Laurindo Dias Minhoto, Lucas Fucci Amato, Pedro de Almeida Pires Camargos
Resumo Este artigo propõe uma leitura cruzada entre a teoria dos sistemas de Niklas Luhmann e os estudos sobre governamentalidade neoliberal inspirados por Michel Foucault. Em vez de sugerir um déficit na autopoiese dos sistemas, o texto avança a hipótese de que o neoliberalismo se expressa na forma de uma colonização dos mecanismos operacionais dos sistemas funcionais: o direito e a política, especialmente, são tomados de uma racionalidade econômica específica que passa a reger suas formas de autorreferência (reflexividade e reflexão) e heterorreferência (observação de segundo grau, sobretudo pela ciência). Por essa específica colonização da autopoiese dos sistemas funcionais, a racionalidade neoliberal paradoxalmente mantém a diferenciação funcional mas restringe seus pressupostos: um grau de inclusão social e desintegração sistêmica que permita manter a distinção entre os códigos e programas econômicos, políticos e jurídicos.
{"title":"Do político ao econômico: aportes da teoria dos sistemas a uma crítica do neoliberalismo","authors":"Laurindo Dias Minhoto, Lucas Fucci Amato, Pedro de Almeida Pires Camargos","doi":"10.1590/15174522-111979","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/15174522-111979","url":null,"abstract":"Resumo Este artigo propõe uma leitura cruzada entre a teoria dos sistemas de Niklas Luhmann e os estudos sobre governamentalidade neoliberal inspirados por Michel Foucault. Em vez de sugerir um déficit na autopoiese dos sistemas, o texto avança a hipótese de que o neoliberalismo se expressa na forma de uma colonização dos mecanismos operacionais dos sistemas funcionais: o direito e a política, especialmente, são tomados de uma racionalidade econômica específica que passa a reger suas formas de autorreferência (reflexividade e reflexão) e heterorreferência (observação de segundo grau, sobretudo pela ciência). Por essa específica colonização da autopoiese dos sistemas funcionais, a racionalidade neoliberal paradoxalmente mantém a diferenciação funcional mas restringe seus pressupostos: um grau de inclusão social e desintegração sistêmica que permita manter a distinção entre os códigos e programas econômicos, políticos e jurídicos.","PeriodicalId":52478,"journal":{"name":"Sociologias","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-12-16","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"49609598","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Resumo Se é verdade que o pensamento político ocidental, em geral, tem conservado no anonimato o espaço doméstico e suas implicações público-políticas, mesmo depois das críticas feministas, também é verdade que este não parece ser o caso de Axel Honneth, pelo menos não em O direito da liberdade. Honneth se vale, neste livro, de um método todo próprio – a reconstrução normativa –, que lhe permite destilar critérios de justiça social diretamente das reivindicações normativas que se desenvolveram no interior de um conjunto multifacetado de esferas de ação, aí incluído o domínio das famílias. Neste artigo, procuro mostrar que um projeto normativo desse tipo não só promove a reflexão sobre as conexões entre justiça e famílias, como também suscita análises mais robustas e mais abrangentes sobre cenários nacionais específicos. Procuro ainda apresentar, por isso mesmo, alguns elementos para uma reconstrução normativa da esfera das famílias no Brasil, não sem chamar a atenção para o que parece um tanto negligenciado pelo próprio Honneth: as implicações muito desiguais da divisão sexual do trabalho para mulheres, homens e crianças. Procuro argumentar, por fim, que o programa honnethiano muito ganharia se também dialogasse com os estudos sobre divisão sexual do trabalho.
