Pub Date : 2022-11-23DOI: 10.5965/2175180314372022e0301
J. Pereira
Este artigo analisa as estratégias de assistência do Banco Mundial para o Brasil no período de 1990 a 2020, a fim de evidenciar qual foi a importância estratégica atribuída à austeridade fiscal e às reformas neoliberais, avaliar como o “combate à pobreza” foi acionado como retórica e mecanismo de legitimação da agenda neoliberal, problematizar as relações do Banco Mundial com o setor privado e as organizações da sociedade civil que são "parceiras" da instituição e, finalmente, discutir a importância decisiva das atividades de aconselhamento e consultoria do banco no país. As estratégias de assistência constituem a documentação mais importante na relação do Banco Mundial com o Brasil. A análise se detém nos anos de 1990 a 2002 (governos Collor, Itamar e FHC), de 2003 a 2016 (governos Lula e Dilma) e de 2016 a 2020 (governos Temer e Bolsonaro). O trabalho mostra que o modus operandi do Banco Mundial combina financiamento com aconselhamento, assistência técnica e pesquisa econômica a fim de disseminar orientações e práticas sobre o que os governos devem fazer e como, em matéria de políticas públicas. Argumenta-se que as relações do país com o Banco Mundial foram mais programáticas ou mais pragmáticas, dependendo do governo, mas sempre envolveram escolhas dos agentes nacionais sobre que rumos seguir e como fazê-lo em matéria de desenvolvimento. Evidencia-se que, durante trinta anos, o ajuste fiscal assumiu uma primazia normativa na agenda do banco, no sentido de anteceder e enquadrar toda e qualquer discussão sobre os rumos e os meios do desenvolvimento. Palavras-chave: austeridade fiscal; liberalização econômica; ajuste estrutural; reforma do Estado; Banco Mundial.
{"title":"As estratégias de assistência do Banco Mundial para o Brasil em perspectiva política (1990-2020)","authors":"J. Pereira","doi":"10.5965/2175180314372022e0301","DOIUrl":"https://doi.org/10.5965/2175180314372022e0301","url":null,"abstract":"Este artigo analisa as estratégias de assistência do Banco Mundial para o Brasil no período de 1990 a 2020, a fim de evidenciar qual foi a importância estratégica atribuída à austeridade fiscal e às reformas neoliberais, avaliar como o “combate à pobreza” foi acionado como retórica e mecanismo de legitimação da agenda neoliberal, problematizar as relações do Banco Mundial com o setor privado e as organizações da sociedade civil que são \"parceiras\" da instituição e, finalmente, discutir a importância decisiva das atividades de aconselhamento e consultoria do banco no país. As estratégias de assistência constituem a documentação mais importante na relação do Banco Mundial com o Brasil. A análise se detém nos anos de 1990 a 2002 (governos Collor, Itamar e FHC), de 2003 a 2016 (governos Lula e Dilma) e de 2016 a 2020 (governos Temer e Bolsonaro). O trabalho mostra que o modus operandi do Banco Mundial combina financiamento com aconselhamento, assistência técnica e pesquisa econômica a fim de disseminar orientações e práticas sobre o que os governos devem fazer e como, em matéria de políticas públicas. Argumenta-se que as relações do país com o Banco Mundial foram mais programáticas ou mais pragmáticas, dependendo do governo, mas sempre envolveram escolhas dos agentes nacionais sobre que rumos seguir e como fazê-lo em matéria de desenvolvimento. Evidencia-se que, durante trinta anos, o ajuste fiscal assumiu uma primazia normativa na agenda do banco, no sentido de anteceder e enquadrar toda e qualquer discussão sobre os rumos e os meios do desenvolvimento.\u0000Palavras-chave: austeridade fiscal; liberalização econômica; ajuste estrutural; reforma do Estado; Banco Mundial.","PeriodicalId":21251,"journal":{"name":"Revista Tempo e Argumento","volume":"35 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-11-23","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"81426777","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-11-23DOI: 10.5965/2175180314372022e0302
Bruno Azambuja dos Santos, Iaskara Souza Florenzano, Letícia Peret Antunes Hardt, Mario Prokopiuk, Paulo Nascimento Neto
