Pub Date : 2023-04-11DOI: 10.33148/cesv37n1(2022)2112
Liliane Mendes Penello, Jane Gonçalves Pessanha Nogueira, José Gomes Temporão, Marisa SCHARGEL MAIA, Selma ESQUENAZI DO ROSÁRIO
O artigo trata da importância do reconhecimento do Paradigma do Cuidado em contraposição ao da Dominação, como balizador das ações para atenção integral às brasileiras e brasileiros desde a sua primeiríssima infância. Discute o ambiente tóxico que permeia a pandemia da covid-19, causada pelo vírus SARS-CoV-2 que amplia as desigualdades e impacta o sofrimento e o empobrecimento da população. Aponta o atual contexto político nacional como provedor de violências, em diversas facetas. Traz o amor como emoção fundamental na história da evolução humana, e na relação homem-natureza, sinalizando o valor de políticas públicas, em particular, aquelas permeadas pelo cuidado essencial como fundamento do ambiente facilitador à vida, princípio criado pela Estratégia Brasileirinhas e Brasileirinhos Saudáveis presente na Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança e Aleitamento Materno no âmbito do Sistema único de Saúde: pelo cuidado em todas as políticas. PALABRAS-CHAVE: Covid-19. Empatia. Ambiente e Saúde Pública. Política Pública. Atenção Integral à Saúde.
{"title":"FALAR DE AMOR EM TEMPOS DE CÓLERA","authors":"Liliane Mendes Penello, Jane Gonçalves Pessanha Nogueira, José Gomes Temporão, Marisa SCHARGEL MAIA, Selma ESQUENAZI DO ROSÁRIO","doi":"10.33148/cesv37n1(2022)2112","DOIUrl":"https://doi.org/10.33148/cesv37n1(2022)2112","url":null,"abstract":"O artigo trata da importância do reconhecimento do Paradigma do Cuidado em contraposição ao da Dominação, como balizador das ações para atenção integral às brasileiras e brasileiros desde a sua primeiríssima infância. Discute o ambiente tóxico que permeia a pandemia da covid-19, causada pelo vírus SARS-CoV-2 que amplia as desigualdades e impacta o sofrimento e o empobrecimento da população. Aponta o atual contexto político nacional como provedor de violências, em diversas facetas. Traz o amor como emoção fundamental na história da evolução humana, e na relação homem-natureza, sinalizando o valor de políticas públicas, em particular, aquelas permeadas pelo cuidado essencial como fundamento do ambiente facilitador à vida, princípio criado pela Estratégia Brasileirinhas e Brasileirinhos Saudáveis presente na Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança e Aleitamento Materno no âmbito do Sistema único de Saúde: pelo cuidado em todas as políticas.\u0000PALABRAS-CHAVE: Covid-19. Empatia. Ambiente e Saúde Pública. Política Pública. Atenção Integral à Saúde.","PeriodicalId":52766,"journal":{"name":"Cadernos de Estudos Sociais","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-04-11","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"46039570","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-04-11DOI: 10.33148/cesv37n1(2022)2126
Sonia Duarte de Azevedo Bittencourt, Henriette Dos Santos, Paula Celestino de Almeida, Maria Leonor De Macedo Soares Leal, Cleide Figueiredo Leitão, Antonia Maria Coelho Ribeiro, Mayumi Duarte Wakimoto, Marcos Augusto Bastos Dias
O impacto da pandemia desencadeou uma escalada de morte de gestantes e puérperas com grandes desafios para a vigilância e atenção à saúde. O estudo tem como objetivo discutir a formação de profissionais da saúde em vigilância do óbito materno, infantil e fetal no contexto da pandemia de covid-19. Aborda os desafios do trabalho de equipe multidisciplinar na identificação, atualização e produção. São apresentadas as etapas de desenvolvimento do curso desde a sua concepção e implementação, atualização do material didático, o processo de acompanhamento pedagógico por meio de uma rede formativa docente e as contribuições para a formação dos profissionais de saúde. O cenário epidemiológico demandou o uso intensificado de tecnologias digitais de informação e comunicação, formação e apoio aos tutores-docentes e maior acolhimento a docentes e estudantes para a criação de uma ambiência que favorecesse as atividades de ensino-aprendizagem. A qualificação das ações da vigilância e do trabalho dos comitês de mortalidade tornou-se ainda mais relevante e necessária para o enfrentamento da pandemia. O comprometimento com o desenvolvimento contínuo do curso constitui uma forma de ligação dos saberes teóricos e práticos com as necessidades sociais e institucionais e, sobretudo, dos trabalhadores envolvidos no processo. PALABRAS-CHAVE: Mortalidade Materna. Mortalidade Infantil. Mortalidade Fetal. Vigilância Epidemiológica. Capacitação de Recursos Humanos em Saúde.