{"title":"Justiça, gênero e famílias em O direito da liberdade, de Axel Honneth: elementos para uma contribuição ao projeto honnethiano","authors":"Stanley Souza Marques","doi":"10.1590/18070337-122543","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/18070337-122543","url":null,"abstract":"Resumo Se é verdade que o pensamento político ocidental, em geral, tem conservado no anonimato o espaço doméstico e suas implicações público-políticas, mesmo depois das críticas feministas, também é verdade que este não parece ser o caso de Axel Honneth, pelo menos não em O direito da liberdade. Honneth se vale, neste livro, de um método todo próprio – a reconstrução normativa –, que lhe permite destilar critérios de justiça social diretamente das reivindicações normativas que se desenvolveram no interior de um conjunto multifacetado de esferas de ação, aí incluído o domínio das famílias. Neste artigo, procuro mostrar que um projeto normativo desse tipo não só promove a reflexão sobre as conexões entre justiça e famílias, como também suscita análises mais robustas e mais abrangentes sobre cenários nacionais específicos. Procuro ainda apresentar, por isso mesmo, alguns elementos para uma reconstrução normativa da esfera das famílias no Brasil, não sem chamar a atenção para o que parece um tanto negligenciado pelo próprio Honneth: as implicações muito desiguais da divisão sexual do trabalho para mulheres, homens e crianças. Procuro argumentar, por fim, que o programa honnethiano muito ganharia se também dialogasse com os estudos sobre divisão sexual do trabalho.","PeriodicalId":52478,"journal":{"name":"Sociologias","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-12-16","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"67174048","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
C. Daniel, Natalia Romero Marchesini, Cecilia T. Lanata-Briones
Resumen La pandemia de Covid-19 estimuló la generación y amplia circulación de estadísticas sanitarias. Este artículo examina el rol que adquirieron las estadísticas del Covid-19 en la gestión política de la emergencia sanitaria en la Argentina, un país que se caracterizó por adoptar medidas tempranas, un confinamiento social estricto inicial y posteriores flexibilizaciones que significaban todo un desafío de coordinación en una sociedad en crisis. La investigación adoptó una estrategia metodológica cualitativa apoyada en el análisis sistemático de una variedad de fuentes: normativa, informes gubernamentales, prensa y registros en video de las conferencias de prensa presidenciales. Por un lado, el artículo explora la trama institucional de elaboración de esas estadísticas, deteniéndose en algunos puntos de esa cadena como las clasificaciones estadísticas, y subraya la serie de tensiones a las que estuvo expuesta. Por otro lado, muestra cómo las estadísticas fueron utilizadas para conferir legitimidad a las decisiones de la autoridad política, escenificadas en verdaderos rituales de cuantificación, a la vez que resultaron un medio a través del cual esa autoridad fue ejercida. Además de atribuir significado a la experiencia compartida, los indicadores estadísticos formaron parte de un dispositivo de coordinación de la acción a distancia y desde el centro que restringía los márgenes de acción discrecional de las autoridades subnacionales y operaba como un mecanismo externo e impersonal de regulación en una sociedad convulsionada por una situación tan excepcional como la pandemia.
{"title":"Estadísticas y gestión política del primer año de pandemia de Covid-19 en Argentina","authors":"C. Daniel, Natalia Romero Marchesini, Cecilia T. Lanata-Briones","doi":"10.1590/18070337-121417","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/18070337-121417","url":null,"abstract":"Resumen La pandemia de Covid-19 estimuló la generación y amplia circulación de estadísticas sanitarias. Este artículo examina el rol que adquirieron las estadísticas del Covid-19 en la gestión política de la emergencia sanitaria en la Argentina, un país que se caracterizó por adoptar medidas tempranas, un confinamiento social estricto inicial y posteriores flexibilizaciones que significaban todo un desafío de coordinación en una sociedad en crisis. La investigación adoptó una estrategia metodológica cualitativa apoyada en el análisis sistemático de una variedad de fuentes: normativa, informes gubernamentales, prensa y registros en video de las conferencias de prensa presidenciales. Por un lado, el artículo explora la trama institucional de elaboración de esas estadísticas, deteniéndose en algunos puntos de esa cadena como las clasificaciones estadísticas, y subraya la serie de tensiones a las que estuvo expuesta. Por otro lado, muestra cómo las estadísticas fueron utilizadas para conferir legitimidad a las decisiones de la autoridad política, escenificadas en verdaderos rituales de cuantificación, a la vez que resultaron un medio a través del cual esa autoridad fue ejercida. Además de atribuir significado a la experiencia compartida, los indicadores estadísticos formaron parte de un dispositivo de coordinación de la acción a distancia y desde el centro que restringía los márgenes de acción discrecional de las autoridades subnacionales y operaba como un mecanismo externo e impersonal de regulación en una sociedad convulsionada por una situación tan excepcional como la pandemia.","PeriodicalId":52478,"journal":{"name":"Sociologias","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-08-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"46227176","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Resumo O artigo discute a obra da jurista feminista Catharine MacKinnon e, em particular, sua recusa radical à noção liberal de “consentimento”. Para a autora, a sexualidade é a expressão da dominação masculina; de fato, ela se revela como “erotização da dominação”. Numa sociedade assim organizada, não há possibilidade de agência autônoma para mulheres. É necessário desfazer o trabalho de introjeção dos valores dominantes, para que uma consciência feminina genuína possa emergir. Este é o pano de fundo das polêmicas posições de MacKinnon sobre estupro, pornografia e prostituição. O artigo conclui que, embora ilumine aspectos importantes da dominação, ela simplifica em excesso a discussão sobre a autonomia na agência social.