Desde a segunda metade do século XX, o tombamento persiste como principal alternativa de salvaguarda de bens culturais no Brasil, enquanto a partir dos anos 2000, o plano diretor municipal estabelece diretrizes protetivas de áreas remanescentes da narrativa evolutiva de urbes contemporâneas. Diante dessas assertivas, o objetivo geral da pesquisa consiste em analisar os argumentos relativos à proteção da memória do centro histórico de Paranaguá, Paraná. Com caráter exploratório e abordagem qualitativa, a investigação foi apoiada em técnicas de revisão de literatura e em análises documentais. Seus resultados indicam que aquela ferramenta da política patrimonial e o citado documento de ordenamento urbanístico contribuem tanto para alterações positivas, quanto para externalidades adversas, com riscos à cognição do passado no presente e à sua respectiva transmissibilidade ao futuro. Pela interpretação das questões históricas e empíricas do caso estudado, também se pode deduzir que a efetividade dessas ações depende do reconhecimento dos valores e significados do patrimônio individual e coletivo. Por fim, conclui-se que, como decorrência de descompassos de pensamento entre diversas instâncias – públicas e privadas, legados da humanidade restam à deriva e suscetíveis a perdas irreversíveis e ao desaparecimento – completo ou parcial – da história das comunidades locais. Palavras-chave: centros históricos; bens patrimoniais; planejamento urbano; tempo presente.
{"title":"Entre o patrimônio e o plano: estudo argumentativo sobre Paranaguá, Paraná","authors":"Bruno Azambuja dos Santos, Iaskara Souza Florenzano, Letícia Peret Antunes Hardt, Mario Prokopiuk, Paulo Nascimento Neto","doi":"10.5965/2175180314372022e0302","DOIUrl":"https://doi.org/10.5965/2175180314372022e0302","url":null,"abstract":"Desde a segunda metade do século XX, o tombamento persiste como principal alternativa de salvaguarda de bens culturais no Brasil, enquanto a partir dos anos 2000, o plano diretor municipal estabelece diretrizes protetivas de áreas remanescentes da narrativa evolutiva de urbes contemporâneas. Diante dessas assertivas, o objetivo geral da pesquisa consiste em analisar os argumentos relativos à proteção da memória do centro histórico de Paranaguá, Paraná. Com caráter exploratório e abordagem qualitativa, a investigação foi apoiada em técnicas de revisão de literatura e em análises documentais. Seus resultados indicam que aquela ferramenta da política patrimonial e o citado documento de ordenamento urbanístico contribuem tanto para alterações positivas, quanto para externalidades adversas, com riscos à cognição do passado no presente e à sua respectiva transmissibilidade ao futuro. Pela interpretação das questões históricas e empíricas do caso estudado, também se pode deduzir que a efetividade dessas ações depende do reconhecimento dos valores e significados do patrimônio individual e coletivo. Por fim, conclui-se que, como decorrência de descompassos de pensamento entre diversas instâncias – públicas e privadas, legados da humanidade restam à deriva e suscetíveis a perdas irreversíveis e ao desaparecimento – completo ou parcial – da história das comunidades locais.\u0000Palavras-chave: centros históricos; bens patrimoniais; planejamento urbano; tempo presente.","PeriodicalId":21251,"journal":{"name":"Revista Tempo e Argumento","volume":"21 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-11-23","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"82170221","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
{"title":"História a múltiplas mãos: tempo presente, história pública e interdisciplinaridade","authors":"Luc Capdevila, Mariana Joffily, Caroline Jaques Cubas","doi":"10.5965/2175180314372022e0501","DOIUrl":"https://doi.org/10.5965/2175180314372022e0501","url":null,"abstract":"Entrevista com o pesquisador Luc Capdevila.","PeriodicalId":21251,"journal":{"name":"Revista Tempo e Argumento","volume":"11 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-11-23","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"73530119","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-09-16DOI: 10.5965/2175180314362022e0105
Alfonso M. Villalta Luna
Este artículo centra su objeto de estudio en una fuente histórica que puede servir como paradigma de los documentos y registros generados por los regímenes autoritarios. En este caso se trata de la documentación que el régimen franquista inicia, durante y tras la guerra civil española, contra los enemigos, con el fin de perseguirlos. Dentro de estos procesos es habitual encontrar escrituras personales e íntimas que son utilizadas en contra de sus autores. Prestar atención a estos escritos personales hace necesario desarrollar un método para reconstruir los episodios fragmentarios del pasado y reintegrarlos en la narración histórica, de una manera diferente a la que ha sido planteada por el archivo como institución que perpetúa los roles del régimen que origina esos documentos. El objetivo del régimen dictatorial fue condenar, humillar y eliminar al enemigo, pero fue más allá. También intervino sobre la memoria que iba a quedar tras la muerte de cada una de estas personas. Este texto es una muestra de esta situación. Para desarrollar el análisis se parte de una de las escrituras personales que quedaron requisadas como pruebas en uno de estos procesos contra los enemigos. Sobre la propia materialidad de este documento se busca actuar contra su autora y denigrar no solo su vida en ese momento sino también el recuerdo legado para el futuro.