{"title":"FORMAÇÃO DE PROFISSIONAIS DA SAÚDE NA VIGILÂNCIA DO ÓBITO MATERNO, INFANTIL E FETAL COMO ESTRATÉGIA DE ENFRENTAMENTO DA PANDEMIA DE COVID-19","authors":"Sonia Duarte de Azevedo Bittencourt, Henriette Dos Santos, Paula Celestino de Almeida, Maria Leonor De Macedo Soares Leal, Cleide Figueiredo Leitão, Antonia Maria Coelho Ribeiro, Mayumi Duarte Wakimoto, Marcos Augusto Bastos Dias","doi":"10.33148/cesv37n1(2022)2126","DOIUrl":"https://doi.org/10.33148/cesv37n1(2022)2126","url":null,"abstract":"O impacto da pandemia desencadeou uma escalada de morte de gestantes e puérperas com grandes desafios para a vigilância e atenção à saúde. O estudo tem como objetivo discutir a formação de profissionais da saúde em vigilância do óbito materno, infantil e fetal no contexto da pandemia de covid-19. Aborda os desafios do trabalho de equipe multidisciplinar na identificação, atualização e produção. São apresentadas as etapas de desenvolvimento do curso desde a sua concepção e implementação, atualização do material didático, o processo de acompanhamento pedagógico por meio de uma rede formativa docente e as contribuições para a formação dos profissionais de saúde. O cenário epidemiológico demandou o uso intensificado de tecnologias digitais de informação e comunicação, formação e apoio aos tutores-docentes e maior acolhimento a docentes e estudantes para a criação de uma ambiência que favorecesse as atividades de ensino-aprendizagem. A qualificação das ações da vigilância e do trabalho dos comitês de mortalidade tornou-se ainda mais relevante e necessária para o enfrentamento da pandemia. O comprometimento com o desenvolvimento contínuo do curso constitui uma forma de ligação dos saberes teóricos e práticos com as necessidades sociais e institucionais e, sobretudo, dos trabalhadores envolvidos no processo.\u0000PALABRAS-CHAVE: Mortalidade Materna. Mortalidade Infantil. Mortalidade Fetal. Vigilância Epidemiológica. Capacitação de Recursos Humanos em Saúde.","PeriodicalId":52766,"journal":{"name":"Cadernos de Estudos Sociais","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-04-11","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"44360749","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-04-11DOI: 10.33148/cesv37n1(2022)2102
Barbara Brenda Ferreira da Costa, Rachel Geber Corrêa, Maria do Livramento Coelho Prata, Munique Therense Costa de Morais Pontes
Este trabalho teve como objetivo compreender a assistência ao parto durante a pandemia da Covid-19, a partir da experiência das mulheres. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, descritiva, com abordagem fenomenológica. A amostra foi definida por saturação e composta por nove mulheres que vivenciaram o pré-natal, trabalho de parto e parto durante a pandemia da Covid-19 em Manaus-AM, entre março e dezembro de 2021. A coleta de dados ocorreu no período de novembro de 2021 a fevereiro de 2022, por meio de entrevista guiada por roteiro semiestruturado, cujo foco foi direcionado à assistência obstétrica recebida durante a pandemia da Covid-19. Os dados foram analisados pelo método fenomenológico de Giorgi. Como resultados foram encontradas três unidades de significados: 1) Emoção básica - medo; 2) Dificuldades declaradas e não declaradas - a falta de orientação e comunicação; 3) Avaliação da assistência obstétrica na maternidade - boa receptividade da equipe de saúde. As conclusões indicam déficit na comunicação entre profissional e parturiente, havendo uma lacuna de informações da assistência obstétrica durante a pandemia, coadunando com a falta de orientações para a prevenção da violência obstétrica. Os resultados da pesquisa ajudam a entender os problemas enfrentados na assistência obstétrica brasileira durante a pandemia da Covid-19. PALAVRAS-CHAVE: Humanização da assistência; Covid-19; Violência obstétrica; Saúde da mulher