{"title":"Catharine MacKinnon e o sexo como dominação","authors":"L. Miguel","doi":"10.1590/18070337-116463","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/18070337-116463","url":null,"abstract":"Resumo O artigo discute a obra da jurista feminista Catharine MacKinnon e, em particular, sua recusa radical à noção liberal de “consentimento”. Para a autora, a sexualidade é a expressão da dominação masculina; de fato, ela se revela como “erotização da dominação”. Numa sociedade assim organizada, não há possibilidade de agência autônoma para mulheres. É necessário desfazer o trabalho de introjeção dos valores dominantes, para que uma consciência feminina genuína possa emergir. Este é o pano de fundo das polêmicas posições de MacKinnon sobre estupro, pornografia e prostituição. O artigo conclui que, embora ilumine aspectos importantes da dominação, ela simplifica em excesso a discussão sobre a autonomia na agência social.","PeriodicalId":52478,"journal":{"name":"Sociologias","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-08-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"45108309","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Alessandra Teixeira, Priscila dos Santos Rodrigues
Resumo O objetivo do artigo consiste em pensar o trabalho doméstico remunerado no Brasil em meio à crise pandêmica associada ao novo coronavírus, à luz de perspectivas teóricas que reposicionam, sobre novas bases epistêmicas, as intersecções das opressões de classe, gênero e raça enquanto elementos estruturantes do sistema capitalista. Dados estatísticos mostram o impacto da Covid-19 e da crise econômica subsequente no aprofundamento da desvalorização, precarização e no empobrecimento de trabalhadoras domésticas, em sua maioria mulheres negras, pouco escolarizadas e com baixo acesso a políticas sociais. A pandemia, em suas graves consequências tornou latentes as hierarquias raciais e de gênero, tributárias da experiência da colonialidade e da escravidão, prolongadas e mantidas em permanente reinvenção no contexto brasileiro. Por fim, o artigo, apoiando-se na proposição teórica inovadora de Nancy Fraser a respeito da categoria “expropriação”, propõe aplicá-la em combinação à noção de “reprodução social”, encetada pelo feminismo marxista há mais de quatro décadas, para situar o trabalho doméstico remunerado no encontro dessas duas “condições de possibilidade” do capitalismo contemporâneo.
