O artigo apresenta informações sobre o Sítio Dagomé, um candomblé rural que funcionou na cidade de Salvador (Bahia) entre as décadas de 1830 e 1870. A partir de uma planta topográfica do terreiro produzida no fim do século XIX, o artigo explora as possibilidades historiográficas da cartografia para revelar aspectos da espacialidade, a sociabilidade e a práxis ritual do grupo religioso. Num segundo momento, trata do candomblé rural e dos conflitos fundiários entre rendeiros e proprietários, mostrando a imbricação entre a luta pela posse da terra, a economia agrícola e a institucionalização do candomblé. Na parte final, o texto examina a rede social da liderança do terreiro, indagando até que ponto a comunicação atlântica mediada por mercadores e viajantes africanos, na primeira metade do século, teve alguma incidência na formação do sítio Dagomé.
{"title":"Sítio Dagomé","authors":"Luis Nicolau Parés","doi":"10.9771/aa.v0i66.50247","DOIUrl":"https://doi.org/10.9771/aa.v0i66.50247","url":null,"abstract":"O artigo apresenta informações sobre o Sítio Dagomé, um candomblé rural que funcionou na cidade de Salvador (Bahia) entre as décadas de 1830 e 1870. A partir de uma planta topográfica do terreiro produzida no fim do século XIX, o artigo explora as possibilidades historiográficas da cartografia para revelar aspectos da espacialidade, a sociabilidade e a práxis ritual do grupo religioso. Num segundo momento, trata do candomblé rural e dos conflitos fundiários entre rendeiros e proprietários, mostrando a imbricação entre a luta pela posse da terra, a economia agrícola e a institucionalização do candomblé. Na parte final, o texto examina a rede social da liderança do terreiro, indagando até que ponto a comunicação atlântica mediada por mercadores e viajantes africanos, na primeira metade do século, teve alguma incidência na formação do sítio Dagomé.","PeriodicalId":163081,"journal":{"name":"Afro-Ásia","volume":"5 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-02-03","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135256213","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
No início da década de 1870, parte das ações desenvolvidas no âmbito da Secretaria de Polícia de Sergipe mirou, mais especialmente, a comunidade quilombola comandada por João Mulungu. Este artigo, ao se debruçar sobre os documentos produzidos no curso dessas atividades repressoras, procura mapear a trajetória desse quilombola pelas matas do Vale do Cotinguiba. Não se pretende aqui, no entanto, particularizar a sua luta, mas sim indicar o quanto as suas estratégias de sobrevivência e de manutenção da liberdade estavam conectadas aos anseios e às experiências vivenciadas por outros indivíduos, estivessem eles na condição de quilombola ou não. Isso, ao contrário do que se possa pensar, não retira o protagonismo de João Mulungu, ainda mais quando se percebe que a sua participação seria decisiva para que algumas redes de apoio e cumplicidade que pairavam as comunidades quilombolas se mantivessem ativas.
{"title":"João Mulungu","authors":"Igor Fonsêca Oliveira","doi":"10.9771/aa.v0i66.46359","DOIUrl":"https://doi.org/10.9771/aa.v0i66.46359","url":null,"abstract":"No início da década de 1870, parte das ações desenvolvidas no âmbito da Secretaria de Polícia de Sergipe mirou, mais especialmente, a comunidade quilombola comandada por João Mulungu. Este artigo, ao se debruçar sobre os documentos produzidos no curso dessas atividades repressoras, procura mapear a trajetória desse quilombola pelas matas do Vale do Cotinguiba. Não se pretende aqui, no entanto, particularizar a sua luta, mas sim indicar o quanto as suas estratégias de sobrevivência e de manutenção da liberdade estavam conectadas aos anseios e às experiências vivenciadas por outros indivíduos, estivessem eles na condição de quilombola ou não. Isso, ao contrário do que se possa pensar, não retira o protagonismo de João Mulungu, ainda mais quando se percebe que a sua participação seria decisiva para que algumas redes de apoio e cumplicidade que pairavam as comunidades quilombolas se mantivessem ativas.","PeriodicalId":163081,"journal":{"name":"Afro-Ásia","volume":"83 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-02-03","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135256206","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
O artigo trata dos testemunhos de Socwatsha kaPhaphu e Baleka kaMpitikazi registrados pelo administrador colonial James Stuart, na Colônia de Natal e na Zululândia (atualmente partes da África do Sul) entre as décadas de 1890 e 1920, com ênfase nas memórias referentes à consolidação do centro de poder zulu, no início do século XIX. A documentação analisada pode ser considerada a partir da noção de “zonas de contato” (expressão de Mary Louise Pratt) para demarcar as dimensões interativas dos encontros coloniais, mesmo em discursos construídos com o fito de reforçar distinções entre “colonizadores” e “colonizados”. A despeito do enquadramento da memória promovido por Stuart, comprometido com os meandros da elaboração de políticas coloniais de tratamento à população “nativa”, os testemunhos evidenciam a reelaboração do passado a partir da memória e da oralidade, em especial, os diferentes alinhamentos de poder e estratégias políticas empreendidas por suas comunidades no contexto de expansão do poder zulu.