{"title":"Humiliatio memoriae. Vidas y memorias humilladas en los archivos de la represión franquista","authors":"Alfonso M. Villalta Luna","doi":"10.5965/2175180314362022e0105","DOIUrl":"https://doi.org/10.5965/2175180314362022e0105","url":null,"abstract":"Este artículo centra su objeto de estudio en una fuente histórica que puede servir como paradigma de los documentos y registros generados por los regímenes autoritarios. En este caso se trata de la documentación que el régimen franquista inicia, durante y tras la guerra civil española, contra los enemigos, con el fin de perseguirlos. Dentro de estos procesos es habitual encontrar escrituras personales e íntimas que son utilizadas en contra de sus autores. Prestar atención a estos escritos personales hace necesario desarrollar un método para reconstruir los episodios fragmentarios del pasado y reintegrarlos en la narración histórica, de una manera diferente a la que ha sido planteada por el archivo como institución que perpetúa los roles del régimen que origina esos documentos. El objetivo del régimen dictatorial fue condenar, humillar y eliminar al enemigo, pero fue más allá. También intervino sobre la memoria que iba a quedar tras la muerte de cada una de estas personas. Este texto es una muestra de esta situación. Para desarrollar el análisis se parte de una de las escrituras personales que quedaron requisadas como pruebas en uno de estos procesos contra los enemigos. Sobre la propia materialidad de este documento se busca actuar contra su autora y denigrar no solo su vida en ese momento sino también el recuerdo legado para el futuro.","PeriodicalId":21251,"journal":{"name":"Revista Tempo e Argumento","volume":"99 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-09-16","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"84128649","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-09-16DOI: 10.5965/2175180314362022e0101
Nelson Tomelin Junior, Maria do Rosário da Cunha Peixoto, Vanessa Miranda
Neste artigo, procuramos refletir sobre relações de experiência e dominação no livro Corda Bamba de Lygia Bojunga, publicado em 1979. Com enredo que acompanha as contradições do lento processo de se forjar da infância e das sensibilidades, a autora evidencia dimensões importantes da luta política na sociedade de classes carioca, destacando limites e obstáculos demarcados por sutis contrapoderes sociais. O circo, mundo de possibilidades, aparece nesse romance como espaço de novidades, em contraposição às repetições dominantes do mundo dos poderosos, especialmente ameaçador para quem conta histórias naqueles anos de ditadura civil-militar (1964-1985). O futuro é elemento articulador de esperanças nessa literatura: as maldades sofridas pela Velha da História são redimidas pela aposta corajosa que a menina Maria faz em suas próprias memórias. Palavras-chave: Literatura, Lygia Bojunga, Corda Bamba, infância, ditadura civil-militar de 1964.
