W. Padilha, Fernando Rodrigo Farias, Carlos José Espíndola
A partir dos anos 1950, acompanhando e integrando-se ao desenvolvimento do capitalismo industrial brasileiro, o cooperativismo agropecuário da Região Sul manifestou acelerado crescimento socioeconômico e espacial, tendo no Rio Grande do Sul o centro mais dinâmico das cooperativas regionais. Nos anos 1980, em meio à crise política e econômica brasileira, as cooperativas adotaram estratégias de reestruturação produtiva e administrativa, impulsionando os complexos agroindustriais cooperativos, principalmente no Paraná e Santa Catarina, que se tornaram o centro dinâmico do setor no Sul, com a presença das maiores cooperativas agropecuárias que, nos anos 2000, se consolidaram como as maiores empresas do agronegócio nacional. O objetivo do artigo é analisar o processo de formação e evolução dos complexos agroindustriais do cooperativismo agropecuário na Região Sul do Brasil, entre 1950 e 1970, e seu movimento de adaptação e superação da crise no pós-1980.
{"title":"A DINÂMICA DA FORMAÇÃO DE GRANDES COMPLEXOS AGROINDUSTRIAIS COOPERATIVOS DO SUL DO BRASIL: DA DÉCADA DE 1950 AOS ANOS 2000","authors":"W. Padilha, Fernando Rodrigo Farias, Carlos José Espíndola","doi":"10.33026/peg.v22i2.8564","DOIUrl":"https://doi.org/10.33026/peg.v22i2.8564","url":null,"abstract":"A partir dos anos 1950, acompanhando e integrando-se ao desenvolvimento do capitalismo industrial brasileiro, o cooperativismo agropecuário da Região Sul manifestou acelerado crescimento socioeconômico e espacial, tendo no Rio Grande do Sul o centro mais dinâmico das cooperativas regionais. Nos anos 1980, em meio à crise política e econômica brasileira, as cooperativas adotaram estratégias de reestruturação produtiva e administrativa, impulsionando os complexos agroindustriais cooperativos, principalmente no Paraná e Santa Catarina, que se tornaram o centro dinâmico do setor no Sul, com a presença das maiores cooperativas agropecuárias que, nos anos 2000, se consolidaram como as maiores empresas do agronegócio nacional. O objetivo do artigo é analisar o processo de formação e evolução dos complexos agroindustriais do cooperativismo agropecuário na Região Sul do Brasil, entre 1950 e 1970, e seu movimento de adaptação e superação da crise no pós-1980.","PeriodicalId":420888,"journal":{"name":"PEGADA - A Revista da Geografia do Trabalho","volume":"1999 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-10-26","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"128253337","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
O artigo investiga mudanças organizacionais e de normas técnicas na cadeia produtiva leiteira de São Francisco do Brejão, Maranhão, que afetam os pequenos produtores, especialmente pela concentração do beneficiamento para contemplar certificação sanitária e pelo aumento do custo relativo de produção, alavancando o avanço dos maiores grupos em detrimento dos pequenos produtores. A pesquisa utiliza indicadores do agronegócio e, para investigar a situação concreta dos produtores, se vale de diário de campo no qual foram registrados diálogos e interpelações. Conclui que a permanência dos pequenos produtores exige atuação coordenada e interação com instituições de ensino e pesquisa, objetivando aquisição dos requisitos necessários à certificação sanitária e a implementação de políticas de fomento econômico solidárias e referenciadas pelo ideário cooperativista.