{"title":"ASSISTÊNCIA OBSTÉTRICA DURANTE A PANDEMIA DA COVID-19","authors":"Barbara Brenda Ferreira da Costa, Rachel Geber Corrêa, Maria do Livramento Coelho Prata, Munique Therense Costa de Morais Pontes","doi":"10.33148/cesv37n1(2022)2102","DOIUrl":"https://doi.org/10.33148/cesv37n1(2022)2102","url":null,"abstract":"Este trabalho teve como objetivo compreender a assistência ao parto durante a pandemia da Covid-19, a partir da experiência das mulheres. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, descritiva, com abordagem fenomenológica. A amostra foi definida por saturação e composta por nove mulheres que vivenciaram o pré-natal, trabalho de parto e parto durante a pandemia da Covid-19 em Manaus-AM, entre março e dezembro de 2021. A coleta de dados ocorreu no período de novembro de 2021 a fevereiro de 2022, por meio de entrevista guiada por roteiro semiestruturado, cujo foco foi direcionado à assistência obstétrica recebida durante a pandemia da Covid-19. Os dados foram analisados pelo método fenomenológico de Giorgi. Como resultados foram encontradas três unidades de significados: 1) Emoção básica - medo; 2) Dificuldades declaradas e não declaradas - a falta de orientação e comunicação; 3) Avaliação da assistência obstétrica na maternidade - boa receptividade da equipe de saúde. As conclusões indicam déficit na comunicação entre profissional e parturiente, havendo uma lacuna de informações da assistência obstétrica durante a pandemia, coadunando com a falta de orientações para a prevenção da violência obstétrica. Os resultados da pesquisa ajudam a entender os problemas enfrentados na assistência obstétrica brasileira durante a pandemia da Covid-19.\u0000PALAVRAS-CHAVE: Humanização da assistência; Covid-19; Violência obstétrica; Saúde da mulher\u0000 ","PeriodicalId":52766,"journal":{"name":"Cadernos de Estudos Sociais","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-04-11","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"44521500","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
O objetivo do texto é levar à reflexão de forma crítico-interpretativa, as práticas escolares e a descolonização do currículo em contexto determinado, por meio da análise das relações raciais e de poder de jovens negros do Ensino Médio no interior da Bahia. Para buscar compreender a complexidade dessas relações e da própria construção histórica e social de processos de dominação, a referência é a interação com os interlocutores, suas experiências vivenciadas dentro e fora da escola. A metodologia qualitativa mais utilizada enfatizou o Grupo Focal como ferramenta para coleta de dados abarcando aspectos objetivos e subjetivos para compreensão do processo escolar, propiciando através da discussão/colisão de ideias, a compreensão das divergências e contraposições. O ponto de vista dos estudantes nos obriga a reconhecer o imperativo da descolonização dos currículos e a perspectiva cultural como fator impreterível na trajetória escolar que não se circunscreve apenas na escola, mas que a considera fundamental como elemento convergente de significados e de resistência à totalização. As narrativas transcritas, mesmo atravessadas por linhas do poder e situadas em um campo turbulento de imposições, podem ser miradas como narrativas abertas, sujeitas a serem subvertidas, abertas à produção de identidades e subjetividades contra hegemônicas. PALAVRAS-CHAVE: Descolonização. Crítica Epistemológica. Relações de Poder. Relações Raciais. Ensino Público.
