Pub Date : 2024-02-10DOI: 10.48074/aceno.v10i24.15637
Lior Zisman Zalis, Conceição Maria Dias de Lima, Martina Ahlert
A partir do trabalho de campo que realizamos na cidade de Codó (MA), na companhia de terecozeiros e entidades, pretendemos estender a ideia de enfrentamento às práticas cotidianas a partir da cosmologia do Terecô, religião de matriz africana. Relatos de resistência como uma dança gingada, uma gargalhada, uma vela e um feitiço são, gestualidades e práticas que fazem parte de um saber-fazer que vai para além de situações de ataque ou perseguições aos religiosos. Elas indicam, antes, movimentos possíveis, formas particulares de agência e reunião. Ao recuperar registros, escutas, vivências e memórias que escutamos junto aos terecozeiros, pretendemos explorar modos próprios de agência que complexificam as relações entre o político e o religioso, o público e o privado, o humano e o não humano.
{"title":"Enfrentamentos e dispersões: agência, força e ação política no Terecô de Codó (MA)","authors":"Lior Zisman Zalis, Conceição Maria Dias de Lima, Martina Ahlert","doi":"10.48074/aceno.v10i24.15637","DOIUrl":"https://doi.org/10.48074/aceno.v10i24.15637","url":null,"abstract":"A partir do trabalho de campo que realizamos na cidade de Codó (MA), na companhia de terecozeiros e entidades, pretendemos estender a ideia de enfrentamento às práticas cotidianas a partir da cosmologia do Terecô, religião de matriz africana. Relatos de resistência como uma dança gingada, uma gargalhada, uma vela e um feitiço são, gestualidades e práticas que fazem parte de um saber-fazer que vai para além de situações de ataque ou perseguições aos religiosos. Elas indicam, antes, movimentos possíveis, formas particulares de agência e reunião. Ao recuperar registros, escutas, vivências e memórias que escutamos junto aos terecozeiros, pretendemos explorar modos próprios de agência que complexificam as relações entre o político e o religioso, o público e o privado, o humano e o não humano.","PeriodicalId":143027,"journal":{"name":"ACENO - Revista de Antropologia do Centro-Oeste","volume":" 17","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2024-02-10","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"139786724","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2024-02-10DOI: 10.48074/aceno.v10i24.15643
Majin Bootte Silva dos Santos, K. Silva
As principais interlocutoras deste artigo são uma “curadora” e uma “puxadeira” localizadas em uma comunidade rural quilombola do município de Santarém (PA). Elas se mantêm distantes dos outros comunitários — que negativam e classificam suas práticas de cura como “macumbaria”. Fizemos uma análise situacional comparando essa categoria local com a de feitiçaria, pela qual mulheres são condenadas historicamente. Esse mecanismo limita as práticas de cura e o conhecimento botânico dessas amefricanas amazônicas. Assim, o racismo genderizado determina a notoriedade do saber, portanto, a herança das próximas gerações.
{"title":"Entre o feitiço e oração na fronteira da ordem: “terríveis mulheres” amazônicas?","authors":"Majin Bootte Silva dos Santos, K. Silva","doi":"10.48074/aceno.v10i24.15643","DOIUrl":"https://doi.org/10.48074/aceno.v10i24.15643","url":null,"abstract":"As principais interlocutoras deste artigo são uma “curadora” e uma “puxadeira” localizadas em uma comunidade rural quilombola do município de Santarém (PA). Elas se mantêm distantes dos outros comunitários — que negativam e classificam suas práticas de cura como “macumbaria”. Fizemos uma análise situacional comparando essa categoria local com a de feitiçaria, pela qual mulheres são condenadas historicamente. Esse mecanismo limita as práticas de cura e o conhecimento botânico dessas amefricanas amazônicas. Assim, o racismo genderizado determina a notoriedade do saber, portanto, a herança das próximas gerações.","PeriodicalId":143027,"journal":{"name":"ACENO - Revista de Antropologia do Centro-Oeste","volume":" 469","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2024-02-10","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"139787393","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2024-02-10DOI: 10.48074/aceno.v10i24.15573
Ariadna Patricia Estevez Alvarez, Gabrielle Paulanti de Melo Teixeira, Gregorio Galvão de Albuquerque, Simone Goulart Ribeiro, Thaina De Camargo Amaral de Miranda
O propósito do artigo é compartilhar a experiência de criação do Espaço Convivência da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio / Fiocruz como via de encantamento na escola. Problematizamos as ações de cuidado em saúde mental com jovens na escola ao propormos atividades artístico-culturais coletivas e abertas que rompem com o desencantamento da vida. As quatro experiências narradas mostraram que a escola que se encanta em conviver deve ser construída na encruzilhada de espaço educativo e de cuidado comprometida com a construção de caminhos capazes de transformá-la.