{"title":"narradores africanos de James Stuart","authors":"Evander Ruthieri da Silva","doi":"10.9771/aa.v0i66.48637","DOIUrl":"https://doi.org/10.9771/aa.v0i66.48637","url":null,"abstract":"O artigo trata dos testemunhos de Socwatsha kaPhaphu e Baleka kaMpitikazi registrados pelo administrador colonial James Stuart, na Colônia de Natal e na Zululândia (atualmente partes da África do Sul) entre as décadas de 1890 e 1920, com ênfase nas memórias referentes à consolidação do centro de poder zulu, no início do século XIX. A documentação analisada pode ser considerada a partir da noção de “zonas de contato” (expressão de Mary Louise Pratt) para demarcar as dimensões interativas dos encontros coloniais, mesmo em discursos construídos com o fito de reforçar distinções entre “colonizadores” e “colonizados”. A despeito do enquadramento da memória promovido por Stuart, comprometido com os meandros da elaboração de políticas coloniais de tratamento à população “nativa”, os testemunhos evidenciam a reelaboração do passado a partir da memória e da oralidade, em especial, os diferentes alinhamentos de poder e estratégias políticas empreendidas por suas comunidades no contexto de expansão do poder zulu.","PeriodicalId":163081,"journal":{"name":"Afro-Ásia","volume":"285 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-02-03","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135256205","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Em 1952, um médico martinicano desconhecido chamado Frantz Fanon publicaria uma contundente denúncia do racismo estrutural na região do antigo Império Francês. Seu livro, Pele negra, máscaras brancas, além de ter pela primeira vez traçado um diagnóstico psiquiátrico da alienação causada pelo racismo, introduziria uma série de inovações como a interdisciplinaridade e o processualismo, que seriam em seguida adotadas pelas ciências sociais. Mas também revelaria uma decepção sofrida com o tratamento que recebeu na metrópole e um descontentamento com os temas propostos pelos movimentos de contestação então existentes, concluindo sua obra com mais dilemas do que soluções. Nos anos seguintes, Fanon se tornaria um militante anticolonialista mundialmente respeitado, como dirigente da Frente Nacional de Libertação da Argélia. Publicaria então, meses antes do seu falecimento, Os condenados da terra, uma áspera crítica das soluções políticas estabelecidas na África pós-colonial. Porém, no momento em que o movimento social estava internacionalmente se diversificando e as culturas tradicionais ganhavam destaque na pós-colonialidade, ele promoveria uma depreciação sistemática daquelas culturas e uma superestimação do papel dos partidos revolucionários, os quais, vitoriosos, terminaram decepcionando a humanidade militante, ao instituir uma espécie de neoabsolutismo e criar novos sistemas de exploração e opressão.