{"title":"“Limpar o mundo” em tempos de Covid-19: trabalhadoras domésticas entre a reprodução e a expropriação social","authors":"Alessandra Teixeira, Priscila dos Santos Rodrigues","doi":"10.1590/18070337-121566","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/18070337-121566","url":null,"abstract":"Resumo O objetivo do artigo consiste em pensar o trabalho doméstico remunerado no Brasil em meio à crise pandêmica associada ao novo coronavírus, à luz de perspectivas teóricas que reposicionam, sobre novas bases epistêmicas, as intersecções das opressões de classe, gênero e raça enquanto elementos estruturantes do sistema capitalista. Dados estatísticos mostram o impacto da Covid-19 e da crise econômica subsequente no aprofundamento da desvalorização, precarização e no empobrecimento de trabalhadoras domésticas, em sua maioria mulheres negras, pouco escolarizadas e com baixo acesso a políticas sociais. A pandemia, em suas graves consequências tornou latentes as hierarquias raciais e de gênero, tributárias da experiência da colonialidade e da escravidão, prolongadas e mantidas em permanente reinvenção no contexto brasileiro. Por fim, o artigo, apoiando-se na proposição teórica inovadora de Nancy Fraser a respeito da categoria “expropriação”, propõe aplicá-la em combinação à noção de “reprodução social”, encetada pelo feminismo marxista há mais de quatro décadas, para situar o trabalho doméstico remunerado no encontro dessas duas “condições de possibilidade” do capitalismo contemporâneo.","PeriodicalId":52478,"journal":{"name":"Sociologias","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-08-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"44349843","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Resumo Este artigo trata dos impactos da raça/cor ou do gênero das pessoas que conduzem a pesquisa sobre a autodeclaração de raça/cor de participantes. Para analisar o fenômeno, consideramos as respostas ao survey e as percepções de pesquisadores e pesquisadoras que aplicaram o survey em 2019 como parte da pesquisa Percepções Raciais no Distrito Federal. Utilizamos, para tanto, métodos qualitativos – breves relatos das pessoas que conduziram as entrevistas – e quantitativos. Os resultados sugerem a existência de um efeito complexo tanto da raça/cor das pessoas pesquisadoras quanto de seu gênero na forma como as pessoas entrevistadas designam sua raça/cor. Apresentamos algumas hipóteses provisórias para explicação das diferenças encontradas, cuja averiguação dependerá da realização de novas pesquisas.
{"title":"Efeitos da raça/cor e gênero da pesquisadora ou do pesquisador na pesquisa empírica: impactos na classificação racial de respondentes de um survey","authors":"Bruna Cristina Jaquetto Pereira, J. P. Siqueira","doi":"10.1590/18070337-114265","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/18070337-114265","url":null,"abstract":"Resumo Este artigo trata dos impactos da raça/cor ou do gênero das pessoas que conduzem a pesquisa sobre a autodeclaração de raça/cor de participantes. Para analisar o fenômeno, consideramos as respostas ao survey e as percepções de pesquisadores e pesquisadoras que aplicaram o survey em 2019 como parte da pesquisa Percepções Raciais no Distrito Federal. Utilizamos, para tanto, métodos qualitativos – breves relatos das pessoas que conduziram as entrevistas – e quantitativos. Os resultados sugerem a existência de um efeito complexo tanto da raça/cor das pessoas pesquisadoras quanto de seu gênero na forma como as pessoas entrevistadas designam sua raça/cor. Apresentamos algumas hipóteses provisórias para explicação das diferenças encontradas, cuja averiguação dependerá da realização de novas pesquisas.","PeriodicalId":52478,"journal":{"name":"Sociologias","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-08-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"48715714","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Resumo A presente resenha analisa a obra Être postmoderne, de autoria do sociólogo Michel Maffesoli, publicada pela editora Éditions du Cerf (Paris), ainda sem tradução para a língua portuguesa. Ao longo do livro, o autor reafirma, assim como em obras anteriores, que estamos vivendo em um momento de saturação dos valores modernos e de emergência de valores pós-modernos. Être Postmoderne está estruturado em nove capítulos: 1. L’Oxymore; 2. Juvenoïa; 3. Métapolitique; 4. Sacral; 5. Nous; 6. Initiation; 7. Tradition; 8. Naturalisme; 9. Épinoïa. A leitura dessa obra instiga a pensarmos variadas questões sobre os valores que regem a vida cotidiana na atualidade. Desse modo, o texto examina, sem perder de vista o debate com seus críticos, os principais aspectos discutidos por Maffesoli ao longo do livro.