{"title":"Encantamento na escola: a convivência como via de cuidado em saúde mental com jovens.","authors":"Ariadna Patricia Estevez Alvarez, Gabrielle Paulanti de Melo Teixeira, Gregorio Galvão de Albuquerque, Simone Goulart Ribeiro, Thaina De Camargo Amaral de Miranda","doi":"10.48074/aceno.v10i24.15573","DOIUrl":"https://doi.org/10.48074/aceno.v10i24.15573","url":null,"abstract":"O propósito do artigo é compartilhar a experiência de criação do Espaço Convivência da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio / Fiocruz como via de encantamento na escola. Problematizamos as ações de cuidado em saúde mental com jovens na escola ao propormos atividades artístico-culturais coletivas e abertas que rompem com o desencantamento da vida. As quatro experiências narradas mostraram que a escola que se encanta em conviver deve ser construída na encruzilhada de espaço educativo e de cuidado comprometida com a construção de caminhos capazes de transformá-la. \u0000 \u0000 \u0000 ","PeriodicalId":143027,"journal":{"name":"ACENO - Revista de Antropologia do Centro-Oeste","volume":" 26","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2024-02-10","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"139787477","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2024-02-10DOI: 10.48074/aceno.v10i24.16986
Simone Vieira de Souza, Lygia De Sousa Viégas
Nesse artigo, partilhamos reflexões suscitadas a partir do exercício prévio de cartografia de experiências teórico-metodológicas que compreendessem a criança como um sujeito de direitos, e, na contramão disso, do mapeamento da produção de um território que tem violado direitos por meio de práticas medicalizantes da infância. Para isso, realizamos um estudo cartográfico – orientado pela Psicologia Escolar e Educacional em uma perspectiva crítica –, com base no levantamento de bibliografia acadêmica publicadas na Scientific Electronic Library Online – SciELO Brasil, com os descritores medicalização e educação, no período compreendido entre 2010 e 2020; e a leitura de três dossiês sobre a medicalização no Brasil, publicados nas revistas Entreideias, Nuances e Práxis Educacional. Por meio de leituras e registros, longe de tecer um estado da arte, nos limitamos a construir pistas para compor linhas de conexão e inteligibilidade do fenômeno estudado. Nesse processo, como pistas cartográficas, delineamos: Pista 1: A medicalização nega as desigualdades sociais; Pista 2: A medicalização viola direitos e restringe a liberdade da criança; Pista 3: A medicalização produz sofrimento e exclusão da criança; e Pista 4: Em defesa da vida e por uma racionalidade não medicalizante. Esperamos, com a análise proposta, contribuir para a compreensão crítica da medicalização da educação, somando com as lutas pela garantia dos direitos das infâncias. PALAVRAS-CHAVE: Medicalização; infância; direitos humanos.