{"title":"REESTRUTURAÇÕES NA CADEIA PRODUTIVA LEITEIRA DE SÃO FRANCISCO DO BREJÃO/MA: DESAFIOS PARA ORGANIZAÇÃO DO COOPERATIVISMO DE PEQUENOS PRODUTORES RURAIS","authors":"Juliana Sousa, R. Leher","doi":"10.33026/peg.v22i2.8573","DOIUrl":"https://doi.org/10.33026/peg.v22i2.8573","url":null,"abstract":"O artigo investiga mudanças organizacionais e de normas técnicas na cadeia produtiva leiteira de São Francisco do Brejão, Maranhão, que afetam os pequenos produtores, especialmente pela concentração do beneficiamento para contemplar certificação sanitária e pelo aumento do custo relativo de produção, alavancando o avanço dos maiores grupos em detrimento dos pequenos produtores. A pesquisa utiliza indicadores do agronegócio e, para investigar a situação concreta dos produtores, se vale de diário de campo no qual foram registrados diálogos e interpelações. Conclui que a permanência dos pequenos produtores exige atuação coordenada e interação com instituições de ensino e pesquisa, objetivando aquisição dos requisitos necessários à certificação sanitária e a implementação de políticas de fomento econômico solidárias e referenciadas pelo ideário cooperativista.","PeriodicalId":420888,"journal":{"name":"PEGADA - A Revista da Geografia do Trabalho","volume":"7 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-10-26","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"127689336","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
A organização cooperativa é uma alternativa de luta e resistência dos(as) trabalhadores(as) à competição capitalista, que conforma sujeitos egoístas e isolados. Para superar essa condição, movimentos camponeses organizados estimulam a cooperação agrícola em assentamentos. Essas experiências encontram dificuldades para conciliar interesses individuais e coletivos. O objetivo deste artigo é propor uma explicação dessas dificuldades, contribuindo para uma estratégia de desenvolvimento da cooperação por meio de coletivos de produção. Para essa reflexão analisamos a concepção e uso das regras de trabalho pelos(as) assentados(as) do PDS Osvaldo de Oliveira, em diálogo com a teoria chayanoviana sobre as cooperativas camponesas e com as clínicas do trabalho (ergologia, psicodinâmica do trabalho e clínica da atividade). Discutimos a cooperação como um processo de aprendizado que avança e retrai dependendo dos seus resultados concretos.
合作社组织是工人对抗资本主义竞争的一种斗争和抵抗的选择,资本主义竞争形成了自私和孤立的主体。为了克服这种情况,有组织的农民运动鼓励定居点的农业合作。这些经历很难调和个人利益和集体利益。本文的目的是对这些困难提出解释,为通过生产集体发展合作的战略作出贡献。在这一反思中,我们分析了Osvaldo de Oliveira的PDS定居者对工作规则的概念和使用,并与chayanoviana关于农民合作社的理论和工作诊所(工效学、工作心理动力学和活动诊所)进行了对话。我们认为合作是一个学习过程,它的进步和后退取决于具体的结果。
{"title":"A FORMAÇÃO DE COLETIVOS DE PRODUÇÃO AGROECOLÓGICA EM UM ASSENTAMENTO DE REFORMA AGRÁRIA","authors":"C. Laricchia, F. Lima","doi":"10.33026/peg.v22i2.8546","DOIUrl":"https://doi.org/10.33026/peg.v22i2.8546","url":null,"abstract":"A organização cooperativa é uma alternativa de luta e resistência dos(as) trabalhadores(as) à competição capitalista, que conforma sujeitos egoístas e isolados. Para superar essa condição, movimentos camponeses organizados estimulam a cooperação agrícola em assentamentos. Essas experiências encontram dificuldades para conciliar interesses individuais e coletivos. O objetivo deste artigo é propor uma explicação dessas dificuldades, contribuindo para uma estratégia de desenvolvimento da cooperação por meio de coletivos de produção. Para essa reflexão analisamos a concepção e uso das regras de trabalho pelos(as) assentados(as) do PDS Osvaldo de Oliveira, em diálogo com a teoria chayanoviana sobre as cooperativas camponesas e com as clínicas do trabalho (ergologia, psicodinâmica do trabalho e clínica da atividade). Discutimos a cooperação como um processo de aprendizado que avança e retrai dependendo dos seus resultados concretos.","PeriodicalId":420888,"journal":{"name":"PEGADA - A Revista da Geografia do Trabalho","volume":"42 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-10-26","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"115133241","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
R. F. Azerêdo, Fernando Rodrigo Farias, W. Padilha, Martín Bageneta, Juan José Rojas Herrera
O presente texto tem a dupla função de fazer a apresentação formal do dossiê Trabalho e Cooperativismo Rural e abordar alguns aspectos históricos, geoeconômicos e teóricos que foram julgados importantes pelos organizadores para compreensão do movimento cooperativo no meio rural latino-americano.