这篇综述分析了社会学家Michel Maffesoli的作品《后现代》,该作品由Éditions du Cerf(巴黎)出版,但仍未翻译成葡萄牙语。在整本书中,作者重申,与之前的作品一样,我们生活在现代价值观饱和和后现代价值观出现的时刻。《后现代》分为九章:1。L‘Oxymore;2.朱维尼亚;3.墨西哥政治;4.骶部;5.名词;6.主动性;7.传统;8.自然主义;9.Épinoïa。阅读这部作品促使我们思考关于当今日常生活价值观的各种问题。因此,文本在不忽视与批评者争论的情况下,审视了马费索利在整本书中讨论的主要方面。
{"title":"Michel Maffesoli e as definições do contemporâneo","authors":"T. M. R. Schroeder, C. Abreu, F. L. Alves","doi":"10.1590/18070337-118308","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/18070337-118308","url":null,"abstract":"Resumo A presente resenha analisa a obra Être postmoderne, de autoria do sociólogo Michel Maffesoli, publicada pela editora Éditions du Cerf (Paris), ainda sem tradução para a língua portuguesa. Ao longo do livro, o autor reafirma, assim como em obras anteriores, que estamos vivendo em um momento de saturação dos valores modernos e de emergência de valores pós-modernos. Être Postmoderne está estruturado em nove capítulos: 1. L’Oxymore; 2. Juvenoïa; 3. Métapolitique; 4. Sacral; 5. Nous; 6. Initiation; 7. Tradition; 8. Naturalisme; 9. Épinoïa. A leitura dessa obra instiga a pensarmos variadas questões sobre os valores que regem a vida cotidiana na atualidade. Desse modo, o texto examina, sem perder de vista o debate com seus críticos, os principais aspectos discutidos por Maffesoli ao longo do livro.","PeriodicalId":52478,"journal":{"name":"Sociologias","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-08-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"47037097","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Resumo Focamos na agência de mulheres em movimentos de independência do colonialismo ibérico. Na trajetória política de Manuela Sáenz, buscamos recuperar a diversidade de papéis desempenhados por mulheres na independência da coroa espanhola. No caso brasileiro, as contribuições de Bárbara de Alencar à revolução de Pernambuco, de Maria Quitéria de Jesus Alves e de Maria Felipa de Oliveira à libertação da Bahia. Embora essas trajetórias se diferenciem temporalmente, a subordinação que lhes é atribuída na historiografia é comum, daí a relevância do debate articulado de suas agências. A apropriação de saberes proibidos aponta para os esforços individualizados pelo deslocamento das condições de subordinação patriarcal. Sua ação, contudo, foi restringida pelos padrões patriarcais, obrigando-as a travestir-se ou relegando sua relevância histórica a personagens masculinos de suas relações.
我们关注妇女在摆脱伊比利亚殖民主义的独立运动中的作用。在马努埃拉·桑兹的政治轨迹中,我们寻求恢复女性在西班牙王室独立中所扮演的角色的多样性。在巴西的案例中,Bárbara de Alencar对伯南布哥革命的贡献,Maria Quitéria de Jesus Alves和Maria Felipa de Oliveira对巴伊亚解放的贡献。尽管这些轨迹在时间上有所不同,但在史学中归属于它们的从属关系是常见的,因此它们的机构之间的明确辩论具有相关性。对被禁止的知识的挪用表明了改变父权从属条件的个性化努力。然而,他们的行为受到父权制标准的限制,迫使他们易装或将他们的历史相关性降级为他们关系中的男性角色。
{"title":"Agências de mulheres nas independências: das lutas bolivarianas aos levantes brasileiros","authors":"Elizabeth Ruano Ibarra, V. Resende","doi":"10.1590/18070337-119773","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/18070337-119773","url":null,"abstract":"Resumo Focamos na agência de mulheres em movimentos de independência do colonialismo ibérico. Na trajetória política de Manuela Sáenz, buscamos recuperar a diversidade de papéis desempenhados por mulheres na independência da coroa espanhola. No caso brasileiro, as contribuições de Bárbara de Alencar à revolução de Pernambuco, de Maria Quitéria de Jesus Alves e de Maria Felipa de Oliveira à libertação da Bahia. Embora essas trajetórias se diferenciem temporalmente, a subordinação que lhes é atribuída na historiografia é comum, daí a relevância do debate articulado de suas agências. A apropriação de saberes proibidos aponta para os esforços individualizados pelo deslocamento das condições de subordinação patriarcal. Sua ação, contudo, foi restringida pelos padrões patriarcais, obrigando-as a travestir-se ou relegando sua relevância histórica a personagens masculinos de suas relações.","PeriodicalId":52478,"journal":{"name":"Sociologias","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-08-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"43755387","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Resumo O artigo trata dos trabalhadores de entrega em plataformas digitais no Brasil sobre o pano de fundo da pandemia da Covid-19 iniciada em 2020. Argumenta-se que a crise pandêmica exacerbou tendências recentes na organização do trabalho e propõe-se um quadro interpretativo que enfatiza as transformações em curso nas esferas da produção e da regulação trabalhista, com ênfase para as relações de emprego e trabalho nas plataformas digitais que operam sob a lógica do “trabalho sob demanda”. Dessa perspectiva, são apresentados os resultados de pesquisa conduzida com entregadores em diferentes estados do país durante paralisação nacional da categoria, em julho de 2020, o que permitiu traçar um perfil dos trabalhadores no setor. Finalmente, são discutidas as formas de organização coletiva emergentes entre esses trabalhadores, em particular articulações internacionais estabelecidas por fora das estruturas tradicionais de representação sindical.