{"title":"Medicalização e violação de direitos: uma cartografia sobre as diferenças nas infâncias","authors":"Simone Vieira de Souza, Lygia De Sousa Viégas","doi":"10.48074/aceno.v10i24.16986","DOIUrl":"https://doi.org/10.48074/aceno.v10i24.16986","url":null,"abstract":"Nesse artigo, partilhamos reflexões suscitadas a partir do exercício prévio de cartografia de experiências teórico-metodológicas que compreendessem a criança como um sujeito de direitos, e, na contramão disso, do mapeamento da produção de um território que tem violado direitos por meio de práticas medicalizantes da infância. Para isso, realizamos um estudo cartográfico – orientado pela Psicologia Escolar e Educacional em uma perspectiva crítica –, com base no levantamento de bibliografia acadêmica publicadas na Scientific Electronic Library Online – SciELO Brasil, com os descritores medicalização e educação, no período compreendido entre 2010 e 2020; e a leitura de três dossiês sobre a medicalização no Brasil, publicados nas revistas Entreideias, Nuances e Práxis Educacional. Por meio de leituras e registros, longe de tecer um estado da arte, nos limitamos a construir pistas para compor linhas de conexão e inteligibilidade do fenômeno estudado. Nesse processo, como pistas cartográficas, delineamos: Pista 1: A medicalização nega as desigualdades sociais; Pista 2: A medicalização viola direitos e restringe a liberdade da criança; Pista 3: A medicalização produz sofrimento e exclusão da criança; e Pista 4: Em defesa da vida e por uma racionalidade não medicalizante. Esperamos, com a análise proposta, contribuir para a compreensão crítica da medicalização da educação, somando com as lutas pela garantia dos direitos das infâncias. \u0000PALAVRAS-CHAVE: Medicalização; infância; direitos humanos.","PeriodicalId":143027,"journal":{"name":"ACENO - Revista de Antropologia do Centro-Oeste","volume":"13 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2024-02-10","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"139846315","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2024-02-10DOI: 10.48074/aceno.v10i24.15928
Priscila Vescovi, F. Silva
O presente manuscrito pretende abordar as múltiplas dimensões da linguagem que comparecem às obras de Marguerite Duras, e como, por meio desse hibridismo de forças constituintes sugerimos a fabricação da composição de planos de experimentação literários forjados no limite do impossível da língua — liame transformador, seu ponto de esgotamento e passagem. É aí que a obra acontece, na afirmação de uma espécie de estética de travessia, realizada através da raspagem contínua das lembranças na fabricação de uma memória em estado de brumas. Convocamos, aqui, as obras A dor (1985), O verão de 80 (1980), O amante (1984), Escrever (2021), O deslumbramento de Lol V. Stein (1986), entre outras.
{"title":"Marguerite Duras e a espessura de bruma: produção de sensíveis e memórias sem lembrança","authors":"Priscila Vescovi, F. Silva","doi":"10.48074/aceno.v10i24.15928","DOIUrl":"https://doi.org/10.48074/aceno.v10i24.15928","url":null,"abstract":"O presente manuscrito pretende abordar as múltiplas dimensões da linguagem que comparecem às obras de Marguerite Duras, e como, por meio desse hibridismo de forças constituintes sugerimos a fabricação da composição de planos de experimentação literários forjados no limite do impossível da língua — liame transformador, seu ponto de esgotamento e passagem. É aí que a obra acontece, na afirmação de uma espécie de estética de travessia, realizada através da raspagem contínua das lembranças na fabricação de uma memória em estado de brumas. Convocamos, aqui, as obras A dor (1985), O verão de 80 (1980), O amante (1984), Escrever (2021), O deslumbramento de Lol V. Stein (1986), entre outras.","PeriodicalId":143027,"journal":{"name":"ACENO - Revista de Antropologia do Centro-Oeste","volume":"10 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2024-02-10","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"139847068","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2024-02-10DOI: 10.48074/aceno.v10i24.15644
Ricardo Dias de Castro, Gabrielle Souza Vieira, Willian Henrique Ferreira Prates, Claudia Mayorga
Esse artigo é resultado de reflexões transdisciplinares que colaboraram com uma compreensão psicossocial do bolsonarismo e da resistência a ele no Brasil. Através da análise de narrativas dispersas no cotidiano público, traçamos alguns eixos de análise-intervenção para o fenômeno da adesão a esse conservadorismo à brasileira embebido em passado, mas atravessado por uma nova semântica da política ocidental-colonial vigente. O bolsonarismo, nesse sentido, aponta para uma atmosfera psicossocial sustentada a partir de uma cisão sujeito/sociedade que produz discursos e posições autoritárias imersas em um projeto de vingança que ora parece se aproximar de sua realização. Ademais, as questões referentes as experiências emancipatórias que envolvem os marcadores de classe, gênero, raça, sexualidade e território parecem estar no bojo das reivindicações pró e contra o bolsonarismo. Apostamos, então, em uma práxis, psicossocialmente, engajada que possa assumir, a partir das matrizes históricas de resistência política dos latino-brasileiros, uma das amplas frentes anti-bolsonarista.