{"title":"A Velha (da) História: infância e ditadura na Corda Bamba (Lygia Bojunga, 1979)","authors":"Nelson Tomelin Junior, Maria do Rosário da Cunha Peixoto, Vanessa Miranda","doi":"10.5965/2175180314362022e0101","DOIUrl":"https://doi.org/10.5965/2175180314362022e0101","url":null,"abstract":"Neste artigo, procuramos refletir sobre relações de experiência e dominação no livro Corda Bamba de Lygia Bojunga, publicado em 1979. Com enredo que acompanha as contradições do lento processo de se forjar da infância e das sensibilidades, a autora evidencia dimensões importantes da luta política na sociedade de classes carioca, destacando limites e obstáculos demarcados por sutis contrapoderes sociais. O circo, mundo de possibilidades, aparece nesse romance como espaço de novidades, em contraposição às repetições dominantes do mundo dos poderosos, especialmente ameaçador para quem conta histórias naqueles anos de ditadura civil-militar (1964-1985). O futuro é elemento articulador de esperanças nessa literatura: as maldades sofridas pela Velha da História são redimidas pela aposta corajosa que a menina Maria faz em suas próprias memórias. \u0000Palavras-chave: Literatura, Lygia Bojunga, Corda Bamba, infância, ditadura civil-militar de 1964.","PeriodicalId":21251,"journal":{"name":"Revista Tempo e Argumento","volume":"02 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-09-16","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"86511958","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-09-16DOI: 10.5965/2175180314362022e0107
Luciano Kleber da Rocha, Ricardo Duwe
Este artigo discute o evento da invasão do Capitólio em 06 de janeiro de 2021 e o relaciona à permanência, no tempo presente, dos traumas coletivos da Guerra de Secessão e da posterior Reconstrução. A pesquisa analisa esses processos como inconclusos e, portanto, como “feridas abertas” na memória política e na organização social dos Estados Unidos que, tendo atravessado os tempos, acabaram por determinar o caráter excludente da democracia representativa e por perpetuar a violência física, psicológica e institucional contra as pessoas negras do país. A pesquisa teve como principais fontes primárias os discursos inaugurais dos presidentes do país, analisados em perspectiva de longa duração e relacionados a debates historiográficos sobre democracia, segregação racial e Guerra Civil. Os resultados apontam para o fato de que, tanto no desfecho da Guerra Civil quanto do processo de Reconstrução, os acordos entre as elites brancas dos estados prevaleceram em detrimento da ampliação da cidadania para a população negra, o que tem impactado diretamente na permanência de ideias supremacistas e antidemocráticas no seio da sociedade estadunidense. Palavras-chave: Estados Unidos - História - Guerra Civil, 1861-1865; segregação; Estados Unidos - política e governo; democracia
{"title":"Feridas abertas e processos inconclusos: o fantasma da guerra civil e os eventos de janeiro de 2021 nos Estados Unidos","authors":"Luciano Kleber da Rocha, Ricardo Duwe","doi":"10.5965/2175180314362022e0107","DOIUrl":"https://doi.org/10.5965/2175180314362022e0107","url":null,"abstract":"Este artigo discute o evento da invasão do Capitólio em 06 de janeiro de 2021 e o relaciona à permanência, no tempo presente, dos traumas coletivos da Guerra de Secessão e da posterior Reconstrução. A pesquisa analisa esses processos como inconclusos e, portanto, como “feridas abertas” na memória política e na organização social dos Estados Unidos que, tendo atravessado os tempos, acabaram por determinar o caráter excludente da democracia representativa e por perpetuar a violência física, psicológica e institucional contra as pessoas negras do país. A pesquisa teve como principais fontes primárias os discursos inaugurais dos presidentes do país, analisados em perspectiva de longa duração e relacionados a debates historiográficos sobre democracia, segregação racial e Guerra Civil. Os resultados apontam para o fato de que, tanto no desfecho da Guerra Civil quanto do processo de Reconstrução, os acordos entre as elites brancas dos estados prevaleceram em detrimento da ampliação da cidadania para a população negra, o que tem impactado diretamente na permanência de ideias supremacistas e antidemocráticas no seio da sociedade estadunidense.\u0000Palavras-chave: Estados Unidos - História - Guerra Civil, 1861-1865; segregação; Estados Unidos - política e governo; democracia","PeriodicalId":21251,"journal":{"name":"Revista Tempo e Argumento","volume":"1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-09-16","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"79940670","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-09-16DOI: 10.5965/2175180314362022e0102
M. Castilho
Este artigo tem o objetivo de examinar o espaço ocupado pela comunicação no trabalho desempenhado pelos Comitês Brasileiros pela Anistia (CBAs), polo aglutinador das forças de oposição no contexto de intensas negociações entre os militares, as elites políticas e a sociedade civil organizada sobre os rumos do processo de liberalização política no final dos anos 1970. A partir de um percurso metodológico baseado em fontes bibliográficas e documentais, buscamos observar as condições em que as estratégias dos CBAs neste campo foram concebidas e executadas e as relações de força estabelecidas com o aparato repressivo do regime, no recorte 1978-1980. Além de ações destinadas a produzir impacto mais imediato no debate sobre o projeto de anistia, o estudo sustenta que uma das principais contribuições do repertório comunicativo usado pelos comitês relacionou-se com a produção de memória sobre as violências políticas e a reivindicação do direito à verdade sobre as torturas, mortes e desaparecimentos forçados ocorridos nos primeiros 15 anos da ditadura. Palavras-chave: anistia; ditadura; imprensa; memória; oposição.