{"title":"POR UMA CRÍTICA EPISTEMOLÓGICA DESCOLONIAL","authors":"Beatriz Giugliani","doi":"10.33148/ces(2128)","DOIUrl":"https://doi.org/10.33148/ces(2128)","url":null,"abstract":"O objetivo do texto é levar à reflexão de forma crítico-interpretativa, as práticas escolares e a descolonização do currículo em contexto determinado, por meio da análise das relações raciais e de poder de jovens negros do Ensino Médio no interior da Bahia. Para buscar compreender a complexidade dessas relações e da própria construção histórica e social de processos de dominação, a referência é a interação com os interlocutores, suas experiências vivenciadas dentro e fora da escola. A metodologia qualitativa mais utilizada enfatizou o Grupo Focal como ferramenta para coleta de dados abarcando aspectos objetivos e subjetivos para compreensão do processo escolar, propiciando através da discussão/colisão de ideias, a compreensão das divergências e contraposições. O ponto de vista dos estudantes nos obriga a reconhecer o imperativo da descolonização dos currículos e a perspectiva cultural como fator impreterível na trajetória escolar que não se circunscreve apenas na escola, mas que a considera fundamental como elemento convergente de significados e de resistência à totalização. As narrativas transcritas, mesmo atravessadas por linhas do poder e situadas em um campo turbulento de imposições, podem ser miradas como narrativas abertas, sujeitas a serem subvertidas, abertas à produção de identidades e subjetividades contra hegemônicas.\u0000 \u0000PALAVRAS-CHAVE: Descolonização. Crítica Epistemológica. Relações de Poder. Relações Raciais. Ensino Público.\u0000 ","PeriodicalId":52766,"journal":{"name":"Cadernos de Estudos Sociais","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-12-28","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"42696082","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Penildon Silva Filho, Thaína Rodrigues Gava Angeli
A pesquisa tratou sobre o impacto no acesso e na permanência dos alunos antes e depois da implantação das cotas pela Lei 12.711 com os marcadores sociais de gênero, estrato de renda e raça/cor no campus de Nova Venécia do Instituto Federal do Espírito Santo e encontrou indicação de que essa ação afirmativa contribuiu significativamente para a democratização do acesso a essa instituição, especialmente quando trabalhamos com a variável raça. A pesquisa foi um estudo de caso no referido campus e trabalhou com dados dos alunos no sistema acadêmico da instituição, reforçando a compreensão da adequação da política de cotas, especialmente com a necessidade de manter uma ação com referência à questão racial. PALAVRAS-CHAVE: Ações afirmativas. Interseccionalidade. Racismo.
{"title":"DESIGUALDADE NO ACESSO E PERMANÊNCIA NA EDUCAÇÃO","authors":"Penildon Silva Filho, Thaína Rodrigues Gava Angeli","doi":"10.33148/ces(2132)","DOIUrl":"https://doi.org/10.33148/ces(2132)","url":null,"abstract":"A pesquisa tratou sobre o impacto no acesso e na permanência dos alunos antes e depois da implantação das cotas pela Lei 12.711 com os marcadores sociais de gênero, estrato de renda e raça/cor no campus de Nova Venécia do Instituto Federal do Espírito Santo e encontrou indicação de que essa ação afirmativa contribuiu significativamente para a democratização do acesso a essa instituição, especialmente quando trabalhamos com a variável raça. A pesquisa foi um estudo de caso no referido campus e trabalhou com dados dos alunos no sistema acadêmico da instituição, reforçando a compreensão da adequação da política de cotas, especialmente com a necessidade de manter uma ação com referência à questão racial.\u0000PALAVRAS-CHAVE: Ações afirmativas. Interseccionalidade. Racismo.","PeriodicalId":52766,"journal":{"name":"Cadernos de Estudos Sociais","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-12-28","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"44456940","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
O artigo abordou a polêmica em torno das políticas de ações afirmativas para facilitar o acesso e permanência da população negra e de baixa renda às universidades. Argumenta-se que essas políticas, notadamente os programas de cotas, apesar de se depararem com dilemas, impasses e problemas ainda não solucionados, significaram uma das maiores inflexões democráticas na educação brasileira dos últimos vinte anos, na medida em que possibilitou a inclusão e ampliação do alunado proveniente de grupos historicamente excluídos do ensino superior, promoveu uma maior diversidade nas universidades como também cavou a abertura de uma porta para a redução das desigualdades educacionais e, por conseguinte, socioeconômicas entre brancos e não brancos na sociedade brasileira. PALAVRAS-CHAVE: Ações afirmativas. Cotas. Raça. Educação. Igualdade racial.