{"title":"Os trabalhadores em meio à Covid-19 no Brasil: flexibilidade, precariedade, e a mobilização internacional","authors":"Iuri Tonelo, L. M. Silva, Ricardo Framil Filho","doi":"10.1590/18070337-117000","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/18070337-117000","url":null,"abstract":"Resumo O artigo trata dos trabalhadores de entrega em plataformas digitais no Brasil sobre o pano de fundo da pandemia da Covid-19 iniciada em 2020. Argumenta-se que a crise pandêmica exacerbou tendências recentes na organização do trabalho e propõe-se um quadro interpretativo que enfatiza as transformações em curso nas esferas da produção e da regulação trabalhista, com ênfase para as relações de emprego e trabalho nas plataformas digitais que operam sob a lógica do “trabalho sob demanda”. Dessa perspectiva, são apresentados os resultados de pesquisa conduzida com entregadores em diferentes estados do país durante paralisação nacional da categoria, em julho de 2020, o que permitiu traçar um perfil dos trabalhadores no setor. Finalmente, são discutidas as formas de organização coletiva emergentes entre esses trabalhadores, em particular articulações internacionais estabelecidas por fora das estruturas tradicionais de representação sindical.","PeriodicalId":52478,"journal":{"name":"Sociologias","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-08-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"44273517","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Resumen Las dinámicas de conflictividad entre el movimiento campesino indígena y el Estado en Bolivia son examinadas a la luz de la trayectoria política y las disputas que han conformado los periodos de vida de la Confederación Nacional de Mujeres Campesinas Indígenas Originarias ‘Bartolina Sisa’ (1978-2018) y son interpretadas en clave de autonomía. Emergieron aprovechando una fisura en el movimiento campesino indígena, impulsaron un proyecto de representación no mediada o autorrepresentación política que derivó en la conformación de un instrumento político con el que lograron el control hegemónico del Estado. En un contexto de disponibilidad para su participación, a través de su doble militancia, transitan hacia la institucionalidad estatal pero su incorporación es contenida como un ejercicio de disciplinamiento. El desplazamiento de las organizaciones y la mayor centralidad del instrumento político durante la última década han reactualizado el dilema de la autonomía del movimiento campesino.
{"title":"Tensiones entre el movimiento indígena y el Estado a la luz de la trayectoria de las Bartolinas en Bolivia","authors":"Claudia Cecilia Arce Cuadros","doi":"10.1590/18070337-113970","DOIUrl":"https://doi.org/10.1590/18070337-113970","url":null,"abstract":"Resumen Las dinámicas de conflictividad entre el movimiento campesino indígena y el Estado en Bolivia son examinadas a la luz de la trayectoria política y las disputas que han conformado los periodos de vida de la Confederación Nacional de Mujeres Campesinas Indígenas Originarias ‘Bartolina Sisa’ (1978-2018) y son interpretadas en clave de autonomía. Emergieron aprovechando una fisura en el movimiento campesino indígena, impulsaron un proyecto de representación no mediada o autorrepresentación política que derivó en la conformación de un instrumento político con el que lograron el control hegemónico del Estado. En un contexto de disponibilidad para su participación, a través de su doble militancia, transitan hacia la institucionalidad estatal pero su incorporación es contenida como un ejercicio de disciplinamiento. El desplazamiento de las organizaciones y la mayor centralidad del instrumento político durante la última década han reactualizado el dilema de la autonomía del movimiento campesino.","PeriodicalId":52478,"journal":{"name":"Sociologias","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-08-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"44123474","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}