{"title":"ARTIGO DE APRESENTAÇÃO - TRABALHO E COOPERATIVISMO RURAL: INSERÇÕES E CONTRAPOSIÇÕES AO MODELO DE ACUMULAÇÃO CAPITALISTA","authors":"R. F. Azerêdo, Fernando Rodrigo Farias, W. Padilha, Martín Bageneta, Juan José Rojas Herrera","doi":"10.33026/peg.v22i2.9007","DOIUrl":"https://doi.org/10.33026/peg.v22i2.9007","url":null,"abstract":"O presente texto tem a dupla função de fazer a apresentação formal do dossiê Trabalho e Cooperativismo Rural e abordar alguns aspectos históricos, geoeconômicos e teóricos que foram julgados importantes pelos organizadores para compreensão do movimento cooperativo no meio rural latino-americano.","PeriodicalId":420888,"journal":{"name":"PEGADA - A Revista da Geografia do Trabalho","volume":"517 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-10-26","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"123097882","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
As últimas décadas do século XX, apresentaram alterações no perfil do trabalho a nível mundial através da ampliação do número de mulheres no mundo do trabalho, o que não resultou em melhores condições de trabalho ou na divisão equitativa das tarefas de casa. Diante disso, o presente artigo busca analisar as relações gênero-trabalho e capital-trabalho na produção canavieira sergipana, historicamente desempenhada por homens. Para isso, usamos a pesquisa bibliográfica, as entrevistas e a análise de dados secundários. Como resultado, observou-se o desenvolvimento do processo de pauperização do trabalho canavieiro, tendo os piores efeitos para as mulheres. Nesse contexto, a expulsão de uma parte das trabalhadoras é uma realidade. Para as que ficam resta a adaptação dos seus corpos ao imperativo do lucro do patrão.
{"title":"BOTA, FACÃO, CAMISOLA DE DORMIR: CAPITAL, GÊNERO E TRABALHO NO ESPAÇO CANAVIEIRO DE SERGIPE, BRASIL","authors":"Victor de Souza Cardoso, S. Shimada","doi":"10.33026/peg.v22i2.8550","DOIUrl":"https://doi.org/10.33026/peg.v22i2.8550","url":null,"abstract":"As últimas décadas do século XX, apresentaram alterações no perfil do trabalho a nível mundial através da ampliação do número de mulheres no mundo do trabalho, o que não resultou em melhores condições de trabalho ou na divisão equitativa das tarefas de casa. Diante disso, o presente artigo busca analisar as relações gênero-trabalho e capital-trabalho na produção canavieira sergipana, historicamente desempenhada por homens. Para isso, usamos a pesquisa bibliográfica, as entrevistas e a análise de dados secundários. Como resultado, observou-se o desenvolvimento do processo de pauperização do trabalho canavieiro, tendo os piores efeitos para as mulheres. Nesse contexto, a expulsão de uma parte das trabalhadoras é uma realidade. Para as que ficam resta a adaptação dos seus corpos ao imperativo do lucro do patrão. ","PeriodicalId":420888,"journal":{"name":"PEGADA - A Revista da Geografia do Trabalho","volume":"21 2 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-10-26","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"126121241","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Este artículo explora las estrategias de acción colectiva que implementa el cooperativismo yerbatero argentino ante el avance y consolidación del agronegocio como modelo de acumulación. La mirada está puesta en las particularidades del proceso de concentración y acumulación acaecidas en una región marginal y de frontera. A modo de referentes empíricos se analizan tres cooperativas del sector. La dimensión de análisis se centra en el nivel interno de estas organizaciones y en los vínculos que establecen con sus asociados, el Estado y el mercado. Se considera, además, la inserción de las cooperativas de yerba mate en la agroindustria, al tiempo que se fija la óptica en las formas solidarias (o no) que representan estas entidades para la agricultura familiar y campesina, frente a un agro cada vez más asimétrico.
{"title":"EL COOPERATIVISMO YERBATERO ARGENTINO FRENTE AL PROCESO DE CONCENTRACIÓN AGRARIA","authors":"L. Rodriguez","doi":"10.33026/peg.v22i2.8484","DOIUrl":"https://doi.org/10.33026/peg.v22i2.8484","url":null,"abstract":"Este artículo explora las estrategias de acción colectiva que implementa el cooperativismo yerbatero argentino ante el avance y consolidación del agronegocio como modelo de acumulación. La mirada está puesta en las particularidades del proceso de concentración y acumulación acaecidas en una región marginal y de frontera. A modo de referentes empíricos se analizan tres cooperativas del sector. La dimensión de análisis se centra en el nivel interno de estas organizaciones y en los vínculos que establecen con sus asociados, el Estado y el mercado. Se considera, además, la inserción de las cooperativas de yerba mate en la agroindustria, al tiempo que se fija la óptica en las formas solidarias (o no) que representan estas entidades para la agricultura familiar y campesina, frente a un agro cada vez más asimétrico.","PeriodicalId":420888,"journal":{"name":"PEGADA - A Revista da Geografia do Trabalho","volume":"66 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-10-26","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"124613605","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Dado os inúmeros desafios das empresas sociais para organizar sua estrutura de forma eficiente e viável, o presente trabalho tem por objetivo investigar as formas de remuneração do trabalho utilizadas pela Cooperativa C. Esta Cooperativa está em funcionamento desde 1993 e mobiliza seu quadro social dentro do Assentamento Coletivo Santa Maria e com outras famílias assentadas da região noroeste do Paraná. Para atingir o objetivo a pesquisa utilizou-se de pesquisa-ação, tendo como ferramentas a pesquisa participante, entrevistas e análise documental. No curso de funcionamento da Cooperativa foram visualizados cinco formatos distintos de remuneração do trabalho que utilizaram as horas trabalhadas (na sua maioria) como parâmetro de divisão. Há uma constante de organicidade e gestão coletiva dentro do empreendimento que se visualiza no processo de organização do trabalho Todos os sistemas de remuneração passaram por amplo debate no coletivo e no último período se formaram num sistema de posto de trabalho. Salienta-se os aspectos relacionados à renda não monetária disponibilizada pela cooperativa para as famílias e em outra medida o aparecimento de elementos de assalariamento do comportamento das associadas e associados trabalhadores.