{"title":"Desmantelando o lado escuro do “Cidadão de Bem”: contribuições decoloniais em tempos de bolsonarismo","authors":"Ricardo Dias de Castro, Gabrielle Souza Vieira, Willian Henrique Ferreira Prates, Claudia Mayorga","doi":"10.48074/aceno.v10i24.15644","DOIUrl":"https://doi.org/10.48074/aceno.v10i24.15644","url":null,"abstract":"Esse artigo é resultado de reflexões transdisciplinares que colaboraram com uma compreensão psicossocial do bolsonarismo e da resistência a ele no Brasil. Através da análise de narrativas dispersas no cotidiano público, traçamos alguns eixos de análise-intervenção para o fenômeno da adesão a esse conservadorismo à brasileira embebido em passado, mas atravessado por uma nova semântica da política ocidental-colonial vigente. O bolsonarismo, nesse sentido, aponta para uma atmosfera psicossocial sustentada a partir de uma cisão sujeito/sociedade que produz discursos e posições autoritárias imersas em um projeto de vingança que ora parece se aproximar de sua realização. Ademais, as questões referentes as experiências emancipatórias que envolvem os marcadores de classe, gênero, raça, sexualidade e território parecem estar no bojo das reivindicações pró e contra o bolsonarismo. Apostamos, então, em uma práxis, psicossocialmente, engajada que possa assumir, a partir das matrizes históricas de resistência política dos latino-brasileiros, uma das amplas frentes anti-bolsonarista.","PeriodicalId":143027,"journal":{"name":"ACENO - Revista de Antropologia do Centro-Oeste","volume":"189 3-4","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2024-02-10","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"139847336","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2024-02-10DOI: 10.48074/aceno.v10i24.15669
Maria Tamires Gonçalves da Silva, Luis Artur Costa, Gabriel Vargas Bernardo, Nalu Tiburi Rossi
Imaginem um mundo dito apenas por meio de verbos e advérbios, semconcessões a adjetivos e muito menos aos ensimesmados substantivos: realidade feita deacontecimentos em relações de composição. Uma cidade constantemente (re)narradapelos corpos, gestos, cotidianos, edificações, ruas, relevos, clima, matérias e máquinasem geral, que lhe arranjam enquanto potência acontecimental com suas possibilidadesde afetações e de ser afetada. Cada modulação narrativa que se agencia com esta tramaurbana compõe um encanto no qual coletivos emergem e imergem afirmando sentidos,divisando certos acontecimentos do mundo, atribuindo-lhes valores, significados,afetos, modulando possibilidades de agenciamento. Compor acontecimentos e (re)narrara urbe por meio da realização de festas nas ruas é uma estratégia contra-narrativa paraquebrar certos encantos e reencantar outros na qual apostamos. jean é o personagem quecorpografa as controvérsias das festas na composição do urbano afirmando a festa comodispositivo clínico-político.