{"title":"POR UM FATO SOCIAL TOTAL","authors":"Paulo Sérgio Da Costa Neves, Petrônio Domingues","doi":"10.33148/ces(2168)","DOIUrl":"https://doi.org/10.33148/ces(2168)","url":null,"abstract":"O artigo abordou a polêmica em torno das políticas de ações afirmativas para facilitar o acesso e permanência da população negra e de baixa renda às universidades. Argumenta-se que essas políticas, notadamente os programas de cotas, apesar de se depararem com dilemas, impasses e problemas ainda não solucionados, significaram uma das maiores inflexões democráticas na educação brasileira dos últimos vinte anos, na medida em que possibilitou a inclusão e ampliação do alunado proveniente de grupos historicamente excluídos do ensino superior, promoveu uma maior diversidade nas universidades como também cavou a abertura de uma porta para a redução das desigualdades educacionais e, por conseguinte, socioeconômicas entre brancos e não brancos na sociedade brasileira.\u0000PALAVRAS-CHAVE: Ações afirmativas. Cotas. Raça. Educação. Igualdade racial.","PeriodicalId":52766,"journal":{"name":"Cadernos de Estudos Sociais","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-12-28","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"43723875","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Este artigo procurou apresentar de forma sintética e panorâmica os espaços sociais ocupados pelos homens negros no sistema educacional brasileiro e seus inúmeros desafios. Metodologicamente, sem nos atermos a nenhum grande arcabouço teórico específico, utilizamos duas abordagens: pesquisas quantitativas que se debruçaram sobre a trajetória educacional desse grupo do ensino básico até a pós-graduação e qualitativo, com alguns exemplos concretos de ações afirmativas preocupadas com a relação entre gênero (masculino e feminino), raça e educação. De modo geral, entendemos que as pesquisas, sobretudo quantitativas, que trabalham com o recorte racial e de gênero masculino, se encontram dispersas, dificultando um olhar mais geral e organizado sobre as trajetórias e dificuldades que os homens negros enfrentam na educação. Desse modo, não ganha densidade no debate público, e repercussão nas políticas educacionais. Diante dessa configuração, fizemos a seguinte pergunta: Seria legítimo a adoção de ações afirmativas voltadas prioritária ou exclusivamente para os homens negros na educação? PALAVRAS-CHAVE: Educação. Juventude negra masculina. Ações afirmativas.