{"title":"TRABALHO E RENDA: FORMATOS DE REMUNERAÇÃO EM COOPERATIVAS","authors":"Cristina Sturmer dos Santos","doi":"10.33026/peg.v22i2.8574","DOIUrl":"https://doi.org/10.33026/peg.v22i2.8574","url":null,"abstract":"Dado os inúmeros desafios das empresas sociais para organizar sua estrutura de forma eficiente e viável, o presente trabalho tem por objetivo investigar as formas de remuneração do trabalho utilizadas pela Cooperativa C. Esta Cooperativa está em funcionamento desde 1993 e mobiliza seu quadro social dentro do Assentamento Coletivo Santa Maria e com outras famílias assentadas da região noroeste do Paraná. Para atingir o objetivo a pesquisa utilizou-se de pesquisa-ação, tendo como ferramentas a pesquisa participante, entrevistas e análise documental. No curso de funcionamento da Cooperativa foram visualizados cinco formatos distintos de remuneração do trabalho que utilizaram as horas trabalhadas (na sua maioria) como parâmetro de divisão. Há uma constante de organicidade e gestão coletiva dentro do empreendimento que se visualiza no processo de organização do trabalho Todos os sistemas de remuneração passaram por amplo debate no coletivo e no último período se formaram num sistema de posto de trabalho. Salienta-se os aspectos relacionados à renda não monetária disponibilizada pela cooperativa para as famílias e em outra medida o aparecimento de elementos de assalariamento do comportamento das associadas e associados trabalhadores. ","PeriodicalId":420888,"journal":{"name":"PEGADA - A Revista da Geografia do Trabalho","volume":"19 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-10-26","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"126791808","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
T. B. Lima, Josefa De Lisboa Santos, B. A. Ribeiro
O agronegócio sustenta-se na expropriação e subordinação da terra e do trabalho. Desse modo, ao considerar os liames que o (des)envolvem, a análise objetiva entender os mecanismos de destituição da permanência de relações não-capitalistas, através da dominação de monopólios agroindustriais. O ponto de partida é o Perímetro Irrigado Piauí, no município de Lagarto, em Sergipe; em particular, as relações estabelecidas pelo Grupo Maratá, que reproduzem o ardil da subordinação na produção de pimenta. As entrevistas entremeiam-se às construções teóricas sobre a monopolização do capital, o agronegócio e suas determinações históricas e o papel político do campesinato na formação territorial do Brasil. Portanto, desvela-se o ardor da realidade dos trabalhadores e trabalhadoras como processo contraditório entre relações de produção e forças produtivas no atual contexto de crise.