{"title":"A batalha da comunicação na campanha da anistia","authors":"M. Castilho","doi":"10.5965/2175180314362022e0102","DOIUrl":"https://doi.org/10.5965/2175180314362022e0102","url":null,"abstract":"Este artigo tem o objetivo de examinar o espaço ocupado pela comunicação no trabalho desempenhado pelos Comitês Brasileiros pela Anistia (CBAs), polo aglutinador das forças de oposição no contexto de intensas negociações entre os militares, as elites políticas e a sociedade civil organizada sobre os rumos do processo de liberalização política no final dos anos 1970. A partir de um percurso metodológico baseado em fontes bibliográficas e documentais, buscamos observar as condições em que as estratégias dos CBAs neste campo foram concebidas e executadas e as relações de força estabelecidas com o aparato repressivo do regime, no recorte 1978-1980. Além de ações destinadas a produzir impacto mais imediato no debate sobre o projeto de anistia, o estudo sustenta que uma das principais contribuições do repertório comunicativo usado pelos comitês relacionou-se com a produção de memória sobre as violências políticas e a reivindicação do direito à verdade sobre as torturas, mortes e desaparecimentos forçados ocorridos nos primeiros 15 anos da ditadura.\u0000Palavras-chave: anistia; ditadura; imprensa; memória; oposição.","PeriodicalId":21251,"journal":{"name":"Revista Tempo e Argumento","volume":"43 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-09-16","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"87007374","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-09-16DOI: 10.5965/2175180314362022e0106
Evelyn Palma Flores, M. J. Reyes Andreani, Natalia Albornoz Muñoz
El trabajo analiza la voz de los niños y las niñas al testimoniar acontecimientos conflictivos de la historia reciente. Tras el estallido social chileno de inicio el 18 de octubre de 2019 se realizó una experiencia de escritura de cartas con 46 estudiantes entre 11 y 14 años en dos escuelas primarias de la ciudad de Santiago de Chile. Los principales hallazgos de la actividad señalan que niños y niñas se expresan como voces autorizadas para narrar el acontecimiento que irrumpió en la sociedad, expresan evaluaciones éticas sobre lo acontecido comprendiendo hechos a través de situaciones contingentes y estructurales. Algunos/as estudiantes articulan los hechos del presente (las demandas sociales, las violaciones a los Derechos Humanos) con la herencia de la dictadura cívico militar (1973-1990) señalando similitudes entre ambos sucesos. Estos hallazgos permiten afirmar que los niños y niñas son voces valiosas para testimoniar la historia del presente en el marco de un dispositivo pedagógico. Palabras clave: protagonismo infantil; historia del presente; testimonio del presente; cartas.