{"title":"Narrando o rolê: encantamentos das festas de rua fazendo ferver a urbe","authors":"Maria Tamires Gonçalves da Silva, Luis Artur Costa, Gabriel Vargas Bernardo, Nalu Tiburi Rossi","doi":"10.48074/aceno.v10i24.15669","DOIUrl":"https://doi.org/10.48074/aceno.v10i24.15669","url":null,"abstract":"Imaginem um mundo dito apenas por meio de verbos e advérbios, semconcessões a adjetivos e muito menos aos ensimesmados substantivos: realidade feita deacontecimentos em relações de composição. Uma cidade constantemente (re)narradapelos corpos, gestos, cotidianos, edificações, ruas, relevos, clima, matérias e máquinasem geral, que lhe arranjam enquanto potência acontecimental com suas possibilidadesde afetações e de ser afetada. Cada modulação narrativa que se agencia com esta tramaurbana compõe um encanto no qual coletivos emergem e imergem afirmando sentidos,divisando certos acontecimentos do mundo, atribuindo-lhes valores, significados,afetos, modulando possibilidades de agenciamento. Compor acontecimentos e (re)narrara urbe por meio da realização de festas nas ruas é uma estratégia contra-narrativa paraquebrar certos encantos e reencantar outros na qual apostamos. jean é o personagem quecorpografa as controvérsias das festas na composição do urbano afirmando a festa comodispositivo clínico-político.","PeriodicalId":143027,"journal":{"name":"ACENO - Revista de Antropologia do Centro-Oeste","volume":"112 46","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2024-02-10","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"139786309","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2024-02-10DOI: 10.48074/aceno.v10i24.15635
Hugo Ciavatta
Diante de uma acusação de feitiçaria e da expressão do desejo de vingança, entre os Jamamadi do alto Purus, inicialmente, este artigo se pergunta pela associação com o contexto da não demarcação da Terra Indígena. Recuperando, então, narrativamente, os acontecimentos do período da pesquisa de campo em que se deram a acusação, mas também a extensão do desejo de vingança, o objetivo deste artigo é estabelecer diálogos conceituais e etnológicos que possibilitem compreender as relações mobilizadas pelos Jamamadi, bem como refletir sobre o entendimento do Estado em sua inflexão na vida indígena, também como artífice de feitiçaria e vingança, invertendo o procedimento ameríndio ao atingir os mesmos indígenas.
{"title":"O feiticeiro oculto, a antropologia e a vingança entre os Jamamadi do alto Purus","authors":"Hugo Ciavatta","doi":"10.48074/aceno.v10i24.15635","DOIUrl":"https://doi.org/10.48074/aceno.v10i24.15635","url":null,"abstract":"Diante de uma acusação de feitiçaria e da expressão do desejo de vingança, entre os Jamamadi do alto Purus, inicialmente, este artigo se pergunta pela associação com o contexto da não demarcação da Terra Indígena. Recuperando, então, narrativamente, os acontecimentos do período da pesquisa de campo em que se deram a acusação, mas também a extensão do desejo de vingança, o objetivo deste artigo é estabelecer diálogos conceituais e etnológicos que possibilitem compreender as relações mobilizadas pelos Jamamadi, bem como refletir sobre o entendimento do Estado em sua inflexão na vida indígena, também como artífice de feitiçaria e vingança, invertendo o procedimento ameríndio ao atingir os mesmos indígenas.","PeriodicalId":143027,"journal":{"name":"ACENO - Revista de Antropologia do Centro-Oeste","volume":" 12","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2024-02-10","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"139786847","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2024-02-10DOI: 10.48074/aceno.v10i24.15721
Rosimeri De Oliveira Dias, Liliana Secron Pinto, Ana Luiza Gonçalves Dias Mello
O artigo parte do encanto e encontro com o livro Escute as feras, de Nastassja Martin, para colocar em análise os usos dos diários de campo nas pesquisas em educação e os devires que neles ganham forma. É escrito por meio do encontro de três professoras, atentas aos efeitos e problematizações de uma outredade constituída nas micropolíticas de uma formação inventiva de professores. O texto se organiza pelas estações do ano para explicitar o que temos feito de nós no encontro entre universidade e escola básica. No outono, coloca-se atenção na escuta; no inverno, o foco se localiza na outredade e na heterotopia; na primavera, a dimensão autogestionária do uso do diário é analisada como dispositivo e, no verão, a escrita se encerra com uma posição ético-estética-política do trabalho com a formação inventiva e a sua posição metodológica com os diários de campo.