{"title":"A TRAJETÓRIA EDUCACIONAL DA JUVENTUDE NEGRA MASCULINA","authors":"Henrique Restier da Costa Souza","doi":"10.33148/ces(2140)","DOIUrl":"https://doi.org/10.33148/ces(2140)","url":null,"abstract":"Este artigo procurou apresentar de forma sintética e panorâmica os espaços sociais ocupados pelos homens negros no sistema educacional brasileiro e seus inúmeros desafios. Metodologicamente, sem nos atermos a nenhum grande arcabouço teórico específico, utilizamos duas abordagens: pesquisas quantitativas que se debruçaram sobre a trajetória educacional desse grupo do ensino básico até a pós-graduação e qualitativo, com alguns exemplos concretos de ações afirmativas preocupadas com a relação entre gênero (masculino e feminino), raça e educação. De modo geral, entendemos que as pesquisas, sobretudo quantitativas, que trabalham com o recorte racial e de gênero masculino, se encontram dispersas, dificultando um olhar mais geral e organizado sobre as trajetórias e dificuldades que os homens negros enfrentam na educação. Desse modo, não ganha densidade no debate público, e repercussão nas políticas educacionais. Diante dessa configuração, fizemos a seguinte pergunta: Seria legítimo a adoção de ações afirmativas voltadas prioritária ou exclusivamente para os homens negros na educação?\u0000 \u0000PALAVRAS-CHAVE: Educação. Juventude negra masculina. Ações afirmativas.","PeriodicalId":52766,"journal":{"name":"Cadernos de Estudos Sociais","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-12-28","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"48695831","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
O texto faz um breve histórico da expansão do ensino superior público brasileiro e das políticas de assistência e permanência estudantil adotadas na última década nas universidades federais. Também traz alguns achados e aprendizados sobre a permanência estudantil a partir de pesquisas realizadas no período, várias delas produzidas por pesquisadores do Laboratório de Estudos e Pesquisas em Educação Superior (LEPES), da UFRJ. O texto aponta que houve muitos avanços na compreensão destas políticas, ressaltando o conhecimento sobre as diferentes dimensões envolvidas na permanência, não se limitando ao apoio financeiro. Aponta também que ainda é necessário aprofundar o conhecimento sobre ações específicas, demandas dos estudantes, o papel dos coletivos estudantis na permanência e temas emergentes tais como saúde mental, enfrentamento do racismo institucional, combinação de diferentes ações e articulação entre permanência estudantil e a trajetória de estudantes cotistas. PALAVRAS-CHAVE: Permanência Estudantil. Universidade Pública. Brasil. Assistência Estudantil.
{"title":"PERMANÊNCIA ESTUDANTIL NO ENSINO SUPERIOR PÚBLICO BRASILEIRO","authors":"Rosana Heringer","doi":"10.33148/ces(2143)","DOIUrl":"https://doi.org/10.33148/ces(2143)","url":null,"abstract":"O texto faz um breve histórico da expansão do ensino superior público brasileiro e das políticas de assistência e permanência estudantil adotadas na última década nas universidades federais. Também traz alguns achados e aprendizados sobre a permanência estudantil a partir de pesquisas realizadas no período, várias delas produzidas por pesquisadores do Laboratório de Estudos e Pesquisas em Educação Superior (LEPES), da UFRJ. O texto aponta que houve muitos avanços na compreensão destas políticas, ressaltando o conhecimento sobre as diferentes dimensões envolvidas na permanência, não se limitando ao apoio financeiro. Aponta também que ainda é necessário aprofundar o conhecimento sobre ações específicas, demandas dos estudantes, o papel dos coletivos estudantis na permanência e temas emergentes tais como saúde mental, enfrentamento do racismo institucional, combinação de diferentes ações e articulação entre permanência estudantil e a trajetória de estudantes cotistas.\u0000PALAVRAS-CHAVE: Permanência Estudantil. Universidade Pública. Brasil. Assistência Estudantil.","PeriodicalId":52766,"journal":{"name":"Cadernos de Estudos Sociais","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-12-28","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"43147562","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Este artigo se propõe a analisar dois casos empíricos para evidenciar os diferentes sentidos e possíveis impactos do modelo institucional vigente no sistema de ensino superior (SES) brasileiro. Focaliza-se a permanência das clivagens sociais dentro do sistema de ensino superior, através da diversificação institucional. Verifica-se a construção de hierarquias acadêmicas e sociais dentro do processo de expansão diversificada do SES brasileiro. Para isso, são analisados impactos dos perfis ou tipos institucionais (diferenciação qualitativa das instituições) e perfis dos cursos (aqueles que dão acesso às profissões ditas imperiais) nas trajetórias dos estudantes e egressos e na manutenção das desigualdades. São estudados a transição dos egressos do ensino superior para o mercado de trabalho, considerando os efeitos moderadores ou acentuadores do modelo institucional sobre as vantagens da origem social, e os indícios encontrados nos cursos de engenharia sobre as estratégias de fechamento das profissões imperiais. Busca-se entender o quanto a expansão do ensino superior brasileiro alargou suas portas de entrada e o quanto ele se organizou para oferecer (ou não) oportunidades para que as características adiscritas do indivíduo ( gênero e raça, mas principalmente, classe social) não sejam os elementos determinantes do seu destino social. PALAVRAS-CHAVE: Ensino Superior. Diferenciação Institucional. Desigualdades. Clivagens Sociais. Origem Social.