{"title":"Narrar para testimoniar el presente: cartas de niños y niñas de Santiago de Chile durante el estallido social de octubre de 2019","authors":"Evelyn Palma Flores, M. J. Reyes Andreani, Natalia Albornoz Muñoz","doi":"10.5965/2175180314362022e0106","DOIUrl":"https://doi.org/10.5965/2175180314362022e0106","url":null,"abstract":"El trabajo analiza la voz de los niños y las niñas al testimoniar acontecimientos conflictivos de la historia reciente. Tras el estallido social chileno de inicio el 18 de octubre de 2019 se realizó una experiencia de escritura de cartas con 46 estudiantes entre 11 y 14 años en dos escuelas primarias de la ciudad de Santiago de Chile. Los principales hallazgos de la actividad señalan que niños y niñas se expresan como voces autorizadas para narrar el acontecimiento que irrumpió en la sociedad, expresan evaluaciones éticas sobre lo acontecido comprendiendo hechos a través de situaciones contingentes y estructurales. Algunos/as estudiantes articulan los hechos del presente (las demandas sociales, las violaciones a los Derechos Humanos) con la herencia de la dictadura cívico militar (1973-1990) señalando similitudes entre ambos sucesos. Estos hallazgos permiten afirmar que los niños y niñas son voces valiosas para testimoniar la historia del presente en el marco de un dispositivo pedagógico.\u0000Palabras clave: protagonismo infantil; historia del presente; testimonio del presente; cartas.","PeriodicalId":21251,"journal":{"name":"Revista Tempo e Argumento","volume":"24 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-09-16","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"83256549","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-09-16DOI: 10.5965/2175180314362022e0108
Karl Schurster, R. Araújo
O ensino de história de traumas coletivos e das questões socialmente vivas disseminou-se na historiografia a partir da década de 1960. Contribuíram para isso a difusão de pesquisas realizadas na Alemanha e França sobre a experiência nacional-socialista e a historicização do Holocausto, cujo evento foi enquadrado no interior do campo de estudos dos genocídios. Na França e no Brasil, as reflexões sobre este tema almejaram a necessária compreensão dos traumas coletivos e os seus impactos sociais. Em nossa análise, as reflexões sobre estes conceitos são necessárias em razão da banalização do debate sobre os fascismos históricos e outros traumas coletivos em nosso tempo presente. As preocupações decorrentes deste cenário, desafiador aos historiadores e ao processo de ensino-aprendizagem na sala de aula, nos motivaram a apresentar as reflexões realizadas neste artigo, que apresentou algumas perspectivas sobre o ensino de história dos traumas sociais coletivos e dos temas socialmente vivos.
{"title":"O ensino de história dos traumas sociais coletivos e dos temas socialmente vivos: trajetórias de um campo disciplinar","authors":"Karl Schurster, R. Araújo","doi":"10.5965/2175180314362022e0108","DOIUrl":"https://doi.org/10.5965/2175180314362022e0108","url":null,"abstract":"O ensino de história de traumas coletivos e das questões socialmente vivas disseminou-se na historiografia a partir da década de 1960. Contribuíram para isso a difusão de pesquisas realizadas na Alemanha e França sobre a experiência nacional-socialista e a historicização do Holocausto, cujo evento foi enquadrado no interior do campo de estudos dos genocídios. Na França e no Brasil, as reflexões sobre este tema almejaram a necessária compreensão dos traumas coletivos e os seus impactos sociais. Em nossa análise, as reflexões sobre estes conceitos são necessárias em razão da banalização do debate sobre os fascismos históricos e outros traumas coletivos em nosso tempo presente. As preocupações decorrentes deste cenário, desafiador aos historiadores e ao processo de ensino-aprendizagem na sala de aula, nos motivaram a apresentar as reflexões realizadas neste artigo, que apresentou algumas perspectivas sobre o ensino de história dos traumas sociais coletivos e dos temas socialmente vivos.","PeriodicalId":21251,"journal":{"name":"Revista Tempo e Argumento","volume":"34 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-09-16","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"87411388","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-09-16DOI: 10.5965/2175180314362022e0104
Sonale Diane Pastro de Oliveira
Com a criação da Comissão Nacional da Verdade, em 2011, o Brasil avançou na busca pela superação do legado da Ditadura Civil-Militar. Entretanto, os traumas vividos no período ainda são fontes de tensão, particularmente no que tange à memória e à identidade dos protagonistas desse conturbado período da História nacional. Nossa proposta é, partindo de referencial teórico acerca de memória, identidade e poder, analisar a reação dos militares – pautados pela perspectiva memorialista presente nos textos publicados pela Revista do Clube Militar – em defesa da identidade castrense, supostamente ameaçada pelo trabalho da referida Comissão. Palavras-chave: Comissão Nacional da Verdade; memória; identidade; poder; Clube Militar.
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