{"title":"Por entre feras, escutas e encantos: práticas de formar perspectivadas pela invenção","authors":"Rosimeri De Oliveira Dias, Liliana Secron Pinto, Ana Luiza Gonçalves Dias Mello","doi":"10.48074/aceno.v10i24.15721","DOIUrl":"https://doi.org/10.48074/aceno.v10i24.15721","url":null,"abstract":"O artigo parte do encanto e encontro com o livro Escute as feras, de Nastassja Martin, para colocar em análise os usos dos diários de campo nas pesquisas em educação e os devires que neles ganham forma. É escrito por meio do encontro de três professoras, atentas aos efeitos e problematizações de uma outredade constituída nas micropolíticas de uma formação inventiva de professores. O texto se organiza pelas estações do ano para explicitar o que temos feito de nós no encontro entre universidade e escola básica. No outono, coloca-se atenção na escuta; no inverno, o foco se localiza na outredade e na heterotopia; na primavera, a dimensão autogestionária do uso do diário é analisada como dispositivo e, no verão, a escrita se encerra com uma posição ético-estética-política do trabalho com a formação inventiva e a sua posição metodológica com os diários de campo.","PeriodicalId":143027,"journal":{"name":"ACENO - Revista de Antropologia do Centro-Oeste","volume":" 489","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2024-02-10","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"139787201","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2024-02-10DOI: 10.48074/aceno.v10i24.15630
André Da Cunha Prado Correia Pereira, Ivo Mauricio Scheffer, Pedro Augusto Papini
O presente estudo tece suas linhas investigativas nos limiares entre magia, linguagem e psicopatologia. Tomamos fragmentos da teoria psicanalítica e o pensamento de Walter Benjamin sobre a história como fendas de aberturas de um discurso de progresso científico; este alinhado a um imenso murmúrio do determinismo biológico sobre a experiência humana relacionada ao sofrimento psíquico, excluindo as possibilidades mágicas da linguagem e do encontro. Escutamos na condição autista e na condição de ouvir vozes, como duas manifestações da experiência humana que em outro tempo já foram ligadas ao mágico e hoje sobrevive como doença, cujas experiências únicas são dissolvidas no discurso biomédico. Desta maneira desdobramos contribuições psicanalíticas de forma a pensar na autonomia e emancipação de sujeitos e de comunidades diante do fim da história.
{"title":"Psicanálise, história, magia e linguagem: insurgências de modos de existir","authors":"André Da Cunha Prado Correia Pereira, Ivo Mauricio Scheffer, Pedro Augusto Papini","doi":"10.48074/aceno.v10i24.15630","DOIUrl":"https://doi.org/10.48074/aceno.v10i24.15630","url":null,"abstract":"O presente estudo tece suas linhas investigativas nos limiares entre magia, linguagem e psicopatologia. Tomamos fragmentos da teoria psicanalítica e o pensamento de Walter Benjamin sobre a história como fendas de aberturas de um discurso de progresso científico; este alinhado a um imenso murmúrio do determinismo biológico sobre a experiência humana relacionada ao sofrimento psíquico, excluindo as possibilidades mágicas da linguagem e do encontro. Escutamos na condição autista e na condição de ouvir vozes, como duas manifestações da experiência humana que em outro tempo já foram ligadas ao mágico e hoje sobrevive como doença, cujas experiências únicas são dissolvidas no discurso biomédico. Desta maneira desdobramos contribuições psicanalíticas de forma a pensar na autonomia e emancipação de sujeitos e de comunidades diante do fim da história.","PeriodicalId":143027,"journal":{"name":"ACENO - Revista de Antropologia do Centro-Oeste","volume":" December","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2024-02-10","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"139787439","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}