bem selecionadas, com pouca ou nenhuma matriz, ocorrem também estruturas tipicamente relacionadas à compactação e diagênese, como grãos fraturados, redução da porosidade primária, contatos suturados e estilolitos. Os resultados mostram grande variedade de assembleias possíveis para as microestruturas, não necessariamente relacionáveis com a posição dos sedimentos em relação ao gelo no momento da deformação. Além disso, a porcentagem de matriz na amostra desempenha papel fundamental na preservação de estruturas primárias e feições de deformação em sedimentos. Fácies com pouca matriz sofrem grandes mudanças texturais devido à diagênese, que podem se sobrepor ou obliterar completamente as microestruturas glaciais.","PeriodicalId":41628,"journal":{"name":"Boletim Paranaense de Geociencias","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.2,"publicationDate":"2021-09-10","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"46101915","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
F. Vesely, D. Delgado, André Luís Spisila, Mariane Brumatti
O Grupo Itararé consiste em um espesso conjunto de rochas permocarboníferas aflorantes por uma área de cerca de 15 mil km2 no Segundo Planalto Paranaense. A unidade foi objeto de subdivisão estratigráfica em subsuperfície e na faixa aflorante do estado de Santa Catarina. Contudo, na faixa de afloramentos do estado do Paraná a unidade é tratada como indivisa apesar da sua grande heterogeneidade litológica. Visando preencher essa lacuna de conhecimento, o presente trabalho apresenta a subdivisão do Grupo Itararé e sua cartografia na escala 1:600.000 em toda a faixa de afloramentos no estado do Paraná. Quatro formações, três membros e cinco unidades informais foram individualizadas e mapeadas. A Formação Lagoa Azul é a mais antiga, constitui-se de depósitos glaciais continentais e repousa sobre o substrato pré-Itararé, onde são comuns formas erosivas produzidas pelo gelo. Acima da anterior repousa a Formação Campo do Tenente, que inclui o arenito Vila Velha e fácies de folhelho, ritmito e diamictito formadas em ambiente aquático de água salobra com influência glacial. A Formação Campo Mourão repousa em discordância sobre as unidades subjacentes, é dominantemente arenosa e inclui unidades areníticas informais tais como os arenitos Lapa, Pedra Alta e Barreiro. A influência glacial nessa formação é sutil e sua deposição ocorreu em ambientes desde fluviais até marinhos. A Formação Taciba, unidade mais jovem, é composta pelos membros Rio Segredo, Chapéu do Sol e Rio do Sul que, respectivamente, são caracterizados pelo predomínio de arenito, diamictito e fácies heterolíticas. A sedimentação dessa unidade registra ambientes glacio-marinhos rasos e profundos. As relações estratigráficas observadas em campo aliadas a dados bioestratigráficos e geocronológicos de trabalhos anteriores permitem posicionar o Grupo Itararé entre o Viseano e o Sakmariano, totalizando amplitude temporal de 43 Ma.
Itararé群由一组厚的含碳透碳岩石组成,这些岩石在第二帕拉纳恩塞高原的面积约为15000平方公里。该单元是圣卡塔琳娜州地下和露头带地层细分的对象。然而,在巴拉那州的露头范围内,尽管岩性不均匀,但该单元被视为不可分割。为了填补这一知识空白,本工作介绍了伊塔拉雷群的细分及其在巴拉那州整个露头范围内按1:600000的比例绘制的地图。四个队形、三个成员和五个非正式单位进行了个别化和规划。Lagoa Azul组是最古老的,由大陆冰川沉积物组成,位于前Itararé基底上,在那里冰产生的侵蚀形式很常见。在前一层之上是Campo do Tenente组,该组包括Vila Velha砂岩和页岩相、韵律相和脆粒岩相,形成于受冰川影响的微咸水水生环境中。Campo Mourão组在下伏单元上存在分歧,主要为砂质,包括Lapa、Pedra Alta和Barreiro砂岩等非正式砂岩单元。该地层中的冰川影响是微妙的,其沉积发生在从河流到海洋的环境中。Taciba组是一个较年轻的单元,分别由Rio Segredo、Chapéu do Sol和Rio do Sul组成,其特征是以砂岩、金刚石和杂溶相为主。该单元的沉积记录了浅层和深层冰川海洋环境。在野外观察到的地层关系,结合先前研究的生物地层学和地质年代数据,可以将Itararé群定位在Viseano和Sakmariano之间,总时间振幅为43Ma。
{"title":"Divisão litoestratigráfica do Grupo Itararé no estado do Paraná","authors":"F. Vesely, D. Delgado, André Luís Spisila, Mariane Brumatti","doi":"10.5380/geo.v78i0.80754","DOIUrl":"https://doi.org/10.5380/geo.v78i0.80754","url":null,"abstract":"O Grupo Itararé consiste em um espesso conjunto de rochas permocarboníferas aflorantes por uma área de cerca de 15 mil km2 no Segundo Planalto Paranaense. A unidade foi objeto de subdivisão estratigráfica em subsuperfície e na faixa aflorante do estado de Santa Catarina. Contudo, na faixa de afloramentos do estado do Paraná a unidade é tratada como indivisa apesar da sua grande heterogeneidade litológica. Visando preencher essa lacuna de conhecimento, o presente trabalho apresenta a subdivisão do Grupo Itararé e sua cartografia na escala 1:600.000 em toda a faixa de afloramentos no estado do Paraná. Quatro formações, três membros e cinco unidades informais foram individualizadas e mapeadas. A Formação Lagoa Azul é a mais antiga, constitui-se de depósitos glaciais continentais e repousa sobre o substrato pré-Itararé, onde são comuns formas erosivas produzidas pelo gelo. Acima da anterior repousa a Formação Campo do Tenente, que inclui o arenito Vila Velha e fácies de folhelho, ritmito e diamictito formadas em ambiente aquático de água salobra com influência glacial. A Formação Campo Mourão repousa em discordância sobre as unidades subjacentes, é dominantemente arenosa e inclui unidades areníticas informais tais como os arenitos Lapa, Pedra Alta e Barreiro. A influência glacial nessa formação é sutil e sua deposição ocorreu em ambientes desde fluviais até marinhos. A Formação Taciba, unidade mais jovem, é composta pelos membros Rio Segredo, Chapéu do Sol e Rio do Sul que, respectivamente, são caracterizados pelo predomínio de arenito, diamictito e fácies heterolíticas. A sedimentação dessa unidade registra ambientes glacio-marinhos rasos e profundos. As relações estratigráficas observadas em campo aliadas a dados bioestratigráficos e geocronológicos de trabalhos anteriores permitem posicionar o Grupo Itararé entre o Viseano e o Sakmariano, totalizando amplitude temporal de 43 Ma.","PeriodicalId":41628,"journal":{"name":"Boletim Paranaense de Geociencias","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.2,"publicationDate":"2021-09-10","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"49031260","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}