{"title":"O ARDIL DO ARDOR: SUBORDINAÇÃO CAMPONESA NO AGRONEGÓCIO DA PIMENTA","authors":"T. B. Lima, Josefa De Lisboa Santos, B. A. Ribeiro","doi":"10.33026/peg.v22i2.8758","DOIUrl":"https://doi.org/10.33026/peg.v22i2.8758","url":null,"abstract":"O agronegócio sustenta-se na expropriação e subordinação da terra e do trabalho. Desse modo, ao considerar os liames que o (des)envolvem, a análise objetiva entender os mecanismos de destituição da permanência de relações não-capitalistas, através da dominação de monopólios agroindustriais. O ponto de partida é o Perímetro Irrigado Piauí, no município de Lagarto, em Sergipe; em particular, as relações estabelecidas pelo Grupo Maratá, que reproduzem o ardil da subordinação na produção de pimenta. As entrevistas entremeiam-se às construções teóricas sobre a monopolização do capital, o agronegócio e suas determinações históricas e o papel político do campesinato na formação territorial do Brasil. Portanto, desvela-se o ardor da realidade dos trabalhadores e trabalhadoras como processo contraditório entre relações de produção e forças produtivas no atual contexto de crise.","PeriodicalId":420888,"journal":{"name":"PEGADA - A Revista da Geografia do Trabalho","volume":"1 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-10-26","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"123049382","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
O presente artigo tem como objetivo analisar o cooperativismo rural a partir da década de 1970 reproduzido pela Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB). Esse modelo cooperativista diverge em muito em sua origem e ideais originais, defendemos, portanto, a tese de que essa doutrina cooperativista foi crucial na construção da “nova” hegemonia ruralista (MENDONÇA, 2010). Através da análise de documentos oficiais da OCB e da bibliografia especializada sobre o tema tentaremos empreender um panorama da dimensão política do cooperativismo. Por fim, veremos como esse tipo de cooperativismo alinhou-se com a política de extensão rural realizada pela Empresa Brasileira de Assistência Técnica e Extensão Rural (EMBRATER) que configurava-se como uma das principais políticas agrícolas nessa quadra histórica.
{"title":"COOPERATIVISMO RURAL E HEGEMONIA DO PATRONATO RURAL NO BRASIL: (1969-1990)","authors":"Pedro Cassiano Farias de Oliveira","doi":"10.33026/peg.v22i2.8553","DOIUrl":"https://doi.org/10.33026/peg.v22i2.8553","url":null,"abstract":"O presente artigo tem como objetivo analisar o cooperativismo rural a partir da década de 1970 reproduzido pela Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB). Esse modelo cooperativista diverge em muito em sua origem e ideais originais, defendemos, portanto, a tese de que essa doutrina cooperativista foi crucial na construção da “nova” hegemonia ruralista (MENDONÇA, 2010). Através da análise de documentos oficiais da OCB e da bibliografia especializada sobre o tema tentaremos empreender um panorama da dimensão política do cooperativismo. Por fim, veremos como esse tipo de cooperativismo alinhou-se com a política de extensão rural realizada pela Empresa Brasileira de Assistência Técnica e Extensão Rural (EMBRATER) que configurava-se como uma das principais políticas agrícolas nessa quadra histórica.","PeriodicalId":420888,"journal":{"name":"PEGADA - A Revista da Geografia do Trabalho","volume":"6 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-10-26","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"126405410","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Desde sua origem, o cooperativismo agrícola no Brasil tem ganho espaço e notoriedade em diversos aspectos. Cabe salientar vinculação com a sociedade, haja vista seu papel na busca pela por melhores condições de vida e sua vinculação com o governo por ser um instrumento de implementação das políticas agrícolas. O presente artigo objetivou desvelar os movimentos que resultaram na cisão do movimento cooperativista, que deu origem a binômios como tradicional/novo; empresarial/solidário. Por meio de pesquisa bibliográfica constatou-se que o cisma ocorrido no âmbito do cooperativismo agrícola brasileiro não se deve, como muitos insistem em propagar, a meros objetivos “políticos” partidários e sim, a mobilização e organização de setores da sociedade que, durante o processo de expansão e agigantamento do cooperativismo tradicional acabaram sendo excluídos pelas regras do jogo.
{"title":"DA ORIGEM AO CISMA: O COOPERATIVISMO AGRÍCOLA BRASILEIRO E O DUALISMO REPRESENTATIVO","authors":"M. Gregolin, Renato Santos de Souza","doi":"10.33026/peg.v22i2.8456","DOIUrl":"https://doi.org/10.33026/peg.v22i2.8456","url":null,"abstract":"Desde sua origem, o cooperativismo agrícola no Brasil tem ganho espaço e notoriedade em diversos aspectos. Cabe salientar vinculação com a sociedade, haja vista seu papel na busca pela por melhores condições de vida e sua vinculação com o governo por ser um instrumento de implementação das políticas agrícolas. O presente artigo objetivou desvelar os movimentos que resultaram na cisão do movimento cooperativista, que deu origem a binômios como tradicional/novo; empresarial/solidário. Por meio de pesquisa bibliográfica constatou-se que o cisma ocorrido no âmbito do cooperativismo agrícola brasileiro não se deve, como muitos insistem em propagar, a meros objetivos “políticos” partidários e sim, a mobilização e organização de setores da sociedade que, durante o processo de expansão e agigantamento do cooperativismo tradicional acabaram sendo excluídos pelas regras do jogo.","PeriodicalId":420888,"journal":{"name":"PEGADA - A Revista da Geografia do Trabalho","volume":" 69","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-10-26","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"132010552","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}