1952年,一位不知名的马提尼克医生弗朗茨·法农(Frantz Fanon)发表了一篇强烈谴责前法兰西帝国地区结构性种族主义的文章。他的书《黑皮肤,白面具》(black skin, white masks)不仅首次对种族主义导致的异化进行了精神病学诊断,还引入了跨学科和程序主义等一系列创新,这些创新后来被社会科学采用。但这也揭示了他对自己在大都市所受到的待遇的失望,以及对当时存在的争议运动所提出的主题的不满,使他的作品以更多的困境而不是解决方案结束。在接下来的几年里,他成为了一名受人尊敬的反殖民主义活动家,担任阿尔及利亚民族解放阵线的领导人。在他去世前几个月,他出版了《地球的诅咒》,对后殖民时期非洲建立的政治解决方案进行了严厉的批评。,当时的社会运动在国际多元化和文化传统后-colonialidade,他赢了这有利于社会系统的折旧的文化和革命党派的作用,过高的武装,胜利,最终让人类,通过建立一种neoabsolutismo创建新系统的剥削和压迫。
{"title":"Frantz Fanon e a descolonização","authors":"Renato da Silveira","doi":"10.9771/aa.v0i66.47750","DOIUrl":"https://doi.org/10.9771/aa.v0i66.47750","url":null,"abstract":"Em 1952, um médico martinicano desconhecido chamado Frantz Fanon publicaria uma contundente denúncia do racismo estrutural na região do antigo Império Francês. Seu livro, Pele negra, máscaras brancas, além de ter pela primeira vez traçado um diagnóstico psiquiátrico da alienação causada pelo racismo, introduziria uma série de inovações como a interdisciplinaridade e o processualismo, que seriam em seguida adotadas pelas ciências sociais. Mas também revelaria uma decepção sofrida com o tratamento que recebeu na metrópole e um descontentamento com os temas propostos pelos movimentos de contestação então existentes, concluindo sua obra com mais dilemas do que soluções. Nos anos seguintes, Fanon se tornaria um militante anticolonialista mundialmente respeitado, como dirigente da Frente Nacional de Libertação da Argélia. Publicaria então, meses antes do seu falecimento, Os condenados da terra, uma áspera crítica das soluções políticas estabelecidas na África pós-colonial. Porém, no momento em que o movimento social estava internacionalmente se diversificando e as culturas tradicionais ganhavam destaque na pós-colonialidade, ele promoveria uma depreciação sistemática daquelas culturas e uma superestimação do papel dos partidos revolucionários, os quais, vitoriosos, terminaram decepcionando a humanidade militante, ao instituir uma espécie de neoabsolutismo e criar novos sistemas de exploração e opressão.","PeriodicalId":163081,"journal":{"name":"Afro-Ásia","volume":"1 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-02-03","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135256212","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Resenha de: HAZAREESINGH, Sudhir. O maior revolucionário das américas: a vida épica de Toussaint Louverture. Rio de Janeiro: Zahar, 2020. 583 p.
回顾:HAZAREESINGH, Sudhir.美洲最伟大的革命者:杜桑-卢维杜尔史诗般的一生》。里约热内卢:扎哈尔,2020 年。583 p.
{"title":"Negras luzes atlânticas","authors":"Luiz Alberto Couceiro","doi":"10.9771/aa.v0i66.52064","DOIUrl":"https://doi.org/10.9771/aa.v0i66.52064","url":null,"abstract":"Resenha de: HAZAREESINGH, Sudhir. O maior revolucionário das américas: a vida épica de Toussaint Louverture. Rio de Janeiro: Zahar, 2020. 583 p.","PeriodicalId":163081,"journal":{"name":"Afro-Ásia","volume":"22 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-02-03","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135256216","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Resenha de: BURTON, Eric; DIETRICH, Anne; HARISCH, Immanuel R.; e SCHENCK, Marcia C. (orgs.). Navigating Socialist Encounters: Moorings and (Dis)Entanglements between Africa and East Germany during the Cold War. Berlim e Boston: De Gruyter Oldenbourg, 2021. 399 p.
Resenha de:BURTON, Eric; DIETRICH, Anne; HARISCH, Immanuel R.; e SCHENCK, Marcia C. (orgs.).Navigating Socialist Encounters:冷战期间非洲与东德之间的停泊与(不)纠葛》。Berlim e Boston:De Gruyter Oldenbourg, 2021.399 p.
{"title":"Encontros socialistas e projetos alternativos de globalização durante a Guerra Fria","authors":"Matheus Serva Pereira","doi":"10.9771/aa.v0i66.52092","DOIUrl":"https://doi.org/10.9771/aa.v0i66.52092","url":null,"abstract":"Resenha de: BURTON, Eric; DIETRICH, Anne; HARISCH, Immanuel R.; e SCHENCK, Marcia C. (orgs.). Navigating Socialist Encounters: Moorings and (Dis)Entanglements between Africa and East Germany during the Cold War. Berlim e Boston: De Gruyter Oldenbourg, 2021. 399 p.","PeriodicalId":163081,"journal":{"name":"Afro-Ásia","volume":"59 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-02-03","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135256228","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Através da análise do episódio da queda dos Soga no Nihon Shoki (720 EC), esteartigo mostra como fenômenos climáticos, astronômicos e de outras naturezas foram utilizados pelos redatores da crônica para justificar o golpe de 645 EC. Para isto, será analisada brevemente a trajetória dos Soga, o peso das concepções cosmológicas chinesas no Japão neste período, e o contexto de escrita do Nihon Shoki. Em seguida, os presságios serão estudados em detalhes, traçando um comparativo de seu grau de incidência frente aos três reinados anteriores e aos três reinados posteriores diante dos dois outros reinados onde localizam-se os episódios analisados – o cerne da ascensão e queda dos Soga. Feita esta análise quantitativa da incidência de ocorrências ominosas, o estudo procederá para uma análise exegética dos episódios, de modo a mobilizar argumentos que corroboremcom a hipótese levantada.