{"title":"DIFERENCIAÇÃO INSTITUCIONAL NO ENSINO SUPERIOR BRASILEIRO E DIMENSÕES DA DESIGUALDADE","authors":"Maria Lígia de Oliveira Barbosa","doi":"10.33148/ces(2169)","DOIUrl":"https://doi.org/10.33148/ces(2169)","url":null,"abstract":"Este artigo se propõe a analisar dois casos empíricos para evidenciar os diferentes sentidos e possíveis impactos do modelo institucional vigente no sistema de ensino superior (SES) brasileiro. Focaliza-se a permanência das clivagens sociais dentro do sistema de ensino superior, através da diversificação institucional. Verifica-se a construção de hierarquias acadêmicas e sociais dentro do processo de expansão diversificada do SES brasileiro. Para isso, são analisados impactos dos perfis ou tipos institucionais (diferenciação qualitativa das instituições) e perfis dos cursos (aqueles que dão acesso às profissões ditas imperiais) nas trajetórias dos estudantes e egressos e na manutenção das desigualdades. São estudados a transição dos egressos do ensino superior para o mercado de trabalho, considerando os efeitos moderadores ou acentuadores do modelo institucional sobre as vantagens da origem social, e os indícios encontrados nos cursos de engenharia sobre as estratégias de fechamento das profissões imperiais. Busca-se entender o quanto a expansão do ensino superior brasileiro alargou suas portas de entrada e o quanto ele se organizou para oferecer (ou não) oportunidades para que as características adiscritas do indivíduo ( gênero e raça, mas principalmente, classe social) não sejam os elementos determinantes do seu destino social.\u0000PALAVRAS-CHAVE: Ensino Superior. Diferenciação Institucional. Desigualdades. Clivagens Sociais. Origem Social.","PeriodicalId":52766,"journal":{"name":"Cadernos de Estudos Sociais","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-12-28","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"44917656","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-06-15DOI: 10.33148/ces25954091v36n2(2021)2020
Emilia Juliana CORREIA DO NASCIMENTO, Débora DA ROCHA CORDEIRO ALVES
O setor educacional foi fortemente impactado pela pandemia do covid-19. Para além dos retrocessos nas políticas públicas do atual governo que desvalorizam a educação e seus profissionais, no contexto pandêmico, as desigualdades sociais se tornaram ainda mais evidentes. A Educação Infantil, que vem buscando, há décadas, se consolidar enquanto modalidade com especificidades próprias, tem seu currículo brutalmente ameaçado pela proposta de trabalho remoto que coloca em cheque as interações e brincadeiras que estão no cerne da prática pedagógica. O artigo propõe relatar a experiência vivenciada em um centro municipal de educação infantil, ao mesmo tempo que reflete sobre tensões que perpassam a prática docente. Apoiadas em autores como Batthyány (2020), Campos (2020), Corsaro (2011), Maudonnet (2019), Morin (2000) entre outros, o debate evoca o ato político (FREIRE, 1993) para ouvir as vozes das crianças mesmo num contexto pandêmico e em direção ao contraditório, lutar pelo respeito à infância na sua integralidade.
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