{"title":"declínio e queda dos Soga","authors":"Kauê Otávio Metzger","doi":"10.9771/aa.v0i66.49359","DOIUrl":"https://doi.org/10.9771/aa.v0i66.49359","url":null,"abstract":"Através da análise do episódio da queda dos Soga no Nihon Shoki (720 EC), esteartigo mostra como fenômenos climáticos, astronômicos e de outras naturezas foram utilizados pelos redatores da crônica para justificar o golpe de 645 EC. Para isto, será analisada brevemente a trajetória dos Soga, o peso das concepções cosmológicas chinesas no Japão neste período, e o contexto de escrita do Nihon Shoki. Em seguida, os presságios serão estudados em detalhes, traçando um comparativo de seu grau de incidência frente aos três reinados anteriores e aos três reinados posteriores diante dos dois outros reinados onde localizam-se os episódios analisados – o cerne da ascensão e queda dos Soga. Feita esta análise quantitativa da incidência de ocorrências ominosas, o estudo procederá para uma análise exegética dos episódios, de modo a mobilizar argumentos que corroboremcom a hipótese levantada.","PeriodicalId":163081,"journal":{"name":"Afro-Ásia","volume":"1 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-02-03","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135256435","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Este artigo aborda alguns percursos culturais na formação da religiosidade mediúnica ibero-afro-indígena do Brasil a partir do estudo focal da metamorfose da histórica Maria de Padilla em Maria Padilha, configuração mais antiga de pombagira da qual se tem notícia na formação das umbandas cariocas desde o início do século XX. Embora o ponto de observação parta da configuração de Maria Padilha como pombagira, em comparação ao repertório e aos meios sociais dos calundus e feitiçarias coloniais, buscou-se assentar um plano comparativo de contextualização transcultural, explorando a hipótese de que a pombagira atualiza, nos meios culturais urbanos de religiosidade mediúnica carioca, os caracteres, formas e funções que remetem às morfologias de sagrado feminino catalogadas nos estudos feministas de arqueologia comparativa (paleolítica, neolítica e Antiga) de Marija Giumbutas e Miriam Dexter.
{"title":"sagrados femininos da Pombagira nas encruzilhadas morfológicas de Maria Padilha","authors":"Alexander Martins Vianna","doi":"10.9771/aa.v0i66.47028","DOIUrl":"https://doi.org/10.9771/aa.v0i66.47028","url":null,"abstract":"Este artigo aborda alguns percursos culturais na formação da religiosidade mediúnica ibero-afro-indígena do Brasil a partir do estudo focal da metamorfose da histórica Maria de Padilla em Maria Padilha, configuração mais antiga de pombagira da qual se tem notícia na formação das umbandas cariocas desde o início do século XX. Embora o ponto de observação parta da configuração de Maria Padilha como pombagira, em comparação ao repertório e aos meios sociais dos calundus e feitiçarias coloniais, buscou-se assentar um plano comparativo de contextualização transcultural, explorando a hipótese de que a pombagira atualiza, nos meios culturais urbanos de religiosidade mediúnica carioca, os caracteres, formas e funções que remetem às morfologias de sagrado feminino catalogadas nos estudos feministas de arqueologia comparativa (paleolítica, neolítica e Antiga) de Marija Giumbutas e Miriam Dexter.","PeriodicalId":163081,"journal":{"name":"Afro-Ásia","volume":"63 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-02-03","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135256210","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Resenha de: EDWARDS, Erika. Hiding in Plain Sight: Black Women, the Law, and the Making of aWhite Argentine Republic. Tuscaloosa: University of Alabama Press, 2020. 168 p.
Resenha de EDWARDS, Erika。《隐藏在众目睽睽之下:黑人妇女、法律和建立一个白人阿根廷共和国》。塔斯卡卢萨:阿拉巴马大学出版社,2020年。168便士。
{"title":"¿Dónde están los negros?","authors":"Marina Leão de A. Barreto","doi":"10.9771/aa.v0i66.52072","DOIUrl":"https://doi.org/10.9771/aa.v0i66.52072","url":null,"abstract":"Resenha de: EDWARDS, Erika. Hiding in Plain Sight: Black Women, the Law, and the Making of aWhite Argentine Republic. Tuscaloosa: University of Alabama Press, 2020. 168 p.","PeriodicalId":163081,"journal":{"name":"Afro-Ásia","volume":"83 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-02-03","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"135256220","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}